Guia do Linux/Avançado/Gerenciamento de contas e cuidados para a proteção de senhas/Tipos de ataques mais comuns para se conseguir uma senha

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Tipos de ataques mais comuns para se conseguir uma senha.[editar | editar código-fonte]

Dedução[editar | editar código-fonte]

O cracker se aproveita da ingenuidade de usuários que deixam senhas em branco, usam senhas simples como o próprio nome, "abcdef", "asdfg", "123456", e outros tipos de senhas comuns para tentar obter acesso ao sistema. Senhas deduzidas são geralmente senhas muito simples e muito usadas... Uma situação comum para a escolha de uma senha deste tipo é o medo de esquecer a senha (quando não se consegue pensar em algo mais difícil e ao mesmo tempo que seja fácil de lembrar) e quando o usuário é pego desprevenido e não se sabe o que usar como senha (como na assinatura de um provedor Internet, muito comum essa situação).

Geralmente é muito rápido e muito eficaz dependendo das habilidades do atacante dispõe.

Engenharia Social[editar | editar código-fonte]

Ataques por engenharia social são feitos através de pesquisa de dados pessoais e outras características relacionadas ao usuário (time de futebol, data de nascimento dele, da esposa, filhos, nome da atriz predileta, etc) e usando estes dados coletados para auxiliar na descoberta da senha. Este ataque requer uma pesquisa sobre os hábitos, gostos, etc. Mas existem outros tipos de ataque baseados em engenharia social, inclusive com o cracker passando-se pelo usuário. Para diminuir as possibilidades deste tipo de ataque entenda e siga os procedimentos da parte "Senhas Boas" na [#s-d-contas-cms-senhas Senhas fáceis de adivinhar e escolha de boas senhas, Seção 11.2.2] e continue lendo esta seção.

Outro detalhe importante para diminuir as possibilidades de um ataque deste tipo bem sucedido é permitir somente o acesso do serviço de finger a redes confiáveis (locais onde uns conhecem os outros). Os detalhes fornecidos pelo finger podem ser suficientes para garantir sucesso deste tipo de ataque:


     #finger joao
     Login: joao          			Name: Joao P. M.
     Directory: /home/joao              	Shell: /bin/bash
     Office: Sala 400 Andar 2, 123-4567  Home: 123-7654
     Last login Fri Aug 25 21:20 (AMT) on tty3
     No mail.
     Grupo de cadastramento.

As últimas linhas da saída do finger são os dados contidos nos arquivos .plan e .project do diretório de usuário. O cracker com base nos dados fornecidos acima pelo finger poderia inventar uma situação em que necessitaria de troca de senha por algum motivo. Abaixo uma situação onde o cracker sabe que não existe identificador de chamadas na empresa e conhece as fragilidades:

  • Cracker: Disca para o CPD?
  • Vitima: CPD?
  • Cracker: Oi, eu sou o Joao P. M. do grupo de cadastramento aqui do segundo andar, estou tentando entrar no sistema mas por algum motivo ele não aceita minha senha (fazendo-se de ignorante no assunto).
  • Vitima: Por favor Sr. verifique se o Caps Lock do seu teclado está ativado, letras em maiúsculas/minúsculas fazem diferença em nossos sistemas.
  • Cracker: Ok vou checar (espera um tempo). Não, esta tudo Ok, você poderia agilizar isto de alguma maneira, preciso lançar algumas fichas no sistema.
  • Vitima: Posso modificar sua senha para um nome qualquer, depois você poderá trocar por si próprio.
  • Cracker: Ok, por mim tudo bem.
  • Vitima: Humm, modifiquei para "cad1234", basta você usa-la e terá acesso ao sistema. Após isso execute o utilitário passwd para troca-la para algo que desejar.
  • Cracker: Ok, muito obrigado. Tenha um bom dia.

Este é um exemplo simples de ataque por engenharia social. Dependendo do objetivo, este tipo de ataque pode levar semanas e as vezes requer contatos com diversas empresas criando diversas situações para obter detalhes necessários para atingir o objetivo.

As políticas de segurança de senhas minimizam riscos deste tipo. Como este é um caso que o requisitante é um funcionário próximo do departamento de informática, o mais adequado seria o administrador se deslocar ao setor (ou enviar um técnico do setor treinado para tal situação) para saber se quem diz ser quem é está realmente no local enfrentando aquela situação. O contato com o responsável do setor (conhecido do técnico) também pode ser uma alternativa antes de entregar uma senha a um desconhecido.

Para casos externos (principalmente para empresas que mantém determinados serviços em funcionamento em nosso servidor, como servidores de páginas), o procedimento correto seria passar uma nova senha por e-mail (de preferência criptografado com pgp) ao invés de telefone. Isto garantirá que a senha não caia nas mãos erradas.

OBS1: Qualquer detalhe sobre a política de criação de senhas, trocas de senhas, etc. poderá ter muito valor para um cracker obter acesso ao seu sistema.

OBS2: Dificulte as maneiras para se obter acesso root ao sistema via conta de usuário comum. É de extrema importância utilizar conexões de dados criptografadas quando for necessário acesso externo ao seu sistema.

OBS3: Nunca use uma mesma senha para fazer tudo (banco, acessar seu sistema, conectar-se ao seu provedor, senha de root). Você estará em sérios apuros caso alguém tenha acesso a esta senha. É difícil lembrar de várias senhas, mas você pode aditar uma senha e criar modificações a partir dela para utilização em outros locais, por exemplo: "wekpdm" => "Bwekpdm1" => "3wekpdmS", etc.

Ataques por dicionário[editar | editar código-fonte]

De posse do arquivo de senhas /etc/passwd, o cracker utiliza um arquivo que contém diversas palavras que serão tentadas como senha. Este trabalho é feito automaticamente por ferramentas dedicadas a este tipo de tarefa e pode levar dias dependendo da lista de senhas do cracker e quantidades de usuários existentes no arquivo de senha.

Note que o uso de criptografia md5 e senhas ocultas dificultam bastante ao arquivo de senhas e o sucesso de um ataque bem sucedido (veja [#s-d-contas-segsenhas-shadow Shadow Passwords, Seção 11.4.1] e [#s-d-contas-segsenhas-md5 Senhas MD5, Seção 11.4.2]).

Brute Force[editar | editar código-fonte]

De posse do arquivo de senhas /etc/passwd o cracker utiliza uma ferramenta que tenta diversas combinações de letras sequencialmente na tentativa de descobrir uma senha. Este ataque geralmente é usado como último recurso após um ataque por dicionário, e leva muito tempo para descobrir uma senha.

Dependendo se uma senha conter caracteres aleatórios, combinação de letras maiúsculas/minúsculas, números, a senha será praticamente impossível de ser descoberta. Note que o uso de criptografia md5 e senhas ocultas aumentam bastante a proteção das senhas (veja [#s-d-contas-segsenhas-shadow Shadow Passwords, Seção 11.4.1] e [#s-d-contas-segsenhas-md5 Senhas MD5, Seção 11.4.2]).


Monitoramento de toques do teclado[editar | editar código-fonte]

Este ataque é muito comum em sistemas DOS e Windows, um programa é instalado sem o conhecimento do usuário que grava todos os toques do teclado em um arquivo escondido pelo cracker. Após certo tempo o cracker obtém acesso ao arquivo e aos dados que ele contém. Este tipo de ataque é muito perigoso e pode capturar senhas não só do sistema como números de cartão de crédito digitados (caso o usuário tenha feito compras on-line), conta bancária senha e tudo mais que for digitado pelo teclado.

Login falso[editar | editar código-fonte]

Esta é uma forma rápida de se conseguir acesso a um sistema. É criada uma tela de login idêntica a original do sistema, só que ao digitar nome e senha, estes são gravados em um arquivo (que será mais tarde recuperado pelo cracker para obter acesso ao sistema) e uma mensagem de erro será exibida pelo sistema.

Naturalmente o usuário pensará que digitou o nome/senha incorretamente e fará uma nova tentativa, a segunda ocorrerá com sucesso (fazendo este pensar que errou *mesmo* a senha).

Sua atenção é muito importante para evitar este tipo de ataque, caso desconfie de algo errado, entra no sistema e dê um find --type f -cmin -3 para localizar os arquivos modificados nos últimos 3 minutos e localizar possíveis bancos de dados de senhas.

Outra alternativa é realmente digitar uma senha inválida intencionalmente (e diferente da correta) e na segunda tentativa lançar a senha válida (normalmente sistemas deste tipo bem elaborados chamam o verdadeiro sistema de login na segunda tentativa).