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Grego moderno/Alfabeto

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A língua grega foi uma das primeiras línguas escritas em todo o mundo. Tinha uma forma específica de escrever, onde não entravam os sons das vogais. Este alfabeto foi evoluindo, através do contato com outras culturas e pela simples ação do tempo, até se tornar no que é hoje. Ao longo do alfabeto grego encontramos algumas (ou muitas) semelhanças com o alfabeto romano (ou latino). O alfabeto usado pelo grego moderno tem 24 letras, das quais 7 são vogais e 17 consoantes.

Além do alfabeto de 24 letras, existe ainda um acento ( ΄ ) e um trema ( ¨ ). O uso destes dois diacríticos é discutido na próxima seção.

Preliminarmente, algumas notas adicionais sobre a pronúncia da língua grega moderna.

Pronúncia na língua grega moderna

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Todas as consoantes são claramente pronunciadas, sendo que consoantes duplas equivalem a uma simples.

Três das letras do alfabeto representam sons estranhos ao português:

  • O Δέλτα, Délta D, e o Θήτα, Thjta TH, que soam como um TH inglês, com suas duas pronúncias, percebidas em THAT e em THEATER, respectivamente. O CHI, Χ, χ, que soa como um CH alemão, em ICH, SICH, NOCH, percebido como um H aspirado forte, parecendo um R carioca.

Alguns sons comuns para nós tem uma grafia estranha. Assim com o nosso D é representado pelo dígrafo NT, ντ e o nosso B é representado pelo dígrafo MP, ΜΠ, μπ.

NT, ντ, quando no início de uma palavra, pronuncia-se D, no interior, como nD, mas alguns gregos ignoram essa distinção e o pronunciam sempre como D.

As vogais se pronunciam como em português, não sendo nunca nasalizadas, como pode ocorrer entre nós. Melhor então dizer que em grego as vogais se pronunciam à italiana.

Há em grego dois Ó’s, com exatamente a mesma pronúncia aberta, o Ó de Ómicron [transcrito O]; e o Ó de Ómega [que transcreveremos como dábliu W].

Há três I’s, em grego, um I de Γιωτα, Iota, transcrito Giwta, um I de Υψιλον, Ypsilon que é o Y, e outro I de Ήτα, ήτα, transcrito jta, que é o H., do artigo definido feminino singular.

No início de uma palavra ou depois de uma consoante o Ýpsilon Y pronuncia-se I., mas serve também para formar vários falsos ditongos, isto é, duplas de uma vogal mais um Ýpsilon, representando sons que nada tem a ver com o som I, como EY ευ, eu e AY αυ, au e ΟΥ, ου, transcritos OU e ou.

Em grego, ocorreu um fenômeno fonético denominado iotacismo, ou itacismo, que fez com que vários elementos vocálicos passassem a ser pronunciados como I, isto é como um Iota. Assim são pronunciados como I os falsos ditongos OI, οι e EI, ει, bem como o YI , υι, que soam exatamente como um I normal

O ditongo OY, ου pronuncia-se como um U português, Lulu, ou como um OU francês em Joujou, bijou, vous, etc. Como exemplos em grego temos: μου, σου, του, τους, pronunciados como mu, su, tu e tus, respectivamente, significando mou meu, sou teu, tou dele, tous deles ou delas.

Em grego não há ditongos como os que temos em português boi, fui, vou, cai, vai. Os ditongos aparentes em grego são falsos, como os seguintes, com suas respectivas pronúncias entre colchetes:

  • AI ai [pronunciado É], EI ei [pronunciado I], AY au [pronunciado AV ou AF], EY eu [pronunciado EV ou EF], OI oi [pronunciado I], OY ou ου [pronunciado U], YI ui υι [pronunciado I].

Observe-se também que a letra Épsilon, Ε ε, e o ditongo AI ai αι são pronunciados igualmente como um É aberto, como em ZEZË.

Em grego o som Ó aparece ou como [Ómikron] ou como [Ómega] transcrito [’Wmega ,Ωμεγα], ambos com a mesma pronúncia de Ó aberto, como em VOVÓ.

A grande surpresa é que o Βήτα, Beta, B, β, que é lido atualmente como VITA. Representa o V de VINHO. Transcreveremos Ββ como B, mas leremos como V, como o B em russo.

Nosso verdadeiro B, de BOLA, como vimos, é representado pela consoante dupla ΜΠ, μπ e também transcrito sempre como MP. O Σίγμα, Sigma, nunca se pronuncia como Z, nem entre vogais, nem no final das palavras e equivale a um Ç ou duplo SS, como um S espanhol. Assim, considerando as letras do alfabeto grego, uma a uma, verificamos que algumas são idênticas às do nosso alfabeto latino e tem a mesma pronúncia. Outras, apesar de serem idênticas, tem pronúncias diferentes.

Eis o alfabeto grego, com suas letras maiúsculas e minúsculas As letras iniciais dos nomes das letras servirão para criar a nossa transcrição.

Álpha Α α; Béta Β β; Gáma Γ γ; Délta Δ δ; Épsilon Ε ε; Z(í)ta Ζ ζ; (Í)ta Η η;Th(í)ta Θ θ; Giw’ta Ι ι; Kápa Κ κ; Lámda Λ λ ou Lámbda Λ λ; Mi Μ μ; Ni Ν ν, Xi [ksi] Ξ ξ; Ómikron Ο ο; Pi Π π; Ro Ρ ρ; Sígma Σ σ ς; Tau Τ τ; Ýpsilon Υ υ; Phi Φ φ; Chi Χ χ; Psi Ψ ψ; ‘Wmega Ω ω.

O sistema de transcrição consiste em substituir as letras gregas pela latinas correspondentes. A nossa transcrição respeita só em parte o sistema de transcrição criado por Erasmo de Rotterdam, mas as normas da transcrição erasmianas constituem o sistema que é sempre necessário utilizar para introduzir palavras gregas no vocabulário científico ocidental. Erasmo criou seu sistema de transcrição para introduzir palavras gregas na língua latina. Latinizados, esses vocábulos gregos, então, passam para as línguas modernas.

A pronúncia artificial, erasmiana, atribuída consuetudinariamente ao grego clássico, desde a Renascença, nada tem a ver com a pronúncia da língua moderna falada atualmente na Grécia, e em Chipre. Por isso, tornam-se necessárias modificações do sistema de Erasmo para possibilitar uma leitura mais aproximada da pronúncia moderna.

O maior impedimento para o acesso imediato aos textos gregos é a ignorância do alfabeto. É preciso sanar esse pequeno problema inicial para entrar imediatamente no estudo de textos gregos. Basta-nos, para isto adotar um sistema descomplicado de transcrição, sugerido pelos nomes das letras gregas. Não se trata aqui de reproduzir a pronúncia das palavras, mas apenas de reproduzir no alfabeto latino as formas ortográficas gregas, e isto quase mecanicamente.

Assim, sem nenhuma preocupação, quer com o aspecto caligráfico, quer com o problema da pronúncia, poderemos transcrever natural e rapidamente extensos trechos, e fazer anotações bibliográficas corretas. Poderemos também, oportunamente, redigitar o texto transcrito, sem erros ortográficos.

Para construir esse sistema prático de transcrição de textos gregos modernos para uso prático e didático, temos de rever o alfabeto grego, que é composto de letras maiúsculas e minúsculas, sendo as letras maiúsculas mais fáceis de reconhecer. Esse alfabeto que os gregos adaptaram do alfabeto semita foi criado há mais de 2.400 anos e serviu de modelo ao nosso alfabeto, criado pelos romanos.

Com relação à ortografia, devemos preliminarmente observar que todas as palavras gregas, que não sejam monossílabos, têm um acento agudo na sílaba tônica. O acento tônico nunca poderá incidir depois da antepenúltima sílaba. Textos em maiúsculas nunca são acentuados, exceto nos casos em que o acento incidir sobre a primeira letra da palavra, no início de uma linha. Nos falsos ditongos o acento incide sempre sobre a segunda vogal. Se num ditongo o acento estiver na primeira vogal, isto significa que devem ser pronunciadas separadamente. Além do acento agudo, pode aparecer um trema, bem como os sinais convencionais de pontuação, que aliás diferem dos nossos. O ponto a salientar é que em grego é indispensável cuidado com a ortografia e acentuação, parte integral da palavra.

O sistema ortográfico que é adotado atualmente na Grécia e em Chipre denomina-se monotônico, contrapondo-se ao sistema antigo, milenar, alexandrino, ainda usado em grego clássico, chamado politônico. O monotônico é oficial somente desde 1982, de modo que ainda encontramos em uso publicações acadêmicas e oficiais no sistema ortográfico antigo, publicadas anteriormente àquela data. Um texto na ortografia politônica será transcrito tal como explicamos, mas com um único acento agudo, ignorando-se todos os demais sinais diacríticos. Os textos bíblicos e os dos clássicos gregos estão escritos na ortografia politônica. No estudo destes textos podemos abandonar o sistema politônico sem perda alguma.

Exemplo de aplicação

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Consideremos o seguinte texto:

Το Κοινό Ευρωπαϊκό Πλαίσιο Αναφοράς είναι έκδοση του Συμβουλίου της Ευρώπης που παρέχει μια κοινή βάση περιγραφής γλωσσικών σκοπών, περιεχομένων, μεθόδων διδασκαλίας και αξιολόγησης στην Ευρωπαϊκή εκπαιδευτική πολιτική για τη διδασκαλία των ξένων γλωσσών και μπορεί να χρησιμοποιηθεί για το σχεδιασμό, εφαρμογή και αξιολόγηση των Προγραμμάτων Σπουδών, των Προγραμμάτων Διδασκαλίας των ζωντανών / ξένων γλωσσών, των εξετάσεων, των σχολικών / διδακτικών βιβλίων και των προγραμμάτων κατάρτισης, εκπαίδευσης και επιμόρφωσης καθηγητών των ζωντανών / ξένων γλωσσών σε όλη την Ευρώπη.

Em transcrição seria:

To Koinó Eurwpaïko Plaísio Anaphorás eínai ékdosj tou Sumboulíou tjs Eurwpjs pou paréchei mia koinj básj perigraphjs glwssikwn skopwn, periechoménwn methódwn didaskalías kai axiológjsjs stjn Eurwpaïkj ekpaideutikj politikj gia didaskalía twn xenwn glwsswn kai mporei na chrjsimopoijthei gia to schediasmó, epharmogj kai axiológjsj , etc...

Um texto como o acima pode ser facilmente traduzido para o inglês ou francês e desses idiomas para o português se for necessário, utilizando-se o tradutor gratuito Babel Fish Translator disponível em http://www.altavista.com.

Tabela I - Alfabeto Grego
Letra Nome em Português Nome em Grego
A a alfa άλφα
Β β vita βήτα
Γ γ gama γάμμα
Δ δ delta δέλτα
Ε ε épsilon έψιλον
Ζ ζ zita ζήτα
H η ita ήτα
Θ θ thita θήτα
Ι ι iota ιώτα
Κ κ kapa κάπα
Λ λ lambda λάμδα
Μ μ mi μι
Ν ν ni νι
Ξ ξ ksi ξι
Ο ο ómicron όμικρον
Π π pi πι
Ρ ρ ρο
Σ σ* sigma σίγμα
Τ τ taf ταυ
Υ υ ípsilon ύψιλον
Φ φ fi φι
Χ χ qui χι
Ψ ψ psi ψι
Ω ω oméga ωμέγα
*A letra sigma tem uma forma especial quando está no fim das palavras. Nesse caso, a minúscula é ς em vez de σ.


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