Fotografia Panorâmica Imersiva 360x180°/Sobre este material
Algumas notas relevantes, de leitura opcional, antes de iniciar o assunto propriamente dito.
Você já deve saber fotografar
[editar | editar código-fonte]Este material não pretende passar conceitos de fotografia. Serão usados termos como: distância focal, profundidade de campo, abertura de diafragma, sensor APS-C, full frame, fator de corte e outros. Na medida do possível colocarei links para uma definição dos termos. Assumo que você já sabe determinar a exposição correta para uma cena e que entenda os comandos de sua máquina. Algumas técnicas de tratamento e fotografia, como HDR, fusão de exposições e pilha de foco serão um pouco mais detalhados por serem assuntos muitas vezes desconhecidos por alguns fotógrafos e também em função da proposta de uso de ferramentas não comerciais para realizar essas tarefas.
Este é um material puramente técnico
[editar | editar código-fonte]Não tenho nenhuma pretensão de ensinar ou influenciar o olhar, a arte da fotografia de quem vier a ler esse texto. Comentarei minha visão sobre alguns pontos que diferenciam panorâmicas, principalmente as da esfera visual completa, mas a arte é sua e continuará sendo. Nem sequer me considero fotógrafo com um bom olhar, mas creio ser um bom técnico no assunto. O material não é destinado a leigos nem em fotografia nem em computadores. Um certo grau de intimidade com o computador será necessário em vários pontos.
Tá com pressa? Pode ser que esteja no lugar errado
[editar | editar código-fonte]Minha intenção aqui não é fazer um guia rápido e sim um guia completo. Há muitos conceitos, softwares e equipamentos envolvidos, principalmente no objetivo final do material, que é chegar à fotografia panorâmica imersiva 360x180º. Acho que tenho uma experiência razoável com a confecção desse tipo de fotos e em geral não se leva menos do que umas quatro horas para tirar, montar, finalizar e publicar uma foto dessas. Aprender a fazer todas as etapas, portanto, pode levar muitas horas. Minha sugestão é que para ler este material você reserve algum tempo para leitura e prática.
É necessário ter certa intimidade com o computador
[editar | editar código-fonte]Embora a intenção seja fazer um guia completo, não incluirei informática básica. Esse material não será adequado a usuários iniciantes em computadores. Espero que você se sinta à vontade com todos os conceitos básicos de arquivos e pastas/diretórios, janelas, uso do mouse, seus diversos botões e algumas teclas de atalho do teclado, bem como o uso conjugado do teclado e mouse.
Para tirar proveito completo é bom também saber executar comandos numa janela/terminal de comandos, seja lá qual for seu sistema. Na medida do possível os exemplos se adequarão a Windows e sistemas tipo Unix, como Linux, MacOS, BSDs e outros.
Por que software livre?
[editar | editar código-fonte]A opção pelo software livre é muito pessoal. Há softwares comerciais bons que dão conta do recado. Não necessariamente um ou outro é melhor ou pior, mais simples ou complexo. Alguns comerciais inclusive são muito parecidos com os que apresentarei aqui. O uso do software livre, na minha visão, tem o preço bom (gratuito) e evitam que você cometa o crime de pirataria, tão comum no Brasil quando se trata de software. Se você é profissional talvez prefira usar um software comercial para ter um suporte formal e "garantido" caso necessário. Para isso procurarei comentar sempre sobre as alternativas de softwares comerciais equivalentes, mas não farei os passos dos tutoriais neles, até por que na maioria dos casos não os possuo. O "garantido" ficou entre aspas ali por que essa garantia na verdade não existe na prática e se você tiver dificuldade com o inglês essa garantia fica ainda mais distante.
Há motivos um pouco mais profundos e ideológicos também. O software livre evita a saída de divisas do país, mantém mais dinheiro por aqui, para a economia local. O software livre permite que você use seu dinheiro para pagar por serviços, provavelmente prestados por um agente local e não por um sujeito do outro lado do mundo, movimentando a economia de outro país. Não que isso seja necessariamente ruim, mas é muito melhor se seu dinheiro circular por aqui, pense um pouco. Outra ideologia que tem nisso é que o trabalho de um consultor que está ali dispendendo tempo para te ajudar realmente tem algum valor na minha opinião, enquanto que a cópia simples de um software não exigiu nenhum esforço de quem o desenvolveu, o que acaba permitindo que alguém concentre muita renda, muito além do que o que merecia pelo esforço dispendido no desenvolvimento, na minha modesta opinião. Alguns softwares comerciais, como o PTGui e o krpano, tem até licenças muito justas, por preços bem razoáveis, mas tem toda essa questão filosófica por trás. Se quiser entender um pouco mais leia aqui um artigo sobre por que não se deveria cobrar por softwares.
Por que compartilho isso?
[editar | editar código-fonte]Essa explicação também está relacionada à minha experiência com software livre. Em princípio fotografia para mim é um hobby. Não que eu não goste de dinheiro, mas tenho um emprego fixo e algum tempo livre, no qual, dentre outras coisas, brinco de fotografar. Se surgir algum trabalho decorrente disso, ótimo, estou à disposição, dentro do meu tempo livre, é só entrar em contato. Enquanto isso vou curtindo também o compartilhamento do conhecimento. Essa lógica é parte da cultura do software livre. Você usa programas de graça e contribui também para a comunidade. Todos saem ganhando. A ideia de quem faz esse tipo de software é ganhar na prestação de serviço, na sua dedicação de horas, e não em licenças de software ou na venda passiva de material. O conhecimento é publicado numa via de mão dupla. Tudo o que ensinarei aqui aprendi pela Internet e essa é uma maneira de retribuir. Se quiser entender um pouco mais essa lógica leia o texto “A Catedral e o Bazar”. É um bom começo. Além disso, pra quem gosta de saber mais sobre um assunto, nada melhor do que se propor a ensiná-lo. Não se aprende mais de outra forma.