Logística/Gestão de desperdícios e rejeitados/Sistemas de tratamento e destino final/Incineração: diferenças entre revisões
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;Poder calorífico dos RSU |
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O local onde o RSU é recolhido é uma condicionante para a sua constituição. Ou seja, numa zona residencial há uma maior frequência de embalagens e resíduos fermentáveis, enquanto que numa zona comercial o papel e o cartão são predominantes. Os RSU podem-se dividir em uma fracção combustível constituída por papel e cartão (materiais celulósicos) e uma fracção de produtos com elevado poder calorifico (plásticos, pneus e têxteis). A tabela 2 indica o poder calorífico de alguns materiais. |
O local onde o RSU é recolhido é uma condicionante para a sua constituição. Ou seja, numa zona residencial há uma maior frequência de embalagens e resíduos fermentáveis, enquanto que numa zona comercial o papel e o cartão são predominantes. Os RSU podem-se dividir em uma fracção combustível constituída por papel e cartão (materiais celulósicos) e uma fracção de produtos com elevado poder calorifico (plásticos, pneus e têxteis). A tabela 2 indica o poder calorífico de alguns materiais ([[Logística/Referências#refbLevy|Levy et al., 2006, p. 295]]). |
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<center>Tabela 2 - Poder calorífico de alguns materiais. (Fonte: [[Logística/Referências#refbLevy|Levy et al., 2006, p. 295]])<br>[[Imagem:Poder_calorifico_de_alguns_materiais.png|200px]]</center> |
<center>Tabela 2 - Poder calorífico de alguns materiais. (Fonte: [[Logística/Referências#refbLevy|Levy et al., 2006, p. 295]])<br>[[Imagem:Poder_calorifico_de_alguns_materiais.png|200px]]</center> |
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Elementos como o carbono, o oxigénio, o azoto, o enxofre e o hidrogénio, são os principais constituintes do RSU. Cintudo têm também metais pesados na sua composição, como indica a tabela 3. |
Elementos como o carbono, o oxigénio, o azoto, o enxofre e o hidrogénio, são os principais constituintes do RSU. Cintudo têm também metais pesados na sua composição, como indica a tabela 3. ([[Logística/Referências#refbLevy|Levy et al., 2006, p. 295]]) |
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;Tipos de incineradores |
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Segundo [[Logística/Referências#refbLevy|Levy et al. (2006, p. 296]]) existem quatro tipos de incineradores com combustão por excesso de ar: forno ciclone, incinerador de leito fundido, incinerador com sistema de combustão em massa e incinerador com fornalhas múltiplas. Sendo que todos eles podem receber no seu sistema de alimentação RSU proveniente das recolhas, selectiva ou não, sem transformação prévia. Contudo, é importante salientar que a desidratação de RSU antes de se iniciar o processo é importante pois permite reduzir a quantidade de combustível necessário para manter a combustão. |
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''Incineradores com sistema de combustão em massa''. Possuidor de uma grelha móvel, este tipo de incinerador recebe RSU que são encaminhados para a fornalha e caindo as cinzas no final. Por baixo da grelha, o ar é injectado através da camada de RSU incandescente. |
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''Incineradores com sistema de combustão em massa''. |
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''Incineradores de leito fundido''. Após a fluidificação de uma camada de areia, com cerca de 75 cm de espessura, esta é aquecida para haver destruição dos RSU. Possuidor de um cilindro, com o 2,7m a 7,5m de diâmetro, onde é injectado o ar sob a forma de pressão (entre os 80 e os 135 Pa) nos vários tubos da base, fluidificando a areia e produzindo um aumento de 80 a 100%. A temperatura varia entre os 750ºC e os 900ºC, o que pode levar à introdução directa dos RSU na areia. As cinzas e os gases são evacuados pelo cimo do forno, onde há controlo de poluição do ar. |
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Revisão das 10h07min de 31 de maio de 2010
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Segundo Williams (2005, p. 245-248), uma alternativa aos Aterros Sanitários (AS), que são dominantes no tratamento de resíduos na maioria dos países, resíduos que possuam materiais combustíveis podem ser incinerados ou queimados. A incineração consiste na oxidação do material combustível existente nos resíduos com o intuito de produzir calor, vapor de água, oxigénio, nitrogénio e dióxido de carbono. Para o tratamento dos gases emitidos para a atmosfera, provenientes da combustão, é necessário sistemas de limpeza bastante dispendiosos, complexos e extensos. Embora exista legislação para este processo, a Directiva da CE de Incineração de Resíduos ou EC Waste Incineration Directive, existe também oposição pública à incineração de resíduos. A incineração continua a ser uma via pouco prioritária para o destino dos RSU, na maioria dos países europeus. Contudo, devido à necessidade económica os incineradores modernos possuem recuperação de energia, feita através de turbinas a vapor de altas temperaturas e de sistemas de aquecimento. Para alguns resíduos comerciais e industriais perigosos e low throughput(?), a recuperação de energia torna-se um objectivo secundário e a incineração passa a ser a forma de eliminação.
A incineração apresenta algumas vantagens comparativamente com os AS:
- • Os resíduos são reduzidos a cinzas (um produto biologicamente estéril) que para os resíduos sólidos municipais é aproximadamente 10% do seu volume pré-queimado e 33% de seu peso pré-queimado.
- • Pode ser usada como fonte de baixo custo pois produz vapor utilizado posteriormente para: gerar energia eléctrica, aquecer processos industriais ou água quente para o aquecimento urbano, conservando os valiosos recursos energéticos primários.
- • É a melhor opção ambiental para muitos resíduos perigosos, tais como altamente inflamáveis, voláteis, tóxicos e resíduos infecciosos.
- • Pode ser normalmente realizada perto do ponto de recolha de resíduos. Sendo que o número de aterros sanitários próximos ao ponto de geração de resíduos é cada vez menor sendo necessário haver transporte de resíduos a longas distâncias.
- • Não produz metano, ao contrário do aterro. O metano é um gás que provoca o efeito estufa e contribui de maneira significativa para o aquecimento global.
- • Os resíduos das cinzas podem ser usados para recuperação de materiais ou como agregados secundários para a construção.
Contudo, também possui desvantagens em relação aos mesmos:
- • Geralmente há custos muito mais elevados e longos períodos de recuperação, devido ao elevado investimento de capital.
- • Há, por vezes, falta de flexibilidade na escolha de eliminação de resíduos, pois a incineração apenas é escolhida se o custo de capital elevado do incinerador for vinculado nos contratos de longo prazo.
- • O incinerador é projectado sobre a base de um certo valor calorífico dos resíduos. A remoção de materiais como papel e plástico para reciclagem pode reduzir o valor global calorífico dos resíduos e, consequentemente, pode afectar o desempenho do incinerador.
- • Apesar de incineradores modernos cumprir a legislação em vigor emissões há algum interesse público que os níveis emitidos ainda pode ter um efeito adverso sobre a saúde.
- • O processo de incineração produz ainda resíduos que precisam ser geridos.
- Processo de Incineração
Os elementos constituintes do método de tratamento denominado incineração são: o incinerador, os dispositivos e equipamentos de controlo, de registo e de vigilância, e os sistemas de alimentação de resíduos, de combustíveis, e de ar. Pode ter ou não a recuperação do calor produzido por combustão. Este processo baseia-se em processos térmicos, todos eles com o objectivo de reduzir os resíduos sólidos urbanos (RSU) transformando-os, quer em materiais inertes, quer em materiais e energia. Cerca de 80% do peso e 90% do volume é o resultado esperado deste processo. (Levy et al., 2006, p. 292)
A combustão é o processo mais generalizado da incineração que transforma os vários resíduos, sem tratamento prévio, em produtos sólidos, líquidos e gasosos, com libertação de energia sob a forma de calor. Esta energia é transmitida sob a forma de condução, convecção e radiação para o combustível de alimentação, para os resíduos e para o sistema de incineração e/ou armazenada nos resíduos da combustão. Em termos gasosos são emitidos, principalmente, , , , e e em termos sólidos, existe recuperação de cinzas. Outros gases, que não cumprem as condições de combustão completa ideais, são produzidos devido ás variações da quantidade dos elementos contidos nos RSU. A quantidade de oxigénio, , presente na combustão leva a: combustão estequiométrica, isto é, combustão completa; combustão com excesso de ar, ou seja, combustão completa com adição de ar; e, combustão com falta de ar, ou seja, gaseificação ou combustão incompleta. De forma a garantir uma combustão completa na incineração, é aplicado uma taxa de ar de 40% a 100% (consoante o tipo de RSU e o modelo do incinerador) superior às condições estequiométricas, devido às variações do poder calorífico dos resíduos. Sendo ainda possível aproveitar o excesso de ar na câmara de combustão para ajudar a satisfazer a regras dos três T: temperatura, turbulência e tempo. Isto é, a melhoria da mistura de RSU e a regularização da temperatura é devido ao excesso de ar presente.
A temperatura não deve ser menor que os 800ºC para evitar emissões de odores. Se for maior que 980ºC há uma diminuição das dioxinas, furanos e outras partículas orgânicas. O tempo necessário para haver combustão completa dos RSU depende essencialmente do tipo de forno. E, por fim, a turbulência garante uma oxidação homogénea e mais eficaz de todos os resíduos. (Levy et al., 2006, p. 293).
Figura 1 - Valores óptimos para os três T. (Fonte: Levy et al., 2006, p. 294)
- Poder calorífico dos RSU
O local onde o RSU é recolhido é uma condicionante para a sua constituição. Ou seja, numa zona residencial há uma maior frequência de embalagens e resíduos fermentáveis, enquanto que numa zona comercial o papel e o cartão são predominantes. Os RSU podem-se dividir em uma fracção combustível constituída por papel e cartão (materiais celulósicos) e uma fracção de produtos com elevado poder calorifico (plásticos, pneus e têxteis). A tabela 2 indica o poder calorífico de alguns materiais (Levy et al., 2006, p. 295).
Elementos como o carbono, o oxigénio, o azoto, o enxofre e o hidrogénio, são os principais constituintes do RSU. Cintudo têm também metais pesados na sua composição, como indica a tabela 3. (Levy et al., 2006, p. 295)
- Tipos de incineradores
Segundo Levy et al. (2006, p. 296) existem quatro tipos de incineradores com combustão por excesso de ar: forno ciclone, incinerador de leito fundido, incinerador com sistema de combustão em massa e incinerador com fornalhas múltiplas. Sendo que todos eles podem receber no seu sistema de alimentação RSU proveniente das recolhas, selectiva ou não, sem transformação prévia. Contudo, é importante salientar que a desidratação de RSU antes de se iniciar o processo é importante pois permite reduzir a quantidade de combustível necessário para manter a combustão.
Incineradores com sistema de combustão em massa. Possuidor de uma grelha móvel, este tipo de incinerador recebe RSU que são encaminhados para a fornalha e caindo as cinzas no final. Por baixo da grelha, o ar é injectado através da camada de RSU incandescente.
Incineradores de leito fundido. Após a fluidificação de uma camada de areia, com cerca de 75 cm de espessura, esta é aquecida para haver destruição dos RSU. Possuidor de um cilindro, com o 2,7m a 7,5m de diâmetro, onde é injectado o ar sob a forma de pressão (entre os 80 e os 135 Pa) nos vários tubos da base, fluidificando a areia e produzindo um aumento de 80 a 100%. A temperatura varia entre os 750ºC e os 900ºC, o que pode levar à introdução directa dos RSU na areia. As cinzas e os gases são evacuados pelo cimo do forno, onde há controlo de poluição do ar.