Dimensionamento de Estruturas Metálicas pelo EC3/O Eurocódigo 3
O objectivo da cadeira sobre Estruturas Metálicas ministrada no Instituto Superior Técnico, consiste em fornecer os conhecimentos necessários para o dimensionamento e a verificação da segurança de estruturas assimiláveis a um conjunto de pórticos planos, nomeadamente os edifícios industriais correntes.
Procura-se proporcionar uma familiarização com a filosofia, os fundamentos e a aplicação das disposições do Eurocódigo 3 (EC3), o qual entrou recentemente (2008) em vigor no nosso país com o estatuto de Norma Europeia (EN).
Após um período "experimental", que durará até 2011-2012, a utilização da versão definitiva do EC3 será obrigatória em todos os países da União Europeia.
O EC3 é constituído pelos seguintes 6 (17) documentos:
Parte 1.1 - Regras gerais e regras para edifícios
Parte 1.2 - Segurança ao fogo
Parte 1.3 - Elementos e chapas enformados a frio
Parte 1.4 - Aços Inoxidáveis
Parte 1.5 - Estruturas laminares (Chapas)
Parte 1.6 - Cascas
Parte 1.7 - Estruturas planas carregadas transversalmente
Parte 1.8 - Ligações
Parte 1.9 - Fadiga
Parte 1.10 - Tenacidade
Parte 1.11 - Estruturas com elementos traccionados
Parte 1.12 - Aços de alta resistência
Parte 2 - Pontes
Parte 3 - Torres, mastros e chaminés
Parte 4 - Reservatórios, silos e condutas
Parte 5 - Estacas
Parte 6 - Aparelhos de elevação
(as partes a bold são aquelas que irão ser estudadas no curso).
Também se apresentam alguns anexos do EC3 (ENV) os quais já não figuram na versão final da norma (EN).
Seguindo a própria lógica dos Eurocódigos, não se abordam disposições relativas a acções sísmicas, as quais estão incluídas no Eurocódigo 8.
Sistematização das disposições do EC3 relativos a pórticos planos
[editar | editar código-fonte]A utilização do EC3 para Dimensionar e Verificar a Segurança (DVS) de pórticos planos envolve o cumprimento sequencial de várias etapas que não se encontram explicita e/ou adequadamente identificadas no texto do EC3.
Identificam-se e descrevem-se sucintamente as várias etapas, definidas de modo a minimizar a interdependência entre elas. Em seguida abordam-se as várias etapas separadamente.
Para cada combinação de acções relevante, tem-se
- Classificação do pórtico
- Necessidade de considerar efeitos de 2ª ordem (estabelecer o equilíbrio na configuração deformada - não linearidade geométrica)
- Secção das barras (fenómenos de encurvadura local-paredes)
- Classe 1
- Classe 2
- Classe 3
- Classe 4
- Ligações
- Rigidez (análise elástica)
- Resistência (análise plástica)
- Consideração das imperfeições
- Imperfeições Globais (do pórtico)
- Imperfeições locais (das barras)
- Forças equivalentes ás imperfeições
- Escolha do método de análise global
- Análise elástica
- Análise plástica
- Análise rígido-plástica
- Análise elástica-perfeitamente elástica
- Análise elasto-plástica (espalhamento plástico)
- Cálculo dos esforços de dimensionamento
- Análise de 1º ordem (geometricamente linear)
- Análise de 2ª ordem (geometricamente não-linear)(várias possibilidades)
- Estabilidade do Pórtico
- Escolha e cálculo dos comprimentos de encurvadura das barras comprimidas
- Verificação da segurança das barras
- Tensões directas (secções)
- Fenómenos de instabilidade (barra ou troço de barra)
- Outros fenómenos
- Verificação da segurança das ligações
- Ligações aparafusadas
- Parafuso
- Tracção
- Corte
- Corte + tracção
- Conjuntos de parafusos
- Parafuso
- Ligações soldadas - diversos tipos de cordões de soldadura
- Ligações mistas - parafusos + cordões de soldadura
- Ligações aparafusadas
- Verificação da deformabilidade do pórtico
- Estados Limites de Utilização
- Deslocamentos
- Vibrações
- Estados Limites de Utilização
No caso de combinações de acções sísmicas, é ainda necessário satisfazer as disposições do EC8.
Esquematicamente podemos representar o acima exposto como