Dicionário Brasileiro de Linguagem Jurídica/Anexos/Glossário Brasileiro de Princípios do Direito
Este Glossário Brasileiro de Princípios do Direito reúne facilmente os fundamentos basilares que orientam a aplicação das normas jurídicas, as decisões judiciais e a interpretação das leis no país. Cada princípio jurídico representa um valor central que norteia a prática jurídica e assegura que a aplicação do Direito esteja alinhada com a justiça, a equidade e a proteção dos direitos fundamentais. Esta coletânea visa fornecer um recurso abrangente e detalhado sobre os principais conceitos que estruturam o ordenamento jurídico brasileiro, tanto em suas dimensões teóricas quanto em suas aplicações práticas.
A elaboração deste glossário encontra-se amparada em doutrinas fundamentais, como Teoria dos Princípios de Humberto Ávila (2004)[1], que discute a estrutura dos princípios jurídicos e a sua aplicação, analisando cada um com profundidade. Ávila apresenta os princípios como normas de otimização, ou seja, diretrizes que devem ser aplicadas na máxima extensão possível e que servem para guiar o sistema jurídico em busca de resultados justos. O glossário também se apoia em obras de referência do Direito Constitucional, como Curso de Direito Constitucional Positivo de José Afonso da Silva (2008)[2], que explora o papel dos princípios constitucionais na formação e na interpretação das normas constitucionais, enfatizando a relevância de princípios como a dignidade da pessoa humana e o devido processo legal na preservação dos direitos fundamentais.
Além disso, conceitos fundamentais do Direito Administrativo e Civil são explorados através de obras como Direito Administrativo Brasileiro de Hely Lopes Meirelles (2014)[3], que detalha os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência na administração pública, evidenciando a função desses princípios na promoção de uma administração pública ética e transparente. No Direito Civil, Maria Helena Diniz, em Curso de Direito Civil Brasileiro (2014)[4], aborda os princípios da boa-fé, da função social do contrato e da autonomia privada, que orientam as relações privadas e garantem que estas sejam equilibradas e justas, sempre respeitando a liberdade das partes contratantes.
Por fim, este glossário oferece uma visão completa dos princípios jurídicos brasileiros, reconhecendo a importância de cada um na construção e no funcionamento do sistema legal do país. A abordagem didática e sistemática pretende fornecer aos estudantes, advogados e operadores do Direito um recurso acessível e confiável, que não apenas descreve cada princípio, mas também esclarece a sua aplicação concreta no contexto jurídico brasileiro. Dessa forma, este glossário não é apenas uma listagem, mas um guia prático que promove a compreensão aprofundada do papel e da função dos princípios no Direito Brasileiro, contribuindo para uma prática jurídica mais ética e fundamentada.
Adaptação de Normas Estrangeiras
[editar | editar código-fonte]Permite que normas estrangeiras sejam aplicadas no Brasil, desde que adaptadas ao contexto jurídico brasileiro.
Adequação do Meio Probatório
[editar | editar código-fonte]Exige que o meio de prova seja apropriado e pertinente ao caso em questão, visando garantir a efetividade e economia processual.
Ampla Reparação do Dano Ambiental
[editar | editar código-fonte]Obriga o causador do dano ambiental a repará-lo integralmente, restaurando o meio ambiente ao estado anterior.
Anterioridade Tributária
[editar | editar código-fonte]Prevê que a lei que cria ou aumenta tributo só pode entrar em vigor no ano seguinte.
Anterioridade Tributária
[editar | editar código-fonte]Nenhum tributo pode ser cobrado antes de transcorridos 90 dias da publicação da lei que o instituiu.
Autenticidade Documental
[editar | editar código-fonte]No Direito Administrativo e Processual, exige que documentos apresentados sejam autênticos e confiáveis.
Autonomia da Vítima
[editar | editar código-fonte]No processo penal, confere direitos e garantias à vítima, assegurando sua participação no processo.
Autonomia da Vontade
[editar | editar código-fonte]Permite que as partes envolvidas em contratos estabeleçam suas próprias cláusulas, desde que não contrariem normas de ordem pública ou a moralidade.
Autonomia Municipal
[editar | editar código-fonte]Garante a independência dos municípios para legislar e administrar, respeitando a Constituição.
Autonomia Privada
[editar | editar código-fonte]As partes são livres para contratar, desde que respeitem os limites da lei.
Autonomia Universitária
[editar | editar código-fonte]Garante que as universidades tenham liberdade para gerir suas atividades administrativas e acadêmicas.
Autotutela Administrativa
[editar | editar código-fonte]Confere à administração pública o poder de revisar seus próprios atos, anulando-os ou revogando-os quando ilegais ou inconvenientes.
Boa-Fé Objetiva
[editar | editar código-fonte]As partes devem agir com honestidade e lealdade em suas relações. Impõe que as partes de uma relação jurídica ajam de maneira honesta e cooperativa, buscando a realização dos interesses comuns.
Capacidade Contributiva
[editar | editar código-fonte]No Direito Tributário, determina que os tributos devem ser cobrados conforme a capacidade financeira do contribuinte.
Celeridade Processual
[editar | editar código-fonte]Assegura que os processos judiciais sejam conduzidos de maneira célere, evitando atrasos indevidos.
Compatibilidade Federativa
[editar | editar código-fonte]Obriga que leis estaduais e municipais respeitem a Constituição Federal e as normas gerais da União.
Compromisso com o Desenvolvimento Sustentável
[editar | editar código-fonte]Define que políticas públicas devem considerar a preservação do meio ambiente e o uso sustentável dos recursos.
Conciliação
[editar | editar código-fonte]Estimula a busca de acordos e conciliações entre as partes antes de recorrer ao processo judicial.
Condição Mais Benéfica
[editar | editar código-fonte]Aplicam-se as condições mais vantajosas ao trabalhador.
Confiança
[editar | editar código-fonte]Estabelece que o cidadão tem o direito de confiar nos atos e nas promessas do Estado, protegendo expectativas legítimas.
Confidencialidade
[editar | editar código-fonte]Garante que informações sensíveis sejam mantidas em sigilo, especialmente em contratos e relações privadas.
Consensualidade
[editar | editar código-fonte]No Direito Administrativo, incentiva o acordo entre administração pública e cidadãos, promovendo soluções negociadas.
Continuidade da Prestação dos Serviços Públicos
[editar | editar código-fonte]Exige que a Administração Pública mantenha a prestação de serviços essenciais ininterruptamente.
Continuidade da Relação de Emprego
[editar | editar código-fonte]Presume-se que o contrato de trabalho é por prazo indeterminado.
Continuidade do Serviço Público
[editar | editar código-fonte]Determina que os serviços públicos devem ser prestados de forma contínua, sem interrupções desnecessárias.
Continuidade dos Serviços Públicos
[editar | editar código-fonte]Exige que os serviços públicos essenciais sejam prestados de forma contínua, sem interrupções injustificadas, garantindo o bem-estar da população.
Contraditório Diferido
[editar | editar código-fonte]Permite que o contraditório seja exercido após a prática do ato, especialmente em medidas urgentes.
Contraditório e Ampla Defesa
[editar | editar código-fonte]Garantia processual que assegura aos acusados o direito de defesa e de se manifestar sobre as provas contra si apresentadas. Está no artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal.
Contraditório Formal
[editar | editar código-fonte]Exige que cada ato no processo seja comunicado à outra parte, permitindo a resposta e a defesa.
Controle de Constitucionalidade
[editar | editar código-fonte]Permite que normas inconstitucionais sejam declaradas inválidas, preservando a ordem constitucional.
Controle Judicial dos Atos Administrativos
[editar | editar código-fonte]Permite que o Judiciário controle a legalidade dos atos da administração pública.
Convivência Pacífica Internacional
[editar | editar código-fonte]Garante que o Brasil mantenha relações pacíficas e respeitosas com outros países, conforme a Constituição.
Decisão Vinculante
[editar | editar código-fonte]As decisões dos tribunais superiores, quando estabelecidas como precedentes vinculantes, devem ser observadas nas instâncias inferiores.
Desenvolvimento Econômico e Social
[editar | editar código-fonte]Orienta políticas públicas para que promovam crescimento econômico e bem-estar social de maneira equilibrada.
Devido Processo Legal
[editar | editar código-fonte]Prevê que nenhum cidadão será privado de seus bens, direitos ou liberdade sem o respeito ao devido processo legal, incluindo todas as etapas e garantias processuais. Está garantido pelo artigo 5º, inciso LIV, da Constituição.
Dignidade da Pessoa Humana
[editar | editar código-fonte]- Significado: A dignidade é o valor fundamental e base para todos os direitos humanos. É o fundamento da República e está no artigo 1º, inciso III, da Constituição. Garante que todos os direitos e deveres devem respeitar a dignidade da pessoa, protegendo o ser humano contra qualquer tipo de tratamento degradante..[5]
- Justificação: Previsto no art. 1º, III, da CF/88, e reconhecido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos.
- Exemplo: Decisão judicial que garante tratamento médico a um cidadão sem recursos, mesmo em falta de previsão orçamentária.
Dignidade Humana no Ambiente de Trabalho
[editar | editar código-fonte]Estabelece que o ambiente de trabalho deve respeitar a dignidade e a integridade moral e física do trabalhador.
Direito de Petição
[editar | editar código-fonte]Assegura que qualquer cidadão possa solicitar a tutela de seus direitos perante o Judiciário ou Administração Pública.
Distinção entre Direito e Moral
[editar | editar código-fonte]Defende a independência entre normas jurídicas e princípios morais, reconhecendo a autonomia do Direito.
Dominus Litis
[editar | editar código-fonte]Estabelece que o Ministério Público tem o controle da ação penal pública, cabendo-lhe a decisão de iniciar, manter ou interromper o processo penal.
Duração Razoável do Processo
[editar | editar código-fonte]Garante que processos judiciais sejam concluídos em um tempo razoável, assegurando justiça célere.
Economia Processual
[editar | editar código-fonte]Busca a eficiência no processo judicial, evitando atos desnecessários e otimizando recursos.
Efetividade da Jurisdição
[editar | editar código-fonte]Garante que a decisão judicial tenha efeitos práticos, promovendo a realização do direito material.
Eficiência
[editar | editar código-fonte]Estabelece que a Administração Pública deve agir de forma eficiente e efetiva, obtendo os melhores resultados com os menores recursos, conforme o artigo 37 da Constituição. O Estado deve buscar a melhor relação custo-benefício em suas ações.
Em Dúvida a Favor do Trabalhador (In Dubio Pro Operario)
[editar | editar código-fonte]No Direito do Trabalho, em caso de dúvida, a decisão deve favorecer o trabalhador.
Em Dúvida a Favor do Réu (In Dubio Pro Reo)
[editar | editar código-fonte]No Direito Penal, garante que, em caso de dúvida, a decisão favoreça o réu, evitando condenações injustas.
Enriquecimento Sem Causa
[editar | editar código-fonte]Ninguém pode obter vantagem injustificada à custa de outro. Impede que uma das partes enriqueça indevidamente em detrimento de outra, sem justificativa, aplicável em contratos e relações obrigacionais e em diversas áreas do Direito.
Equidade
[editar | editar código-fonte]Permite que o julgador decida com base no senso de justiça e igualdade, adaptando a decisão ao caso concreto.
Equidade
[editar | editar código-fonte]Permite que o juiz utilize critérios de justiça e razoabilidade para adaptar a norma ao caso concreto.
Especialidade da Lei Penal
[editar | editar código-fonte]A lei especial prevalece sobre a lei geral, aplicando-se preferencialmente aos casos específicos.
Estado de Direito
[editar | editar código-fonte]Baseia-se na ideia de que todos, inclusive o Estado, estão sujeitos às leis, garantindo o controle dos poderes e a proteção dos direitos individuais.
Exclusividade da Lei Penal
[editar | editar código-fonte]Apenas a lei pode definir condutas como crimes e estipular penas.
Favor Legis
[editar | editar código-fonte]Em caso de ambiguidade ou lacuna, a interpretação das leis deve favorecer o cumprimento da legislação.
Favor Rei
[editar | editar código-fonte]No Direito Penal, beneficia o réu em caso de dúvida, aplicando a interpretação mais favorável.
Fidedignidade Documental
[editar | editar código-fonte]Estabelece que documentos apresentados devem refletir a verdade, sendo vedadas falsificações e manipulações.
Função Social da Propriedade
[editar | editar código-fonte]Disposto no artigo 5º, inciso XXIII, da Constituição, estabelece que a propriedade deve cumprir uma função social, atendendo às necessidades da sociedade e não apenas ao interesse individual. Obriga que a propriedade seja usada de forma a beneficiar a sociedade e não apenas o interesse particular do proprietário.
Função Social do Contrato
[editar | editar código-fonte]Os contratos devem atender ao interesse social e coletivo. Assegura que contratos atendam não só aos interesses das partes, mas também ao bem-estar social.
Gratuidade da Justiça para Necessitados
[editar | editar código-fonte]Assegura o acesso à justiça gratuitamente para quem não tem condições de arcar com as custas processuais.
Humanidade
[editar | editar código-fonte]A aplicação da pena deve respeitar a dignidade e os direitos humanos.
Igualdade (Isonomia)
[editar | editar código-fonte]Garante que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, assegurando-se direitos e obrigações aos cidadãos de forma equitativa. Baseia-se no artigo 5º, caput, da Constituição.
Igualdade Contratual
[editar | editar código-fonte]As partes em uma relação contratual devem estar em condições de igualdade.
Igualdade de Acesso ao Poder Judiciário
[editar | editar código-fonte]Assegura que todos, sem distinção, tenham acesso ao Judiciário para a proteção de seus direitos.
Igualdade Tributária
[editar | editar código-fonte]Garante que contribuintes em situações idênticas sejam tratados de forma igual no pagamento de tributos.
Imparcialidade
[editar | editar código-fonte]Impõe que o juiz ou a autoridade responsável por decidir o caso aja sem favoritismos, com neutralidade.
Imparcialidade do Julgador
[editar | editar código-fonte]Determina que o juiz deve ser neutro e imparcial, julgando apenas com base nos autos e nas leis aplicáveis.
Impessoalidade nas Contratações Públicas
[editar | editar código-fonte]Garante igualdade de condições para todos os concorrentes, sem favorecimentos.
Inafastabilidade da Jurisdição
[editar | editar código-fonte]Estabelece que nenhuma lesão ou ameaça a direito será excluída da apreciação do Poder Judiciário.
Inalterabilidade Contratual Lesiva
[editar | editar código-fonte]Alterações contratuais não podem prejudicar o trabalhador.
Independência dos Poderes
[editar | editar código-fonte]Baseia-se na separação dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, garantindo que cada poder atue sem interferência dos demais.
Independência Funcional do Ministério Público
[editar | editar código-fonte]Assegura que os membros do Ministério Público atuem de forma independente, sem interferências externas.
Individualização da Pena
[editar | editar código-fonte]Prevê que a pena deve ser adequada ao crime cometido e às circunstâncias do caso concreto, considerando as especificidades do condenado. Presente no artigo 5º, inciso XLVI, da Constituição. A pena deve ser adequada ao caso concreto e ao réu.
Indivisibilidade da Ação Penal Pública
[editar | editar código-fonte]A ação penal pública não pode ser fracionada, devendo abranger todos os autores de um mesmo crime.
Informação Clara e Adequada
[editar | editar código-fonte]No Direito do Consumidor, assegura que o consumidor receba informações precisas sobre produtos e serviços, permitindo decisões informadas.
Inocência (ou Presunção de Inocência)
[editar | editar código-fonte]Assegura que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, disposto no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal.
Insignificância
[editar | editar código-fonte]A conduta que não causa lesão significativa ao bem jurídico não deve ser considerada crime.
Intangibilidade Salarial
[editar | editar código-fonte]Os salários não podem ser reduzidos, salvo exceções legais.
Interpretação mais Favorável ao Consumidor
[editar | editar código-fonte]No Direito do Consumidor, em caso de dúvidas na interpretação de cláusulas contratuais, deve prevalecer a interpretação mais favorável ao consumidor.
Intervenção Mínima
[editar | editar código-fonte]O Direito Penal deve ser utilizado apenas como último recurso. Na prática, limita a criminalização às condutas que não podem ser resolvidas por outros meios que não a pena.
Intranscendência da Pena
[editar | editar código-fonte]Assegura que a pena não ultrapasse a pessoa do condenado, evitando que terceiros sejam penalizados pelas ações de outrem.
Inviolabilidade da Intimidade e Privacidade
[editar | editar código-fonte]Protege a vida privada, a intimidade, a honra e a imagem das pessoas, conforme o artigo 5º, inciso X, da Constituição.
Irretroatividade da Lei Penal
[editar | editar código-fonte]Estabelece que a lei penal não retroage, exceto para beneficiar o réu, protegendo contra mudanças legislativas desfavoráveis. Encontrado no artigo 5º, inciso XL, da Constituição.
Irretroatividade da Lei Penal Mais Gravosa
[editar | editar código-fonte]Uma lei penal não pode retroagir para prejudicar o réu.
Irrenunciabilidade de Direitos
[editar | editar código-fonte]O trabalhador não pode abrir mão de direitos trabalhistas.
Isonomia Fiscal
[editar | editar código-fonte]Estabelece que tributos devem ser aplicados sem discriminação entre contribuintes em situações idênticas.
Juiz Natural
[editar | editar código-fonte]Garante que ninguém será julgado por tribunal ou juiz de exceção, assegurando o julgamento por um juiz competente e previamente estabelecido.
Juízo Imediato
[editar | editar código-fonte]No Direito Processual, garante que os atos do processo sejam executados na ordem correta e tempestivamente.
Juízo Natural
[editar | editar código-fonte]Estabelece que ninguém pode ser processado ou julgado por um tribunal de exceção ou “ad hoc”; o julgamento deve ocorrer em tribunal legal e imparcial.
Jus Postulandi
[editar | editar código-fonte]No Direito Processual do Trabalho, permite que as partes atuem sem a necessidade de advogado em algumas ações trabalhistas.
Justiça Distributiva
[editar | editar código-fonte]Prevê que os benefícios e encargos sejam distribuídos de maneira justa, com foco no bem-estar coletivo.
Justiça Social
[editar | editar código-fonte]Visa promover a distribuição justa de recursos e oportunidades na sociedade, buscando reduzir as desigualdades sociais.
Lealdade Processual
[editar | editar código-fonte]Impõe que as partes ajam de forma leal e ética durante o processo.
Lealdade Processual
[editar | editar código-fonte]As partes devem agir de forma honesta e ética durante o processo judicial, evitando manobras desleais.
Legalidade
[editar | editar código-fonte]- Significado: Estabelece que nenhum ato pode ser considerado crime e nenhuma pena pode ser aplicada sem que haja uma lei prévia que os defina. Está disposto no artigo 5º, inciso II, da Constituição Federal. Todos os atos do Estado e dos indivíduos devem obedecer à lei.[6]
- Justificação: Previsto no art. 5º, II, da CF/88 e reforçado pelo Código Penal Brasileiro.
- Exemplo: A anulação de uma multa aplicada por autoridade pública sem previsão legal específica.
Legalidade Penal
[editar | editar código-fonte]Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
Licitude da Prova
[editar | editar código-fonte]Estabelece que apenas provas obtidas por meios lícitos são admissíveis em processos judiciais.
Livre Convencimento Motivado
[editar | editar código-fonte]Permite que o juiz forme sua convicção com base nas provas dos autos, desde que motive sua decisão.
Moralidade
[editar | editar código-fonte]Aplicável especialmente no Direito Administrativo, exige que o exercício das funções públicas respeite a ética e os princípios morais. Está no artigo 37 da Constituição.
Moralidade Administrativa
[editar | editar código-fonte]O Princípio da Moralidade Administrativa é um dos pilares que regem a atuação da Administração Pública no Brasil, previsto no art. 37, caput, da Constituição Federal de 1988. Ele exige que todos os atos praticados pelos agentes públicos não apenas respeitem a lei (princípio da legalidade), mas também observem padrões éticos, de honestidade e probidade, garantindo que as decisões sejam moralmente corretas e compatíveis com os valores da sociedade.
Esse princípio transcende a mera conformidade legal, abordando a conduta ética e a integridade dos atos administrativos. Assim, um ato administrativo pode ser anulado ou considerado inválido caso seja praticado de forma imoral, mesmo que não haja ilegalidade formal.
Moralidade Institucional
[editar | editar código-fonte]Uma extensão do Princípio da Moralidade Administrativa, previsto no art. 37, caput, da Constituição Federal de 1988, mas com ênfase nas práticas e condutas internas das instituições públicas. Ele exige que a administração pública, no desempenho de suas funções, aja não apenas de acordo com a legalidade, mas também com padrões éticos que garantam o respeito aos valores da probidade, honestidade e justiça.
Esse princípio é aplicado para assegurar que as instituições não adotem práticas ou decisões que, embora formalmente legais, contrariem a moralidade ou a ética social. Ele reflete a ideia de que a legitimidade das ações administrativas vai além do cumprimento da lei, exigindo que as instituições ajam de forma a preservar a confiança da sociedade.
Motivação dos Atos Administrativos
[editar | editar código-fonte]Determina que todos os atos administrativos devem ser fundamentados, justificando as razões que levaram à decisão.
Mutabilidade Contratual
[editar | editar código-fonte]Permite que contratos sejam revistos em situações excepcionais, como em casos de onerosidade excessiva.
Não Enriquecimento pelo Malfeito (Non Olet)
[editar | editar código-fonte]Determina que ninguém deve lucrar com um ato ilícito ou imoral.
Não-Culpabilidade (ou Estado de Inocência)
[editar | editar código-fonte]Assegura que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Não-Retrocesso Social
[editar | editar código-fonte]Protege as conquistas sociais ou trabalhistas já alcançadas, proibindo medidas que reduzam direitos fundamentais sociais. Direitos trabalhistas já conquistados não podem ser reduzidos ou suprimidos.
Neutralidade Tributária
[editar | editar código-fonte]Impõe que a tributação não interfira excessivamente na economia, respeitando o desenvolvimento sustentável.
Non Bis in Idem (Ne Bis in Idem)
[editar | editar código-fonte]Estabelece que ninguém deve ser julgado ou punido duas vezes pelo mesmo fato.
Non Olet
[editar | editar código-fonte]No Direito Tributário, estabelece que a origem do dinheiro não importa para fins de tributação; o imposto incide independentemente de sua procedência.
Obrigatoriedade da Prova Pericial
[editar | editar código-fonte]Exige que, em alguns casos, sejam realizadas provas periciais para garantir uma decisão justa e precisa.
Ordem Cronológica de Julgamento
[editar | editar código-fonte]Estabelece que os processos devem ser julgados conforme a ordem em que foram distribuídos, salvo exceções legais.
Parcialidade Relativa
[editar | editar código-fonte]Em casos de conflito entre normas ou interesses, permite ao juiz adotar um posicionamento balanceado.
Personalidade da Pena
[editar | editar código-fonte]Estabelece que a pena deve ser aplicada somente ao infrator, respeitando sua individualidade.
Plena Reparação
[editar | editar código-fonte]Garante que o dano causado por ato ilícito seja integralmente reparado.
Ponderação
[editar | editar código-fonte]Permite que princípios conflituosos sejam equilibrados para garantir a justiça no caso concreto.
Ponderação de Interesses
[editar | editar código-fonte]Utilizado em casos de conflito entre princípios, permite a ponderação de valores para garantir uma decisão equilibrada.
Precaução
[editar | editar código-fonte]Usado no Direito Ambiental, impõe que se evitem danos ambientais graves ou irreversíveis, mesmo na ausência de certeza científica.
Preservação da Empresa
[editar | editar código-fonte]No Direito Empresarial, incentiva a manutenção da atividade empresarial em casos de recuperação judicial.
Preservação dos Valores Familiares
[editar | editar código-fonte]Reconhece a importância da família e da proteção aos seus valores na sociedade.
Presunção de Inocência
[editar | editar código-fonte]Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
Prevenção
[editar | editar código-fonte]Prevê que devem ser adotadas medidas antecipadas para evitar a ocorrência de danos, especialmente em questões ambientais.
Primazia da Realidade
[editar | editar código-fonte]No Direito do Trabalho, determina que a realidade dos fatos prevaleça sobre documentos ou formalidades, protegendo os trabalhadores.
Proibição de Proteção Deficiente
[editar | editar código-fonte]Exige que o Estado garanta um nível mínimo de proteção aos direitos fundamentais, evitando uma proteção inadequada.
Proibição de Provas Ilícitas
[editar | editar código-fonte]Proíbe o uso de provas obtidas por meios ilegais em qualquer fase do processo.
Proporcionalidade
[editar | editar código-fonte]Determina que as ações do Estado devem ser proporcionais, ou seja, a intervenção estatal deve ser equilibrada, sem excessos, e adequada ao objetivo buscado.
Proporcionalidade do Tempo (Pro Rata Temporis)
[editar | editar código-fonte]Assegura que direitos ou obrigações sejam ajustados proporcionalmente ao tempo de exercício ou cumprimento.
Proporcionalidade Tributária
[editar | editar código-fonte]A tributação deve ser proporcional à base de cálculo, evitando excessos e injustiças.
Proporcionalidade das Medidas Restritivas
[editar | editar código-fonte]Exige que medidas restritivas aos direitos fundamentais sejam proporcionais ao objetivo buscado.
Proteção
[editar | editar código-fonte]Visa equilibrar a relação entre empregador e empregado, protegendo o trabalhador.
Proteção à Criança e ao Adolescente
[editar | editar código-fonte]Determina que todos os direitos devem considerar prioritariamente o melhor interesse da criança e do adolescente.
Proteção ao Consumidor
[editar | editar código-fonte]Baseado no Código de Defesa do Consumidor, garante a proteção dos direitos dos consumidores.
Proteção Judicial Efetiva
[editar | editar código-fonte]Garante que o direito de ação seja assegurado de forma a permitir que o cidadão tenha seu direito efetivamente tutelado.
Publicidade das Finanças Públicas
[editar | editar código-fonte]Garante transparência no uso de recursos públicos, permitindo controle social.
Publicidade dos Atos da Administração
[editar | editar código-fonte]Os atos administrativos e judiciais devem ser públicos, salvo exceções previstas em lei. Exige transparência nos atos administrativos, assegurando acesso à informação.
Publicidade dos Atos Processuais
[editar | editar código-fonte]Prevê que os atos processuais sejam públicos, salvo exceções previstas em lei, como por exemplo: casos de sigilo para proteger interesses maiores.
Razão Suficiente
[editar | editar código-fonte]Exige que qualquer decisão jurídica tenha uma justificativa sólida, promovendo a clareza e a lógica na aplicação do direito.
Razoabilidade
[editar | editar código-fonte]Exige que as normas e ações estatais sejam lógicas e sensatas, evitando abusos. Relaciona-se com a proporcionalidade e ajuda a garantir decisões justas.
Razoabilidade das Penas
[editar | editar código-fonte]Assegura que as penas sejam proporcionais ao delito cometido, sem excessos.
Reserva de Jurisdição
[editar | editar código-fonte]Determina que apenas o juiz competente pode autorizar certas medidas restritivas, como interceptações telefônicas.
Reserva Legal em Matéria Tributária
[editar | editar código-fonte]Garante que só lei pode instituir tributos, vedando a criação por atos infra legais.
Responsabilidade Fiscal
[editar | editar código-fonte]Obriga o poder público a agir com responsabilidade financeira e fiscal, evitando gastos que comprometam a estabilidade das contas públicas.
Responsabilidade Objetiva do Estado
[editar | editar código-fonte]O Estado responde pelos danos causados por seus agentes, independentemente de culpa.
Responsabilidade Objetiva do Estado
[editar | editar código-fonte]Determina que o Estado é responsável pelos danos causados por seus agentes a terceiros, independentemente de dolo ou culpa.
Segurança Jurídica
[editar | editar código-fonte]Garante estabilidade, previsibilidade e confiança nas decisões e normas jurídicas, evitando mudanças arbitrárias que prejudiquem os cidadãos.
Segurança Jurídica nas Relações Comerciais
[editar | editar código-fonte]Assegura previsibilidade e estabilidade nas normas comerciais para promover a confiança entre os agentes econômicos.
Separação dos Poderes
[editar | editar código-fonte]Os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário são independentes e harmônicos.
Separação entre Igreja e Estado
[editar | editar código-fonte]Estabelece a laicidade do Estado, garantindo que as decisões públicas sejam livres de influência religiosa.
Sigilo das Informações Bancárias
[editar | editar código-fonte]Protege a privacidade das informações bancárias, exigindo autorização judicial para acesso.
Sigilo Fiscal e Bancário
[editar | editar código-fonte]Protege a privacidade de informações fiscais e bancárias dos cidadãos.
Soberania Nacional
[editar | editar código-fonte]Afirma a autoridade suprema do Estado brasileiro dentro de seu território, respeitando a Constituição.
Solidariedade
[editar | editar código-fonte]As relações privadas devem ser regidas pela cooperação e solidariedade.
Solidariedade Social
[editar | editar código-fonte]Obriga o Estado e os cidadãos a agirem em benefício do bem comum, promovendo a justiça social e o bem-estar coletivo.
Subsidiariedade
[editar | editar código-fonte]Estabelece que o Estado só deve intervir quando a iniciativa privada ou a comunidade não puderem resolver a questão.
Subsidiariedade da Intervenção Estatal
[editar | editar código-fonte]Defende que o Estado deve intervir na vida privada apenas quando estritamente necessário para assegurar direitos e garantias.
Supremacia da Constituição
[editar | editar código-fonte]- Significado: A Constituição é a norma suprema, norma máxima e fundamental do ordenamento jurídico, devendo ser respeitada por todas as outras normas e atos.
- Justificação: Baseado no art. 1º da CF/88, que define a República Federativa do Brasil como um Estado Democrático de Direito.
- Exemplo: A declaração de inconstitucionalidade de uma lei estadual que contraria normas constitucionais.[7]
Supremacia do Interesse Público
[editar | editar código-fonte]Prevê que, nos casos de conflito, o interesse público prevaleça sobre o interesse privado.
Territorialidade
[editar | editar código-fonte]Determina que a lei brasileira aplica-se a fatos ocorridos no território nacional, salvo exceções previstas.
Territorialidade Restrita
[editar | editar código-fonte]Permite a aplicação da lei brasileira fora do território nacional, em casos específicos, como crimes contra a ordem pública brasileira.
Tipicidade
[editar | editar código-fonte]Requer que os tipos penais sejam claros e previamente estabelecidos, evitando interpretações arbitrárias.
Transparência (ou Publicidade)
[editar | editar código-fonte]Garante que os atos administrativos sejam de conhecimento público, promovendo transparência e possibilitando o controle social sobre a atuação do Estado.
Unidade da Constituição
[editar | editar código-fonte]Estabelece que a Constituição deve ser interpretada de forma harmônica, evitando contradições entre seus dispositivos.
Vedação à Denegação de Justiça
[editar | editar código-fonte]Estabelece que o Judiciário não pode se recusar a julgar, seja pela falta de normas aplicáveis ou por omissões legislativas.
Vedação ao Bis in Idem
[editar | editar código-fonte]Proíbe a aplicação de duas penas ou sanções sobre a mesma infração.
Vedação ao Confisco
[editar | editar código-fonte]Garante que tributos não sejam utilizados com efeito de confisco, respeitando os direitos de propriedade.
Vedação ao Prejuízo Excessivo
[editar | editar código-fonte]Garante que nenhuma das partes em uma relação jurídica sofra prejuízo excessivo, especialmente em contratos.
Vedação ao Retrocesso Social
[editar | editar código-fonte]Assegura que direitos sociais adquiridos não sejam revogados ou enfraquecidos, mantendo um patamar mínimo de proteção social.
Vedação da Autotutela
[editar | editar código-fonte]Proíbe a justiça pelas próprias mãos, garantindo que conflitos sejam resolvidos pelo Judiciário.
Vedação de Confisco Tributário
[editar | editar código-fonte]Impede que a cobrança de tributos seja tão elevada a ponto de configurar confisco de bens.
Referências Bibliográficas
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