Design de Mídias Participativas/Fundamentação Teórica/Cauda Longa/Do Mercado de Massa para o Mercado de Nichos

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A Teoria da Cauda Longa apresenta o seguinte cenário: Nossa cultura está progressivamente deixando de se limitar aos hits, pouco numerosos, no topo da curva de demanda, e passando a incluir também uma enorme variedade cultural que surge dos mais diversos nichos, a parte inferior da curva, que forma uma cauda. Esse movimento acontece graças a um novo cenário tecnológico e econômico onde a produção e distribuição de produtos de todo tipo é cada vez mais acessível a todos, e grandes empresas conseguem garantir seu lucro trabalhando com o mercado de nichos.


Seis temas da era da Cauda Longa:[editar | editar código-fonte]

  1. Em todos os mercados, há muito mais nichos do que hits. E essa desproporção aumenta à medida em que as ferramenta de produção se tornam mais acessíveis.
  2. Os custos para atingir esses nichos estão caindo drasticamente, graças a distribuição digital, tecnologias de busca e outros fatores. Hoje é economicamente viável oferecer uma grande variedade de produtos
  3. Os consumidores devem dispor de maneiras para encontrar os nichos que atendem seus interesses particulares - recomendações, classificações e outras ferramentas são essenciais para impulsionar a demanda ao longo da cauda.
  4. Quando se conjugam a expansão de variedades e a eficácia dos filtros de seleção a cauda da demanda se torna cada vez mais horizontal e longa, diminuindo a popularidade dos hits e aumentando a dos nichos.
  5. Todos os nichos, em conjunto, compõem um mercado tão grande quanto o dos hits, se não maior.
  6. Com a livre atuação desses fatores, a forma natural da curva da demanda se revela, mostrando que é muito menos influenciada pelos hits do que supunhamos. Ao contrário, é tão diversificada quanto a própria população.

A Cauda Longa é cultura sem os filtros da escassez econômica.

As três forças da Cauda Longa[editar | editar código-fonte]

1. Democratização das ferramentas de produção: O principal exemplo é o Computador pessoal, que deu a milhões a capacidade de produção antes restrita a uma elite minúscula. O resultado é que a quantidade de conteúdo disponível hoje está crescendo mais rápido do que em nenhuma outra época. Essa é a força que aumenta o tamanho da cauda. Espichando-a para a direita.

Desdobramentos: Produção colaborativa, economia da reputação, auto-editoração, arquitetura da participação.

2. Democratização das ferramentas de distribuição: O PC transformou todos em produtores, mas foi a Internet que nos converteu em distribuidores. O custo da distribuição via internet é absurdamente menor do que o que se gastava com aviões, caminhões, depósitos e prateleiras. Mesmo para bens físicos a Internet diminuiu o custo para alcançar o consumidor. isso aumenta efetivamente a liquidez no mercado da Cauda, o que se traduz em mais consumo, elevando o nível da linha de vendas e ampliando a área sob a curva. Desdobramentos: Agregadores, custo de distribuição de bens digitais x materiais, estoque sobre encomenda, eliminação dos estoques

3. Ligação entre oferta e demanda: Os consumidores precisam ser apresentados aos bens de nicho agora disponíveis. Esse trabalho pode ser realizado por ferramentas de busca, recomendações identificadas por softwares inteligentes ou propaganda boca a boca através de blogs e resenhas de clientes. Tudo isso diminui o “custo de busca” para encontrar algo que satisfaça o interesse específico do cliente. O resultado é o deslocamento dos negócios da área de hits para a dos nichos. Desdobramentos: novos formadores de preferência, inteligência coletiva, regras de filtragem, quantidade x qualidade x gosto.