Civilizações da Antiguidade/A Macedônia
Segundo estudos arqueológicos, os antepassados dos macedônios se situam no começo da Idade do Bronze.
A partir do ano 700 a.C., o povo denominado macedônio emigrou para o leste, a partir de sua terra
natal às margens do rio Aliakmón. Aiges foi a capital do reino que, com Amintas I, se estendeu além do rio Axión até à Península de Calcídica.
Localização geográfica
[editar | editar código-fonte]Esse reino ficava na península balcânica, sudeste da Europa.
Fazia fronteira com o Épiro a oeste, Paionia ao norte, Trácia no leste e com a Tessália ao sul.
No período a seguir as conquistas de Alexandre, se tornou o império mais poderoso da época com fronteiras que incluíam toda a Grécia e ia até a Índia.
Como começa
[editar | editar código-fonte]A história começa com Caranus, o primeiro rei conhecido (808-778 a.C.).
A dinastia Argeadae se originou de Argos Orestikon, uma cidade na região de Orestis, sudoeste da Macedônia.
Vários foram os reis que forjaram o reino da Macedônia, todos eles sempre de olho na Grécia. Era importante que as cidades-estados gregas não fossem fortes a ponto de ameaçar a Macedônia.
Perdicas II por exemplo, mudava de lado durante a guerra do Peloponeso, as vezes estava ao lado de Atenas, outras com Esparta. Sua preocupação era apenas seu próprio reino, de modo que, quanto mais Atenas e Esparta brigassem, melhor. O ideal seria que não houvesse nenhum outro reino mais forte do que a Macedônia, por perto.
No reinado de Arquelau, a economia floresceu e ele mandou construir estradas, organizou o exército e mudou a capital para Pella (era Aiges que é a atual Vergina). Ele criou os Jogos Olímpicos Macedônios em Dion, porque os gregos não permitiam que bárbaros (estrangeiros) competissem em suas Olimpiadas.
Amintas III deu inicio a uma política de enfraquecimento das cidades estado gregas. Seus dois filhos, Alexandre II e Perdicas III governaram depois dele e por pouco tempo.
Alexandre II que tinha veia de conquistador, invadiu o norte da Grécia e deixou guarnições do exército na Tessália e em outros locais, se recusando a abandoná-los.
Nessa época a grande força militar era Tebas, que interveio na disputa, removendo as guarnições macedônias à força. Foi assim que o irmão mais novo de Alexandre II, Filipe (o futuro rei Filipe II pai de Alexandre Magno), foi levado como refém para Tebas.
Perdicas III reinou após a morte de Alexandre II, mas foi morto junto com 4000 de seus soldados numa batalha contra os ilírios. Dessa forma o terceiro filho de Amintas se tornou rei, o rei Filipe II.
Filipe II (359-336 a.C.)
[editar | editar código-fonte]Como visto acima, Filipe viveu em Tebas para onde foi levado como refém, isso lhe deu a oportunidade de observar os poderosos exército que se engajaram em batalhas durante sua estadia.
Tebas possuía um dos melhores exércitos da época e Filipe aprendeu tudo o que havia, de táticas e de armamentos.
Ao voltar para seu reino e assumir o trono, Filipe cuidou de preparar um exército para conquistar seus objetivos. Portanto podemos dizer que ele foi o rei que tornou a Macedônia uma potência militar, respeitada e temida.
Filipe subjugou os povos vizinhos, os ilírios, trácios e gregos e tornou a Macedônia o reino mais poderoso dos Balcãs. Filipe foi extremamente brutal com as cidades gregas que ficavam nas fronteiras de seu reino. Ele as destruiu por completo, inclusive Estagira (onde nasceu Aristóteles) e vendeu os habitantes como escravos.
Filipe também invadiu o sul da Grécia e derrotou os gregos em Queronéia, na Beócia. Nessa batalha Alexandre seu filho comandava a cavalaria e liderou o ataque sobre o Batalhão Sagrado de 300 tebanos. A vitória foi absoluta para os macedônios.
Os gregos tiveram que aceitar a paz de Filipe e jurar obedecer e não se rebelar contra Filipe e nem contra seus sucessores.
Alexandre que tinha acabado de atingir a maioridade sabia de todos os planos de Filipe, inclusive com relação à conquista do império persa e participava tanto das batalhas como dos movimentos diplomáticos, sendo preparado para suceder o pai.
Existem muitas versões para os diversos casamentos de Filipe e o exílio ou não de Alexandre e sua mãe Olímpia. Mas, o fato é que o herdeiro era mesmo Alexandre.
Antes que pudesse partir para a tão sonhada conquista da Pérsia, Filipe foi assassinado durante a festa de casamento de sua filha Cleópatra.
Alexandre, o Grande (356-323 a. C.)
[editar | editar código-fonte]Com o assassinato de seu pai Alexandre sobe ao trono, aos 16 anos de idade.
Embora muito jovem, ele já era um guerreiro acostumado a muitas batalhas. Com Filipe morto, os trácios, ilírios e gregos se rebelaram mas Alexandre imediatamente acabou com qualquer desejo de revolta.
Na Grécia ele destruiu a cidade de Tebas após matar 6000 pessoas e vender seus 30000 habitantes como escravos. Isso foi um aviso aos gregos para pensarem antes de se rebelar novamente.
No Egito ele teve o nome inscrito num cartucho como um verdadeiro faraó e talvez porque admirasse a cultura egípcia e respeitasse a religião, foi recebido com honras de filho de Amon.
Alexandre foi um homem sem igual na história porque além de ser versado nas artes da guerra era também um homem culto, seu tutor foi Aristóteles o grande filósofo. Foi um guerreiro corajoso e protegido pela sorte, suas conquistas são conhecidas de sobra.
Talvez a mistura de guerreiro e homem culto numa personalidade instável, tenha gerado tantos fatos curiosos e tantas histórias estranhas. Ao mesmo tempo em que respeitava os povos derrotados, permitia que os lugares dominados mantivessem sua religião, sua língua, seus hábitos, admirava as artes e as ciências, era muitas das vezes, violento e cruel.
Voltando aos planos de seu pai para o império persa, Alexandre na sua primeira campanha venceu em Granico. Depois derrotou Dario III da Pérsia em Issus e completou a conquista do império persa na batalha de Gaugamela.
A sede de conquistas fez com que Alexandre lutasse ainda muitas batalhas, inclusive para manter o império unido.
Antes de seguir para Índia, ele foi forçado a regressar pois seus soldados precisavam descansar e já estavam fartos de tanta luta. Foi para Babilônia que ele voltou, dela fez sua capital e lá morreu.
Alexandre teve uma vida curta, morreu aos 33 anos presumivelmente de alguma doença, talvez malária, existem muitas hipóteses mas nenhuma certeza.
Foram doze anos de lutas e muitas conquistas, alguns estudiosos imaginam o que seria o império macedônio se ele tivesse vivido para ampliá-lo ainda mais.
O império sem Alexandre
[editar | editar código-fonte]Sempre que um grande líder morre, se não há um herdeiro já preparado para assumir o governo as coisas se complicam. No caso do império macedônio, foi ainda pior, afinal era uma imensa extensão territorial e Alexandre morreu muito jovem, foi inesperado (embora não devesse porque com a vida que ele levava, seria de esperar que morresse em batalha).
Os generais de Alexandre eram seus herdeiros mais óbvios e não havia outra forma senão dividir o império. Por volta de 300 a.C. o império macedônio estava dividido entre as dinastias de Antigono I Caolho (Macedônia e Grécia), Ptolomeu I (Egito) e Seleuco I (Ásia).
Declínio
[editar | editar código-fonte]No governo de Antigono II Gonata (276-239 a.C.), a Macedônia fortaleceu sua ocupação na Grécia e teve uma monarquia estável. Seu neto Filipe V (222-179 a.C.), entrou em guerra com Roma que se expandia. Ele foi derrotado nas duas Guerras Macedônicas e a Macedônia perdeu a Grécia e foi reduzida às suas fronteiras originais.
Na terceira Guerra Macedônica, o exército macedônio foi definitivamente derrotado sob o comando do seu último rei, Perseu (179-168 a.C.) filho de Filipe V.
Finalmente, na batalha de Pidna, 20000 soldados macedônios morreram defendendo sua pátria. Perseu morreu prisioneiro na Itália e o reino da Macedônia deixou de existir.
Em 146 a.C. a Macedônia se tornou uma província romana.
Os romanos acabaram com os últimos resquícios do grande império da Macedônia quando em 65 a.C. conquistaram o reino selêucida macedônio na Ásia sob seu último rei, Antíoco VII e depois, em 30 a.C. exterminaram o restante dos descendentes dos macedônios no Egito com a derrota de Cleópatra VII.