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Civilização Egípcia/Novo império

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Novo Império
1550-1070 a.C.
Adaga de Ahmose I

Dinastias 18-20

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O final do segundo período intermediário é marcado pela coragem dos tebanos, que unidos ao seu rei Sekenenre Tao II partiram para a luta contra os estrangeiros (hicsos) que dominavam parte do Egito.

Nessa luta, Tao II foi morto e embora o rei hicso tentasse um acordo, o filho de Tao II, Kamose prosseguiu a guerra fazendo com que os estrangeiros recuassem cada vez mais.

Kamose morreu, não se sabe se em batalha ou de forma natural, mas seu irmão Ahmose com a mesma coragem e determinação, prosseguiu a luta.

Ahmose foi um grande general e expulsou os estrangeiros para fora do Egito após uma vitória em Tanis que foi decisiva.

Na verdade, parece que o exército egípcio arrasou Avaris e perseguiu os estrangeiros até a Galiléia e só retornaram após exterminarem todo o povo, que foi chamado de hicos.

A era das conquistas

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Com Ahmose I começa uma nova fase na história do Egito.

Ele é o fundador do Novo Império e reunificador do país, após a expulsão dos governantes hicsos.

Novamente unido o país, vamos ver que o domínio estrangeiro deixou marcas profundas porque os faraós do Novo Império tiveram como característica o ímpeto guerreiro.

Para assegurar proteção contra futuras possíveis invasões, Ahmose I prosseguiu nas campanhas militares, expandindo o território egípcio no norte, até a Síria-Palestina e no sul até a segunda catarata na Núbia.

Em pouco tempo o Egito voltava a ser a grande e poderosa nação do mundo antigo.

Tumba de Zenue, mercenários núbios, Thutmose IV

Agora, o país possuía um verdadeiro exército, dividido em pelotões, chefiado por comandantes e generais, sob a suprema autoridade do faraó. Nada mais de trabalhadores que só atendiam ao exército quando necessário.

Os soldados agora eram pagos e podiam se dedicar o ano todo aos treinamentos, quando não estavam em batalhas. Além disso o Egito continuava contando com os núbios que eram grandes arqueiros e ferozes guerreiros (os medjay)

Com os estrangeiros eles descobriram as bigas (carros de guerra) puxadas por cavalos, muitas armas e técnicas militares que foram absorvidas e postas em uso.

Outros faraós desse período foram grandes guerreiros como Thutmose I e o maior deles que foi Thutmose III.

Thutmose III foi aquele que levou as fronteiras do Egito até quase a quinta catarata do Nilo, na Núbia.

No forte Napata, fundado por ele entre a quarta e a quinta cataratas, foi estabelecida a Província Egípcia na Núbia. Dali sairia a base financeira para alimentar o expansionismo egípcio.

Seti também fez campanhas militares até mesmo para recuperar os territórios perdidos por seus antecessores.

Ramsés II foi muito famoso, mas talvez a verdade não corresponda à fama militar deste faraó.

Uma nova ordem

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Agora definitivamente, o faraó não era mais apenas um deus. Ele era a suprema autoridade militar, civil e religiosa mas acima de tudo, era um homem (na maioria dos casos um guerreiro).

Com tantas campanhas militares que foram a marca desse período, era preciso mudar a administração, a burocracia era enorme e a extensão do país exigia muitos gastos com os exércitos e as obras.

Mapa do Egito no novo império

O principal funcionário ainda era o vizir que carregava dezenas de títulos e responsabilidades. Presidia o mais alto tribunal de justiça, era ministro da guerra além de uma variedade de outras funções.

No começo do Antigo Império o vizir era escolhido entre os príncipes reais, mas depois os faraós passaram a outorgar esse título pela capacidade da pessoa, independente de ser nobre ou pobre. Isso significava uma grande conquista social porque dava oportunidade para todos aqueles que tivessem capacidade e desejo de subir na vida sem importar sua origem.

O faraó não era mais o absoluto dono do poder. Havia nomarcas poderosos e os sacerdotes que governavam quase que junto com o faraó.

Na época do Novo Império, os sacerdotes de Amon dominavam um dos maiores latifúndios do mundo antigo, afinal, desde o ínicio da luta contra os hicsos foi Amon o deus que protegeu e guiou os exércitos para a vitória. Portanto, o deus de Tebas era agora o mais importante de todo o país e assim estavam ricos os templos e sacerdotes.

Thutmose II estabeleceu duas capitais para o país, uma religiosa e uma política. Foi assim que Mênfis voltou a ser capital (cidade provavelmente fundada pelo mítico Narmer, que desde o Antigo Império não era capital) do Egito.

Porém, Tebas, a gloriosa cidade das dinastias resistentes, continuou a ser o local onde os faraós eram coroados. No templo de Karnak, dedicado ao deus Amon, todos os faraós deveriam fazer obras de restauração e embelezamento.

Economia e expansão

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Amenhotep I estendeu as fronteiras do país para o sul e iniciou uma nova era de prosperidade que iria durar cento e cinqüenta anos.

Tuthmose I ampliou mais ainda as fronteiras. Depois dele a expansão militar foi interrompida durante vinte anos por Hatshepsut.

No reinado dessa excepcional mulher faraó não houve guerras e o Egito viu a construção de grandes monumentos e o aumento do comércio com o exterior.

Hatshepsut

Com Tuthmose III o país volta às campanhas militares e à conquista de novas terras. Esse foi o faraó que criou o Império Egípcio.

Na Núbia, um vice-rei governava a região, onde os egípcios construíram fortes e templos e fundaram cidades. Na verdade, os núbios se tornaram bastante egípcios ou se egipcianizaram.

Já na Palestina e na Síria, o poder ficava na mão dos príncipes locais, que eram controlados por um alto comissário egípcio. As forças militares egípcias nesses locais eram pequenas, até porque, os príncipes do lugar tinham a exata noção da rapidez e da violência com que seriam esmagados caso não obedecessem.

Também é importante mencionar o hábito dos faraós de levar para o Egito os filhos ou irmãos dos príncipes dominados como uma espécie de reféns. Esses jovens muito bem educados e atendidos num ambiente egípcio, voltavam para sua terra sempre com boas lembranças e carinho pelo lar adotivo.

Todas as conquistas que transformaram o Egito num império, o tornaram também mais aberto ao contato com outros povos e também dependente economicamente. Afinal toda aquela pujança financeira era devida aos tributos dos países dominados, à exploração das riquezas nesses países e ao comércio exterior.

A grandiosidade desse império implicou no aumento da burocracia, no desenvolvimento do exército, no fortalecimento dos nobres e sacerdotes.

Sacerdote

Desde os primórdios, o povo egípcio teve uma profunda ligação com vários deuses e a religião foi a tônica dessa civilização estupenda.

Depois de passarem anos dominados pelos estrangeiros, o orgulhoso povo egípcio, agora livre, passou a demonstrar sua gratidão pela libertação, adorando os deuses com mais fé e maior dedicação.

O sacerdócio agora era hereditário e como os templos estavam mais ricos do que nunca, ser sacerdote era uma maneira cômoda de garantir a tranqüilidade financeira pelo resto da vida. Além, é claro de exercer poder.

No Novo Império, a autoridade divina do faraó foi muito diminuída e até ele estava sob o domínio dos sacerdotes (especialmente os de Amon).

Era esse o estado de coisas quando Amenhotep IV assumiu o trono e lançou uma reforma religiosa (mudando inclusive seu nome para Akhenaton) que fez estremecer o Império Egípcio.

Akhenaton e família adorando Aton

Ele tentou impor ao povo um novo deus, Aton. Assim um povo essencialmente politeísta teria que passar a ser monoteísta por decreto.

Sua religião era a adoração ao sol (Aton), o deus único, num Egito há milênios habituado a adorar uma diversidade enorme de deuses.

É bem certo que Akhenaton era um visionário e é possível que ele acreditasse de fato nesse deus único, mas não se pode deixar de mencionar que no contexto político, o Egito estava nas mãos dos sacerdotes. Certamente esse faraó viu ou foi aconselhado a mudar o estado de coisas e a mudança na religião seria uma forma de tirar dos sacerdotes o imenso poder que retinham.

Não é preciso frisar que eles não gostaram nem um pouco da situação.

Akhenaton construiu uma nova capital Akhetaton (hoje Tell el-Amarna) e para lá se mudou. Nessa cidade viveu sem dar muita atenção aos afazeres do estado, preocupado apenas com a religião e as artes.

É natural que essa revolução não tenha resultado em nada (apenas em enfraquecimento do país) e com a morte do faraó tudo tenha voltado ao que era antes. Apenas deve ser notado que, depois de Akhenaton, a relação entre os homens e os deuses mudou.

Antes dele, os deuses eram adorados, mas não eram relacionados com as necessidades humanas. Depois de Akhenaton a ligação entre deuses e homens ficou diferente, os deuses passam a ser vistos como responsáveis pelo bem estar de suas criaturas. Os fiéis passam a dirigir a eles seus pedidos.

Após essa revolução religiosa, os sacerdotes foram os responsáveis pela subida ao trono de Tuthankamon, que deveria ser Tuthankaton. O fato é que o rei menino foi dirigido pelos sacerdotes de Amon, que daí em diante viram seu poder aumentar ainda mais.

Nos templos, as perguntas deviam ser feitas aos deuses que, por intermédio dos sacerdotes, respondiam sim ou não. Os exemplos estão nos textos desse período, que citam Amon inclinou a cabeça, para demonstrar concordância ou Amon recuou, para desaprovar a pergunta. Até o próprio faraó ia ao templo pedir a aprovação do deus.

Túmulo de Nebamun e Ipuki, jornada após a morte

Foi assim que diversos problemas de sucessão foram resolvidos, os sacerdotes tratavam de abençoar o escolhido pelo deus, que era levado ao trono sem maiores contestações. Foi nessa fase que os sepultamentos passaram a ser feitos no Vale dos Reis. No árido deserto ocidental, onde os egípcios acreditavam que o sol começava sua viagem pelo mundo dos mortos, os túmulos eram escavados nas rochas.

Hoje é um dos locais que já foi mais estudado e ainda guarda surpresas. Com toda certeza poucos locais no mundo encerraram tanta riqueza quanto o Vale dos Reis. Infelizmente os ladrões de túmulos, desde sempre saquearam e destruíram tudo o que puderam de modo que pouco sobrou para estudos. Ou melhor, parece pouco, ao se avaliar as riquezas que foram encontradas na tumba do rei Tut, um faraó que pouco governou e não teve grande importância. Diz o Dr. Zahi Hawass que 70% da história do Egito ainda está enterrada.

As construções colossais do Novo Império foram inúmeras e dentre os faraós, sem dúvida ficou gravado o nome de Ramsés II. Ele foi certamente um grande governante e sua obras ficaram na história, mas houve muitos grandes faraós nesse período.

Obras características desse período são os templos mortuários e os templos dos deuses.

Dos templos mortuários, com certeza, o mais belo é o de Hatshepsut em Deir el-Bahari. Planejado e executado como um todo por Senmut, o arquiteto da faraó, é uma obra que deslumbra pela escolha acertada do local (parece sair de dentro dos penhascos) e pela disposição das colunas, das estátuas, dos relevos, pelo bom gosto em geral.

sala hipostila, atenção à pessoa ao fundo

Dos templos dos deuses vamos citar o templo de Amon em Karnak, que começou como um pequeno santuário na 12ª Dinastia e a partir da 18ª Dinastia com o culto a Amon fortalecido, só aumentou em tamanho e beleza.

Foi construído em pedra como os palácios dos faraós e a cada governo era ampliado. Na Sala Hipostila havia cento e trinta e quatro colunas com cenas de devoção do faraó a Amon.

Para ter uma idéia das dimensões dos capitéis de Karnak, basta pensar que em cada um deles podem estar cem pessoas de pé. Esta sala representa simbolicamente uma gigantesca floresta de papiro.

Amenhotep III também foi responsável por grandes obras, como o seu grande templo funerário em Tebas, cujas colunas graciosas refletem o gosto apurado do faraó e a habilidade dos construtores.

Também ele mandou erguer duas estátuas suas, conhecidas como Colossos de Mêmnon, cada um com dezoito metros de altura e cerca de setecentas toneladas. Infelizmente o templo que havia no local foi destruído. Esse o faraó também foi o responsável pelo Vale das Esfinges, entre os templos de Tebas e Karnak, além de outras obras.

Ramsés II foi o faraó das construções colossais como o Ramesseum, seu templo mortuário em Tebas, onde mandou colocar uma estátua sua com mais de dezessete metros de altura feita em granito vermelho. A cabeça da estátua mede, de uma orelha a outra mais de um metro e oitenta centímetros.

O templo que mandou erguer em Abu Simbel na Núbia, é tão gigantesco, que na sua frente há quatro estátuas do faraó cada qual com dezenove metros e meio de altura.

É preciso citar, que de acordo com estudiosos, Ramsés II usou pedras das construções de outros faraós e usurpou monumentos, mandando gravar neles seu próprio nome e isso foi feito em grande escala.

Nesse capítulo que fala da arquitetura, não podemos deixar de mencionar Akhenaton, o faraó que mandou erguer uma cidade inteira para homenagear seu deus, Aton.

Para que as obras fossem rápidas e pelo próprio fato de se adorar Aton a céu aberto, as paredes eram finas já que os templos não tinham teto. Infelizmente devido à fragilidade das obras e a raiva dos seguidores de outros deuses, quase nada sobrou da cidade de Akhetaton.

Nefertite

No Novo Império o Egito foi governado por faraós de gosto refinado, que souberam usar a riqueza disponível em prol das artes em geral.

Através das manifestações artísticas podemos observar as mudanças no comportamento da sociedade. Embora a arte egípcia tenha características aparentemente imutáveis, o que a torna reconhecível em qualquer fase da história do país.

Nesse período a escultura se torna mais apurada no governo dos primeiros faraós, e se torna colossal na fase de Ramsés II.

A pintura agora é uma arte independente, com o uso de cores muito variadas e trabalhos com linhas curvas, sugerindo movimento

dançarinos

Devido as conquistas militares havia um conhecimento maior de outras culturas, o que trazia novas idéias. O Egito respirava ares novos e estava mais aberto a outros costumes.

A grande mudança na arte egípcia ficou por conta de Akhenaton. Junto com sua reforma religiosa, ele se dispôs a promover uma reforma artística. Uma das peças mais famosas e sem dúvida das mais belas produzidas no Egito, é a cabeça de Nefertiti, esculpida pelo artesão Tutmés (Museu de Berlim).

O reinado de Akhenaton é ainda um mistério em diversos sentidos. A representação artística nos mostra um faraó magro, barrigudo, com características femininas e um crânio alongado.

Há diversas hipóteses, uns dizem que ele sofreria de alguma disfunção física, mas o fato é que tanto sua família como outras figuras são mostradas dessa mesma forma, que beira a caricatura.

Portanto este deveria ser o padrão artístico, naturalista como queria o faraó, talvez até mesmo para romper com os padrões tradicionais da arte egípcia. Nessa fase são representados plantas, flores e pássaros.

A arte da fase de Akhenaton é chamada estilo amarniano (do nome da atual Tell el-Amarna antiga Akhetaton).

Nos relevos, os artistas mostram o faraó e sua família em cenas corriqueiras, à mesa, com uma filha no colo, cenas que descreviam com fidelidade a vida na corte. Nelas o faraó e sua família são vistos em grandes paredes e não apenas em faixas.

Essas cenas juntavam figuras no fundo, paisagens naturais ou não. Esse foi um dos maiores saltos na arte egípcia, a oportunidade dos artistas reproduzirem o que viam de maneira mais natural com liberdade de expressão.

Há um relevo do faraó Smenkhkare no Museu de Berlim onde se pode admirar a leveza das roupas e a naturalidade do estilo amarniano.

coroa de princesa desconhecida, encontrada próximo a Avaris, não parece egípcia

Na fase de Ramsés II a arte voltou a se inspirar no passado de glórias do país. Portanto podemos dizer que os egípcios, embora não tivessem perdido suas habilidades artísticas, passaram a imitar mais do que criar.

Com a descoberta do túmulo intocado do faraó Tuthankamon, tivemos a oportunidade única de ver a arte egípcia em todo o seu esplendor e variedade. Os móveis, as jóias, os vasos, punhais, carros de guerra, as esculturas do faraó e de animais, em tudo uma amostra da arte refinada do Novo Império.

Na literatura, os exemplos não são muitos, até porque poucos papiros escaparam do estrago feito pelo tempo.

Aqui novamente, Akhenaton e sua revolução, que abriram caminho para o naturalismo nas artes deixaram sua marca. Ainda que após a sua morte os textos retornassem ao clássico, a linguagem comum, adotada no período de Amarna permaneceu de alguma forma ligada ao estilo dos escritores. Um dos mais belos exemplos de poesia lírica da época é o Hino a Aton criado por Akhenaton.

O desenho satírico foi popular também nessa época e através dele os artistas faziam comentários zombeteiros e crítica social. Podemos dizer que seriam como tiras de quadrinhos atuais.

Papiro Ebers

Medicina no Egito

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Os médicos egípcios, na visão de Heródoto, eram altamente especializados e muito avançados. Como já vimos em outras fases da história egípcia, a medicina era uma área de interesse e estudos na medida em que havia necessidade de curar doenças, feridas (e os egípcios lutaram muitas guerras), de resolver problemas físicos, era um estudo prático.

Graças à mumificação e a oportunidade que a dissecação proporcionava, eles puderam estudar profundamente a anatomia humana.

curando dor de cabeça usando um crocodilo de barro com a boca cheia de ervas amarrado na cabeça do paciente

Um dos maiores médicos da antiguidade egípcia foi Imhotep, sacerdote e arquiteto que serviu ao faráo Djoser, da terceira dinastia.

Ele foi também o grande arquiteto, construtor da primeira pirâmide em degraus, em Saqara.

Imhotep, cujo nome significa Aquele que veio em paz, após a sua morte foi adorado como um deus. Ele fundou uma escola de medicina em Mênfis chamada Asclépion e isso ocorreu dois mil e duzentos anos antes que o pai da medicina ocidental, Hipócrates, aparecesse.

A fama dos médicos egípcios se deve à atitude racional deles e aos estudos minuciosos, como se pode ver no Papiro Cirúrgico de Edwin Smith encontrado em Tebas.

Segundo esse papiro, Imhotep parece ser o autor de noventa termos anatômicos e da descrição de quarenta e oito casos de lesões, ferimentos, fraturas e deslocamentos. Hoje esse papiro se encontra na Sociedade de História de Nova Iorque.

Outra obra famosa é o Papiro Médico de Ebbers que é um manual de ensino para clínicos, foi encontrado em Tebas em 1862. Atualmente, encontra-se no Museu de Leipzig na Alemanha.

pintura encontrada na tumba de Ankhmahor, conhecida como a tumba dos médicos

Também vamos citar os dois Papiros Médicos de Berlim que foram descobertos em 1853 em Saqqara. Estão no Museu de Berlim e tratam de ginecologia, obstetrícia, anticoncepcionais, urologia, malária e muitas outras doenças.

Em Copenhague, na Biblioteca do Museu de Ny, encontramos o Papiro Médico de Carlsberg que tem a descrição de um caso de AVC entre outras doenças. E em Tebas, no Ramesseum, foram descobertos os Papiros Médicos do Ramesseum que tratam de ginecologia e obstetrícia.

Sabe-se que os médicos egípcios eram freqüentemente enviados à Síria e à Assíria e os reis da Pérsia também empregavam médicos egípcios. Isto está gravado nas lâminas de barro encontradas na cidade de Tell el-Amarna.

As receitas de ervas dos medicamentos egípcios se espalharam por todo o Mediterrâneo.

Fim da Era Imperial

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O auge do Novo Império foi a época de Ramsés II e suas obras colossais. Mas, muito mais do que isso, foi um período de grandes governantes, mudanças históricas e expansão territorial que começou pela expulsão do povo estrangeiro e início da 18ª dinastia com Ahmose.

KV43, tumba de Thutmose IV

Pela espada e pela fé os egípcios formaram um império que, após milênios deixou provas palpáveis da grandeza de seu povo.

Infelizmente a situação do governo de Ramsés II, o último grande faraó egípcio, já era muito difícil. Embora seja simples, hoje, constatar isso, na época não era possível prever o que viria.

Os povos do mar estavam tomando as cidades da Síria, destruindo os hititas e se tornando uma terrível ameaça.

Além disso, o clero estava mais rico e poderoso do que os faraós. A corrupção (mal antigo) tomava conta da sociedade e aí, registra-se a primeira greve de trabalhadores (registrada num papiro que está no Museu de Turim, Itália).

A fome voltava a apavorar o povo, sem emprego e com o país pobre, o roubo de túmulos foi comum nessa época. Para aumentar sua renda os funcionários do governo aceitavam suborno. Ramsés II foi assassinado e, embora outros faraós ocupassem o trono até o final da vigésima dinastia, o Egito já estava entrando numa decadência irreversível.