A cidade do Rio de Janeiro no século XX/Primeira metade do século XX (continuação)
Em 1923, foi inaugurado o Hotel Copacabana Palace, um ícone da cidade, através de projeto de Joseph Gire[1]. O hotel havia sido planejado para abrigar os visitantes estrangeiros para a exposição internacional de 1922 em homenagem ao centenário da independência brasileira, mas ocorreu atraso nas obras e o hotel acabou sendo inaugurado somente no seguinte à exposição. Foi fundado o Restaurante Capela, no Largo da Lapa. O restaurante se tornaria uma das referências da boemia carioca[2].
No mesmo ano, foi inaugurado o Hospital da Cruz Vermelha, na praça de mesmo nome, no Centro da cidade, seguindo o projeto de Pedro Campofiorito.[3] Foi demolida a Bateria do Morro da Viúva, no Flamengo, por ocasião das obras de abertura da Avenida Rui Barbosa. Em 1924, foi inaugurado o Observatório do Valongo, no bairro da Saúde, no local de uma antiga chácara onde ficavam os escravos recém-chegados da África. Para a montagem do observatório, foram utilizados instrumentos transferidos do observatório da Escola Politécnica que ficava no Morro de Santo Antônio, que estava em vias de ser parcialmente demolido[4]. Foi instalada a fábrica da Companhia Nacional de Tecidos Nova América em Del Castilho, em estilo inglês[5].
Em 1925, foi construído o Prédio Odeon, na Cinelândia[6]. Foi reconstruída a Capela do Menino Deus, construção do século XVIII na atual Rua do Riachuelo que havia sido demolida. Com a reconstrução, a capela adquiriu o estilo neoclássico de arquitetura. Foi demolido o Chafariz do Largo da Carioca. Em 1926, foram inaugurados o Theatro Casino e o Casino Beira-Mar, ambos no Passeio Público. O primeiro, um teatro e o segundo, um restaurante com pista de dança. Tornaram-se ponto de encontro da sociedade carioca e local de peças teatrais inovadoras e polêmicas[7]. No mesmo ano, foi inaugurado o Palácio Tiradentes, que passou a ser a nova sede da Câmara dos deputados. O nome Tiradentes lembrava o fato de que, no mesmo local, se localizava a antiga cadeia que abrigou Tiradentes, o mártir da independência brasileira, antes de seu enforcamento, no século XVIII. Também foi inaugurado o Hipódromo da Gávea[8].
Em 1927, foi inaugurado o Estádio de São Januário, pertencente ao Club de Regatas Vasco da Gama. Na época, era o maior estádio das Américas. Ainda em 1927, foi construído o prédio do Cine Pathé, na Cinelândia, sob projeto de Ricardo Wriedt[9]. Foi criada a primeira escola de samba carioca, a Deixa falar, no Morro de São Carlos, no Estácio, por Ismael Silva e outros sambistas[10]. Em 1928, foi inaugurado o Cine Odeon, na Cinelândia[11].
No mesmo ano, os estudantes Rafael e Pedro criaram a Gafieira Estudantina, na Rua Paissandu, no Flamengo, com a finalidade de difundir a dança de salão. Mais tarde, a gafieira se transferiu para a Praça José de Alencar, também no bairro do Flamengo[12]. Em 12 de outubro de 1928, foi inaugurada a Faculdade de Medicina na Praia Vermelha: uma construção em estilo neoclássico no bairro da Urca[13]. Em 1929, foi lançado o primeiro grande sucesso do compositor carioca Noel Rosa: "Com que roupa?". Foi inaugurada a Praça Paris, que ocupou o aterro feito em frente à Praia da Glória[14]. Foi construída a sede do Liceu Literário Português no Largo da Carioca: um prédio em estilo gótico manuelino projetado por Manuel Penna Firme[15].
Terminou de ser construída a Basílica do Sagrado Coração de Maria, no Méier, com projeto do arquiteto espanhol Adolfo Morales de los Rios. Talvez a única igreja em estilo neomourisco no Brasil[16]. Com a Revolução de 1930, prosseguiu a modernização. Foi inaugurado o primeiro arranha-céus da cidade: o edifício A noite, na Praça Mauá. O projeto era de Joseph Gire e Eliziário Bahiana e marcou o início do predomínio do estilo arquitetônico estadunidense em detrimento do francês na cidade[17]. No início da década, os padres jesuítas do Colégio Santo Inácio, em Botafogo, permitiram que os operários que trabalhavam nas obras do colégio construíssem moradias no Morro Dona Marta, que pertencia ao jesuítas e que ficava ao lado do colégio.
Foi o início da Favela Santa Marta.[18] Ao longo da década, Octávio Guinle urbanizou a Ilha do Brocoió, na Baía de Guanabara e, nela, construiu um chalé em estilo normando seguindo projeto de Joseph Gire. Por volta de 1930, começaram a ser construídas as primeiras casas no terreno da antiga fazenda de cana-de-açúcar Quebra-cangalha e que viriam a constituir a favela da Rocinha.[19] Em 1930, inspirado no Vaterland de Berlim, foi construído o centro de diversões Alhambra, na Cinelândia, com cinema, restaurante, sala de baile, terraço e as primeiras escadas rolantes da cidade.[20] Em 1931, era a vez da estátua do Cristo Redentor ser inaugurada, no alto do Morro do Corcovado, por iniciativa da Igreja Católica. No mesmo ano de 1931, foi inaugurado o Edifício Flamengo, na Praia do Flamengo, obra do engenheiro italiano Volpi. Foi inaugurada a Igreja de São Sebastião na Tijuca, dirigida pelos padres capuchinhos. A igreja passou a abrigar três relíquias da história da cidade: o marco de pedra de sua fundação, a imagem de São Sebastião da fundação e os restos mortais do fundador Estácio de Sá.[21]
Em 1932, ocorreu um marco importante para a cultura carioca e nacional: o primeiro desfile de escolas de samba na Praça 11 de Junho. Dezenove escolas de samba participaram, saindo vencedora a Estação Primeira de Mangueira.
No mesmo ano, ocorreu outro evento importante para a história do samba: a Gafieira Estudantina se transferiu para a Praça Tiradentes, número 79[22]. Em 1933, o antigo Hotel-balneário da Urca, que havia sido construído para a Exposição de 1922, foi transformado no Cassino da Urca, que passou a ser uma referência cultural nacional em matéria de shows. Os maiores nomes da música nacional da época por lá se apresentaram, como Carmen Miranda, Emilinha Borba e Marlene[13]. As apresentações de Carmem Miranda no cassino fizeram tanto sucesso que ela foi convidade para se apresentar nos Estados Unidos[23].
No mesmo ano, foi inaugurada a Igreja de Nossa Senhora do Brasil, na Urca: uma construção inspirada nas missões católicas espanholas na Flórida, seguindo projeto de Frederico Darrigue de Faro Filho. Inicialmente, a igreja seria dedicada a Santa Teresinha do Menino Jesus, devido ao pagamento de uma promessa. Porém, como já estava sendo programada a construção de uma igreja dedicada à santa no bairro próximo de Botafogo, houve um consenso em se mudar a dedicação da igreja para Nossa Senhora do Brasil. Na cripta, contudo, foi construído um altar dedicado a Santa Teresinha[24]. Nesse ano, começaram a ser disputadas as provas automobilísticas internacionais do Circuito da Gávea, que percorriam a Estrada da Gávea e a Avenida Niemeyer. O evento continuou a ser disputado regularmente até 1952.[25]
Em 1934, foi construído o prédio na Rua do Passeio, no Centro, que iria abrigar o Cine Plaza.[9] Foi inaugurado o Cine Odeon, na Cinelândia.[26] Foi inaugurado o prédio art déco do magazin Mestre & Blatgé na Rua do Passeio.[27] Na sequência, foram inaugurados os prédios do Cine Metro-Boavista, em 1936 e o do Cine Vitória, em 1939.[9] Também foi criado o Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro, instalado na prefeitura do Distrito Federal. Em 1935, a Intentona Comunista tentou derrubar o presidente Getúlio Vargas. Durante os combates na cidade, foi destruído o quartel do Terceiro Regimento de Infantaria na Praia Vermelha, na Urca. Aproveitando o vazio deixado na área, foi construído ali um mausoléu dedicado aos combatentes brasileiros que haviam lutado na Província de Mato Grosso durante a Guerra do Paraguai: o Monumento aos Heróis de Laguna e Dourados, de autoria de Antonino Pinto de Matos[28]. No mesmo ano, o Forte do Leme mudou sua denominação oficial para Forte Duque de Caxias, denominação que conserva até hoje. Foi fundada a Universidade do Distrito Federal[29].
Em 1936, foi inaugurado o Aeroporto Santos Dumont. No mesmo ano, foi inaugurado o hangar em Santa Cruz para os zepelins que realizariam a linha aérea regular entre Rio de Janeiro, Recife e Frankfurt. O local escolhido para a construção do hangar foi definido através de estudo técnico da empresa alemã Luftschiffbau Zeppelin e correspondia ao terreno da antiga Fazenda de Santa Cruz, utilizada como residência de veraneio por dom João VI e dom Pedro I no século XIX. No mesmo local, também foram construídos: uma fábrica de hidrogênio para abastecer os zepelins; o Aeroporto Bartolomeu de Gusmão e uma linha férrea ligando o hangar até a Estação Dom Pedro II, atual Central do Brasil. Porém os zepelins tiveram uma vida curta, em grande parte devido ao acidente com o LZ 129 Hindenburg em 6 de maio de 1937, em Nova Jérsei, nos Estados Unidos, que minou a confiança popular nos dirigíveis como meio de transporte seguro. Os zepelins realizaram apenas nove viagens a partir do Hangar de Santa Cruz, encerrando suas operações em 1937. As suas instalações passaram a ser utilizadas pela Força Aérea Brasileira, que as transformou na atual Base Aérea de Santa Cruz[30][31].
Foi inaugurado, na Rua do Passeio, o Cine Plaza, obra em estilo art déco do arquiteto italiano Ferruccio Brasini.[32] Também foi inaugurada a Rádio Nacional, que, por vinte anos, lideraria a audiência brasileira de rádio. A Rádio Nacional se instalou no edifício A Noite[33]. E Eduardo Pederneiras projetou e construiu o Palácio Rosa, edifício em estilo art déco no Largo do Machado, no Catete[34]. Em 1937, o Clube de Regatas Flamengo inaugurou seu estádio no bairro do Leblon, o Estádio José Bastos Padilha[35].
Getúlio Vargas inaugurou o regime ditatorial do Estado Novo em 1937. No mesmo ano, foram demolidos o Theatro Casino e o Casino Beira-Mar, no Passeio Público, sob a justificativa de que estavam prestes a desabar. Foi instalado o monumento ao marechal Deodoro da Fonseca, o proclamador da república brasileira e primeiro presidente do Brasil: uma criação de Modestino Kanto, na praça homônima no Centro. O monumento também passou a abrigar os restos mortais de Deodoro, que havia morrido em 1892[9]. Em 13 de janeiro desse ano, foi criado oficialmente o Museu Nacional de Belas Artes, que foi instalado no prédio da Escola Nacional de Belas Artes[36]. Foi inaugurado o Cinema São Luiz, na rua do Catete[37].
Em 1938, foi criado o Jardim de Alá, margeando o canal que liga a Lagoa Rodrigo de Freitas ao mar. O nome do jardim é uma homenagem ao filme homônimo estadunidense lançado dois anos antes. O projeto é de José da Silva Azevedo Neto e inclui estações de embarque e desembarque no canal, visando a passeios de gôndolas pela lagoa. No mesmo ano, foi criado o Bar Adega Flor de Coimbra, na Lapa, no mesmo prédio onde já havia morado o pintor Cândido Portinari[9]. Em 1939, uma propriedade da família Guinle na Gávea foi repassada para o governo do Distrito Federal, que a transformou no Parque da Cidade. No mesmo ano, o magazin Mestre & Blatgé mudou seu nome para Mesbla S. A.[38]
Foi extinta a Universidade do Distrito Federal.[39] Em 1940, foram criadas as Faculdades Católicas, embrião da futura Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, sediadas inicialmente no Colégio Santo Inácio, em Botafogo.[40] No mesmo ano, formou-se a Favela do Vidigal, no terreno anteriormente pertencente ao major Miguel Antunes Vidigal, famoso chefe da polícia carioca da primeira metade do século XIX. Uma senhora de nome Orosina Vieira, ao passear em um domingo pela Praia de Inhaúma, às margens da Baía de Guanabara, notou um terreno agradável e desocupado em um morro próximo, o Morro do Timbau. A partir de então, ela e seu marido se instalaram no local, dando início ao conjunto de favelas que viria a ser conhecido como Complexo da Maré. Em 23 de setembro de 1940, foi inaugurado o Cinema Olinda, na praça Saens Peña número 51, na Tijuca. Ele foi o maior cinema da história da cidade: chegou a ter 3 500 lugares.[41]
A partir da década de 1940, o Morro da Favela, no Centro, passou a ser chamado de Morro da Providência, em uma referência à Capela da Divina Providência que ficava no local. Em 1941, foi construída a Capela de São Tomás de Aquino na Praça Seca, em Jacarepaguá, em estilos gótico e art déco[42]. Em 11 de março de 1940, um incêndio atingiu o centro de diversões Alhambra, na Cinelândia. O centro já não funcionava mais. Após o incêndio, o prédio foi demolido e deu lugar ao hotel Serrador, que seria muito famoso na cidade nas décadas de 1940, 1950 e 1960.[43] Por volta de 1941, com as obras para a construção da Avenida Presidente Vargas e a consequente demolição do prédio da prefeitura do distrito Federal, o Museu Histórico da Cidade foi transferido provisoriamente para o Parque da Cidade, na Gávea. Em 5 de dezembro de 1941, foi inaugurado o cinema Metro Copacabana, na avenida Nossa Senhora de Copacabana número 749.[44]
Com o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, os Estados Unidos passaram a tentar conquistar o apoio brasileiro na guerra. Uma das armas de persuasão estadunidense foi o desenho de Walt Disney Aquarela do Brasil (Watercolor of Brazil), de 1942, que retratava a visita do estadunidense Pato Donald ao Rio, onde era ciceroneado pelo papagaio brasileiro José Carioca, que havia sido criado especialmente para o desenho. Visando a defender a cidade de um possível ataque, durante a guerra foram construídas casamatas no Morro da Babilônia, entre os bairros da Urca e de Copacabana.[45] Em 1942, a Escola Técnica do Exército, que viria a se transformar no Instituto Militar de Engenharia, se instalou em seu atual prédio na Praia Vermelha, na Urca[46]. No mesmo ano, o Museu Histórico da Cidade se transferiu para um prédio na Praça Cardeal Arcoverde, em Copacabana. E estudantes invadiram o Clube Germânia, reduto nazifascista no número 132 da Praia do Flamengo, para criar, no local, a sede da União Nacional dos Estudantes.[47]
No auge da Segunda Guerra, estudantes do colégio Pedro II ameaçaram destruir o tradicional Bar Adolf, na rua da Carioca, por achar que o nome do bar era uma homenagem ao líder alemão Adolf Hitler. Porém desistiram quando foram informados que o nome do bar era, na verdade, uma homenagem ao antigo dono do bar, que também se chamava Adolf. Depois do susto, Ludwig, o dono do bar na época, resolveu se naturalizar brasileiro e mudar o nome do bar para Bar Luiz[48]. No início da década de 1940, foi construída, em estilo art déco, a Igreja de Santa Terezinha, na Rua Lauro Sodré, em Botafogo[49].
Ao longo da década de 1940, foi demolido o antigo prédio da Imprensa Nacional, do século XIX, em estilo gótico, no Largo da Carioca[13]. Em 8 de dezembro de 1942, foi fundado o Botafogo de Futebol e Regatas, através da união de dois clubes homônimos: o Club de Regatas Botafogo, fundado no dia primeiro de julho de 1894 e o Botafogo Football Club, fundado em meados de 1904. Os dois clubes se uniram motivados pela morte de Albano, um jogador de basquete do Botafogo Football Club, que faleceu no meio da partida final contra o Club de Regatas Botafogo[50]. Pouco antes de o Brasil entrar na Segunda Guerra Mundial, em 1942, Humberto Menescal construiu, em Copacabana, a Galeria Menescal, em estilo eclético e art déco.[51]
Nos anos 1940, foi colocado um cartaz de propaganda da fábrica de chapéus Mangueira (fábrica esta localizada no Morro da Mangueira, na zona norte) na subida de um morro do Leme. Esse cartaz viria a dar o nome da favela do morro do Chapéu Mangueira[19]. Em 1943, foi inaugurado o novo prédio da estação Dom Pedro II, em estilo art déco, substituindo o antigo prédio em estilo neoclássico.
Na década de 1940, começou a ser aberta a Avenida Presidente Vargas, ligando o Centro à Zona Norte[52]. Em 18 de março de 1945, foi fundado o atual jardim zoológico do Rio de Janeiro, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão[53]. Com a derrota alemã na Segunda Guerra Mundial, Vargas foi obrigado a ceder o poder ao povo. Assumiu Eurico Gaspar Dutra, que aboliu o jogo no Brasil em 1946. Era o fim da era de ouro do Cassino da Urca. Ainda em 1946, a esposa do Presidente Dutra, Carmela Dutra, mandou construir a Capela de Santa Terezinha ao lado do Palácio Guanabara, na época a residência oficial do presidente da república. A capela, em estilo neocolonial, foi construída pelo arquiteto Alcides Cotia com as sobras do orçamento para a campanha presidencial vitoriosa do ano anterior[54].
Nessa época, com o aumento da construção de prédios na cidade, aumentou a vinda de trabalhadores oriundos da região nordeste brasileira. Tais migrantes costumavam desembarcar no Campo de São Cristóvão, que se tornou um ponto de encontro dos nordestinos na cidade a partir de então[55].
O final dos anos 1940 foi o auge da boemia no bairro da Lapa. Faziam sucesso bares como o Siri, o café Colosso, o Imperial, o café Bahia e o Capela e cabarés como o Apolo, o Royal Pigalle', o Novo México, o Casanova, o Cu da Mãe e o Vienna Budapeste. Foi na primeira metade do século que se plasmou a típica figura do malandro carioca: terno e chapéu brancos, navalha no bolso, sambista, capoeirista, leão de chácara, vivendo de pequenos golpes, ligado aos cultos afrobrasileiros. Malandros famosos dessa época foram Madame Satã, Beto Batuqueiro, Meia-Noite, Edgar, Miguelzinho e Sete-Coroas. Além da Lapa, outros bairros da cidade também eram pródigos em malandros: Saúde, Mangue, Praça Onze e Cais do Porto[56].
Em 1947, foi concluído um marco da arquitetura modernista no país: o prédio do Ministério da Educação e Cultura, também chamado Palácio Gustavo Capanema, projetado por uma equipe composta por Lucio Costa, Carlos Leão, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Ernani Vasconcellos e Jorge Machado Moreira, com a consultoria do arquiteto franco-suíço Le Corbusier. No mesmo ano, Reidy começou a planejar o Conjunto Habitacional Prefeito Mendes de Morais, mais conhecido como Pedregulho, em São Cristóvão, visando a abrigar funcionários públicos[57]. O governo federal adquiriu o Palacete Eduardo Guinle para hospedar visitantes ilustres[58]. O seu jardim tornou-se um parque público, o Parque Guinle.
Ao redor do parque, começaram a ser construídos, no ano seguinte, edifícios em estilo modernista projetados por Lúcio Costa. Em 1948, o Museu Histórico da Cidade foi novamente transferido para o Parque da Cidade, na Gávea. Em 1949, terminou de ser construído, na Rua São Clemente, em Botafogo, o prédio da embaixada inglesa[59]. Os restos mortais do Duque de Caxias, patrono do exército brasileiro e de sua esposa foram transladados para o Pantheon do Duque de Caxias, na Avenida Presidente Vargas, em frente ao prédio do Ministério do Exército. O Pantheon contava com a estátua equestre do Duque de Caxias que, anteriormente, estava na praça homônima, no Catete[60]. Com o fim da Segunda Guerra, o mundo havia retornado à normalidade.
Isto incluiu o mundo do futebol, que escolheu o Brasil, país cujo território havia sido preservado das destruições da guerra, como cenário da copa de 1950. Começou então a ser construído o maior estádio do mundo na época, o Estádio Jornalista Mário Filho, que passou a ser conhecido popularmente como Maracanã devido à proximidade do rio homônimo. E foi justamente neste famoso templo do futebol que ocorreu a maior decepção do futebol brasileiro: a derrota da seleção brasileira para a uruguaia, na final da copa, por 2 a 1.
No mesmo ano de 1950, a Tevê Tupi passou a funcionar no prédio do antigo Cassino da Urca. Era a primeira emissora de televisão do Brasil e da América do Sul[13]. A Universidade do Distrito Federal foi fundada novamente.[61]
Em termos arquitetônicos, os estilos predominantes na primeira metade do século foram o art déco, que se caracterizava pelas linhas geométricas e o ecletismo, que misturava vários estilos arquitetônicos de diferentes épocas.
Referências
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