Japão Através da História do Governo Japonês/O Período Nara: diferenças entre revisões

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Revisão das 20h29min de 4 de julho de 2018

V - O Período Nara - (710 - 794)

Em 708 d.C., a Imperatriz Gemmei subiu ao trono e, dois anos depois, a sede do governo, que até então se deslocava de um lugar para outro, foi fixada em Nara, na província de Yamato. O palácio imperial, bem como os dois lados da cidade esquerdo e direito, foram construídos com muita solenidade, sendo o lugar a partir daí conhecido como Heijō ("Castelo da Tranquilidade").

No intervalo de setenta e cinco anos a partir dessa data, compreendendo os reinados de sete imperadores sucessivos, é chamado na história do Japão de Período Nara, uma época digna de referência especial por sua grande prosperidade e refinamento. Sob o domínio dos imperadores Tenchi e Temmu, o poder do trono já havia aumentado consideravelmente, e foi reforçado ainda mais pela capacidade do Imperador Mommu e seus sucessores imediatos, de assistir aos príncipes reais que ocupavam os cargos mais altos da administração com talento conspícuo. Lado a lado com o crescimento do poder da coroa, a influência do Clã Fujiwara, descendentes de Nakatomi no Kamatari, também avançou firmemente, até que, como será visto mais tarde, passaram a ofuscar a autoridade real do soberano. Isso, no entanto, ainda não havia se tornado perceptível durante os primeiros anos do Período Nara, quando o Imperador estava em teoria e na prática no ápice do grande sistema centralizado de governo inaugurado pela Reforma Taika.

Entre os eventos deste período, nenhum é mais digno de nota do que a disseminação do budismo. Esse resultado pode ser atribuído, em primeiro lugar, à fé dos integrantes da corte imperial e, em segundo lugar, aos esforços dos talentosos sacerdotes que trabalharam na causa de seu credo com notável zelo e tato. Desde os dias do Imperador Kimmei, quando o budismo chegou ao Japão, seu progresso foi firme e forte, apesar de toda a oposição, até que chegou o tempo em que o Imperador Tenmu ordenar que todas as casas particulares deveriam ter um altar para a adoração do Buda. Os próximos soberanos fizeram com que os cânones fossem copiados e imagens fossem feitas para todas as províncias do reino; e o Imperador Shōmu complementou essas medidas com um decreto exigindo que templos provinciais (kokubunji) fossem construídos em toda parte para monges e freiras. As classes dominantes contribuíram generosamente para o apoio a esses locais de culto, acreditando-se que, por esses meio, a prosperidade individual e a tranquilidade nacional poderiam ser asseguradas. Uma imagem gigantesca de Buda, de mais de 10 metros de altura, foi moldada em cobre e ouro, que existe até hoje no templo em que foi originalmente colocada, em Tōdai-ji, Nara.