Software livre/História
Introdução
[editar | editar código-fonte]O software livre nasceu há aproximadamente três décadas, e foi desacreditado no seu início. Poucos experts da área apostavam no seu sucesso, mas com o passar dos anos, o desenvolvimento de novas tecnologias e a ampliação das áreas de aplicação prática deste tipo de software, bem como a organização da produção, atualização e gerenciamento de software livre ([GNU license], por exemplo), possibilitou o crescimento contínuo no uso deste tipo de software, no interesse cada vez maior de profissionais para o seu desenvolvimento, bem como na valorização do mercado por estes profissionais (ou vice-versa), sendo o profissional envolvido bem como o software livre cada mais requisitado por organizações de todos os níveis. Órgãos governamentais também são grandes impulsionadores e estimuladores para uso de software livre, principalmente nos dias de hoje. O software livre deixou de ser uma promessa, e passou a ser a aposta do presente. Cada vez ganhando mercado, ainda carece de maior envolvimento da massa de programadores e administradores de sistema, para uma maior difusão entre a comunidade informática (dos profissionais e usuários-finais envolvidos).
O início
[editar | editar código-fonte]O software livre foi criado no início da década de 80, por Richard Stallman, pesquisador do Laboratório de Inteligência Artificial do MIT.
A idéia, em princípio, de que diversas pessoas poderiam "colaborar" com o desenvolvimento do software livre, tendo acesso ao seu código fonte e o manipulando, sugerindo e realizando melhorias em seu funcionamento, na década de 80, era algo meio visionário. Poucos tinham conhecimento, tempo e interesse, na opinião da maioria dos envolvidos com a Informática. Mas, contra esta corrente, os poucos colaboradores (alguns hackers, inclusive) permitiram a "sobrevivência" do conceito do software livre.
Passado o início tenebroso, de poucos adeptos e colaboradores, um grande fator foi decisivo para a alavancada do software livre: a economia. Economicamente o software livre se tornou atrativo para muitas empresas, e o aumento de sua usabilidade abriu campo para a atuação dos profissionais desbravadores (os bandeirantes digitais) e outros profissionais simpatizantes até então, que acabaram vendo neste mercado de software um lugar promissor, profissionalmente falando. Assim, um "boom" ocorreu, com o ingresso de diversos profissionais, impulsionados pelo atrativo de novos empregos, novas rendas ou rendas complementares, e assim, os software livres tiveram um acréscimo considerável de colaboradores na construção e aperfeiçoamento de seus códigos fonte, aumentando não só o número de programas rodando na plataforma open source (o termo "software livre" em inglês), mas diversificando a oferta de tipos de programas (servidores, banco de dados, aplicações desktop - para escritório) e também a criação de diversos outros tipos de programas, inclusive concorrentes a softwares proprietários, abrindo perspectivas diferentes para o usuário final: optar por software proprietário ou por software livre. Enfim, a liberdade de escolha havia aportado no campo de softwares, na área de Informática.
Conceito de software livre
[editar | editar código-fonte]Muitos relacionam o "software livre" a questão de gratuidade, o que não é verdade. A questão de software livre está na relação aberta de programação, que permite aos profissionais com conhecimento técnico necessário a edição, manipulação, alteração e exclusão de trechos do código-fonte do software, permitindo que o mesmo possa alterar o modo de funcionamento do software, adequando-o às mais diversas realidades diagnosticadas de uso do referido software. Podemos definir 04 itens básicos para "conceituar" o software livre:
1. Execução do programa Não existe uma regra estipulada para uso do software. Este pode ser utilizado livremente, sem o ônus de qualquer tipo de cobrança, por qualquer usuário, para fins domésticos ou comerciais([GNU License]).
2. Estudo do código fonte O software livre tem código fonte aberto, isto é, o conjunto de instruções, comandos, processos e programas que o constituem tem seu código fonte (não binário, não executável) aberto para que interessados e estudiosos possam "analisar, classificar, catalogar, observar, estudar" o conjunto destas instruções, comandos, processos e programas, conhecendo a estrutura de funcionamento do software na questão de programação. Seria como ver a "alma" do software, entender como ele foi feito.
3. Redistribuição de cópias livremente Uma das temáticas do software livre é exatamente isso: difundir o uso do mesmo. Tendo um software livre, não é ilegal realizar cópias livremente, e distribuir para outros interessados,(GNU License).
4. Modificação e Aperfeiçoamento do código fonte, com algumas restrições Da mesma forma que é permitido a analise, classificação, catalogação, observação e estudo do código fonte, também é permitido a alteração do código fonte, para fins de aperfeiçoamento do software a situações diagnosticadas. O software livre é interessante neste ponto por permitir a adequação do software livre à necessidades específicas de uma determinada empresa, setor, departamento, ou mesmo regiões do mundo, países, cultura, língua, etc. A permissão de alteração do código fonte abre a possibilidade de milhares de potenciais colaboradores atuarem juntamente no desenvolvimento contínuo e aperfeiçoamento do software livre. A maneira habitual de distribuição de software livre é anexar ao mesmo uma licença de software livre, tornando ainda o código fonte do programa disponível.
O software livre no mundo
[editar | editar código-fonte]O Governo Federal do Brasil, especialmente de 2005 para cá, vem estimulando o uso do software livre, seguindo os passos de vários outros países, como França, México, Índia e Venezuela. A possibilidade de uso de software livre em programas governamentais abre um leque sem precedentes para a Administração Pública, gerando uma economia em larga escala, que ultrapassa os setores que utilizam o software livre. Atrelado à decisão do Governo Federal (o que é comum aqui no Brasil), empresas começam a apostar na adoção do software livre na gestão de seus negócios, como a Petrobrás, Grupo Pão de Açúcar, Casas Bahia, entre outros.
A esfera estadual também investe e estimula o uso de software livre. Vemos no Brasil algumas "ilhas de desenvolvimento e aplicação de software livre". No Rio Grande do Sul, na cidade de Porto Alegre, temos um uma rede em sistema Linux para escolas públicas municipais, o "Rede Escolar Linux" (esta solução informatizada é um projeto mexicano).
Gary Chapman, um especialista norte-americano em sistemas livres da Universidade do Texas, calcula que seriam necessários US$ 300 milhões para equipar as escolas mexicanas com programas da Microsoft. Portanto, segundo o especialista, qualquer alternativa para o México que não use softwares livres torna-se impraticável economicamente.
Fatores que estão estimulando e influenciando o uso de software livre
[editar | editar código-fonte]Organizações sociais e políticas, ações governamentais e outros eventos relacionados que influeciam e/ou estimulam o uso do software livre no Brasil:
- UNESCO, Conferência Latino-Americana e do Caribe sobre o Desenvolvimento e Uso do Software Livre, em 2005, com objetivo de promover o intercâmbio de experiências na aplicação do software de código aberto em benefício do desenvolvimento econômico e social da região.
- ONU, Sociedade da Informação, em Brasília no final de 2003.
- Câmara dos Deputados, Brasília, projeto de autoria do deputado Wagner Pinheiro(PT-BA) foi apresentado no Congresso Nacional em 1999. Este obrigava a preferência por softwares livres em instituições públicas.
- Ações do Governo Federal:
Decreto de 29 de Outubro de 2003: Institui Comitês Técnicos do Comitê Executivo do Governo Eletrônico e dá outras providências.
Diretrizes da Implementação do Software Livre no Governo Federal: Resultado do Planejamento Estratégico do Comitê Técnico de Implementação do Software Livre no Governo Federal, aprovado no dia 02.10.2003. Circular para os Ministérios sobre software livre; Circular enviada pelo Ministro Chefe da Casa Civil para todos os Ministros de Estado, recomendando a avaliação da conveniência de se adotar software livre.
DECRETO Nº 5.111 — 19/07/2005: Estabelece diretrizes para o licenciamento de programas de computador de titularidade de entidades da Administração Estadual, e dá outras providências.
Edital para contratação de Software Livre no Ministério das Comunicações: O Ministério das Comunicações publicou um edital para a contratação de grandes serviços na área de Software Livre.
Criação do "Portal do Software Livre", http://www.softwarelivre.gov.br.
Criação do "Portal do Software Público", http://www.softwarepublico.gov.br.
Diversas entidades e organizações empresariais dão apoio à política de software livre do governo: Reflexo destes eventos, ações e campanhas, estudos apontam que 53% das empresas brasileiras utilizam algum tipo de software livre, destas 73% são grandes empresas, contra 31% de pequenas e médias empresas (Instituto Sem Fronteiras, http://www.isf.org.br/home.asp).