Reis e Rainhas da Inglaterra /Os Stuarts

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James I (1603-1625)[editar | editar código-fonte]

James I

James I nasceu no Castelo de Edimburgo em 19 de junho de 1566. James foi o único filho de Mary, Rainha dos escoceses com seu segundo marido, Lord Darnley. Ele era descendente direto de Henrique VII através de sua bisavó Margaret Tudor, irmã de Henrique VIII.

James I governou a Escócia como James VI de 24 de julho de 1567 até sua morte em 27 de março de 1625 e também foi Rei da Inglaterra e Rei da Irlanda como James I, de 24 de março de 1603 até sua morte.

Ele foi o primeiro monarca da Inglaterra pertencente à Casa de Stuart.

James foi um monarca bem sucedido na Escócia, mas não foi bem sucedido na Inglaterra. Não foi hábil ao lidar com um Parlamento hostil e a decisão da Casa dos Comuns de não aumentar os impostos o suficiente, quebraram as finanças do reino.

De qualquer maneira, James é considerado como um dos reis britânicos mais intelectuais. Em seu reinado, a maior parte do desenvolvimento cultural que floresceu na Era Elizabetana prosseguiu; a ciência, literatura e artes, com a contribuição de homens como Sir Francis Bacon e William Shakespeare cresceu definitivamente.

Antes de se tornar Rei da Inglaterra[editar | editar código-fonte]

Em junho de 1567, rebeldes protestantes prenderam a mãe de James, Mary, Rainha dos escoceses, e a forçaram a abdicar do trono em 24 de julho, deixando a coroa para James, que estava com apenas 13 meses de idade. Ele foi criado como membro da Igreja Protestante da Escócia.

Durante o início do reinado de James, o poder passou por uma série de regentes, e ele só tomou o poder em 1581. Na verdade suas decisões não eram próprias, ele se apoiava nos conselheiros, os cortesãos mais próximos.

Assim, ele foi governando como Rei da Escócia, e então, com a morte da Rainha Elizabeth da Inglaterra em 1603, um Conselho de Ascensão se reuniu e proclamou James, Rei da Inglaterra.

Embora Escócia e Inglaterra permanecessem como estados separados – apenas em 1707 que o Decreto de União uniu as duas nações para criar um novo estado, o Reino da Grã Bretanha.

Início do Reinado na Inglaterra[editar | editar código-fonte]

James ficou conhecido por criar muitos novos lordes. No total 62 pessoas foram elevadas à nobreza inglesa por James. Elizabeth criou apenas 8 novos nobres durante seu reinado de 45 anos.

Após a sua chegada à Londres, James foi praticamente recebido pelos conflitos religiosos na Inglaterra. Ele foi presenteado com uma petição dos puritanos exigindo uma reforma da Igreja Anglicana. Inclusive, aceitou o convite para uma reunião em Hampton Court, que foi depois adiada por causa da Peste. Em 1604, na reunião de Hampton Court, James não pode aceitar a maior parte das demandas. No entanto, aceitou um pedido para autorizar a tradução oficial da Biblia, que se tornou conhecida como Versão do Rei James.

Em 1605, um grupo de católicos extremistas liderados por Robert Catesby desenvolveu um plano, conhecido como Conspiração da Pólvora, para causar uma explosão na camara da Casa dos Lordes, onde o Rei e os membros de ambas as Casas do Parlamento estariam reunidos para a Abertura do Parlamento.

Os conspiradores queriam substituir James por sua filha, Elizabeth, quem, eles esperavam pudesse ser forçada a se converter ao catolicismo.

Um dos conspiradores, no entanto, deixou vazar informações com relação à trama, que foi então, frustrada. Apavorado, James se recusou a sair de sua residência durante vários dias.

Guy Fawkes, que foi a pessoa designada para guardar os barris de pólvora e detoná-los, foi torturado até revelar a identidade dos outros conspiradores, os quais foram executados ou mortos durante a captura.

Bonecos representando Guy Fawkes ainda são queimados a cada dia 5 de novembro, para comemorar a sua captura, que é conhecido como dia de Guy Fawkes, ou Noite das Fogueiras (bonfire nights).


Conflitos com o Parlamento e Morte[editar | editar código-fonte]

Após à dissolução do Parlamento Apodrecido, James governou sem o Parlamento durante sete anos. Encarando dificuldades financeiras porque o Parlamento não aprovava seus novos impostos, James resolveu fazer uma aliança proveitosa com a Espanha, casando seu filho mais velho (sobrevivente), Carlos (Charles) com a filha do Rei da Espanha.

Essa possível aliança com o reino Católico Romano não foi bem recebida na Inglaterra Protestante. A popularidade de James despencou também por causa da execução de Sir Walter Raleigh.

James ficou senil durante o ultimo ano de seu reinado. O poder passou para as mãos de seu filho Carlos, e do Duque de Buckingham, embora James ainda detivesse poder suficiente para evitar que uma nova guerra com a Espanha não ocorresse enquanto ele ainda reinasse.

James morreu em Theobalds House em 1625 de febre terçã ou malária, (tertian águe, febre um dia a cada três), provavelmente de insuficiência renal ou apoplexia.

Ele foi sepultado na Capela de Henrique VII na Abadia de Westminster. Carlos o sucedeu como Carlos I. (Charles I)


Filhos[editar | editar código-fonte]

Os filhos de James, eram, Henrique Frederico (Henry Frederick) Príncipe de Gales (que morreu com 18 anos em 1612), Elizabeth, Margaret Stuart (que morreu na infância), Carlos, Mary e mais duas crianças que morreram ainda na infância (Roberto e Sophia).

Carlos I (Charles I) (1625-1649)[editar | editar código-fonte]

Carlos I

Carlos I nasceu em Dunfermline Palace em 19 de novembro de 1600. Ele era o segundo filho de James I e Anne da Dinamarca.

Foi Rei da Inglaterra, Escócia e Irlanda de 27 de março de 1625 até sua execução em 1649.

Carlos I se envolveu numa famosa luta pelo poder com o Parlamento da Inglaterra. Ele apoiava o Divino Direito dos Reis, e muitos ingleses temiam que ele estivesse procurando o poder absoluto.

Houve uma oposição generalizada a muitas de suas ações, especialmente aumento de impostos sem consentimento do Parlamento.

Os conflitos religiosos prosseguiram durante o reinado de Carlos. Ele escolheu uma esposa católica, Henrietta Maria, apesar das objeções do Parlamento e da opinião pública.

Os últimos anos do reinado de Carlos foram marcados pela Guerra Civil Inglesa, na qual ele ficou do lado oposto às forças do parlamento, que desafiaram suas tentativas de aumentar seu próprio poder, e também dos puritanos, que eram hostis às suas políticas religiosas.

A guerra terminou com a derrota de Carlos, que foi então julgado, condenado e executado por alta traição. A monarquia foi derrubada e uma comunidade foi estabelecida.

Início da Vida e Reinado[editar | editar código-fonte]

Carlos não tinha a boa aparência do seu irmão mais velho, Henrique. No entanto, quando o irmão morreu de febre tifoide em 1612, Carlos se tornou o herdeiro do trono e mais tarde foi feito Príncipe de Gales.

Carlos subiu ao trono em março de 1625 e em 1º de maio do mesmo ano casou com Henrietta Maria, que era nove anos mais nova. Ela era irmã do Rei Luís XIII de França.

Seu primeiro parlamento, que foi por ele aberto em maio, foi contra o casamento com Henrietta Maria, que era católica romana. Isso, porque, eles temiam que Carlos levantasse as restrições aos católicos romanos e enfraquecesse o protestantismo oficial.

No entanto, ele concordou com o Parlamento em não relaxar as restrições aos católicos, ele prometeu fazer exatamente isso num tratado secreto de casamento feito com Luís XIII.

Carlos e sua esposa tiveram nove filhos, mas apenas três filhos homens e três filhas mulheres sobreviveram à infância.

Governo Pessoal[editar | editar código-fonte]

Em janeiro de 1629, Carlos abriu a segunda sessão do Parlamento que havia sido suspensa em junho de 1628.

Ele esperava que, com a ausência do Duque de Buckingham, o Parlamento que não tinha permitido que ele aumentasse os impostos, finalmente cooperasse e garantisse alguns subsídios.

Ao invés disso os membros da Casa dos Comuns começaram novamente a se opor por causa das taxas aduaneiras. Quando ele pediu um adiamento até março, os membros tomaram a palavra e mantiveram o presidente sentado até que lessem em alto e bom som, três resoluções contra Carlos.

A última delas declarava que qualquer um que pagasse as taxas aduaneiras não autorizadas pelo Parlamento seria considerado um traidor das liberdades da Inglaterra, e um inimigo da mesma.

Embora a resolução não tivesse passado formalmente, muitos membros declararam sua aprovação. Carlos ficou extremamente irritado e dissolveu o parlamento.

Então Carlos decidiu não confiar mais no Parlamento para qualquer ajuda financeira. Imediatamente fez a paz com a França e a Espanha. Os onze anos seguintes, durante os quais Carlos governou sem o parlamento, ficaram conhecidos como Onze Anos de Tirania.

Nesse meio tempo, Carlos ainda precisava conseguir fundos para manter o tesouro. Se aproveitando de estatuto feudal, existente, porém esquecido, de 1278, que dizia que: qualquer pessoa que ganhasse £40 ou mais por ano, deveria se apresentar à coroação do Rei de modo que poderia se juntar ao exército real como cavaleiro. Carlos multou todos aqueles que não compareceram à sua coroação em 1626.

Ele ressuscitou a taxa feudal conhecida como dinheiro de navio, que era ainda mais impopular. Um decreto de 1634 ordenava o recolhimento do dinheiro de navio em épocas de paz, embora leis dos governos de Eduardo I e Eduardo III afirmassem que essa taxa não poderia ser recolhida em tempos de paz.

O fato de recolher taxa de navio em tempos de paz levaram a uma rebelião que forçaram o rei a pedir uma sessão do Parlamento em 1640.

Parlamentos Curtos e Longos[editar | editar código-fonte]

Uma disputa com as Igrejas na Escócia significavam que Carlos precisava de mais dinheiro. Portanto ele tinha que suspender seu governo pessoal e chamar o Parlamento em abril de 1640.

Carlos se dispôs a não cobrar o dinheiro de navio, a Casa dos Comuns exigiu a discussão de vários abusos de poder durante o período do reinado muito pessoal de Carlos.

O Parlamento se recusou a ajudar Carlos e foi dissolvido em maio de 1640, menos de um mês após a reunião. Assim, ficou conhecido como o Parlamento Curto.

Carlos ainda tentou derrotar os escoceses, mas falhou. O Tratado de Paz com o qual ele concordou, exigia que o Rei pagasse as despesas do exército escocês com quem ele tinha acabado de lutar.

Carlos usou a artimanha incomum de convocar o Magnum Concilium, o conselho antigo dos Pares do Reino, que eram considerados os conselheiros hereditários do Rei.

O Magnum Concilium não havia sido convocado em séculos, e quando ele se reuniu, o rei já havia resolvido seguir o conselho de todos os seus pares e convocar um novo Parlamento que ficou conhecido como o Longo Parlamento.

O Longo Parlamento se reuniu em novembro de 1640 e mostrou como as negociações eram difíceis, em nada diferente do Parlamento Curto. Para evitar que fosse dissolvido à vontade do Rei, o Parlamento aprovou o Ato Trienal, que afirmava que o Parlamento deveria ser reunido a cada três anos no mínimo.

Em maio de 1641 aprovaram um Decreto cujo teor dizia que o Parlamento não poderia ser dissolvido sem o seu próprio consentimento.

Carlos foi forçado a fazer uma concessão atrás da outra. O dinheiro de navio, multas em penhora da cavalaria e impostos sem o consentimento parlamentar foram declarados ilegais, as odiadas Cortes da Câmara da Estrela e Alta Comissão foram abolidas.

Embora tenha feito muitas concessões importantes, Carlos aumentou sua própria posição militar garantindo a boa vontade dos escoceses. Ele finalmente concordou com o estabelecimento oficial do Presbiterianismo e em troca ganhou um considerável apoio anti-parlamentar.

A Casa dos Comuns então, tentou o impeachment da Rainha Católica, esposa de Carlos, Henrietta Maria, levando o Rei a tomar uma atitude desesperada. Sua esposa o convenceu a prender os cinco membros da Casa dos Comuns que lideravam a facção anti-Stuart, as acusações eram de alta traição, mas quando o Rei tomou a decisão, ela fez a bobagem de contar para uma amiga, que, por sua vez, contou ao Parlamento.

Carlos entrou na Casa dos Comuns com uma guarda armada em 4 de janeiro de 1642, mas descobriu que seus inimigos já tinham fugido.

Muitos no Parlamento acharam a atitude de Carlos um ultraje, mas outros tinham os mesmos sentimentos com relação às próprias ações do Parlamento. Muitos membros da Casa dos Comuns abandonaram o Parlamento para se unir ao Partido Monarquista, deixando aos opositores do Rei a maioria.

Londres já não era mais um lugar seguro para Carlos, e ele partiu para o norte para erguer um exército contra o Parlamento. A Rainha, por sua vez, viajou para levantar dinheiro para os custos.

Guerra Civil[editar | editar código-fonte]

A Guerra Civil inglesa ainda nem tinha começado, mas os dois lados já se armavam.

Carlos ergueu o pavilhão real em Nottingham em 22 de agosto de 1642. Depois estabeleceu sua corte em Oxford, de onde ele controlava todo o norte e o oeste da Inglaterra. o Parlamento controlava Londres e o sul e leste.

A Guerra Civil começou em 25 de outubro de 1642 com a Batalha de Edgehill, que foi inconclusiva, e continuou indefinida durante 1643 e 1644. Na Batalha de Naseby houve uma mudança decisiva favorável ao Parlamento.

Se seguiu um grande número de derrotas para os Monarquistas e então o Cerco de Oxford, do qual Carlos escapou em abril de 1646.

Ele se entregou ao Exército Presbiteriano Escocês em Newark e foi levado até próximo de Southwell enquanto seus captores decidiam o que fazer com ele.

Os Presbiterianos finalmente chegaram a um acordo com o Parlamento e entregaram Carlos para ele em 1647. Ele ficou prisioneiro em Holdenby House em Northamptonshire, mas foi logo transferido para diversas outras localidades.


Julgamento e Execução[editar | editar código-fonte]

Carlos foi finalmente transferido para o Castelo de Windsor e depois para o Palácio St. James. Em janeiro de 1649, a Casa dos Comuns sem a concordância do Soberano ou da Câmara dos Lordes, aprovou uma lei criando uma corte para o julgamento de Carlos.

A Alta Corte de Justiça estabelecida pela lei consistia em 135 comissários (todos parlamentaristas).

O julgamento do Rei (sob acusações de alta traição e outros altos crimes) começou em 2 de janeiro, mas Carlos se recusou a se pronunciar, alegando que nenhuma corte possuia a jurisdição sobre um monarca.

No entanto, era normal tomar a recusa em se defender como uma admissão de culpa, o que significava que a acusação não podia chamar testemunhas no caso.

Cinquenta e nove dos comissários assinaram a sentença de morte de Carlos em 29 de janeiro de 1649.

Após o julgamento ele foi levado do St. James Palace, onde estava confinado, até o Palácio de Whitehall, onde foi erguido um cadafalso de execução. Carlos foi decapitado em 30 de janeiro de 1649. Um dos líderes revolucionários, Oliver Cromwell, permitiu que a cabeça do Rei foi costurada de volta ao corpo de modo que a família pudesse fazer um enterro decente.

Carlos foi sepultado de modo discreto, à noite em 7 de fevereiro de 1649, na cripta de Henrique VIII, na Capela de São Jorge no Castelo de Windsor. Carlos era pai de um total de nove filhos legítimos, dois dos quais iriam eventualmente sucedê-lo no trono. Diversos outros filhos morreram ainda na infância.


Cinco filhos mais velhos de Carlos I

Interregnum (1649-1660)[editar | editar código-fonte]

O chamado Interregnum Inglês, foi um periodo de governo parlamentar e militar após a Guerra Civil inglesa, entre a execução de Carlos I em 1649 e a restauração de Carlos II em 1660.

Essa fase da história inglesa pode ser dividida em quatro períodos:

  1. Primeiro período da Comunidade da Inglaterra de 1649 até 1653
  2. O Protetorado sob Oliver Cromwell de 1653 até 1659
  3. O Protetorado sob Richard Cromwell em 1659
  4. O segundo período da Comunidade da Inglaterra de 1659 até 1660


A Vida Durante o Interregnum[editar | editar código-fonte]

Quatro anos após a execução de Carlos I, a coroa da Inglaterra foi oferecida a Oliver Cromwell. Mas ele recusou e escolheu ser Lorde Protetor.

Oliver Cromwell era Puritano e durante o Interregnum, ele impôs uma forma muito estrita de Cristianismo no país. Ele garantiu uma liberdade religiosa que a Inglaterra desconhecia, mas outras formas de expressão foram muito limitadas (por exemplo o teatro que havia prosperado sob os reis Stuart e Elizabeth I, foi banido).

Cromwell também impôs ao povo, sua visão pessoal do Cristianismo inclusive lançando multa para quem trabalhasse aos domingos.

Richard Cromwell foi o sucessor de seu pai. Mas, ele abdicou da sua posição como Lorde Protetor sem hesitação, após o pedido do Rump Parliament.

Esse foi um breve período de restauração da Comunidade da Inglaterra e do filho de Carlos I, também de nome Carlos, que logo foi convidado para assumir o trono.


Carlos II (Charles II) (1660-1685)[editar | editar código-fonte]

Carlos II por Henri Gascard

Carlos II nasceu no Palácio St. James em 29 de maio de 1630. Carlos foi o filho mais velho, sobrevivente, de Carlos I e Henrietta Maria de França.

Ele foi Rei da Escócia de 30 de janeiro de 1649 e Rei da Inglaterra e Irlanda de 29 de maio de 1660 até sua morte em 6 de fevereiro de 1685. Ao contrário de seu pai, Carlos I, Carlos II foi hábil em manipular o Parlamento da Inglaterra, de tal forma que, Carlos II é ainda considerado um dos grandes reis da Inglaterra.

Foi durante seu reinado que os partidos políticos Whig e Tory se desenvolveram.

Ele foi pai de inúmeros filhos ilegítimos, dos quais reconheceu quatorze.

Conhecido como o Monarca Feliz Carlos foi patrono das artes.


Restauração[editar | editar código-fonte]

Após a morte de Oliver Cromwell em 1658, as chances de Carlos recuperar a coroa pareciam pequenas.

Oliver Cromwell foi sucedido como Lorde Protetor por seu filho, Richard Cromwell. No entanto, o novo Lorde Protetor abdicou em 1659. O Protetorado da Inglaterra foi abolido e a Comunidade da Inglaterra estabelecida.

Durante a agitação civil e militar que se seguiram, George Monck, o governador da Escócia, muito preocupado com a situação, vendo que a nação iria afundar na anarquia, se dispôs a restaurar a monarquia.

Monck e seu exército marcharam até Londres e forçaram o Longo Parlamento a se dissolver por conta própria.

Pela primeira vez em quase vinte anos, os membros do Parlamento enfrentaram eleições gerais. Uma Câmara dos Comuns Monarquista foi eleita. O Parlamento Convencional, logo preparou em 25 de abril de 1660, a Declaração de Breda, através da qual, Carlos concordava, entre outras coisas, a perdoar a maioria dos inimigos de seu pai.

Logo a seguir, declarava que Carlos II era o Soberano por direito desde a execução de Carlos I em 1649.

Carlos partiu para a Inglaterra, chegando a Dover em 23 de maio de 1660 e entrando em Londres em 29 de maio.

Embora Carlos tivesse garantido anistia aos apoiadores de Cromwell no Ato de Indenização e Esquecimento, ele voltou atrás em seu perdão aos comissários e oficiais envolvidos no julgamento e execução de seu pai. foram enforcados, deformados e esquartejados. Outros receberam prisão perpétua.

O corpo de Oliver Cromwell também sofreu o mesmo tratamento.

O Parlamento Convencional foi dissolvido em dezembro de 1660. Logo após a coroação de Carlos na Abadia de Westminster em 23 de abril de 1661, o segundo Parlamento do reino, o Parlamento Cavalier se reuniu.

Este era um Parlamento esmagadoramente monarquista, Carlos não achou nenhuma razão para dissolvê-lo durante dezessete anos.


Política Externa[editar | editar código-fonte]

Em 1662 Carlos casou com a princesa portuguesa Catherine de Bragança, cujo dote acrescentou a ele, os territórios de Bombaim e Tânger. No entanto, durante o mesmo ano, ele vendeu Dunquerque, um território extremamente valioso estrategicamente, para seu primo Rei Luís XIV de França por £40,000.

Em 1668, a Inglaterra se aliou à Suécia e ao seu antigo inimigo, a Holanda, para se opor à Luís XIV na Guerra da Devolução.

Luís foi forçado a fazer a paz com a Tríplice Aliança, mas continuou a manter sua intenção agressiva.

Em 1670 Carlos, procurando resolver seus problemas financeiros, concordou com o Tratado de Dover, através do qual, Luís XIV pagaria £200,000 a cada ano.

Nesse meio tempo, por volta de 1670, Carlos deu à Companhia das Índias Orientais Britânica, o direito de adquirir territórios autônomos, cunhar moeda, comandar fortalezas e tropas, formar alianças, declarar guerra e paz, e exercer jurisdição civil e criminal sobre as áreas adquiridas na Índia.

Antes, em 1668 ele alugou as ilhas de Bombaim pela quantia insignificante de dez pounds sterling pagos em ouro.


Grande Praga e o Fogo[editar | editar código-fonte]

Em 1665, Carlos II se viu enfrentando um grande problema, um surto de Peste Bubônica em Londres, em geral se chama de Peste Negra ou a Grande Praga de Londres.

As mortes chegaram a alcançar 7000 pessoas por semana. Carlos e sua família e a corte fugiram de Londres em julho de 1665 na direção de Oxford.

Várias tentativas de conter a praga foram feitas pelos responsáveis pela saúde pública mas, todas foram em vão. A praga continuava a se espalhar rapidamente.

Em 2 de setembro de 1666 começou o Grande Incêndio de Londres. O incêndio acabou com a Peste Negra porque queimou os vetores da doença, os ratos e as pulgas, mas, o fogo consumiu umas 13 200 casas e 87 igrejas, incluindo a original, Catedral St. Paul.


Conflito com o Parlamento[editar | editar código-fonte]

A esposa de Carlos, Rainha Catherine não conseguiu dar à luz um herdeiro. Portanto, o herdeiro de Carlos era seu irmão James, nada popular, ele era católico romano.

Em 1678, Titus Oates, um ex-clérigo anglicano, inventou uma Trama Papal para matar o rei e o substituir por James. Carlos não acreditou na história, mas ordenou que seu ministro chefe, a investigasse. Ele, no entanto, era um anti-católico e encorajou Oates a tornar públicas suas acusações.

O Grande Incêndio de Londres por Philippe-Jacques de Loutherbourg

O povo foi tomado de uma histeria anti-católica; juízes e júris condenavam os supostos conspiradores pelo país afora; numerosos indivíduos inocentes foram executados.

Mais tarde, no entanto, o ministro chefe foi impedido pela Câmara dos Comuns sob a acusação de alta traição. Para salvar Lorde Danby do julgamento de impeachment na Câmara dos Lordes, Carlos dissolveu o parlamento em janeiro de 1679.

Um novo parlamento se reuniu em março do mesmo ano, e foi bastante hostil ao rei, obrigou que o ministro chefe renunciasse e o fez prisioneiro na Torre de Londres.


Últimos Anos[editar | editar código-fonte]

O parlamento de 1679 foi eleito numa época de forte sentimento anti-católico. Ele era contra a perspectiva de ter um monarca católico.

Uma Lei de Exclusão foi aprovada pela Câmara dos Comuns, com o intuito de excluir James da linha de sucessão. Os Abhorrers (aqueles que têm aversão, antipatia), aqueles que se opuseram à Lei de Exclusão, acabaram se transformando no Partido Tory, enquanto que, aqueles que apoiavam a Lei de Exclusão, se tornaram o Partido Whig.

Temendo que a Lei da Exclusão passasse, Carlos dissolveu o parlamento em dezembro de 1679.

Outros dois parlamentos foram convocados durante o reinado de Carlos (um em 1680 e outro em 1681), mas ambos foram dissolvidos porque eles estavam prestes a aprovar a Lei da Exclusão.

Durante o ano 1680, no entanto, o apoio popular à Lei da Exclusão foi se dissolvendo, e Carlos conviveu com um surto de lealdade da população.

Durante o resto de seu reinado, Carlos reinou como um monarca absolutista, sem parlamento.

Em 1685 Carlos faleceu subitamente. Quando percebeu que estava morrendo e em grande segredo, um padre foi chamado à sua cabeceira.

Carlos foi aceito pela igreja católica e recebeu os últimos ritos.

Ele foi sepultado na Abadia de Westminster. Seu sucessor foi seu irmão, que se tornou James II na Inglaterra e Irlanda e James VII na Escócia.


James II (1685-1688)[editar | editar código-fonte]

James II

James II da Inglaterra e VII da Escócia nasceu no Palácio St. James em 14 de outubro de 1633. Ele era o segundo filho sobrevivente de Carlos I e Henrietta Maria de França.

James se tornou Rei da Inglaterra, Rei da Escócia e Rei da Irlanda em 6 de fevereiro de 1685. Ele foi o último monarca católico romano a reinar sobre a Inglaterra, Escócia e Irlanda.

Alguns de seus súditos desconfiavam de sua política religiosa e alegavam despotismo, assim sendo, lideraram um grupo para depô-lo na Revolução Gloriosa.

Ele foi substituído, não por seu filho católico romano, James Francis Edward, e sim por sua filha protestante e por seu genro, Mary II e Guilherme III (William III), que se tornaram governantes em 1689.

A crença em que James continuava sendo o governante legítimo ficou conhecida como Jacobitismo (por causa de Jacobus, nome latino para James). No entanto James sequer tentou retornar ao trono, ao invés disso viveu o resto de sua vida sob a proteção do Rei Luís XIV de França.

Seu filho James Francis Edward Stuart e seu neto Charles Edward Stuart (Bonnie Prince Charlie) tentaram restaurar a linha Jacobita após a morte de James em 16 de setembro de 1701, mas não conseguiram.

Início[editar | editar código-fonte]

Assim como seu irmão, James procurou refúgio na França durante o Interregnum e serviu no exército francês. Em 1656, quando seu irmão Carlos se aliou à Espanha, inimiga da França, ele se juntou ao exército espanhol. Ambos os exércitos elogiavam e usavam a habilidade de James.

Em 1660, Carlos II foi restaurado no trono da Inglaterra e James retornou à Inglaterra com ele. Embora fosse o herdeiro, era pouco provável que ele herdasse a Coroa, uma vez que Carlos tinha filhos legítimos.

Em setembro de 1660, James casou com Lady Anne Hyde, filha do ministro chefe de Carlos, Eduardo Hyde, 1º Conde de Clarendon.

Religião[editar | editar código-fonte]

James foi aceito pela igreja católica romana em 1668 ou . Seus inimigos protestantes no Parlamento da Inglaterra então aprovaram a Lei do Teste, que exigia que todos os civis e militares que exercessem função pública deveriam jurar que eram contra certas práticas da Igreja Católica Romana e deveriam receber comunhão na Igreja da Inglaterra.

James se recusou a aceitar isso e renunciou ao seu posto de Lorde Almirante.

Carlos II se opôs à conversão de James e ordenou que os filhos de James fossem criados como protestantes, mas em 1673, ele aceitou que James (cuja primeira esposa havia morrido em 1671) casasse com a católica Mary de Modena.

Em 1677, James permitiu que sua filha, Mary casasse com o protestante Príncipe de Orange, Guilherme III (William III), que também era seu sobrinho.

Embora o medo de que um monarca católico fosse reinar continuasse, e ficasse cada vez maior uma vez que a esposa de Carlos II não conseguia lhe dar um herdeiro.

Reinado e a Revolução Gloriosa[editar | editar código-fonte]

Carlos morreu sem deixar um herdeiro legítimo em 1685, e James se tornou rei. A princípio, havia pouca oposição a ele e muitos anglicanos o apoiavam como monarca legítimo.

O novo parlamento que se reuniu em maio de 1685 parecia favorável a James, concordando em dar a ele uma boa renda.

James, no entanto, enfrentou a Rebelião Monmouth que era liderada pelo filho ilegítimo de Carlos II, o Duque de Monmouth, James Scott. O 1º Duque de Monmouth se declarou Rei em 20 de junho de 1685, mas foi derrotado na Batalha de Sedgemoor.

Logo após, Monmouth foi executado na Torre de Londres. Embora Monmouth não tivesse grande apoio popular, James começou a desconfiar de seus súditos. Seus juízes, especialmente o Juíz Jeffreys ("Hanging Judge") puniram os rebeldes brutalmente.

Os inquéritos policiais sangrentos do Juíz Jeffrey levaram o povo a ver seu Rei como um governante cruel e bárbaro.

Para se proteger de outras rebeliões, James resolveu preparar um grande exército permanente. Ao colocar católicos romanos no comando de vários regimentos, o Rei entrou em conflito com o parlamento. O parlamento foi dissolvido em novembro de 1685 e nunca mais se reuniu durante o reinado de James.

A tensão religiosa se intensificou em 1686. Na Declaração de Indulgência em 1687, ele suspendeu as leis que puniam os católicos romanos e praticantes de outras religiões.

Em abril de 1688, James fez nova emissão da Declaração de Indulgência, e ordenou que os clérigos anglicanos a lessem em suas igrejas. Quando o Arcebispo de Canterbury e seis outros bispos fizeram uma petição pela mudança na política religiosa, eles foram presos e julgados por difamação sediciosa, mas foram absolvidos.

A preocupação do povo aumentou com o nascimento de um filho católico, o herdeiro, James Francis Edward, cuja mãe era a Rainha Mary, em junho de 1688. Diversos líderes protestantes então, entraram em negociações com Guilherme, Príncipe de Orange, que era o genro de James, para que ele invadisse o país e se tornasse rei.

Por volta de setembro, ficou claro que Guilherme estava mesmo se preparando para invadir. James acreditava que seu exército poderia derrotá-los, porém quando Guilherme aportou, em 5 de novembro de 1688, todos os oficiais protestantes do Rei passaram para o lado de Guilherme.

Em 11 de dezembro, James tentou fugir para França. Ele foi preso em Kent, mas conseguiu escapar para França em 23 de dezembro. Quando James fugiu, não havia parlamento funcionando, portanto Guilherme convocou um parlamento que declarou, em 12 de fevereiro de 1689 que quando James tentou fugir em 11 de dezembro, ele abdicou e portanto, o trono estava vago (ao invés de transferido para o herdeiro, filho de James, James Francis Edward).

A filha de James foi declarada Rainha. Portanto reinaria juntamente com seu marido Guilherme III. Os Estados Escoceses acompanharam a decisão em 11 de abril.

Guilherme e Mary então foram confirmados como Rei e Rainha através da Declaração de Direitos, que também acusava James II de abuso do poder ao suspender a Lei do Teste, de processar os sete bispos porque fizeram uma petição à Coroa, de estabelecer um exército permanente e impor punições cruéis. A Lei também especificava quem seriam os herdeiros da Coroa. Em primeiro lugar qualquer filho de Guilherme e Mary, depois a Princesa Anne e seus filhos e finalmente os filhos de Guilherme de qualquer casamento que ele tivesse depois.

Os Últimos Anos e Legado[editar | editar código-fonte]

Com o exército francês a seu lado, James chegou à Irlanda em março de 1689. O parlamento irlandês não seguiu o exemplo do inglês e declarou que James permanecia Rei.

No entanto, ele foi derrotado na Batalha de Boyne em 1 de julho de 1690. Ele fugiu de volta para França após a derrota. Na França, lhe foi permitido James morar no castelo real.

Foi feita uma tentativa de restaurá-lo ao trono através do assassinato de Guilherme III em 1696, mas o atentado falhou.

Luís XIV ofereceu a James a possibilidade de ser eleito Rei da Polonia, mas ele recusou e depois disso Luís nunca mais ajudou James. Ele faleceu em 1701 em Saint-Germain-en-Laye, onde foi sepultado.

O filho de James II, James Francis Edward Stuart (chamado por seus adeptos como "James III e VIII" e por seus oponentes de O Velho Pretendente), tomou para si a causa Jacobita.

Liderou um levante na Escócia em 1715 logo após George I se tornar rei, mas foi derrotado. Outras tentativas também foram em vão. Após o levante de 1745, liderado por Charles Edward Stuart, nenhuma outra tentativa séria foi feita para restaurar um herdeiro Stuart ao trono.

James Francis Edward faleceu em 1766 quando foi sucedido por seu filho mais velho Charles Edward Stuart (chamado por seus adeptos de Charles III e por seus oponentes de Jovem Pretendente). Charles, por sua vez, foi sucedido por seu irmão mais novo, Henry Benedict Stuart, um cardeal da igreja católica.

Henry foi o último descendente legítimo de James II.


Filhos[editar | editar código-fonte]

James teve oito filhos com Anne Hyde, dos quais apenas dois, Mary e Anne, sobreviveram à infância.

Elas se tornaram as próximas duas rainhas.

Com Mary de Modena ele teve seis filhos, dois dos quais sobreviveram à infância. O mais conhecido foi James Francis Edward Stuart. Ele teve também vários filhos ilegítimos.


Guilherme III (William III) (1689-1702) e Mary II (1689-1694)[editar | editar código-fonte]

Após a Revolução Gloriosa, Guilherme III e sua esposa Mary II se tornaram ambos, governantes.

Guilherme de Orange[editar | editar código-fonte]

Guilherme III

Guilherme nasceu em Haia, na Holanda em 14 de novembro de 1650. Ele era filho do Príncipe de Orange Guilherme II com Mary (filha de Carlos I que aparece na figura da descendência de Carlos I, a menina à esquerda).

Desde o nascimento ele era um aristocrata holandês e um Príncipe de Orange Protestante.

Ele foi Rei Guilherme III da Inglaterra e da Irlanda desde 13 de fevereiro de 1689, e Guilherme II, Rei dos Escoceses desde 11 de abril de 1689 em ambos os casos, até sua morte em 8 de março de 1702.

Oito dias antes de seu nascimento, seu pai morreu de ferimentos em batalha, e então, Guilherme se tornou o Soberano Príncipe de Orange no momento em que nasceu.

Em 23 de dezembro de 1660, quando Guilherme tinha apenas 10 anos, sua mãe morreu de varíola enquanto visitava seu irmão, o Rei Carlos II na Inglaterra. Em seu testamento, Mary fazia de Carlos Guilherme o guardião legal do menino, mas Carlos transferiu a responsabilidade para a avó paterna de Guilherme, a Princesa Viúva Amália, com o entendimento de que o conselho de Carlos seria sempre pedido quando fosse necessário.

Em 1666, quando Guilherme tinha 16 anos, os Estados Gerais das Províncias Unidas dos Países Baixos, fizeram dele um protegido do governo, ou como Guilherme chamava a si mesmo, Um Filho do Estado.

Tudo isso era para preparar Guilherme no papel de governante da nação. Quando seu papel de protegido da nação terminou, três anos mais tarde, Guilherme retornou à sua vida privada.


Mary[editar | editar código-fonte]

Mary II nasceu em Londres em 30 de abril de 1662. Ela era a filha mais velha de James II e sua segunda esposa, Lady Anne Hyde.

Ela reinou como Rainha da Inglaterra e da Irlanda, desde 13 de fevereiro de 1689 até sua morte em 28 de dezembro de 1694, e como Rainha da Escócia desde 11 de abril de 1689 até sua morte.

Mary subiu ao trono após a Revolução Gloriosa. Ela reinou junto com seu esposo e primo em primeiro grau, Guilherme III, que se tornou único governante após sua morte. Mary, porém, soberana por direito próprio, não deteve poder durante a maior parte de seu reinado. Ela apenas governou quando seu marido estava lutando fora do país.

Mary II

James II se converteu à igreja católica romana em 1668 ou 1669, mas Mary e Anne foram criadas sob a religião protestante por ordem de Carlos II. Aos quinze anos, a Princesa Mary ficou noiva do Stadtholder Príncipe Protestante de Orange, Guilherme.

Guilherme era filho da tia dela com o Príncipe Guilherme II de Nassau. Eles casaram em Londres em 4 de novembro de 1677.

Mary foi para a Holanda, onde viveu com seu marido. Ela não teve um casamento feliz, suas três gravidezes terminaram em abortos. Ela se tornou popular com o povo holandês, mas seu marido a negligenciava e até mesmo a destratava e teve um caso com uma de suas damas.


Reinado[editar | editar código-fonte]

Embora, muitos na Inglaterra aceitassem Guilherme como soberano, ele enfrentava considerável oposição na Escócia e na Irlanda.

Os Jacobitas escoceses, que acreditavam que James II ainda era o monarca legítimo, conseguiram uma vitória esmagadora em 27 de julho de 1689 na Batalha de Killiecrankie, mas depois de um mês, foram derrotados.

A reputação de Guilherme sofreu após o Massacre de Glencoe em 1692, quando quase cem escoceses foram mortos por não prestar a homenagem apropriada ao novo Rei e à nova Rainha.

Guilherme se curvou à opinião pública e afastou os responsáveis pelo massacre, mas na verdade, eles permaneceram em seu favor.

Na Irlanda, onde os franceses ajudavam os rebeldes, a luta prosseguiu durante mais tempo, embora James II tivesse fugido da ilha após a Batalha de Boyne em 1690. Essa Batalha ainda é comemorada todos os anos pelos protestantes na Irlanda do Norte. Depois que a Marinha Anglo-Holandesa derrotou a frota francesa em 1692, a supremacia naval dos ingleses ficou evidente, e a Irlanda foi conquistada logo após.

De 1690 em diante Guilherme passava bastante tempo fora da Inglaterra. Enquanto o marido estava fora, Mary reinava. Ela foi uma governante firme, e até mesmo ordenou a prisão de seu próprio tio por tramar a volta de James II ao trono.

Em 1692, ela demitiu e aprisionou o influente John Churchill, 1º Conde de Marlborough pelos mesmos motivos. Nesse caso, a demissão reduziu sua popularidade e criou problemas com sua irmã Anne.

Quando Guilherme estava na Inglaterra, Mary ficava de lado com relação à política. No entanto, ela se envolvia nos problemas com a igreja, em particular com as nomeações da igreja.

Mary morreu de varíola em 1694. Após a morte de Mary, Guilherme continuou a governar como Rei.

Embora ele não tivesse sido um bom marido e mantivesse amantes, Guilherme sentiu muito a morte de sua esposa. Mesmo tendo se convertido de calvinista para anglicano, sua popularidade caiu muito durante seu governo como único soberano.

Guilherme único governante[editar | editar código-fonte]

Guilherme, como muitos outros governantes europeus, se preocupava com quem ocuparia o trono da Espanha, trono que trazia consigo vastos territórios na Itália, os Países Baixos e o Novo Mundo.

A questão era importante porque o Rei da Espanha, Carlos II, era inválido e não tinha possibilidade de ter um herdeiro. Além disso, e mais importante, tinha entre seus parentes mais próximos o Rei de França, Luís XIV, e Leopoldo I, Imperador do Sacro Império Romano.

Guilherme queria impedir que um deles herdasse as terras espanholas.

Guilherme e Luís XIV, concordaram com o Tratado de Primeira Divisão, que garantia a divisão do Império Espanhol: o Duque José Fernando da Bavária (por escolha de Guilherme) ficaria com a Espanha, enquanto a França e o Sacro Império Romano dividiriam os territórios remanescentes entre eles. Os espanhóis, no entanto, pretendiam manter os territórios espanhóis unidos.

Depois que José Fernando morreu de varíola, Guilherme e Luís concordaram em 1700 com o Segundo Tratado de Divisão. Ficou estabelecido que os territórios da Itália passariam para o filho do Rei de França e os outros territórios espanhóis seriam herdados pelo filho do Imperador do Sacro Império Romano.

Isso enfureceu os espanhóis, que queriam seu império intacto, e ocorreu o mesmo com o Imperador do Sacro Império Romano que queria os territórios italianos.

Inesperadamente, o Rei Carlos II de Espanha, em seu leito de morte, mudou seu testamento, no final dos anos 1700. Ele deixou os todos os territórios espanhóis para Felipe, um neto de Luís.

Os franceses ignoravam o Segundo Tratado de Divisão e exigiram a herança total espanhola.

Luís também enfureceu Guilherme, reconhecendo James Francis Edward Stuart, filho do falecido Rei James II, que havia morrido em 1701, como Rei da Inglaterra.

O conflito que se seguiu, conhecido como Guerra da Sucessão Espanhola, prosseguiu até 1703.

O último filho sobrevivente da Princesa Anne, Guilherme, Duque de Gloucester, morreu em julho de 1700, e deixou Anne como única herdeira na linha de sucessão.

O parlamento inglês então, aprovou o Decreto de Estabelecimento em 1701, que ditava que, no caso de Anne morrer sem deixar sucessores e Guilherme não tivesse mais nenhum filho, a Coroa iria para o próximo parente protestante, no caso, Sofia, Eleitora de Hanover e seus herdeiros protestantes. Guilherme III faleceu em 1702.


A Morte de Guilherme[editar | editar código-fonte]

Em 1702, Guilherme morreu de pneumonia, uma complicação causada pela clavícula quebrada quando caiu do cavalo. Diz a lenda que seu cavalo havia tropeçado na toca de uma toupeira e que muitos jacobitas brindaram ao pequeno cavalheiro de colete de veludo preto.

Guilherme foi sepultado na Abadia de Westminster ao lado de sua esposa. Ele foi sucedido pela Rainha Anne.


Anne (1702-1714)=[editar | editar código-fonte]

Anne nasceu no Palácio St. James em 6 de fevereiro de 1665.

Ela era a segunda filha de James, que se tornou James II e de sua primeira esposa, Lady Anne Hyde. Anne foi Rainha da Inglaterra, Escócia e Irlanda desde 8 de março de 1702 até sua morte em 1 de agosto de 1714. Essa Rainha foi a última monarca da Casa de Stuart.

A ela, sucedeu um primo distante, George I. O reinado de Anne assistiu ao desenvolvimento do sistema político de dois partidos.

Rainha Anne

Início[editar | editar código-fonte]

Em 28 de julho de 1683, Anne casou com o Príncipe protestante George da Dinamarca, irmão do Rei dinamarquês, Christian V. Foi uma união muito impopular porque a Dinamarca era a favor da França, mas foi feliz para Anne e George.

Sarah Churchill foi dama de companhia dos aposentos da Rainha e mais tarde, graças à afeição mútua e a intimidade que partilhavam, sua posição foi abandonada e as duas senhoras passaram a usar entre elas Mrs. Morley e Mrs Freeman.

Sarah permaneceu como a amiga mais próxima de Anne e mais tarde casou com John Churchill, o 1º Duque de Marlborough. Porém, em algum momento, elas se desentenderam e Sarah foi banida da corte durante a Guerra da Sucessão Espanhola, quando seu marido estava comandando exércitos na guerra.

Por volta de 1700, Anne ficou grávida pelo menos 18 vezes. Treze delas sofreu abortos ou deu à luz natimortos. Das crianças que sobreviveram, quatro morreram antes dos dois anos.

Seu único filho que sobreviveu à infância, Guilherme, Duque de Gloucester, morreu 11 anos de idade em 29 de julho de 1700. Guilherme e Mary não tiveram filhos, portanto, Anne era a única na linha de sucessão estabelecida pela Lei de Direitos. Se a linha se esgotasse, então o Rei James, deposto, poderia reclamar o trono.

Para evitar que um católico romano se tornasse rei, o parlamento aprovou Decreto de Estabelecimento em 1701, que determinava que a Coroa iria para Sophia, Eleitora de Hanover e seus descendentes, que vinham da linhagem de James I da Inglaterra através de Elizabeth da Bohemia.

Início do Reinado[editar | editar código-fonte]

Guilherme III faleceu em 8 de março de 1702, deixando a Coroa para Anne. Nessa mesma época começou a Guerra da Sucessão Espanhola.

Essa guerra prosseguiria até os últimos anos do reinado de Anne e dominaria tanto a política externa quanto a interna.

Logo após se tornar Rainha, Anne fez de seu marido Lorde Grande Almirante da Marinha Real. O controle do exército passou para as mãos de Lorde Marlborough. A Duquesa de Marlborough ganhou o posto de Dama do Vestúario, o mais alto que uma dama da corte poderia ter.

O primeiro governo de Anne foi mais para os Tory. Os Whigs que, ao contrário dos Tory, os maiores apoiadores da guerra, se tornaram mais influentes após o Duque de Marlborough ter uma vitória esmagadora na Batalha de Blenheim em 1704.

Os Whigs rapidamente chegaram ao poder, e quase todos os Tories foram removidos do ministério. O Decreto de União entre a Inglaterra e a Escócia então foi aprovado. Sob esse Decreto, a Inglaterra e a Escócia formavam um só reino chamado Grã Bretanha, em 1º de maio de 1707.

O relacionamento de Anne com a Duquesa de Marlborough piorou durante o ano de 1707. O marido de Anne, o Príncipe George da Dinamarca faleceu em outubro de 1708, e Anne se afastou cada vez mais da Duquesa de Marlborough. A Rainha terminou com a amizade em 1709.

A queda dos Whigs veio tão rápida quanto a caríssima Guerra da Sucessão Espanhola se tornou impopular na Inglaterra. Nas eleições gerais de 1710, o eleitorado escolheu uma grande maioria Tory.

O novo governo começou por procurar a paz na Guerra de Sucessão Espanhola. Os Tories se prontificaram a ceder a Espanha para o neto do Rei Francês, mas os Whigs não podiam aceitar um Bourbon no trono espanhol.

A disputa foi resolvida por acontecimentos externos, quando o irmão mais velho do Arquiduque Carlos (a quem os Whigs apoiavam), convenientemente morreu em 1711 e o Arquiduque Carlos então, herdou a Áustria, Hungria e o trono do Sacro Império Romano. Dar a ele também o trono espanhol, não era do interesse da Grã Bretanha, pois ele se tornaria muito poderoso.

O Tratado de Utrecht de 1713 definiu a paz, embora fosse ratificado pela Grã Bretanha apenas quando Anne, relutantemente, criou doze novos pariatos em um só dia, para dar apoio total à Câmara dos Lordes.

Sob os termos do tratado ratificado, Felipe, neto do Rei de França, Luís XIV, permanecia no trono espanhol e mantinha as colônias da Espanha no Novo Mundo.

O resto dos territórios espanhóis, no entanto, foi dividido entre diversos príncipes europeus. A Grã Bretanha manteve Gibraltar e Minorca e ficou com algumas colônias na América do Norte.

Morte e Legado[editar | editar código-fonte]

Anne morreu de um abcesso e febre causados pela gota, por volta de 1º de agosto de 1714. Seu corpo estava tão inchado que ela teve que ser sepultada num enorme caixão quadrado, na Abadia de Westminster.

Ela faleceu logo após a Eleitora Sophia (8 de junho de 1714) e portanto o filho da Eleitora, George, se tornou Rei da Grã Bretanha.

O reinado de Anne foi dominado por uma grande influência dos ministros e uma diminuição da influência da Coroa. Em 1708, Anne se tornou a última Soberana Britânica a reter a Chancela Real sobre um projeto de lei.

A mudança do poder, da Coroa para o ministério, se tornou mais aparente durante o reinado de George I, cujo principal conselheiro, Sir Robert Walpole, era sempre chamado de Primeiro Ministro.

A Era de Anne foi também dos avanços artísticos, científicos e literários. Na arquitetura, Sir John Vanbrugh construiu prédios elegantes como o Blenheim Palace (casa dos Marlboroughs) e o Castle Howard.

Os escritores como Daniel Defoe, Alexander Pope e Jonathan Swift floresceram durante o reinado de Anne. Sir Isaac Newton também viveu durante o governo de Anne, embora tivesse feito suas descobertas mais importantes sob Guilherme e Mary.