REA - Educação a Distância e Ambientes de Aprendizagem/FISL 17 (Oficinas)/Apresentação da Oficina

Origem: Wikilivros, livros abertos por um mundo aberto.

App e #professorescriadores[editar | editar código-fonte]

O que nos move? A ideia que fazemos da vida. Se, como educadores, cremos que o aprendizado se constrói na vida e na relação com o outro, um recurso com suas marcas de início e fim nos incomoda. Ele é um recurso educacional convencional que pode ser também digital. Se cremos que o aprendizado se constrói ao longo da vida, com suas marcas conectadas aos textos e contextos um recurso educacional aberto nos convida a deixar nossa marca como provisoriedade do processo.

Onde nos apoiar neste momento? Em algo que possa suportar nossas crenças. Os Recursos Educacionais Abertos (REA) se vinculam ao movimento de uma Educação Aberta. A Educação Aberta, nasce entrelaçada ao ensino presencial e ao ensino a distância, na tentativa de promover compartilhamento e transparência em ações sustentáveis hoje especialmente fortalecidas pelas tecnologias e mídias móveis.

O que a Educação Aberta tem a ver com a Educação a Distância? Esse movimento emergente de Educação, vinculada à Ciência Aberta, combina a tradição de partilha de boas ideias com colegas educadores e da cultura da Internet, marcada pela colaboração e interatividade. Uma das prerrogativas da metodologia da Educação a Distancia, vinculada à Educação Aberta, é construída sobre a crença de que todos devem ter a liberdade de usar, personalizar, melhorar e redistribuir os recursos educacionais, sem restrições.

Por que abertos? Porque não são monopólio de nenhuma indústria editorial, nem dependem de licitações. Nem são comprados exemplares físicos, nem cobrados direitos autorais ou licenças que os restrinjam como usos educacionais. Os recursos em formatos digitais abertos, entre eles os que podem ser disponibilizados em tecnologias móveis, podem ser utilizados, redistribuídos, melhorados, revisados, atualizados e remixados por professores/alunos/tutores/gestores, problematizando-os à sua realidade ou aos seus objetivos educadores em qualquer lugar, tempo e espaço que se ofereça para ser usado (BOLL, MELO, 2015).

Por que “São materiais de ensino, aprendizado, e pesquisa em qualquer suporte ou mídia, que estão sob domínio público, ou estão licenciados de maneira aberta, permitindo que sejam utilizados ou adaptados por terceiros (...)” e porque “(...) Podem incluir cursos completos, partes de cursos, módulos, livros didáticos, artigos de pesquisa, vídeos, testes, software, e qualquer outra ferramenta, material ou técnica que possa apoiar o acesso ao conhecimento.” (UNESCO,2011).

E o que a Lei do Marco Civil da Internet no Brasil tem a ver com tudo isso? Art. 26. O cumprimento do dever constitucional do Estado na prestação da educação, em todos os níveis de ensino, inclui a capacitação, integrada a outras práticas educacionais, para o uso seguro, consciente e responsável da internet como ferramenta para o exercício da cidadania, a promoção da cultura e o desenvolvimento tecnológico. Art. 27. As iniciativas públicas de fomento à cultura digital e de promoção da internet como ferramenta social devem: •I - promover a inclusão digital; •II - buscar reduzir as desigualdades, sobretudo entre as diferentes regiões do País, no acesso às tecnologias da informação e comunicação e no seu uso; e •III - fomentar a produção e circulação de conteúdo nacional. (LEI Nº 12.965, DE 23 DE ABRIL DE 2014).

Por que mobilidade na Aprendizagem Móvel? Com a (i)mobilidade das mídias, conectadas em redes wifi, podemos colocar à prova o que Bergson (2006) nos acenava: enxergar a complexidade daquilo que é móvel enunciando esteticamente o que é capturado, formalizado, alinhavado e imobilizado nessa tentativa de parar o tempo. Textos, imagens e sons são cada dia mais enviados em upload para a internet obrigando-nos a ver e ouvir o que muitas vezes ficaria mais restrito ao enraizado, territorialmente mais próximo onde nossos corpos físicos estão. Isso porque essa estética, composição entre sujeito, tecnologia e mundo, enuncia um efeito representativo imobilizado com a ajuda dos dispositivos maquínicos. (...) No cotidiano, capturado pelas Tecnologias Móveis em textos, sons e imagens, o que é móvel- a vida- se imobiliza mesmo que nunca em sua completude. Impossível capturar a vida que corre e nunca para. Mas o que é imobilizado em textos, sons e imagens já é suficiente para compor estilos e ideias de estar, ver e sentir o mundo.(...) O cenário contemporâneo tem a vida como evento. As Tecnologias Móveis o revela quando capturado em textos, sons e imagens.(BOLL, 2015b)

Por que espectador-autor na Aprendizagem Móvel? O protagonismo está na duração do efeito representativo que, tal como a vida, é móvel e se movimenta em um corpo multivduo pois que não há uma “parada” do tempo: há infinitas criações em potência.(...) Nossos alunos cada vez mais enunciam-se como protagonistas imprimindo suas marcas, conectando pontos que, entrecruzados na linha que imobiliza, se transformam em atratores. Assim, na criação dessa obra, todos somos potenciais protagonistas: somos espect-autores (idem). Os atratores, quando vistos, parecem apresentar esta alegria de viver de nossos tempos, dos jovens que “ainda” acreditam que é preciso se encarnar ao espírito da criação do conhecimento para se sentir vivo.(BOLL, 2015b)

O que é o atrator na Aprendizagem Móvel? O atrator é o que aproxima o que aparentemente não combina, destrói o que poderia ser a combinação perfeita: de laços de vizinhanças habituais para vizinhanças inesperadas (BAKHTIN, 1988, p. 284). Vizinhanças habituais que privilegiam o formal, o alinhavado e o imobilizado de uma análise técnica e crítica do representado digitalmente. Vizinhanças inesperadas onde qualquer texto, som ou imagem suga a atenção de um espectador atento: o espectador-autor. E é nesse momento de captura pelo atrator que entramos na obra criada para participar dela também como protagonista. Nesse momento, sempre de autoria, uma tentativa de fazer durar o infinito, o imóvel: a vida.(BOLL, 2015b)

Celular na Sala de Aula pode? A temporalidade neste contexto da cultura digital envolve não só a extensão deste tempo relógio quanto mais especificamente do tempo criativo e autoral deste multivíduo do qual falamos. Todo o ato da produção do conhecimento requer uma dose de ousadia e imaginação, pois que o conhecimento em si é autoral, criação: envolve um multivíduo cognoscente e criativo em seu desejo de conhecer. E o seu desejo de conhecer está diretamente relacionado com o seu território educativo e com todos os atores que ali se movimentam, desde a família até o próprio conselho escolar. Aprender é poder compartilhar conhecimentos e protagonismos autorais e, em um sistema que ainda ensina a obedecer, a transgressão oferecida pelos dispositivos midiáticos é o próprio pensar. O pensar não mais de um espectador decodificador ou interlocutor, mas de um espectador-autor (BOLL, 2014).

Celular ou Celular inteligente? Os ensinos que ainda hoje teimam em ser analógicos, com suas metodologias diretivas e explicativas, desconsideram esse mundo digital a que todos estamos aprendentes e imersos: alunos, professores, tutores, gestores. Fluxos de interação comunicativa entre sociedade e cultura em tempos de Cultura Digital possibilitaram mudanças nas formas e modos de compartilhar não só ideias e informações mas também desejos e imaginações. Mídias móveis em celulares inteligentes ou tablets, por exemplo, podem colaborar na construção de conhecimentos em tempos de convergência digital (BOLL, MELO, 2015).

(...) os dispositivos móveis incluem qualquer tecnologia portátil e conectada, como telefones celulares básicos, leitores eletrônicos, smartphones e tablets, além de tecnologias incorporadas como leitores de smartcard. (...). Ainda resta muito por fazer para determinar como a aprendizagem móvel pode apoiar o desenvolvimento educacional dos alunos ao longo do tempo, particularmente nas estruturas formais de educação. (...). No decorrer dos próximos 15 anos os alunos não só usarão seus aparelhos como apoio em tarefas de educação, como também aprenderão a programá-los pessoalmente para desenvolver, construir e customizar aplicativos móveis de acordo com suas necessidades e desejos pessoais. (UNESCO, 2014).

O que pressupõe a ideia de aprendizagem móvel? Não restam dúvidas de que nos próximos 15 anos a aprendizagem móvel passará a integrar cada vez mais a Educação geral. Assim como os computadores são hoje considerados um componente fundamental da aprendizagem no século XXI, em breve as tecnologias móveis se tornarão lugar-comum tanto na educação formal como na informal. Gradualmente, até o termo “aprendizagem móvel” cairá em desuso, conforme for sendo cada vez mais associado à aprendizagem em um sentido mais holístico que especializado ou periférico. Com o fortalecimento dos vínculos entre inovações técnicas e pedagógicas, a tecnologia móvel assumirá um papel claramente definido, mas cada vez mais essencial, no ecossistema geral da educação: "(...) A aprendizagem móvel apresenta atributos exclusivos, se comparada à aprendizagem tecnológica convencional: ela é pessoal, portátil, colaborativa, interativa, contextual e situada; ela enfatiza a 'aprendizagem instantânea', já que a instrução pode ocorrer em qualquer lugar e a qualquer momento. (...) A aprendizagem móvel envolve o uso de tecnologias móveis, isoladamente ou em combinação com outras tecnologias de informação e comunicação (TIC), a fim de permitir a aprendizagem a qualquer hora e em qualquer lugar. A aprendizagem pode ocorrer de várias formas: as pessoas podem usar aparelhos móveis para acessar recursos educacionais, conectar-se a outras pessoas ou criar conteúdos, dentro ou fora da sala de aula." (UNESCO, 2014).

Referências

http://www.ufrgs.br/culturadigitalmidiasmoveis ( página do grupo de pesquisa Cultura Digital Midias Moveis- Faculdade de Educação/UFRGS)

http://fabricadeaplicativos.com.br. ( site da Fabrica de Aplicativos)

https://www.youtube.com/user/fabricadeapps (tutoriais da Fabrica de Aplicativos)

http://galeria.fabricadeaplicativos.com.br/nutri_legal

http://galeria.fabricadeaplicativos.com.br/literatura_de_cordel

https://public.etherpad-mozilla.org/ (link para criar no etherpad)

http://videos.ufrgs.br/sead/napead/tutorial-storyboard/view e http://www.modelosdestoryboards.blogspot.com.br/  (exemplos de storyboard)

https://public.etherpad-mozilla.org/p/Storyboard_Apps_-_exemplos_pro_Fisl17 (storyboards do FISL17)

https://en.wikipedia.org/wiki/Etherpad (o que é etherpad)

http://br.qr-code-generator.com/?PID=1149&kw=%2Bqr%20%2Bapp&gclid=CKDA4PvY7s0CFRSAkQodPDAOrA (criador QR Code)

https://play.google.com/store/apps/details?id=me.scan.android.client&hl=pt_BR (leitor QR Code)

http://www.livrorea.net.br/livro/home.html (AMIEL, Tel. Educação aberta: configurando ambientes, práticas e recursos educacionais. In: SANTANA, Bianca; ROSSINI, Carolina; PRETTO, Nelson De Lucca (Org). Recursos Educacionais Abertos: práticas colaborativas políticas públicas. Salvador: Edufba; São Paulo: Casa da Cultura Digital. 2012)

https://br.wikimedia.org/wiki/Declara%C3%A7%C3%A3o_da_Cidade_do_Cabo_para_a_Educa%C3%A7%C3%A3o_Aberta (DECLARAÇÃO DA CIDADE DO CABO, 2007)

http://www.unesco.org/new/fileadmin/MULTIMEDIA/HQ/CI/WPFD2009/Portuguese_Declaration.html (UNESCO/ COL, com colaboração da Comunidade REA Brasil, 2011)

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm (Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. LEI Nº 12.965, DE 23 DE ABRIL DE 2014)

http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/communication-and-information/access-to-knowledge/ict-in-education/mobile-learning/

http://www.facos.edu.br/publicacoes/revistas/trajetoria_multicursos/julho_2015/revista.pdf BOLL, C.I. A Potencialidade dos Olhares Educadores no Contexto da Educação Básica: desafiando saberes e fazeres para a criação autoral na escola. R e v . T r a j . M u l t . – E d . E s p . X I X F ó r u m I n t e r n a c i o n a l d e E d u c a ç ã o V o l . 6 – I S S N 2 1 7 8 4 4 8 5 - A g o s t o / 2 0 1 5b

BOLL, C. I.. MELO, R. S. Cultura Digital e Recursos Educacionais Abertos (REA): mídias móveis e desafios contemporâneos. In: VICENTE, D.E.de V.G;

EIDELWEIN,M.P. Educação com Tecnologias. Porto Alegre: Cidadela, 2015 (só impresso)

BOLL, C. I. Os dispositivos midiáticos na cultura digital: a ousadia enunciada em uma estética que potencializa eu, você e todos os outros que quiserem participar. In: CORÁ, E,J (Org.). Reflexões Acerca da Educação em Tempo Integral. Porto Alegre: Evangraf, 2014 (só impresso)

BERGSON, H. O Pensamento e o Movente: ensaios e conferencias. São Paulo: Martins Fontes, 2006.(só impresso)

BAKHTIN, M.M.. Questões de Literatura e de Estética. São Paulo: Unesp, 1988.(só impresso)