Português/Escolas literárias/Brasil/Romantismo
Contexto histórico
[editar | editar código-fonte]O romantismo está presente desde a independência ao fim do segundo reinado. Esse período é marcado pelo fim do tráfico negreiro, e posteriormente a abolição da escravidão, por várias revoltas, principalmente no período da Regência, e o café. Durante esse período, a economia era essencialmente rural, sendo que no primeiro reinado e no período regencial não existia um produto em que o Brasil se destacara no cenário internacional. Somente no governo de Dom Pedro II, o café aparece com grande importância e há um surto industrial.
Poesia
[editar | editar código-fonte]Primeira Geração
[editar | editar código-fonte]A poesia dessa geração traz a religiosidade em oposição ao pagão, comum em textos árcades. Também há idealização de elementos nacionais em oposição aos europeus, com valorização da paisagem tropical, exoticismo e da beleza natural.
Contexto histórico
[editar | editar código-fonte]Autores de destaque
[editar | editar código-fonte]Sua principal obra é Suspiros poéticos e saudades, livro divido em duas partes: na primeira, suspiros poéticos possui poemas sobre temas como cristianismo, juventude, fantasia e visão de fatos ou lugares. Na segunda, a saudade da nação, família e amizade.
Canção do Exílio
Gonçalves Dias
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores.
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá.
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
Minha terra tem primores
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá.
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras
Onde canta o sabiá."
Explicação |
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No poema o eu-lírico exilado sente saudades da pátria e não quer morre sem voltar para pátria. Podemos perceber alguns elementos principais da geração como a valorização da pátria como nos versos:"Não permita Deus que eu morra/Sem que eu volte para lá;", idealizado-a como demostrado no verso:"Nossa vida mais amores.". Portanto ele vai ao encontro das características da geração |
Segunda Geração ou Mal do Século
[editar | editar código-fonte]Também chamada de ultrarromântica, tem como características:
- Morte como solução;
- Pessimismo;
- Melancolia;
- Solidão;
- Subjetivismo;
- Culto do eu;
- O presente é algo ruim, enquanto o passado é idealizado.
Contexto histórico
[editar | editar código-fonte]Autores de destaque
[editar | editar código-fonte]Adeus, meus sonhos!
Álvares de Azevedo
Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! Votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto,
E minh'alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.
Que me resta, meu Deus? Morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já não vejo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!"
Explicação |
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O poema vai ao encontro da geração, pois o eu-lirico no poema sofre por um amor não correspondido como pode se observar no verso: "À sina doida de um amor sem fruto". Também apresenta uma visão extremamente pessimista, melancólica e a morte como solução. |
Meus oito anos
Casimiro de Abreu
"Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!
Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a Lua beijando o mar!
Oh, dias da minha infância!
Oh, meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
[...]"
Explicação |
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Podemos perceber a visão idealizada do passado como algo bom, ao mesmo tempo em que o presente vem caracterizado por mágoas. |
Terceira Geração ou Condoreira
[editar | editar código-fonte]A poesia tem nessa época uma grande preocupação com a questão social, apoiando assim a abolição e a república. Por sofrer influência do poeta francês Vitor Hugo, também pode ser denominada geração hugoana.
Contexto histórico
[editar | editar código-fonte]O título (Pálida Inocência) infere-se que tal constatação se perfaz de extrema veracidade, pois o adjetivo “pálida” revela aquela mulher natural, isenta de quaisquer elementos que possam despertar senão o respeito e adoração, representando, portanto, alguém com poderes divinos, santificados.
Diego do Atheneu
Autores de destaque
[editar | editar código-fonte]Castro Alves (obras) .
A canção do africano
Castro Alves
Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala,
Junto ao braseiro, no chão,
Entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudades do seu torrão ...
De um lado, uma negra escrava
Os olhos no filho crava,
Que tem no colo a embalar...
E à meia voz lá responde
Ao canto, e o filhinho esconde,
Talvez pra não o escutar!
"Minha terra é lá bem longe,
Das bandas de onde o sol vem;
Esta terra é mais bonita,
Mas à outra eu quero bem!
"0 sol faz lá tudo em fogo,
Faz em brasa toda a areia;
Ninguém sabe como é belo
Ver de tarde a papa-ceia!
"Aquelas terras tão grandes,
Tão compridas como o mar,
Com suas poucas palmeiras
Dão vontade de pensar ...
"Lá todos vivem felizes,
Todos dançam no terreiro;
A gente lá não se vende
Como aqui, só por dinheiro".
O escravo calou a fala,
Porque na úmida sala
O fogo estava a apagar;
E a escrava acabou seu canto,
Pra não acordar com o pranto
O seu filhinho a sonhar!
............................
O escravo então foi deitar-se,
Pois tinha de levantar-se
Bem antes do sol nascer,
E se tardasse, coitado,
Teria de ser surrado,
Pois bastava escravo ser.
E a cativa desgraçada
Deita seu filho, calada,
E põe-se triste a beijá-lo,
Talvez temendo que o dono
Não viesse, em meio do sono,
De seus braços arrancá-lo!
Explicação |
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O tema é a situação do escravo no Brasil com saudade da África, a abolição é o problema da época abordado pela arte. Também pode se destacar a valorização do Brasil na terceira estrofe (leia novamente). |
Prosa
[editar | editar código-fonte]Romance Urbânico Romântico
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[editar | editar código-fonte]Romance Indianista
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Romance Regional
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[editar | editar código-fonte]Romance Histórico
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- Bernardo Guimarães
- Visconde de Taunay