Marcas nas fotografias de Werner Haberkorn/Vista parcial do Vale do Anhangabaú. São Paulo-SP 56

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Vista parcial do Vale do Anhangabaú. São Paulo/SP (metadados).

Lista de marcas identificadas[editar | editar código-fonte]

  • Antarctica
  • Cosmopolita
  • Ultragaz
  • Votorantim Cimentos

Pesquisa sobre marcas[editar | editar código-fonte]

Antarctica[editar | editar código-fonte]

A empresa foi fundada em 1885, no bairro da Água Branca, localizado na cidade de São Paulo. Inicialmente era um abatedouro de suínos, de propriedade do engenheiro Joaquim Salles, junto com seus sócios Luiz Salles, José Cerqueira, Luiz Piza, Antônio Penteado e José Nogueira. A companhia possuía uma fábrica de gelo e isso despertou o interesse do alemão Louis Bucher, proprietário de uma pequena cervejaria desde 1868.

Os dois empresários iniciaram a sociedade em 1888, criando a primeira fábrica da cerveja no país com tecnologia de baixa fermentação, a capacidade produtiva era de 6 mil litros por dia. Entretanto, foram lançadas as primeiras cervejas pilsen com a marca ANTARCTICA. O fato de darem um nome a cerveja foi de enorme importância, já que na época, as fábricas não produziam cerveja com marca alguma, pois eram vendidas em barris e, nos poucos casos em que era engarrafada, não tinha um rótulo próprio.

A marca fez seu primeiro anúncio publicitário no jornal "A Província de São Paulo" atual Estado de São Paulo, em 13 de março de 1889 com o slogan: "Cerveja Antarctica em garrafa e em barril - encontra-se à venda no depósito da fábrica à Rua Boa Vista, 50". Sob a perspectiva do contexto histórico, o Brasil passou da fase colonial para a República, em 1889. Nesta época o Brasil efetivamente iniciava seu processo de industrialização. O decreto n. 164 de 17 de janeiro de 1890 regulamentou e deu novas liberdades à existência das Sociedades Anônimas. Então no dia 9 de fevereiro de 1891 foi oficialmente fundada a Companhia Antarctica Paulista como sociedade anônima e com 61 acionistas. Entre os acionistas estavam o alemão João Carlos Antonio Zerrenner e o dinamarquês Adam Ditrik Von Bülow, ambos naturalizados brasileiros e proprietários da empresa Zerrenner, Bülow & Cia., exportadora e corretora de café. Eles importaram equipamentos da Alemanha para modernizar a produção de cerveja e os financiaram para a ANTARCTICA.

A empresa não tinha um foco muito claro nos negócios, atuava na fabricação de cerveja e refrigerantes, produção de banhas e presuntos, fábrica de gelo e manutenção de câmaras frias, que eram utilizadas para estocar alimentos. Na década de 1893, com a desvalorização da moeda, a Antarctica quase decretou falência, foi quando Zerrenner e Bülow optaram por trocar seu crédito por um aumento da participação na empresa, assumindo o posto como os acionistas majoritários e assumindo o controle da empresa. A companhia foi reorganizada e se concentrou na fabricação de cerveja e refrigerante, se recuperou e começou a crescer rapidamente no mercado sob a direção de Zerrenner. Em 1905, adquiriu o controle acionário da Cervejaria Bavária, localizada no bairro da Mooca, situado na Cidade de São Paulo, que pertencia à Henrique Stupakoff & Cia.

A expansão da empresa ocorreu rapidamente, em 15 de agosto de 1911, foi fundada a primeira filial na cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Nessa época que ocorreu o lançamento da Soda Limonada Antarctica, pouco depois, foi criado o Theatro Cassino Antarctica na Rua do Anhangabaú, que apresentava shows de artistas famosos da época. Além de apresentar bailes de carnaval inesquecíveis, estreando as primeiras geladeiras, também fabricadas pela Antarctica desde 1913. As geladeiras eram chamadas de "perfeitas", usadas em casas comerciais e residências. Na década de 1920, a empresa vendeu a preço baixo o terreno de 150.000m², onde atualmente está localizado o Esporte Clube Palmeiras, por isso o antigo nome Parque Antarctica, em troca de um contrato vitalício de venda dos produtos da marca. Em 1921, surge no mercado um dos maiores símbolos da marca: o Guaraná Antarctica.

A partir de 1930, a Antarctica e Brahma passaram a eliminar praticamente todas as concorrentes e dividiam a liderança na produção de cervejas no Brasil, dominando esse mercado por algumas décadas. Em 1931, a marca passou a ser patrocinadora de rádio, mídia que ganhava cada vez mais público. Na década de 1944, a marca iniciou uma nova fase, no qual investiu em atualizações tecnológicas o que gerou um aumento em sua produção. A companhia iniciou uma onda de aquisições a partir da década de 1960, em 1961 comprou a cervejaria Bohemia, sendo a mais antiga no Brasil; em 1972, a Polar e a Cervejaria de Manaus também foram adquiridas pela marca. Suas primeiras exportações iniciaram em 1979 para os países da Europa, Ásia e América do Norte. No ano seguinte, além de atingir 16.4 milhões de hectolitros, adquiriu o controle tradicional Cervejaria Serramalte.

No início da década de 1990 apresentou uma grande expansão em seu portfólio com o lançamento de outros tipos de cerveja e nova opções de embalagem. Ainda na década de 90, em 1994 adquiriu a Cervecera Nacional, na Venezuela, o que colaborou na expansão das operações no exterior. Finalmente, no final da década de 90, em 1999, a Antarctica se uniu a Brahma, constituindo a Ambev, que se tornou a quinta maior cervejaria do mundo na época. A partir disso, a marca ganhou mais força no mercado e em meio a um infinidade de concorrentes, tornou-se uma das cervejas mais consumidas do país.

Antarctica no Mundo

Atualmente a cerveja Antarctica está entre as três mais consumidas do Brasil e em alguns outros países da América do Sul. Os produtos da marca podem ser encontrados em várias embalagens, como: Garrafas de um litro, 600 ml e 300 ml, latas e long neck.

Referências

ANTARCTICA, site oficial < acesso em 30/11/2018 > https://www.antarctica.com.br/sobre-a-antarctica/historia/1885

Cosmopolita[editar | editar código-fonte]

A marca foi fundada no final do século XIX pela Metalúrgica Paulista S/A, sendo a pioneira em fogões e aquecedores no Brasil. No início da década de 1970, a companhia foi vendida para a Walling Sul S/A, que na década seguinte a Coomec-Coop Industrial Mecânica assumiu o comando, mantendo suas operações ativas no mercado de distribuição de gás, especialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo. A companhia faliu alguns anos depois, e a marca foi adquirida como parte de pagamento de um de seus representantes.

A marca foi leiloada pela Superbid, com um lance inicial de R$350 mil reais, direcionado para empresas interessadas, que atuam no segmento do mercado de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, que poderiam reposicioná-la no mercado.

Referências

PROPMARK, sobre a marca < acesso em 30/11/2018 > http://propmark.com.br/mercado/superbid-leiloa-marca-de-fogoes-cosmopolita

PAULISTANO, Correio < acesso em 30/11/2018 > http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=090972_09&pagfis=4587&url=http://memoria.bn.br/docreader#

Ultragaz[editar | editar código-fonte]

A empresa Brasileira de Gás a Domicílio Ltda. surgiu em agosto de 1937, quando Ernesto Igel trouxe gás engarrafado da Europa. Era a primeira empresa de gá engarrafado do país e, tornou-se pioneira na produção de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP).

A novidade trouxe ao Brasil a solução de diversos problemas como, a redução da emissão de fumaça e fuligem geradas a partir dos fogões à lenha e fim do desmatamento de áreas verdes para obtenção de madeira que pudesse alimentar o fogo. Essas soluções vieram de encontro tanto para a indústria e o comércio, quanto à população em geral em seus respectivos domicílios. A ideia de preservação ambiental e sustentabilidade marcou a empresa, que carrega esses valores até os dias atuais.

Os anos seguintes a sua criação se destacaram no meio publicitário. Em 1940, a Ultragaz lançou o "esforçadinho", a primeira logomarca da empresa, que visava aproximar o consumidor. Em 1950, surgiu o slogan "Semana sim, semana não, Ultragaz no seu portão", para representar seu inovador sistema de entregas automáticas.

No ano de 1961 a empresa bateu a marca de 1.000.000 de clientes, e em 1979, tornou-se líder de mercado na Bahia.

Em 1990, a Ultragaz trouxe mais inovações, ao se adequar ao padrões internacionais, criou o botijão azul, marca registrada da empresa, o que conferiu uma identidade visual, além da música temática para identificar a chegada dos caminhões de entrega. No mesmo ano, foi lançado o disk, um novo canal de vendas.

Nos anos 2000, a empresa criou a Academia Ultragaz, para fornecer treinamento à rede de revendas e ao público interno. Em 2003, a aquisição da Shell Gás no Brasil, permitiu a empresa se tornar líder no segmento de GLP. Em 2006, foi desenvolvido o Vale Gás eletrônico, uma programa de fidelização ao cliente, que permitia adquirir vouchers em uma rede parceiros. Em 2011, a Ultragaz adquiriu os direitos de operação de GLP a granel da Repsol.

O lançamento do Ultragaz Connect, primeiro aplicativo de entrega de gás no país que permitia acompanhamento em tempo real, ocorreu em 2014. A Academia Ultragaz passou a ter sua versão digital, transmitindo educação à distância e expandindo as formas de treinamento aos seus funcionários.

O ano de 2016 ficou marcado pelo criação de um centro de distribuição e envase de gás em Juazeiro, na Bahia. Esse centro de distribuição foi de suma importância devido a grande quantidade de municípios ao redor da região.

A Ultragaz é parte do grupo Ultra, que atua em diversos segmentos como: distribuição de combustíveis, a Ipiranga; indústria de especialidades químicas, a Oxiteno; armazenagem de granéis líquidos, a Ultracargo; e setor do varejo farmacêutico, a Extrafarma.

Referências

ULTRAGAZ, site oficial: < acesso em 28/11/2018 >. https://www.ultragaz.com.br/institucional/quem-somos

Votorantim Cimentos[editar | editar código-fonte]

A Votorantim Cimentos foi fundada no Brasil, no ano de 1933, segmentada na área de materiais de construção, sendo a oitava empresa global no setor. Possui capacidade produtiva de aproximadamente 52,2 milhões de toneladas ao ano. Atualmente a empresa está presente em onze países além do Brasil, sendo eles: Argentina, Bolívia, Canadá, Espanha, Estados Unidos, Índia, Marrocos, Peru, Tunísia, Turquia e Uruguai.

A companhia apresenta mais de 40 produtos comercializados no Brasil, como Votoran, Aratu, Votomassa, Engemix, entre outros. Há cento e dez centrais de concreto presentes no país, vinte e oito unidades de agregados, vinte e sete unidades de produção de cimento, oito unidades de argamassa e vinte e sete reservas de calcário.

A empresa possui operações nos Estados Unidos e Canadá, e conta com 5 fábricas de cimento, além de cento e quarenta centrais de concreto, duas moagens e quatro unidades de agregados. A Votorantim atua por meio de participações na América do Sul, na Argentina, Bolívia, Peru e Uruguai, contando com sessenta e cinco centrais de concreto, cinco fábricas de cimento, uma fábrica de clínquer, dezoito unidades de agregado, três moagens e três unidades de cal.

Em 2012, acrescentou 16,3 milhões de toneladas à produção mundial, aumentando a capacidade e ultrapassando 34 milhões, chegando a 52,2 milhões de toneladas por ano. Sua operação incorporou uma fábrica de clínquer, 78 centrais de concreto, 22 unidades de agregados, uma de cal hidratada e 13 fábricas de cimento.

Atualmente possui cerca de doze mil empregados, em 2012, a empresa registrou um aumento de nove por cento na receita líquida consolidada em relação ao ano anterior, e onze por cento do EBITIDA, atingindo R$ 9,5 bilhões e R$ 3,1 bilhões, respectivamente.

Referências

VOTORANTIM, site oficial < acesso em 30/11/2018 > https://www.votorantimcimentos.com.br/institucional/quem-somos/

Comentários sobre a fotografia[editar | editar código-fonte]

O principal ponto de São Paulo capturado nas fotos de Werner Haberkorn é o Vale do Anhangabaú. Os registros de vários ângulos do antigo centro da capital paulistana é capaz de trazer à tona as transformações que vinham acontecendo e a grande metrópole que se formaria ao longo dos anos, conferindo à cidade, o posto de uma das maiores e mais importantes capitais econômicas do país.

A visão que Haberkorn traz nessa foto, apresenta a verticalização, marcada pela existência dos prédios, que anos mais tarde, tomariam conta de toda região. O fotógrafo conseguiu, por meio de recursos como, o jogo de simetria composta por diversas dimensões e, aplicações de luz e sombra, expor um grande contraste, que pode ser notado através da presença de transeuntes no primeiro plano da fotografia contra a imponência dos altos prédios.

A grande assiduidade de marcas e propagandas publicitárias trazem dinamismo e remetem à formação do momento sociocultural da cidade, conduzindo o espectador a um resgate de memórias.

Referências

LIMA, Solange. A Cultura Metropolitana nas Fotografias de Werner Haberkorn. 2014.

SAMAIN, Etienne. Como Pensam as Imagens. 1ª edição. Editora Unicamp. 2012.