Logística/Localização/Selecção de locais/Selecção do local pela teoria dos conjuntos difusos/Critérios objectivos
Uma vez efectuada a avaliação do peso relativo de cada cidade em relação a cada critério subjectivo, é necessário avaliar o critério objectivo custo. Este critério pode ser avaliado independentemente dos decisores, uma vez que os seus valores podem ser estimados com base em pesquisas de mercado e pesquisas económicas. Assim, e como nos passos anteriores da lógica difusa, tem-se novamente quatro estimativas de custo para cada local, obtidas em termos de valor numérico, como apresentado na Tabela 1.
As estimativas do custo do terreno, t1, equipamento, t2, mão-de-obra, t3, e total, ti = t1 + t2 + t3, são as seguintes:
Cidade | Custo do terreno (t1) |
Custo do equipamento (t2) |
Custo de mão-de-obra (t3) |
Total (ti) |
A | (30, 32, 42, 44) | (17, 17, 17, 17) | (37, 37, 37, 37) | (84, 86, 96, 98) |
B | (20, 22, 27, 29) | (18, 20, 22, 24) | (26, 27, 27, 28) | (64, 69, 76, 81) |
C | (34, 34, 34, 34) | (18, 20, 22, 24) | (26, 28, 30, 32) | (78, 82, 86, 90) |
De forma a assegurar a compatibilidade entre os critérios objectivos e a classificação dos critérios subjectivos, é necessário converter o custo total numa forma adimensional. Assim, a avaliação é necessária em termos da distribuição do custo para cada local, representado na tabela pelos valores em linha, e comparado com os restantes locais, através dos valores em coluna. Adicionalmente, a alternativa com o custo mínimo deve ter a classificação máxima. De forma a atingir-se estes objectivos, e sabendo que Rti representa o custo total relativo, é efectuada a seguinte transformação:
Sabendo que ti representa a soma dos custos para os factores 1, 2 e 3, tem-se, para cada cidade, um limite inferior, superior e dois valores intermédios totais do custo, iguais à soma das estimativas de menor custo, respectivamente. Uma vez que o custo é convertido numa classificação relativa, o valor mais alto do mesmo deve ter uma classificação inferior ao menor valor de custo, isto é, o custo mais alto deve ocupar o último lugar da classificação. De forma a manter os números pequenos, uma vez que é mais fácil fazerem-se comparações, arbitra-se um número que seja maior que o valor máximo da distribuição de custos e divide-se esse mesmo número por cada custo. Arbitrando o número 100, por exemplo, obtêm-se os valores para cada cidade, tal como representado na segunda coluna da tabela seguinte.
Cidade | 100/ti | (totali x ti)/100 | SiC6 | |
A | (1,02; 1,04; 1,16; 1,19) | (2,82; 3,03; 3,68; 3,95) | (0,25; 0,27; 0,33; 0,35) | |
B | (1,23; 1,32; 1,45; 1,56) | (2,15; 2,43; 2,91; 3,26) | (0,31; 0,34; 0,41; 0,47) | |
C | (1,11; 1,16; 1,22; 1,28) | (2,62; 2,89; 3,29; 3,63) | (0,28; 0,30; 0,35; 0,38) | |
Total | (3,36; 3,52; 3,83; 4,03) | |||
De forma a obter-se a distribuição do critério objectivo, somam-se os limites inferiores, valores intermédios e limites superiores, respectivamente para cada uma das três cidades. Para converter novamente este valor num valor associado a cada local, multiplica-se o limite inferior total pelo valor do custo inferior do local e divide-se pelo número arbitrado anteriormente, obtendo-se a classificação do limite inferior desse local. Invertendo esse valor, obtém-se o limite superior da distribuição da classificação final de cada local i, para o critério 6, SiC6. Para o cálculo do limite superior e dos valores intermédios de cada local, o raciocínio é semelhante.
O último passo da lógica difusa é calcular o índice de adequabilidade difuso, Fi, para cada cidade i, permitindo determinar a classificação final das mesmas. Para determinar este índice, determina-se a média do produto da avaliação de cada local i por cada critério j, Sij, pelo peso de cada critério, WCj. Assim, tem-se que:
onde k = 6 representa o número de critérios utilizados na avaliação.
Sule (2001, p. 30-31) dá um exemplo em que apresenta o cálculo do índice de adequabilidade difuso para uma das três cidades consideradas.
Os valores do índice de adequabilidade difuso para as três cidades, estão apresentados na tabela seguinte.
Cidade | Índice de Adequabilidade Difuso |
A | (0,11; 0,30; 0,30; 0,54) |
B | (0,09; 0,26; 0,32; 0,60) |
C | (0,07; 0,22; 0,28; 0,54) |
De forma a obter-se a classificação final de cada cidade, os valores do índice de adequabilidade difuso são somados para cada cidade, como apresentado na tabela seguinte.
Cidade | Classificação |
A | 1,25 |
B | 1,27 |
C | 1,11 |
Uma vez que a cidade B é a que apresenta o valor mais elevado, esta será o local a recomendar à direcção da empresa para a instalação do novo hipermercado (Sule, 2001, p. 29-31).