Civilizações da Antiguidade/Amoritas

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Os Amoritas



Quem eram Os Amoritas?

A resposta seria os Antigos Babilônios?

Então é preciso explorar um pouco mais da história da região da Mesopotâmia, local de variadas culturas e tantas coisas ainda por serem descobertas.

figuras no portão de Ishtar

A Babilônia[editar | editar código-fonte]

Por volta do quinto milênio a.C. surgiram no vale da Mesopotâmia diversas civilizações provavelmente vindas de uma região montanhosa ao norte do mar Cáspio. Dentre elas havia povos de raízes indo-européias e outros semitas. A designação povos semitas, foi tirada das Escrituras Hebraicas; Sem era filho de Noé e as nações que descendem de Sem, são chamadas Semitas. As línguas semitas incluem o hebreu, árabe, assírio e babilônio.

Cidade da Babilônia[editar | editar código-fonte]

A localização da Mesopotâmia já faz parte de diversos outros módulos, por conta dos povos que lá viveram,entre eles os sumérios e os assírios.

A cidade da Babilônia, que hoje em dia pode ser localizada no Iraque a cerca de 80 km ao sul de Bagdá, foi o centro de diversas civilizações da Mesopotâmia.

Chamada de Babilu, Bâb-ilim ou Babil na língua Babilônia, significa Porta de Deus; no hebraico antigo, Babel significa confusão, em sumério a palavra seria Kadmirra e em persa antigo Abirush.

Cidade de muitas histórias e lendas, ou talvez verdades ainda por serem descobertas, ela teve o privilégio de ser importante rota de comércio ligando o golfo Pérsico ao Mediterrâneo.


A ocupação da Mesopotâmia[editar | editar código-fonte]

Vários povos ocuparam a Babilônia,

  • 'Amoritaspovo semita que, por volta de 1900 a.C. controlou a maior parte da Mesopotâmia, baseando sua capital na cidade da Babilônia. São chamados Anti
  • Persas - Os persas conquistaram a babilônia com um exército de 2.000 homens, 10 vezes menor que o exército da babilônia, esse dominio durou até a conquista da pérsia por Alexandre o Grande.

Uma sucessão de impérios[editar | editar código-fonte]

O povo sumério deu início a ocupação civilizada da Mesopotâmia, foi com esse povo que as cidades-estado foram organizadas e se fortaleceram. O legado sumério é imenso, mas, justamente pelo fato das cidades sumérias serem tão independentes, o governo central ficou muito fragilizado e caiu frente aos acádios.

Quando o povo semita de nome acádio, governado por Sargão conquistou a Suméria, tornou sua capital a cidade de Acad. Porém, o império de Sargão caiu frente à revolta das cidades-estado sumérias que retomaram o poder.

Após o término da última dinastia suméria, por volta de 2000 a.C. a região da Mesopotâmia sofreu um estado de caos e revoltas durante quase um século.

Antigo período babilônico[editar | editar código-fonte]

Por volta de 1900 a.C. o povo amorita, um grupo semita, tomou o controle da região mesopotâmica.

Esse povo centralizou o governo, ou seja, acabou com a independência das cidades-estado, que ficaram submetidas a um governo central.

A capital desse nascente império amorita passou a ser a cidade de Acad, agora denominada Babilônia. Por essa razão, os amoritas são chamados de Antigos Babilônios.

código de Hamurabi

Política e leis dos antigos babilônios[editar | editar código-fonte]

Para o povo amorita o rei era um deus, sua origem era indiscutivelmente divina e seu poder era total.

Nas mãos do rei estavam todas as cidades-estado, as taxações, o serviço militar era obrigatório e nada se resolvia fora do poder real.

Para fazer esse sistema centralizado funcionar (onde antes havia autonomia) foi criado um conjunto de leis para punir os crimes contra o estado.

O Código de Hamurabi[editar | editar código-fonte]

Os antigos babilônios fizeram leis rigorosas e punições severas, muitas das vezes lançando mão da pena de morte até mesmo para delitos menores.

Hamurabi foi rei da Babilônia 1792-1750 a.C. seu nome hoje é confundido com o código de leis que criou até porque, dele se extraiu a Pena de Talião “olho por olho, dente por dente...”

Esse código é uma compilação de leis mais antigas que se conhece, foi gravado numa estela de diorito (Não confunda Estela com Estrela), em cuja parte superior aparece o próprio Hamurabi recebendo a insígnia do reinado e da justiça, das mãos de Marduk. Na parte de baixo da estela estão gravadas as 282 cláusulas do Código. Essa estela foi encontrada por uma delegação francesa na Pérsia sob a direção de Jacques de Morgan, em 1901-1902, sob as ruínas da acrópole de Susa e foi transportada para o Museu do Louvre, Paris onde permanece.

Suas penas eram severas e geralmente as punições se igualavam aos prejuízos causados como por exemplo: aquele que praticasse um roubo deveria ser morto e enterrado em frente ao local do fato. Isso configura o famoso “olho por olho...”

O Código de Hamurabi é visto como sumério no espírito mas carregando a dureza das penas dos antigos babilônios.

cabeça de um rei anterior a Hamurabi

Hamurabi[editar | editar código-fonte]

É o rei mais famoso porque pode ser considerado o sexto rei sumério mas é o fundador do Primeiro Império Babilônico, dinastia babilônica dos amoritas ou antigos babilônios.

Ele nasceu em Babel e era filho do quinto rei da dinastia suméria. Ao subir ao trono, Hamurabi promoveu a fusão dos semitas e sumérios e por meios diversos, fossem guerras ou pela diplomacia dominou as antes independentes cidades-estado e unificou-as, assim conquistou quase toda Mesopotâmia.

Esse rei fez muitas obras, impulsionou a agricultura, o comércio, construiu cidades, decorou templos, mas seu grande legado foi o famoso código de leis que até hoje é estudado e discutido.

Religião e artes dos antigos babilônios[editar | editar código-fonte]

possivelmente a grande deusa da Babilonia

Pouco sabemos da religião dos antigos babilônios, mas é possível supor que eles tenham adotado muito da religião suméria, povo com o qual conviveram durante muito tempo.

Veneravam grande número de deuses nos templos, Seu deus principal, criador dos homens era Marduk e os cultos eram dirigidos por sacerdotes. O rei era o representante de Marduk.

Não acreditavam na vida após a morte.

Na literatura, os antigos babilônios deixaram a compilação de uma série de histórias sumérias. Essa coleção conta os feitos do lendário Gilgamesh, rei de Uruk, e narra como esse rei destruiu o demônio da floresta libanesa de cedros, desafiou os deuses, descobriu o segredo do dilúvio e sobreviveu.

O declínio[editar | editar código-fonte]

Após a morte de Hamurabi, seu filho enfrentou muitas rebeliões e invasões que não conseguiu controlar. Seus descendentes permaneceram lutando mas o império babilônico estava desmoronando.

Os hititas, povo de origem misteriosa, invadiu a Babilônia, liderados pelo rei Mursilis I em 1595 a.C. A cidade foi arrasada e incendiada e isso foi o fim do império dos antigos babilônios.

O povo hitita adotou as leis, a religião e a cultura dos antigos babilônios, que antes já tinham absorvido a cultura suméria.

Os cassitas dominaram a Mesopotâmia central tanto militar quanto comercialmente. Vindos dos montes Zagros armados inclusive com carros de guerra puxados por cavalos, absorveram a cultura local.

estátua dedicada à deusa Ninisina por um médico de Lagash

Embora não conhecessem a escrita, formaram um grande império baseado no saber dos babilônios e na sua força militar, conquistaram territórios do Eufrates até os montes Zagros.

A cidade da Babilônia foi renomeada e se tornou Karanduniash eles também ergueram uma nova capital chamada Durkurigalzu.

A prosperidade da região atraiu os assírios que começavam a se expandir para o norte. O rei assírio Tukulti Ninurta I, invadiu a Babilônia, prendeu seu rei e arrasou a cidade.

Com o assassinato do rei assírio, houve um pequeno período de paz e logo depois a invasão dos elamitas em 1153 a.C. Foi o povo elamita que saqueou a cidade levando para Susa a pedra onde está gravado o Código de Hamurabi.

Esse foi um período difícil para a Babilônia, as constantes invasões destruíram muito de suas belas obras arquitetônicas, acabaram com seu comércio e sua agricultura e impediram o desenvolvimento das artes.

A Babilônia só volta a ser uma cidade importante sob os reis caldeus que serão os chamados neo-babilonios.

Com a Babilônia ao centro, a região da Mesopotâmia dominou a paisagem do Oriente Médio durante dois séculos e meio. Certamente, em um futuro tempo de paz nessa região, talvez seja possível fazer grandes escavações e pesquisas, é muito provável que ainda exista muita riqueza histórica sob um chão onde pisaram tantos povos importantes.

Referências[editar | editar código-fonte]