Budismo/Símbolos do Budismo
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Ao longo de sua história, o budismo incorporou muitos símbolos dentro de sua prática, Por exemplo:
- A roda da lei (ou dharmachakra, em sânscrito, a linguagem da antiga Índia). Corresponde ao ciclo de morte e renascimento ao qual está preso todo ser, até o instante em que alcança a iluminação e se liberta do ciclo. Também corresponde à lei que regula todo o universo, ou seja, ao Dharma. Tal lei moveria todo o universo, daí o simbolismo da roda. Outra interpretação possível seria que, através da prática do Dharma ("lei", em sânscrito) budista, o fiel conseguiria avançar no caminho da evolução espiritual. Convém ainda lembrar que a roda é um dos símbolos de Vixenu, o deus hindu da conservação. Segundo os hinduístas, Buda teria sido o nono avatar (encarnação) de Vixenu. A roda, como símbolo do transporte, ainda é uma referência ao esforço missionário de difusão do budismo pelo mundo.
A roda da lei costuma ser representada com oito raios, numa referência ao caminho budista dos oito passos. Outra versão da roda da lei é a roda da lei de Asoca, que possui 24 raios, em referência às 24 horas do dia, simbolizando que o praticante budista deve levar uma vida correta durante as 24 horas do dia. Tal tipo de dharmachakra foi representado em muitos monumentos da época do imperador indiano Asoca e serviu como modelo para os atuais brasão e bandeira da Índia.
- O nó infinito. Lembra que todos os eventos e seres no universo estão inter-relacionados.
- Cervos. Buda proferiu seu primeiro discurso após atingir a iluminação espiritual em Sarnath, no Parque dos Cervos. Em muitas construções budistas, se localizam representações de cervos em lembrança deste fato.
- Cruz suástica. Ainda que este símbolo seja mais comumente associado ao nazismo, ele em realidade é um símbolo antiquíssimo, tendo surgido muito antes do nazismo. Os antigos romanos já o representavam em suas construções. Atualmente, é um símbolo usado no hinduísmo, budismo e jainismo. É tido como um sinal de boa sorte. Representa o sol com seus raios. No cristianismo, recebe o nome de cruz gamada, por ser formada pela junção de quatro letras gregas gama.
- Lóbulos da orelha alongados. As estátuas de Buda apresentam os lóbulos da orelha anormalmente longos, simbolizando a nobreza de Buda[1]. Uma explicação possível para este símbolo é a de que os nobres da época de Buda utilizariam muitos ornamentos nas orelhas como forma de ostentar riqueza e poder. O peso destes adornos poderiam causar o gradual alongamento dos lóbulos. Buda, devido a sua origem nobre, teria usado estes ornamentos, deformando seus lóbulos. Os lóbulos alongados e sem brincos de Buda lembrariam o fato de que Buda era rico e nobre, mas que decidira abandonar tudo isso para buscar o sentido da vida. Isto seria um exemplo de vida para todas as pessoas.
- Saliência no alto da cabeça. É uma referência, nas estátuas de Buda, ao pleno desenvolvimento do chacra saharasra, que se localiza no alto da cabeça. Segundo a filosofia hindu, o ser humano possuiria sete chacras, ou centros de energia, ao longo de sua coluna vertebral. Ao longo de seu processo de evolução espiritual, o homem iria despertando e desenvolvendo estes chacras, começando pelo primeiro, na base da coluna, até o sétimo e último, no alto da cabeça[2]. Esta saliência no alto da cabeça nas estátuas de Buda significaria que Buda era um ser que já havia alcançado o máximo desenvolvimento espiritual possível ao homem.
- O terceiro olho. O chamado "terceiro olho", que se localiza entre as sobrancelhas das estátuas de Buda, é uma referência ao pleno desenvolvimento do chacra ajna em Buda, o que lhe conferiria uma inteligência superior.
- O pé de Buda. É frequente a representação dos pés de Buda. Normalmente, ele apresenta-se marcado pela Roda da Lei budista.
- As três joias budistas: Buda, a doutrina budista (Dharma) e a comunidade de monges budistas (Sangha). Recebem o nome de joias porque se mantém imutáveis em seu valor, ignorando o tempo, tal como as jóias. São uma verdadeira reserva de valor, nos quais os devotos budistas encontram refúgio nos momentos difíceis.
- A aura de Buda. Representa a santidade de Buda e sua condição de iluminado.
- A postura deitada de Buda. É uma referência aos últimos momentos de vida de Buda.
- A mão direita aberta de Buda. É o gesto chamado de abhaya, "sem medo". Simboliza que o devoto pode se aproximar de Buda sem medo.
- A postura de meditação de Buda. É uma referência à importância da meditação dentro do Budismo.
- Buda tocando o solo com a mão. Simboliza que Buda está pedindo à terra que testemunhe sua determinação em atingir a iluminação espiritual através da meditação[3].
- A magreza extrema de Buda. É uma referência ao período no qual Buda praticou o jejum extremo, como forma de tentar atingir a compreensão espiritual. Mas Buda acabou por rejeitar este caminho, por considerá-lo ineficaz e substituí-lo pelo caminho da meditação.
- O círculo formado pelo dedo polegar e o indicador. É uma referência ao principal símbolo do budismo, a roda da lei. Simboliza que Buda está em atitude docente, ou seja, está ensinando sua doutrina aos discípulos.
- A flor do lótus. É um símbolo não só do budismo mas de todo o oriente. Simboliza a pureza espiritual, que não é maculada pelo cotidiano, assim como as flores de lótus não se mancham com o lodo sobre o qual crescem.
Na simbologia oriental, o ser humano deve se inspirar no exemplo da flor de lótus para permanecer puro, mesmo em meio à toda a corrupção do mundo.
- Cabelo anelado de Buda. É uma referência à inteligência superior de que Buda era dotado.
- O leão. Era o símbolo do clã do qual fazia parte Sidarta: o clã Shakya.
- O cavalo. O cavalo lembra a partida de Sidarta do palácio de seu pai, montado em seu cavalo branco, Kanthaka, acompanhado de seu único criado, Xandaca[4]. Portanto, o cavalo é um símbolo da renúncia de Sidarta aos valores mundanos.
- O elefante. A rainha Maya sonhou que um elefante branco penetrava em seu ventre pela sua axila direita e, logo em seguida, ela percebeu que estava grávida de Sidarta. Deste modo, o elefante é um símbolo da encarnação de Buda[5].
- O touro. Junto com o elefante, o cavalo e o leão, o touro é um dos quatro animais fundamentais dentro do budismo. O touro alude à grandeza e à importância de Buda[6].
- A estupa. É o tipo de construção que guarda os restos mortais de Buda e de grandes mestre budistas. Corresponde aos pagodes do leste asiático, aos chedi tailandeses e aos chorten do Himalaia.
- A Árvore Bodi. Nas construções budistas, é muito comum a representação de árvores, numa alusão à figueira-dos-pagodes (Ficus religiosa)[7][8] sob a qual Buda meditou e alcançou a iluminação, em Bodigaia, na Índia. Nos primeiros tempos do budismo, era considerado desrespeitoso retratar Buda sob a forma humana, de modo que o Iluminado era normalmente representado sob a forma de uma árvore, a Árvore Bodi.
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Estátua birmanesa de Buda, com os lóbulos das orelhas alongados
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Estátua tailandesa de Buda com o chacra saharasra simbolicamente representado no alto da cabeça
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Representação dos pés de Buda em Camacura, no Japão
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Estátua do Buda Amida em Camacura, no Japão, com o "terceiro olho" simbólico visível entre as sobrancelhas
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Representação das Três Joias do budismo
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A aura de Buda
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Estátua birmanesa de Buda deitado
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Estátua de Buda na República da China em posição de abhaya
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Estátua de Buda achada na fronteira afegã-paquistanesa
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Estátua birmanesa de Buda tocando o solo com a mão
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Pintura em Tuanti, no Miamar, retratando o período de magreza extrema de Buda
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Pintura retratando o círculo formado pelo polegar e o indicador
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Flor de Lótus
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Flor de Lótus
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Estátua de Buda em Borobudur, na Indonésia
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Leão representado num pilar construído pelo rei Asoca em Vaixali, em Biar, na Índia, em 250 a.C.
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Elefante
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Touro
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Cavalo
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A grande Estupa de Sanxi, na Índia
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Pagode chinês do século XII
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Chedi de Wat Phra Kaew, em Chiang Rai, na Tailândia
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Chorten tibetano
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Figueira-dos-pagodes (Ficus religiosa) ao lado do Templo Maabodi, o local onde Buda teria alcançado a iluminação
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Monges budistas meditando sob a Árvore Bodi de Ananda, em Sravasti, na Índia
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Figueira-dos-pagodes (Ficus religiosa)
Referências
- ↑ WILKINSON, p. O Livro Ilustrado das Religiões. São Paulo: Publifolha, 2000. p. 37
- ↑ HERMÓGENES. Autoperfeição com hatha yoga. 35ª edição. Rio de Janeiro: Record, 1995. p. 61
- ↑ WILKINSON, P. O livro ilustrado das religiões. São Paulo: Publifolha, 2001. p. 57
- ↑ GAUTAMA, S. A Doutrina de Buda. São Paulo: Martin Claret, 2003. p. 19
- ↑ GAUTAMA, S. A Doutrina de Buda. São Paulo: Martin Claret, 2001. p. 17
- ↑ ALBANESE, M. Índia Antiga. Barcelona: Folio, 2006. p. 204
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.776
- ↑ http://books.google.com.br/books?id=KizUvneBVMoC&pg=PA114&lpg=PA114&dq=%C3%A1rvore+ficus+religiosa+buda&source=bl&ots=Jn6oHssGM8&sig=whSl3gAOyc7eD4kDKKrQT1wOFto&hl=pt-BR&sa=X&ei=zHwYT4K7FYTo2gXWxp2qBA&sqi=2&ved=0CGEQ6AEwCA#v=onepage&q=%C3%A1rvore%20ficus%20religiosa%20buda&f=false