Livro base - Curso de fotografia/Câmera/Tipos de câmera

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Por questões didáticas dividiremos as câmeras por algum componente em comum que impactará nas suas características.

Assim para facilitar a compreensão vejam essa vista explodida de uma câmera e os nomes dos componentes.

  • 1. O corpo da câmera;
  • 2. A(s) lente(s);
  • 3 Despolido;
  • 4,5. Manivelas;
  • 6,7,8. Visor;
  • 9,10,11. Backs, magazines ou área de captura;
  • 12 Disparador.


Câmeras profissionais vs semi profissionais[editar | editar código-fonte]

Vocês podem já terem ouvido algumas milhares de vezes esses termos.

Vamos pensar sobre isso.

Você já olhou para um lápis sozinho e pensou: "nossa, esse lápis é profissional" ou "esse pincel é 'semi-profissional'", será que deveríamos pensar em câmeras dessa forma? Assim como um lápis ou um pincel, câmeras são objetos controlados por artistas para gerar uma obra, e o uso que se fará com ela depende apenas dele. Se ele usar a câmera para hobby, a câmera será para diversão, se usar fins de ofício a câmera será de uso profissional, isso vale para qualquer câmera, incluindo a câmera acoplado em um celular.

Nomeamos profissional algo que dá retorno financeiro; "semi-profissional" não dá pra saber o que é, e de onde veio essa ideia, o que seria um "semi-profissional"? Ele semi entrega o trabalho? Ele entrega o semi trabalho? Ele é semi pago pelo trabalho?

Já aproveitando, você já teve pensamentos do tipo "nossa, só fez a Monalisa graças ao pincel"? Então por que pensar que a foto x foi feita só por causa da câmera? Acho que a gente poderia combinar entre nós para não classificarmos assim, fechado?

O que há são câmeras desenhadas para públicos diferentes, e com uma gama de características diferentes.


E a diferença de público alvo é visível nos corpos das câmeras.

Reparem como a primeira câmera tudo vem desenhadinho, com vários modos automáticos para que a pessoa consiga bons resultados sem a necessidade de estudar para tal, é intuitiva. Essa é a principal característica buscada em uma câmera para esse público, não ter necessidade de aprendizado técnico pra fazer fotos. Assim, essa câmera foi projetada para pessoas que não querem estudar fotografia, ou ainda, para aquelas que estão começando a estudar. Repare que seu celular tem até bem menos botões.

Já que ela também tem modos manuais que permitem o total controle ou parcial, ela também agrada e permite quem quer estudar as variáveis técnicas de uma câmera, mesmo seu celular com o app apropriado tem essa opção e em M (Manual Mode - modo manual), a primeira câmera, dentro das limitações, se comporta exatamente como a segunda. De novo, se a primeira pode ser tranquilamente ser utilizada por um profissional, tal como a segunda pode ser utilizada por um entusiasta...

O fotografo que usa automático é pior que o que usa manual? Ai seremos taxativos, não!!! Fotografia é muito mais do que o equipamento utilizado, a gente já disse isso, e conseguir uma boa foto driblando as limitações da automaticidade de algumas câmeras, pode ser muito mais complexo e difícil do que simplesmente ajustar no modo manual. Aqui fica claro o quão difícil pode ser tirar fotos em modos automáticos >> Pro Tog, Cheap Camera Challenge (Benjamin Von Wong) - DigitalRev TV o vídeo está em inglês, e nessa altura talvez seja complicado entender as razões que ele faz o que faz, mas o que ele busca durante toda a seção de fotos é driblar as limitações que o modo automático impõe. Então podemos deixar mais essa ideia de lado?

Obviamente que as necessidades de um profissional de fotografia difere de outros consumidores, assim as marcas projetam algumas câmeras para esse público que trabalha nas diversas áreas da Fotografia, sendo que, talvez, as únicas características em comum desejadas pelos profissionais destas são durabilidade e capacidade de produzir a imagem exigida. Facilidade de uso não é nenhum pouco levado em consideração e preço, para quem trabalha na área, são bem menos relevantes do que para quem faz o uso esporádico.

Há várias características também interessantes, como resistência a impactos, intempéries (água, areia, neve...), rapidez de foco, frame rate alto (quantidade de fotos por segundo), ..., mas que não são comum a todas as áreas. Por exemplo, um fotógrafo de estúdio não precisa se preocupar se a câmera dele pode se molhar, se tem alta performance em baixa luminosidade, ele controla o ambiente e esses fatores não influenciam em sua fotografia.

Também não é porquê a câmera é mais cara que ela é melhor para você, nesse exemplo das câmeras, iniciar com uma Canon EOS 1D (a segunda câmera) pode ser um parto, por ser muito complexa. E mesmo sendo a câmera mais cara da Canon, não é a escolha de profissionais que têm o foco em impressões, estúdio, produtos..., ela foi projetada para fotojornalistas e outras áreas que precisam de uma câmera rápida, robusta, e que não necessariamente produza uma imagem impressa gigante.

Com isso em mente, saiba que não existe A Melhor Câmera, assim como existem lápis 2B, HB, 6B... há uma infinidade de câmeras mais apropriadas para cada tipo de fotografia.

Guardem essa seção no coração.

Tipos de visor[editar | editar código-fonte]

Vamos começar pelo modo que você enxerga a foto antes de registrar.

SLR (DSLR)[editar | editar código-fonte]

Single Lens Reflex - não faz muito sentindo traduzido, mas seria algo como reflexo por uma lente (objetiva). O nome vem para contrapor as TLR (Twin-lens reflex camera - Câmera reflex de objetivas gêmeas) e as rangefinder que utilizam duas lentes, na primeira o fotógrafo vê a cena por uma lente que fica acima de uma lente idêntica usada para registrar a foto, e a rangefinder era uma pequena lente fixa normalmente acima e lateral a lente principal.

Sabe aquela primeira câmera fotográfica que descrevemos, que era uma câmera escura, com um buraco e um espelho, as SLRs funcionam exatamente assim, a luz entra pela lente, bate no espelho e vai direto para um visor, ou direto para os olhos do fotógrafo.

O visor funciona assim:

Claro, nenhuma distorção, e a imagem fica uma perfeita miniaturização do que você está fotografando. Mas você estará olhando por um espelho, todos já passamos por alguma situação que o espelho nos enganou, vimos o que era direita como esquerda, ou abaixamos quando era para levantar... agora imagine você querendo tirar foto de uma criança e tendo que lidar com essas confusões mentais..., então o que fizeram foi colocar um prisma que permitisse que víssemos a imagem no mesmo plano que o objeto.

Agora, após a luz atingir o espelho, ela transpassa o despolido, sobe rebate nesse prisma, e que projeta uma imagem que parece para gente uma janela, não mais um espelho. Dessa forma ficou mais fácil acompanhar movimentos, e passamos a utilizar um olho apenas para fotografar, é claro tem seus prós e contras.

Com um olho apenas, fica mais complicado para criar a composição, perde-se um pouco a noção de profundidade que os dois olhos dão. Mas agora o sol não é tão mais invasivo na hora de tirar a foto, que podia ser um complicante em várias situações em comparação a primeira versão.

SLR é o sistema mais amplamente utilizado por fotógrafos profissionais de praticamente todas as áreas da fotografia. Mas por causa do espelho, que para registrar a fotografia sobe, a luz bate direto no filme, depois abaixa, a cada clique ela produz um barulho considerável, e também tem de haver um espaço no corpo reservado para abrigar o prisma e ele, o que aumenta o volume e o peso das câmeras. Esses fatores somados resulta em câmeras que chamam bastante atenção, o que em muitas situações não é nada desejável, principalmente em por questões de segurança e discrição, como em viagens e fotografias de pessoas. E por mais que o visor mostre exatamente a cena que você está vendo, e não exigir mais do que seus olhos para conseguir enxergar o objeto, bem como acompanhar qualquer movimento sem atraso; você não terá no seu visor a fotografia exata que a câmera irá produzir, ou seja, as configurações que escolheu para aquela fotografia não influenciarão o seu visor, nas câmeras digitais você poderá checar no visor de LCD/OLED pra ter uma noção de como fora registrado, nas de filme terá de esperar a revelação.

DSLR é simplesmente o sistema SLR que trocou o espaço para o filme fotográfico por um sensor eletrônico que permite o registro eletrônico da luz. Ou seja, câmeras digitais com o sistema SLR

Por serem as que estão a mais tempo dominando o mercado é bem capaz de você já ter visto muitas delas, vai alguns exemplos de SLR e DSLR.

Seus tamanhos, formatos e usos são bastante variados, bem como os valores. Normalmente são câmeras de lentes intercambiáveis, ou seja, que é possível trocar lentes conforme o uso, dentre todas as que mostraremos, são as que apresentam o sistema de foco mais rápido, e as únicas que não têm atraso entre a cena e o que o que o fotógrafo vê.

EVF[editar | editar código-fonte]

Eletronic Viewfinder, visor eletrônico, diferente da anterior, a luz chega direto no sensor que fará a captura da imagem, e passa eletronicamente para um visor que simulará o que a câmera está vendo.


Assim conseguimos realizar ajustes necessários e ver a influência destes pelo visor, mas como a informação tem de ser é processada e enviada de forma eletrônica temos um atraso entre o que vemos com nossos olhos nus, e o que o visor está nos mostrando, nas câmeras modernas já quase são notáveis na maioria das situações. Também não se tem mais o barulho produzido pelo bater no espelho quando a câmera é disparada, assim as EVFs são assim cada vez mais utilizadas por fotógrafos que precisam de discrição.

Com o sucesso das SLRs, o corpo acaba se assemelhando bastante a estas, mas por não ser necessário alocar o espelho, seus corpos podem ser um pouco menores (poder não significa que são), ainda temos a questão de se utilizar um olho apenas para fotografar, e se adotou uma única lente.

As principais limitações são a bateria que é mais exigida que nas SLRs que não necessitam de bateria para produzir imagens pelo visor e outros tantos auxiliares que as EVFs normalmente possuem; e a velocidade de foco, que é controlada por sensores eletrônicos, também é uma questão, ainda não se mostraram rápidas como as SLRs, também não tão precisas quanto.

Por alguma razão, as líderes do mercado em câmeras fotográficas, Canon e Nikon, não investiram tanto nessa linha de câmeras, produzindo câmeras inexpressivas nesse segmento, e hoje a disputa fica entre Fujifilm, Sony, Panasonic, e Olympus. A qualidade hoje não perde nada para as DSLRs, inclusive, algumas, tendo desempenho melhor em condições de baixa luminosidade, e essas são vistas por muitos como o futuro da fotografia.

SLT[editar | editar código-fonte]

Single-Lens Translucent, lente única translucida, se nunca ouviu, não se preocupe, é um sistema bastante diminuto inteiramente controlado pela Sony, não estávamos pensando em colocar esse sistema, mas exatamente enquanto estávamos escrevendo, a Sony retoma esse sistema e lança uma nova câmera.

Ao invés de um espelho, tem um vidro fixo e espelhado que permite 2/3 ir direito para o sensor para registrar a foto, que joga eletronicamente para o visor eletrônico, e 1/3 para o sensor de autofocagem, permitindo a rapidez no foco. Assim, o espelho não se move, e diferente das EVFs, o foco não depende exclusivamente do sistema de contraste utilizado para focar.

Elas são também corpulentas para abrigar o espelho, mas não têm o problema do espelho batendo em todas as fotos. Para filmar, ela tem a mesma facilidade do visor eletrônico que permite durante a filmagem ver pelo visor, diferente das DSLRs que exigem que se olhe através do display na parte de trás da câmera. Focam mais rápido que as EVFs, mas... ainda não são tão rápidas quanto as DSLRs com valores pouco acima.

Sendo um sistema exclusivo da Sony a variedade de lentes é bem restrita, não possuindo grandes teles, utilizadas em eventos esportivos onde mais precisam de velocidade no foco, a sua grande marca. E também o sensor só registra 2/3 da luz, sendo assim, há uma maior dificuldade de captura das imagens, precisando de maiores compensações para criar a imagem na exposição correta.

LCD/OLED[editar | editar código-fonte]

Dentre os sistemas apresentados, o mais simples e o mais vendido dentre todos.

LCD - Liquid-Crystal Display (Tela de cristal líquido) e OLED - Organic light-emitting diode (diodo emissor de luz orgânico), funcionam da mesma forma, diferem apenas na tecnologia da tela, mas o como a câmera trata a luz, não.

Basicamente a luz atravessa as lentes, acerta o sensor eletrônico, que passa para a tela atrás da câmera e é isso. Se a câmera adotar unicamente esse sistema, essas poderão ser de tamanhos bem reduzidos, com algumas vantagens como facilidade de composição, facilidades para aumentar na tela o objeto e verificar se o foco está correto. Mas todos os outros sistemas citados anteriormente, nas câmeras atuais, também usam esse sistema, combinando as facilidades de ambos. As de sistema único que adotam as LCDs, são câmeras com muitas desvantagens, e que vem sumindo rapidamente, pois celulares estão cobrindo esse nicho; obviamente que não na mesma qualidade, mas têm funções semelhantes.

As maiores dificuldades estão na posição para fotografar, sim você está lembrando daquela sua tia com o dedinho levantado tentando fotografar a família, e ver pela tela ao mesmo tempo, essa posição ae que dificulta a estabilidade da câmera, consequente dificuldade para tirar fotos precisas. E em usar quando o sol está forte, essa também é fácil de imaginar, só lembrar você tentando usar o celular ao meio-dia... tem que ficar na sombra de alguém/algo, fazer cabaninha, tal como as primeiras câmeras criadas, e outras opções um tanto toscas.

Algumas, tanto como sistema secundário ou único, possuem o visor articulado, facilitando o disparo de fotos em ângulos complicados.

Também temos as de uso específico, como as superzooms com lentes grande capacidade de ampliação (qualidade, é...), câmeras com capacidade subaquática, sendo bem menos custosas que as opções de proteção para DSLRs.

E as câmeras mais utilizadas e compradas hoje em dia:

Celulares são hoje uma ótima opção para quem está começando a fotografar, há uma gama interessante de aplicativos que expandem a capacidade das câmeras introduzindo mais controles, e possibilidades. Obviamente estando praticamente com você todo o tempo, será provavelmente a única câmera que terá em mãos em várias situações, assim, a câmera que mais utilizará.

Pelo tamanho da área de captura[editar | editar código-fonte]

Quando começou-se a produzir filmes, inúmeros tamanhos foram lançados até uma padronização, esses padrões até hoje são utilizados nas câmeras digitais. E diferença no tamanho dos sensores eletrônicos influenciam vários fatores, várias características são encontradas em comum entre câmeras de mesmo tamanho de sensor. O preço é uma delas, a qualidade da imagem, lentes... Os tamanhos dos sensores em escala:

35 mm ou "fullframe"[editar | editar código-fonte]

35 mm é o sensor mais difundido e foi por um bom tempo o mais utilizado na fotografia. 35 mm é a altura do filme, sendo mais preciso, 34.98 ±0.03 mm:

Você provavelmente conhece esse filme:

Repare que a razão entre a altura e a largura da foto, nessas câmeras é de 3:2.

Hoje é o sensor mais utilizado por profissionais de fotografia, não de todas as áreas, mas é amplamente difundido, ao ponto de ela ser a referência para tamanho de lentes de todos outros tamanhos de sensores.

Tanto Canon, Nikon, Sony e muitas outras, utilizam esse tamanho como o padrão para as câmeras de topo de linha e a gente já até mostrou algumas delas anteriormente:

Já com o foco no mundo digital, por causa do tamanho do sensor eletrônico já temos uma questão de alto valor, afinal esse é um dos componentes mais caros das DSLRs, e a influência no tamanho dos corpos são consideráveis, sendo esses volumosas e pesadas mesmo nas câmeras EVFs, o que aumenta ainda mais o preço. Por essa razão, seu uso é quase inteiramente profissional, então as câmeras fullframe, normalmente, têm características voltadas para esse público já explicadas lá no começo.

APS ou "crop"[editar | editar código-fonte]

Os piores nomes deixaram para as câmeras com o sensor nesse tamanho, APS - Advanced Photo System, nome tonto que faz referência a um filme que estou quase certo que você não conheceve:

Não fique triste, você e 99% das pessoas não conhecem esse filme, pois foi muito pouco utilizado. Teve baixíssima adesão de profissionais, pois seu tamanho é cerca de 56% menor em área do que os 35mm, o que dificulta (até hoje) impressão das imagens. Assim as câmeras que aceitavam esse filme normalmente eram completamente automáticas, e foram rapidamente descontinuada, ainda mais com a chegada das digitais...

Então por que estamos falando dele? Pois em algum momento alguém adotou esse formato para as câmeras digitais de entrada... câmeras digitais de sensor ~ 24 mm x 16 mm são chamadas de APS-C, o C é de Classic (clássico), mesmo ninguém conhecendo a referência e não sendo realmente um "clássico".

Também câmeras 24mm de "crop", outro nome porcaria, crop = cortar em inglês, lembra que as 35mm são as mais utilizadas e "famosas"? Então, altura desse sensor é ~1.5 menor que as da fullframe, assim é como se "cortássemos" o sensor anterior... o mais bobo disso é que na verdade a 35 mm foi o filme que foi literalmente cortado, os filmes anteriores eram de 70 mm, e em um momento começaram a cortá-los pela metade e produziram dois de 35 mm...

Mas tudo bem, voltando, consideravelmente menores:

Câmeras APS-C têm sido a escolhas das companhias na linha de entrada para as DSLRs e EVFs, hoje são as DSLRs mais vendidas, já que em média seu valor é bem inferior as DSLRs 35 mm.

Com isso, temos câmeras mais voltadas para entusiastas e iniciantes em fotografia,

Além câmeras de entrada, ainda há linhas para entusiastas e a Canon tem um modelo de uso voltado para profissionais a 7D Mark II e Nikon a D500, com características já explicadas anteriormente, mesmo assim, é bem menor e mais leve que a equivalente 35mm.

Há uma vantagem interessante para fotógrafos de vida selvagem e esporte, o "crop factor", esse faz com que lentes se comportem de forma diferenciada e que elas funcionem como lentes que "veem mais distante", a gente explica isso na parte de lentes.

Seu sensor de menor tamanho sofrem em condições de baixa luminosidade, mesmo com todos os avanços tecnológicos, câmeras digitais 35 mm de 2005 ainda performam melhor nesse quesito que APS-C de 2015. A gente explica isso na seção de sensores e ISO.


Médio formato[editar | editar código-fonte]

Médio formato é algo interessante, são câmeras de grande variedade a única coisa que as unem é que elas são maiores que as 35 mm, mas ainda são menores que as de grande formato que começam nas 4x5 polegadas (102×127mm). O filme mais utilizado nessas são os 120 mm que permitem uma grande variedade de aspectos, 6x6 cm, 6x7 cm...

Mas como podem ver, o tamanho e mesmo o formato do filme é variável:

E o formata das câmeras também são bem variáveis:

Mas com área de captura maior, a riqueza de detalhes também aumenta consideravelmente, sendo possível já encontrar máquinas de 100 mpx em câmeras médio formato, sendo assim muito utilizadas em fotografia comercial, em que há uma necessidade de impressões. Faça o teste e abra essa imagem tirada com uma médio formato:

Clique aqui para abrir em máxima resolução.

Com seu tamanho, há uma necessidade de ter uma precisão muito maior que outros formatos, já que pequenas movimentações impactarão enormemente, e também há uma série de outras questões que dificultam bastante fotografar com essas câmeras, além de seu enorme tamanho e consequente peso. Assim, elas basicamente são utilizadas em estúdios para fotografia, muitas vezes em tripés, ou mesmo em postes já estruturados para ela no estúdio, são bem mais lentas que muitas 35 mm, não sendo recomendadas para inúmeros tipos de fotografia, como fotojornalismo, esportes... mas entregam muita qualidade quando o assunto é fotografia de retratos, objetos, moda...

Grande formato[editar | editar código-fonte]

Todas as câmeras que têm a área de captura maior que 4x5 polegadas são chamadas de grande formato, qualquer câmera mesmo, pode ser de um tamanho de uma casa, agora o céu é o limite.

Sim, não estávamos exagerando, essa é foi a maior câmera do mundo, com 34 x 9,8 m! Mas voltando, diferente das outras câmeras, essa não é medida no sistema métrico, mas tudo bem, só se lembre que 6x6 é menor que 4x5, pois são 6x6 cm, e 10,2x12,7cm, respectivamente:

Viu como as 35 mm parecem pequeninas? Como é ridiculamente maior que as 35 mm, e bem maior que as de médio formato, então as mesmas questões que as de médio formato têm são ainda mais agravadas. Essas hoje em dia são utilizadas quase exclusivamente em fine art (a gente tenta explicar isso mais para frente), fotografia de paisagem, fotografia com cunho científicos, e outras comerciais que exigem grandes impressões.

Embora haja um ou outro sensor digital, essas câmeras ainda estão no mundo do filme, algumas pessoas adaptam a traseira das médio formato para essas câmeras, ou scanners, mas o primeiro reduz a qualidade final e o segundo faz com que o processo seja bem moroso, sendo ainda mais rápido fotografar com filme. Os formatos mais difundidos são 4x5, 5x7 e 8x10.

Câmeras de fole[editar | editar código-fonte]

Muitas delas são câmeras que chamamos de câmeras de fole, por causa dessa estrutura sanfonada (F) entre os elementos frontais e traseiros.

Presentes tanto em médio, quanto em grande formato, essas câmeras são normalmente completamente analógicas, mas permitem ao fotógrafo total controle de perspectiva, distorção e plano focal, graças a possibilidade de tilt, shift, swing e "subir e descer". Quando falarmos de plano focal lááá pra frente, a gente explica esses movimentos, por ora saibam que é muito interessante para fotografias de paisagens, e arquitetônicas, pois evita distorções, e também permitem o controle da profundidade de campo podendo tirar fotos com aquele fundo embaçado ou tudo focado, sem perder claridade; além de outros efeitos.

Além disso, temos outra característica interessante, essas câmeras foram as primeiras a serem produzidas, e até hoje mantêm uma certa característica:

Sim, tudo está de cabeça para baixo, e o que é esquerda é na verdade direita, exatamente como em uma câmera pinhole... isso complica bastante as composições. Mais um motivo para não fotografar gente correndo, por exemplo. E sim, as câmeras que ainda hoje produzem imagens em maior resolução ainda são câmeras que são basicamente uma pinhole com uma lente na ponta, mais um motivo para reforçar a ideia de que o que mais importa é o que o fotografo vai tirar do equipamento, não o equipamento.