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Estados Unidos/Imprimir

Origem: Wikilivros, livros abertos por um mundo aberto.


Os Estados Unidos da América são a principal potência mundial atualmente. Sobre que bases se assenta esse poderio? Por quanto tempo perdurará, ainda, esse domínio? Quais são seus principais adversários e problemas? Essas são algumas questões que pretendem ser respondidas por este wikilivro.

A estátua da Liberdade, em Nova York, é um dos principais símbolos dos Estados Unidos

Devido a sua grande extensão territorial (9 370 000 quilômetros quadrados, o terceiro ou quarto maior país do mundo, dependendo do critério de medição), os Estados Unidos possuem diversos tipos de clima, fauna e vegetação. No estado da Flórida, o clima é subtropical. No estado da Califórnia, o clima é mediterrâneo. No estado do Alasca, o clima é polar. No estado do Havaí, o clima é tropical. Mas, na maior parte dos estados, o clima é temperado[1].

Mapa mostrando os cinquenta estados e o distrito federal dos Estados Unidos

A maior parte do território do país situa-se na América do Norte. Fora da América do Norte, ficam apenas o estado do Havaí (na Oceania) e alguns pequenos territórios espalhados na América Central e na Oceania.

O ponto mais alto do país é monte McKinley, no estado do Alasca, com 6 194 metros de altitude.

Monte McKinley, no Alasca: o ponto mais alto do país

A vegetação predominante no país são os bosques temperados, com carvalhos, pinheiros, choupos, bétulas etc. No sul do país, ocorrem pântanos, como por exemplo nos estados da Flórida (região dos Everglades) e da Louisiana[2]. O estado do Havaí possui florestas tropicais[3]. Os estados da Califórnia, de Utah, do Colorado e do Arizona possuem regiões de vegetação desértica, com pluviosidade inferior a 250 milímetros anuais.

Antes da chegada dos europeus, no século XVI, o território estadunidense abrigava uma fauna composta por ursos, alces, veados, guaxinins, castores, águias, bisões etc. Porém, com o avanço da agricultura, da pecuária e das cidades pelo território, a fauna original do país ficou preservada somente em alguns parques nacionais espalhados pelo território e em regiões de difícil acesso, como as montanhas Rochosas e o estado do Alasca[4].

As montanhas Rochosas são a maior cadeia de montanhas dos Estados Unidos, cortando o país no sentido norte-sul. No mesmo sentido, porém mais para o leste, existem os montes Apalaches, que são montanhas mais antigas e, consequentemente, mais gastas pela erosão e menores que as Rochosas. Entre as duas cadeias de montanhas, existem grandes rios, como o Mississipi e o Missouri e um grande território plano: as Grandes Planícies. No norte, na fronteira com o Canadá, se localiza o maior grupo de lagos de água doce do mundo: os Grandes Lagos, dos quais fazem parte as cataratas do Niágara.

Referências

Mapa mostrando a provável migração dos povos asiáticos para o continente americano na época pré-histórica
Acampamento dos índios assiniboines com tendas desmontáveis feitas de couro de búfalo. O desenho é de Karl Bodmer, do século XIX.
Rua da cidade puebla de Acoma, no Novo México
Típico capacete de penas havaiano confeccionado no século XVIII
Cristóvão Colombo desembarcando nas Américas, em pintura de John Vanderlyn de 1847 exposta no congresso estadunidense
Desenho de 1589 mostrando o ataque de uma frota inglesa à colônia espanhola de Santo Agostinho, na Flórida, em 1586. É o mais antigo desenho retratando uma cidade estadunidense.
Nova Amsterdã em 1671. A Nova Amsterdã era a principal cidade neerlandesa na costa leste estadunidense e daria origem à atual cidade de Nova Iorque.
Mapa das treze colônias inglesas que proclamaram a independência em 1776
George Washington, o primeiro presidente estadunidense, em pintura do século XIX de James Peale
A bandeira da República do Texas (1836-1845) se converteu na bandeira do Estado do Texas (1845- )
Bandeira do Estado da Califórnia
USS Hartford, um dos navios estadunidenses que lutaram na guerra Civil Estadunidense contra os estados rebeldes
Gravura de 1896 mostrando quatro versões da bandeira dos estados rebeldes, que se autodenominaram Estados Confederados da América

Os mais antigos vestígios do homem no território estadunidense situam-se em por volta de 13500 a.C.[1] São restos de instrumentos de pedra usados para cortar, raspar e caçar, que eram utilizados por tribos que haviam migrado da Ásia para a América do Norte através do Estreito de Bering. Tais migrantes de origem asiática se espalharam pelo território estadunidense, vindo a formar diferentes nações indígenas: sioux, apaches, navajos, moicanos, comanches, cheyennes, crees, cherokees, shoshones, pueblos, hupas, salish, esquimós etc..

Todas as nações indígenas estadunidenses eram nômades, mudando de residência sempre que os recursos naturais da região escasseavam. Uma exceção eram os pueblos, que moram até hoje em casas de barro, de madeira e de pedra no estado do Novo México. Os índios estadunidenses viviam da caça, da pesca e do cultivo de milho, abóbora, feijão, tabaco e girassol. A partir do primeiro milênio antes de Cristo, o arquipélago do Havaí, no Oceano Pacífico, passou a ser colonizado por povos provenientes do sul da Polinésia, de regiões como Ilhas Marquesas, Taiti e Ilhas Sociedade. Esses povos, que cultivavam fruta-pão, coco e inhame, que criavam porcos e pescavam[2], chegaram às ilhas havaianas em barcos a vela e movidos a remo.

Divididos em diferentes tribos, esses povos ocuparam as ilhas mantendo-as politicamente divididas entre si. Em 1493, o navegador genovês a serviço da Espanha Cristóvão Colombo tomou posse das Ilhas Virgens, no Caribe, para a Espanha, nomeando-as como "Santa Úrsula e as onze mil virgens", numa alusão à lenda de Santa Úrsula, uma nobre inglesa que teria sido morta em 383 pelos hunos junto com suas 11 000 damas de companhia enquanto fazia uma peregrinação à cidade alemã de Colônia[3]. Nessa época, as ilhas eram habitadas por índios siboneis, tainos e caribes, os quais acabaram por desaparecer com as doenças e os trabalhos forçados trazidos pelos espanhóis.

Em março de 1513, o navegador espanhol Juan Ponce de León desembarcou na costa leste da Flórida, nas proximidades da atual cidade de Santo Agostinho. Sua expedição estava em busca de ouro e de uma mítica fonte da juventude que lhe havia sido relatada por índios. Ponce nomeou o local como La Florida. Em 1521, Ponce tentou criar um núcleo de povoamento espanhol na costa oeste da Flórida, mas foi atacado por índios calusas, recebendo uma flecha envenenada na coxa e morrendo em consequência do ferimento[4]. Em 1565, o espanhol Pedro Menéndez de Avilés fundou a cidade de Santo Agostinho, na costa leste da Flórida.

Foi a primeira cidade estadunidense de origem europeia. Ao longo do século seguinte, a França ocupou a região central dos atuais Estados Unidos, desde os Grandes Lagos até o golfo do México. Os espanhóis ocuparam a Flórida, a Califórnia, o Novo México, o Texas e o Arizona. Neerlandeses, suecos e ingleses ocuparam a costa leste dos Estados Unidos. Os ingleses sobrebujaram seus rivais e passaram a dominar toda a costa leste estadunidense, que passou a constituir as chamadas treze colônias inglesas. Em 1619, chegaram os primeiros escravos negros africanos à colônia da Virgínia. Era o início da escravidão nas colônias inglesas do sul, visando a servir de mão de obra para as plantações de fumo[5] e de algodão. No final do século, a Dinamarca, através da companhia Dinamarquesa das Índias Ocidentais e da Guiné, tomou posse da metade oeste das Ilhas Virgens, nomeando-as como Ilhas Virgens Dinamarquesas. As ilhas passaram a ser colonizadas por escravos provenientes de Gana (também sob domínio dinamarquês), que passaram a trabalhar em plantações de cana-de-açúcar.

Em meados do século XVIII, Inglaterra e França disputaram a posse da região central dos Estados Unidos na Guerra Franco-indígena (1754-1763). Com a vitória inglesa, as terras a leste do Rio Mississipi passaram para os ingleses, enquanto que as terras a oeste do rio foram cedidas à Espanha. Logo em seguida, porém, em 1777, através do Tratado de Santo Ildefonso, a Espanha devolveu esses territórios para a França. Em 4 de julho de 1776, as treze colônias se rebelaram contra os altos impostos que tinham que pagar à Inglaterra e declararam sua independência. Na Guerra da Independência que se seguiu, destacou-se a figura do líder militar George Washington, que viria a se tornar, em 1789, o primeiro presidente da história dos Estados Unidos. O país adotou uma organização política inspirada nos ideais iluministas do século XVIII de república e de democracia.

Foi o primeiro país a criar o cargo de presidente, no que seria imitado por muitos países a partir de então. O novo país alternou sua capital entre várias cidades, entre elas Filadélfia e Nova Iorque, até inaugurar sua capital definitiva: a cidade planejada de Washington, entre os estados de Maryland e Virgínia, em 1800. Em 1778, o navegador inglês James Cook tornou-se o primeiro europeu conhecido a desembarcar no Havaí. Ele deu o nome de "Ilhas Sanduíche" ao arquipélago em homenagem a seu superior hierárquico e companheiro de carteado John Montagu, o quarto Conde de Sandwich. Em 1803, os Estados Unidos compraram o território francês no centro dos atuais Estados Unidos. Porém muitas localidades permaneceram com seus nomes franceses, como Louisiana, Baton Rouge, Nova Orleans, Saint-Louis etc..

Era o início do processo de expansão territorial do país rumo ao Oceano Pacífico: seja por meio de compras, seja por meio de guerras contra os índios e outros povos nativos e contra o México, seja por meio de acordos diplomáticos. Em 1810, as ilhas do arquipélago havaiano foram unificadas politicamente pelo rei Kamehameha. Em 1819, a Flórida foi comprada dos espanhóis pelos Estados Unidos. Em 1821, o México declarou sua independência em relação à Espanha. Com isso, o atual território texano passou a integrar a província mexicana de Coahuila e Texas. Porém, em 1836, o Texas se separou do México, formando a República do Texas, que era composta principalmente por imigrantes estadunidenses e europeus. Em 1845, a República do Texas se uniu aos Estados Unidos.

Em 1846, o noroeste dos atuais Estados Unidos foi incorporado ao país através de um acordo com a Inglaterra. A região era frequentada por caçadores britânicos e estadunidenses e estava em disputa entre os dois países. O sudoeste dos atuais Estados Unidos, até então parte do México, passou para o controle estadunidense após a vitória estadunidense na Guerra Mexicano-Estadunidense (1846-1848). A guerra foi motivada pela presença expressiva de colonos estadunidenses na região e pela recusa do México em vender a região aos Estados Unidos. Diante da negativa mexicana, os Estados Unidos invadiram a região e a anexaram. No começo da guerra, colonos estadunidenses proclamaram, na cidade de Sonoma, no norte da Califórnia, a República da Califórnia, até então uma província mexicana.

A república californiana durou apenas 26 dias, até a chegada de tropas estadunidenses e a incorporação da província aos Estados Unidos. Porém a sua "bandeira do urso" serviu de base para a confecção da atual bandeira do estado da Califórnia. Durante este período, ocorreu a Corrida do Ouro na Califórnia, quando pessoas de todas as partes do mundo se lançaram em busca do ouro descoberto em 1848 em Coloma, no norte da Califórnia. Em meados do século, ocorreram as Guerras Mórmons, quando seguidores desta seita cristã entraram em conflito com membros de outras seitas cristãs e com o governo estadunidense em diversos estados do país, como Illinois, Missouri e Utah. Em 1861, onze estados do sul do país declararam-se independentes do resto do país.

Isto gerou uma reação dos estados do norte, na chamada Guerra Civil Estadunidense. A principal motivação da guerra foi a questão da escravidão: os estados sulistas, que tinham a economia baseada no cultivo de algodão e fumo com mão de obra escrava, desejavam que a escravidão fosse também legalizada nos territórios do oeste do país, enquanto que os estados nortistas, onde a escravidão já fora abolida, eram contra. Em 1865, a guerra terminou, com a vitória dos estados nortistas e a abolição da escravidão em todo o país. Em 1867, os Estados Unidos compraram o Alasca da Rússia. Na época, as finanças da Rússia estavam abaladas pelos altos gastos gerados por sua participação na Guerra da Crimeia (1853-1856), o que levou o governo imperial russo a vender o Alasca como forma de obter recursos financeiros para saldar suas dívidas. Em 1886, em comemoração ao centenário da declaração da independência estadunidense que havia sido comemorado dez anos antes, a França deu de presente ao país a estátua "A liberdade iluminando o mundo", projetada pelo escultor Frédéric Auguste Bartholdi. A estátua foi instalada na entrada do porto de Nova Iorque e se tornou um dos principais símbolos do país. Em 1894, uma intervenção militar dos Estados Unidos derrubou a última rainha do Havaí, Lili'uokalani e instituiu o regime republicano no arquipélago.

A intervenção militar havia sido requerida pela elite econômica das ilhas, composta por empresários estadunidenses e europeus plantadores de cana-de-açúcar e de abacaxi. Na época, já era grande a importação de mão de obra japonesa, coreana e porto-riquenha para trabalhar nas plantações. Com a criação da república do Havaí, o nome do arquipélago passou de "Ilhas Sanduíche" para "Havaí". Em 1900, o Havaí foi anexado aos Estados Unidos na condição de território. No final do século, ocorreu a Corrida do Ouro do Alasca, quando pessoas de todas as partes do mundo acorreram à região em busca do ouro recém-descoberto nas imediações da cidade de Dawson. No início do século XX, um novo gênero musical surgiu na cidade de Nova Orleans: era o jazz. Baseado na improvisação dos instrumentos e com forte influência afro-americana, o novo estilo musical se espalhou pelo país e pelo mundo.

Em 1904, os Estados Unidos tomaram posse da zona do Canal do Panamá e iniciaram a construção do canal que ligaria os oceanos Atlântico e Pacífico. Em 1908, Henry Ford iniciou as vendas do Ford modelo T, o primeiro automóvel fabricado em série no mundo. Tal inovação permitiu que o automóvel se tornasse um meio de veículo acessível financeiramente à população. A partir de então, a cidade de Detroit, onde era fabricado o Ford modelo T, se tornou a capital da indústria automobilística estadunidense. Em 1913, foi inaugurado o Canal do Panamá. Em 1917, as Ilhas Virgens Dinamarquesas, no Caribe, foram compradas pelos Estados Unidos e passaram a se chamar Ilhas Virgens Estadunidenses. A compra tinha o objetivo de ajudar na proteção do Canal do Panamá. As ilhas passaram a ser território estadunidense, sem adquirir a condição de estado.

Em 1920, o país passou a proibir a fabricação, o transporte e a venda de bebidas alcoólicas, visando a combater o alcoolismo. A chamada "lei seca", no entanto, foi constantemente burlada pela população e fomentou esquemas ilegais de distribuição de bebida, bem como o surgimento de famosos criminosos conhecidos como "gângsteres", o mais famoso dos quais tendo sido Al Capone. A lei seca terminou por ser revogada em 1933 pelo presidente Franklin Roosevelt. A partir de 1929, o mundo ocidental enfrentou um período de retração econômica conhecido como Grande Depressão. O período teve como marco de início a quebra da bolsa de Nova Iorque em 24 de outubro desse ano e durou até a Segunda Guerra Mundial, quando as economias nacionais voltaram a crescer. Durante o período da depressão, o presidente estadunidense Franklin D. Roosevelt lançou um programa de assistência social conhecido como "Novo Acordo" (New Deal) que ajudou a combater o desemprego nos Estados Unidos.

Em 1941, a base naval de Porto da Pérola (Pearl Harbor), no Havaí, foi atacada por aviões japoneses, desencadeando a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial. Até então, a guerra estava sendo ganha por Alemanha, Japão e Itália. Porém, com a entrada estadunidense, a vitória passou a pender para os aliados (Inglaterra, Estados Unidos, Brasil, Austrália, Canadá, União Soviética, entre outros). A guerra terminaria em 1945, dias após os lançamentos de bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroxima e Nagazáqui por aviões estadunidenses. A Segunda Guerra Mundial marcou a ascensão dos Estados Unidos ao posto de potência mundial econômica, militar, política e cultural. Tal posto, porém, seria rivalizado com outra vencedora da guerra, a União Soviética, em uma disputa que duraria 45 anos e que ficou conhecida como Guerra Fria, por não envolver combates diretos entre as duas potências.

Havia, no máximo, disputas entre países apoiados pelas duas potências, como, por exemplo, na guerra do Vietnã (1959-1975), na qual os Estados Unidos apoiaram o Vietnã do Sul, que era capitalista, contra o Vietnã do Norte, que era comunista e apoiado pela União Soviética. Nesse contexto, os Estados Unidos se envolveram em disputas locais na Coreia (1950-1953), no Brasil (1964)[6], em El Salvador (1980-1992), em Cuba (Invasão da Baía dos Porcos, em 1961), no Chile (1973)[7], na Nicarágua (1979-1990)[8] e em diversos outros países. Em 1962, tal disputa atingiu seu clímax quando da instalação de mísseis nucleares soviéticos em Cuba.

Os Estados Unidos exigiram a retirada dos mísseis, no que foram atendidos pela União Soviética e por Cuba. Em meados da década de 1950, um novo gênero musical surgiu no país, fundindo blues, country e gospel: o rock'n roll. O novo estilo musical conquistaria o país e o mundo nas décadas seguintes[9]. Em 1957, a União Soviética lançou ao espaço o primeiro satélite artificial, o Sputnik. Com isso, a Guerra Fria se deslocou também para o espaço, através da disputa pela conquista do espaço entre as duas grandes potências. Em 1961, ocorreu novo pioneirismo soviético, com o lançamento ao espaço do primeiro ser humano, Iuri Gagarim. Os Estados Unidos somente tomariam a dianteira da chamada "corrida espacial" em 1969, com o lançamento do primeiro homem à lua, Neil A. Armstrong.

Em 1960, o Havaí assumiu a condição de estado dos Estados Unidos. Em 1963, ocorreu o quarto assassinato de um presidente estadunidense (o primeiro foi o de Abraham Lincoln, em 1865). John F. Kennedy foi assassinado enquanto percorria, em carro aberto, as ruas da cidade de Dallas, no estado do Texas. O assassino foi identificado pela polícia como sendo Lee Harvey Oswald, um empregado de um armazém, embora nunca tenha ficado claro se ele seguia as ordens de alguém ou não. Em 1968, foi assassinado o líder da luta contra a discriminação racial no país, o pastor protestante Martin Luther King Jr.. O crime foi atribuído, pela justiça estadunidense, a James Earl Ray, um foragido da prisão e cabo eleitoral do candidato à presidência dos Estados Unidos George Wallace. Quatro anos antes, Luther havia ganho o Prêmio Nobel da Paz e, em 1963, havia liderado a Marcha sobre Washington, onde proferiu o seu célebre discurso "Eu tenho um sonho", onde defendia o ideal de um país sem discriminação racial.

Luther também foi um dos líderes do movimento popular contra a participação estadunidense na guerra do Vietnã. Em 17 de junho de 1972, cinco homens pagos pela equipe que trabalhava na reeleição do presidente Richard Nixon invadiram o comitê do partido Democrata no edifício Watergate, em Washington. O escândalo que se seguiu levou à primeira renúncia de um presidente estadunidense na história. Com o fim da União Soviética, em 1990, a guerra Fria acabou. Em 1999, os Estados Unidos cederam a posse do Canal do Panamá para o governo panamenho. Em 11 de setembro de 2011, um atentado terrorista desviou os voos de quatro aviões comerciais e fez chocar os aviões contra as torres do World Trade Center, em Nova Iorque e contra a sede do departamento de Defesa, em Arlington. No total, 2 996 pessoas morreram. A autoria dos atentados foi, posteriormente, reivindicada pela organização muçulmana Alcaida, o que motivou a invasão estadunidense ao Afeganistão, logo em seguida, sob o pretexto de capturar o líder da Alcaida, o saudita Osama Bin Laden, que estaria escondido nesse país.

Na sequência da guerra contra a Alcaida e seus aliados, os Estados Unidos invadiram o Iraque em 2003, sob o pretexto de achar supostas armas de destruição em massa em poder do ditador iraquiano Saddam Hussein. O ditador iraquiando foi deposto, porém as supostas armas nunca foram encontradas. Em 2009, Barack Obama tornou-se o primeiro afrodescendente a tornar-se presidente dos Estados Unidos. Em 2011, o líder da Alcaida, Osama Bin Laden, foi encontrado e morto por soldados estadunidenses no Paquistão.

Referências

Letreiro anunciando o distrito de Hollywood, em Los Angeles. Por ter abrigado muitos estúdios de cinema, o distrito se tornou sinônimo da indústria de cinema estadunidense.
Estátua de John Harvard, fundador da universidade Harvard, no campus da universidade, em Cambridge, em Massachusetts. Foi considerada a melhor universidade do mundo em 2009, segundo o levantamento realizado pela universidade Xangai Jiao Tong. Foi fundada em 1636 e é a mais antiga universidade do país.
Museu Guggenheim em Nova Iorque, um trabalho do mais famoso arquiteto estadunidense, Frank Lloyd Wright (1867-1959)
William Faulkner, um dos grandes nomes da literatura estadunidense
Big Mac: um dos mais famosos sanduíches da rede estadunidense de fast food McDonald's
Logotipo da coca-cola
Preparo de recheio para tacos, um típico prato da cozinha tex-mex

A cultura estadunidense é a que mais exerce influência no mundo, atualmente[1]. Desde a ascensão do país ao posto de potência mundial, a partir da Segunda Guerra Mundial, seus filmes, músicas, programas de televisão, esportes, tecnologia, culinária, arquitetura, moda, ciência e estilo de vida tornaram-se referências fundamentais em todos os países do mundo. Segundo levantamento das melhores universidades do mundo feito pela universidade Xangai Jiao Tong em 2009, oito das dez melhores universidades do mundo são estadunidenses.

A literatura estadunidense, embora não tenha uma importância mundial tão grande quanto o seu cinema, por exemplo, possui autores mundialmente famosos, como James Fenimore Cooper (1789-1851), Ralph Waldo Emerson (1803-1882), Edgar Allan Poe (1809-1849), Henry David Thoreau (1817-1862), Herman Melville (1819-1891), Walt Whitman (1819-1892), Louisa May Alcott (1832-1888), Jack London (1876-1916), Scott Fitzgerald (1896-1940), William Faulkner (1897-1962), Ernest Hemingway (1899-1961), John Steinbeck (1902-1968), Ray Bradbury (1920-2012) e Jack Kerouak (1922-1969). No campo da culinária, sua maior contribuição ao mundo é o fast food, estilo de comida que se caracteriza pela rapidez de preparo, de atendimento e de consumo. É um tipo de alimentação composto principalmente por sanduíches (hambúrgueres e cachorros-quentes) e bebidas (refrigerantes e milkshakes) ricos em açúcar e gordura, o que fez com que passasse a ser combatido pela medicina a partir do final do século XX.

Outra contribuição estadunidense para a culinária mundial foi a coca-cola, uma das bebidas mais disseminadas no mundo atualmente e que foi inventada pelo estadunidense John Pemberton em 1886, na cidade de Atlanta, na Geórgia. Com a popularização mundial da bebida, tornou-se um dos principais símbolos da cultura estadunidense no mundo. Vale destacar, também, o gosto dos estadunidenses pela comida chinesa, por café (o país é o maior consumidor mundial do produto) e a influência da cozinha mexicana na fronteira com o México, formando a culinária típica tex-mex. Outra influência estrangeira na cozinha do país existe no estado da Luisiana, onde a população de origem francesa criou uma culinária típica apelidada de cajun (termo que vem de acadian, "acadiano", da Acádia, região canadense de onde proveio a maioria dos imigrantes da Luisiania) que tem, como ingredientes típicos, lagostim, caranguejo, camarão, jacaré, porco, pato, peru, galinha, arroz, milho, pimentão, cebola, salsa, cebolinha, louro e pimenta-malagueta[2].

O país produz destilados típicos de milho (bourbon) e de centeio (rye). O estado da Califórnia é famoso pela qualidade de seus vinhos. Os estadunidenses possuem três esportes favoritos: o futebol estadunidense, o beisebol e o basquete. Apesar da influência cultural do país no resto do mundo, apenas este último é amplamente disseminado no mundo. Os estadunidenses também apreciam o hóquei no gelo. O skate, um dos esportes mais populares no mundo atualmente, foi inventado no estado da Califórnia, na década de 1960, por surfistas que queriam praticar seu esporte em dias de poucas ondas. O surfe, aliás, que, desde tempos imemoriais, já era praticado na Polinésia, difundiu-se mundialmente graças aos esforços de divulgação do esporte pelo havaiano Duke Paoa Kahanamoku, que foi medalha de ouro na natação dos jogos olímpicos de 1912 em Estocolmo[3].

A língua inglesa é a língua mais utilizada no país, embora minorias étnicas continuem a utilizar as línguas de seus territórios de origem, como o castelhano, o chinês, o neerlandês, o japonês, o filipino, o navajo, o havaiano, o cherokee, o cree, o cheyenne, o choctaw e o creek. As línguas dos índios estadunidenses exerceram grande influência nos topônimos estadunidenses ("Potomac", "Oklahoma", "Seattle", "Iowa", "Minnesota", "Dakota", "Connecticut", "Michigan", "Milwaukee" etc.). Vale destacar que a língua inglesa utilizada nos Estados Unidos possui pronúncia e léxico diferentes da língua inglesa adotada na Inglaterra. É esta versão estadunidense da língua inglesa que se disseminou no mundo a partir de meados do século XX, sendo, hoje, uma espécie de língua franca internacional. O aumento da imigração ao país (e a diminuição da taxa de natalidade dos estadunidenses), no entanto, tem gerado um dilema: permanecer como uma nação de língua inglesa, ou reconhecer oficialmente a diversidade cultural e linguística do país.

Especialmente, assumir o uso maciço da língua castelhana, particularmente na região da fronteira com o México[4][5]. Quanto à música, alguns dos estilos mais famosos no mundo são de origem estadunidense, como o rock, o jazz, o rap, o hip hop, o funk, o soul, o rythm'n blues, o blues, o country e o gospel. A religião predominante no país é o cristianismo, principalmente do ramo protestante. A minoria católica, porém, é numericamente significativa. Ela é composta, principalmente, por descendentes de imigrantes de países católicos, como a Itália, a Irlanda e os países da América hispânica. O país possui algumas comemorações tradicionais ao longo do ano, como o dia das bruxas, o dia da independência, o dia de São Valentim, o dia de ação de graças, o natal e a noite de ano-novo.

O dia de São Valentim é comemorado no dia 14 de fevereiro pelos namorados. O dia da independência estadunidense, o 4 de julho, celebra a aprovação da declaração da independência do país e é comemorado com feriado, desfiles e reuniões familiares. O dia de ação de graças surgiu em 1621, na colônia de Plymouth, no estado de Massachusetts, quando houve uma boa colheita de milho. Os colonos europeus decidiram comemorar o fato celebrando uma festa de ação de agradecimento a Deus. Na festa, da qual participaram os índios que viviam vizinhos à colônia, foram servido alimentos nativos da região que os índios haviam ensinado como plantar e criar aos colonos, como milho, peru, abóbora, batata-doce e mirtilo-vermelho. Desde então, tornou-se tradição a reunião com a família na quarta quinta-feira de outubro, onde são servidos pratos à base desses alimentos[6]. Também é tradição, nessa época, o presidente estadunidense salvar um peru do sacrifício e doá-lo para ser criado num parque.

O dia das bruxas (halloween) é comemorado no dia 31 de outubro, quando as crianças se fantasiam de monstros e pedem doces nas portas das casas. Já o natal estadunidense inspirou-se no natal neerlandês dos fundadores da cidade de Nova Amsterdã. Segundo a festa neerlandesa, São Nicolau (em neerlandês, Sinterklaas) distribui presentes para as crianças nessa época. Após a tomada de Nova Amsterdã pelos ingleses, em 1664, a cidade foi renomeada como Nova York e o Sinterklaas foi renomeado como Santa Claus. Posteriormente, a figura estadunidense do velhinho de longa barba branca com gorro e jaqueta vermelhos e brancos, que mora no polo norte e que percorre o mundo em um trenó puxado por renas, distribuindo presentes no natal, se espalhou pelo mundo. Finalmente, o ano-novo é comemorado com fogos de artifício na virada do ano, especialmente na Praça dos Tempos (Times Square), na cidade de Nova Iorque, onde a descida de uma bola de cristal através de um poste marca a chegada do ano novo. A bola é uma referência a um instrumento náutico que opera do mesmo modo e que é usado para sincronizar os relógios dos marinheiros.

Referências

O Estados Unidos são a principal potência econômica do mundo atualmente: têm o maior produto interno bruto (14 657 800 milhões de dólares estadunidenses) e possuem as principais empresas (das cinco empresas com maior valor de mercado, três são estadunidenses), universidades (oito entre as dez melhores universidades, segundo levantamento em 2009 da universidade Xangai Jiao Tong).

Logotipo da empresa estadunidense Exxon Mobil, a empresa com maior valor de mercado do mundo
Igreja memorial da universidade Harvard, em Cambridge, no estado de Massachusets. A universidade é considerada a melhor do mundo atualmente.

Visando a conservar este poderio econômico, o país tem intervido frequentemente, desde a sua independência em 1776, no destino de outros países, sempre na defesa de seus próprios interesses comerciais. Essas intervenções quase sempre têm um caráter militar, o que, por sua vez, alimenta uma poderosa indústria bélica nacio ("cintos", em português): há o cinto do milho, o do algodão, o das frutas, o dos grãos, o dos pinheiros, o da pecuária leiteira, o da soja, o do vinho etc. O país é o maior produtor mundial de soja e de milho. Ambos os produtos têm, como destinação principal, a alimentação de animais.

A indústria do entretenimento é muito importante no país: os filmes, seriados de televisão e músicas estadunidenses são um grande produto de exportação, gerando renda para o país e influenciando culturalmente o mundo inteiro. O turismo também é uma grande fonte de renda para o país: segundo dados de 2006 da Organização Mundial do Turismo, os Estados Unidos são o terceiro principal destino turístico do mundo[1].

O principal setor industrial do país é o químico. A bolsa de Nova Iorque, que foi fundada em 1817, é a principal bolsa de valores do mundo.

Desde que assumiu o posto de potência mundial durante a Segunda Guerra Mundial, o país detém a vanguarda tecnológica. O telefone celular, por exemplo, foi criado em 1947 pela empresa estadunidense Bell. Outro exemplo do pioneirismo tecnológico estadunidense é a internet, que foi criada pelas forças armadas estadunidenses no período da guerra Fria, visando a proteger o país de uma eventual pane do sistema tradicional de comunicações por ocasião de um ataque inimigo. Com a popularização da rede mundial de computadores no século XXI, novamente o país assumiu a dianteira nos avanços tecnológicos do setor, ao criar empresas voltadas para serviços na internet, como o Youtube, o Google, o eBay, o Yahoo!, o MySpace, o Facebook, o Orkut, a Amazon.com e a própria Wikipédia.

Grande parte das inovações tecnológicas estadunidenses ocorre em empresas localizadas no chamado Vale do Silício, na Califórnia. Nessa região, desde a Segunda Guerra Mundial, se concentram empresas voltadas para inovações nas áreas de eletrônica e de informática, ramos estes que têm como importante matéria-prima o silício. O Vale do Silício teve um importante papel na vitória estadunidense na Segunda Guerra Mundial, bem como na guerra Fria, na corrida espacial e no desenvolvimento dos atuais computadores e da internet.

Referências

O brasão dos Estados Unidos apresenta uma águia-de-cabeça-branca segurando um ramo de oliveira numa das garras e um feixe de flechas na outra. O ramo de oliveira simboliza o desejo do país de viver em paz[1] e o feixe de flechas simboliza que o país está disposto a pegar em armas para defender essa paz.

Brasão dos Estados Unidos

Tal imagem sintetiza bem a dupla face da ação estadunidense no mundo: por um lado, exerceram um importante papel como difusores da democracia e do republicanismo no mundo, desde sua independência em 1776. Hoje em dia, em grande parte graças ao pioneirismo estadunidense, a maior parte dos países segue regimes republicanos e democráticos. Seus filmes, músicas e programas de televisão dominam o mundo, proporcionando diversão numa escala planetária.

Por outro lado, o país se envolve constantemente em conflitos ao redor do mundo, visando a defender seus interesses comerciais. Ainda que, muitas vezes, esses interesses sejam encobertos por uma alegada, porém pouco convincente, defesa da democracia.

Qualquer julgamento sobre os Estados Unidos deve levar em conta esse duplo aspecto do país: o de nação benévola, promotora da democracia, do republicanismo e da alegria e o de nação impiedosa, capaz de fomentar guerras em qualquer país do mundo com a única finalidade de defender seus próprios interesses.

Referências

  • BROWN, D. Enterrem meu coração na curva do rio. L&PM, 2003.
  • COOPER, J. F. O último dos moicanos. Larousse do Brasil, 2005.
  • KEROUAC, J. On the road. L&PM, 2004.
  • STEINBECK, J. As vinhas da ira. Bestbolso, 2008.