História e epistemologia da Física/A Ciência no Renascimento: diferenças entre revisões
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Racionalismo (Descartes): virada antropocêntrica |
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=== Descendência filosófica === |
=== Descendência filosófica === |
Revisão das 15h08min de 6 de abril de 2008
A Ciência no Renascimento
Jean Buridan (1300-1358)
Buridan
sacerdote francês, o primeiro a contestar as teorias de Aristóteles.
aluno de Ockham, que significa navalha.
um dos mais importantes filósofos da Idade Média
desenvolveu a teoria do impetus, predecessor do conceito da inércia
Teoria do impetus
impressão de um poder de auto-movimento
- impetus
- impetus gravidade
- gravidade
Astronomia
Astronomia
Babilônicos: tabelas de posição eclipses
gregos: leis
Copérnico: sistema heliocêntrico: O Homem não está no centro do Universo!
Brahe, Kepler: leis matemáticas para órbitas dos planetas
Leis de Kepler: previsão das posições planetárias navegações
Astronomia como Ciência
capacidade explanatória
Ciência independente de valores
monopólio da Igreja realidade econômica
filosofia da natureza filosofia moral
Copérnico (1473-1543)
Contribuições
superou mera acumulação de dados astronômicos e ajustes no modelo Ptolomaico
novo modelo, explicação mais plausível para as observações.
Propôs o sistema Heliocêntrico e o Homem deixou de ter uma posição privilegiada no universo.
Revolução
Homem deixa posição privilegiada no centro do Universo
Classicismo
Classicismo
"O Classicismo produziu obras que retratam um universo harmônico, onde as leis matematizáveis da natureza regulam todo o seu funcionamento."[1]
Buscou ideais gregos, abandonando um mundo arbitrário e partindo para uma vizão lógica. Época marcada também pela perda de poder da igreja.
Renascimento (sec. XIII-XVI)
Renascimento
homem medieval: via em Deus a razão de todas as coisas
renascentistas: acreditavam no poder humano de julgar, de criar e construir, portanto tornara-se um ser interativo, abandonando e rejeitando idéias da idade média.
caracteriza-se por enormes progressos nas artes, nas leis e nas ciências
Ideais renascentistas
- Antropocentrismo - uma visão egocêntrica, onde o que importa é o que interessa ao homem.
- Hedonismo
- Racionalismo - A razão contrapondo a fé.
- Otimismo - sensação de era possível, que o ser humano interativo poderia provocar mudanças.
- Individualismo - Abandono do coletivismo da idade média, tornando-se responsável pelo humanismo.
- valorização do abstrato, do objetivo - gerado pelo otimismo.
- visão de mundo clássica e humanista
- ruptura com o medieval - caracterísca marcante quando há uma mudança de comportamento e de paradigmas.
- dessacralização do religioso - produção de arte sacra por ateus.
Artistas renascentistas
- Leonardo da Vinci - Apesar de não possuir estudo formal - e até por causa disto, principalmente - ganhou notoriedade por sua importância, mesmo assim o cientista/artista teve poucas de suas obras acabadas, as que acabou marcaram a história e ainda hoje fazem parte do nosso dia-a-dia.
- Michelangelo
- Botticelli
- Rafael
- El Greco
- Donatello
- Bramante
- etc.
Arquitetura
Gótico catedrais: homem dominado pelo espaço, olhar para cima, em busca de Deus
Renascentista perspectiva: homem domina o espaço, olhar para a frente, para o futuro brilhante que aguarda o Homem e é construído por ele
Leonardo da Vinci (1452-1519)
Leonardo
pintor, escultor, arquiteto, físico, engenheiro, botânico e músico do Renascimento Italiano.
considerado um dos maiores gênios da história da Humanidade, embora sem nenhum estudo formal na maioria dessas áreas
QI estimado entre 180 e 220
aluno e amigo de Luca Pacioli, de quem ilustrou o livro De Divina Proportioni
Produção
poucas obras acabadas, mas as mais famosas do mundo!
cadernos: 13 mil páginas de notas e desenhos fundindo Arte e Ciência
esboços de salva-vidas, bicicleta , pára-quedas, planador, helicóptero, submarino, canhões, tanque, pontes, fortalezas
Mona Lisa
Última Ceia
Virgem das Rochas
participou em autópsias
fez desenhos do esqueleto, músculos, nervos e vasos.
completava suas ilustrações com anotações do tipo fisiológicas
Homem vitruviano
símbolo da Renascença
baseado em Marcus Vitruvius Pollio
- altura=4 antebraços
- altura=10 mãos
- altura=4 ombros
- antebraço=6 palmos
- pé=4 palmos
- palmo=4 dedos
- etc.
Sfumato
termo criado por Leonardo
sucessivas camadas de cor em gradações sutis, dando a sensação de profundidade, forma e volume
passou a ser uma técnica universal, um conhecimento básico
Chiaroscuro
criada por Leonardo
perspectiva tonal: volume tridimensional sugerido por luzes e sombras fortemente contrastantes
muito usada por Caravaggio
Perspectiva
Perspectiva
"Tanto na ciência como na arte o que ocorreu foi uma nova concepção de natureza. A concepção tradicional era a do propósito: o propósito do Sol é o de gerar luz para os homens, o que explicava sua existência. Contra essa teleologia se manifestaram os pensadores do Renascimento e mais notadamente Galileu, com o novo significado de natureza: um nexo auto-regulado de eventos, obedecendo a suas próprias leis sem qualquer propósito para os humanos. Uma natureza desencantada. Para os pioneiros da pintura renascentista, alcançar um maior realismo implicava olhar a natureza distanciando-se de seus objetos; tomar um "ponto de vista" em sentido literal. A estratégia de Distanzierung - réculer pour mieux sauter - foi comum tanto a cientistas quanto a artistas."[2]
técnica geométrica de representação da profundidade no plano
integra cor, luz, forma e espaço
satisfaz o objetivo renascentista de precisão solicitado pelas ciências
substitui a hierarquia simbólica pela espacial
interesse Ocidental: arte Oriental a dispensa até o sec. XIX
"É importante salientar que a invenção da perspectiva e do claro-escuro foi extremamente importante, até mesmo crucial, para tornar possíveis as observações empíricas e os registros acurados que fundamentam a ciência moderna."[1]
"Foi o conhecimento de desenho, do claro-escuro, adquirido por Galileu em Florença que lhe possibilitou compreender a aparência da Lua. A geometrização da projeção das sombras pode ter lhe permitido perceber as irregularidades da superfície lunar. Ele foi capaz, até mesmo, de determinar a altura das montanhas lunares, novamente valendo-se da perspectiva. Assim, a Lua representada por Galileu deixou de ser a imagem da perfeição – associada, no imaginário cristão, à Imaculada Conceição – e passou a ser mais um corpo celeste com características comuns, como a Terra."[1]
Caravaggio (1571-1610)
Caravaggio
Dramático: fundo raso, escuro ou totalmente negro, com focos intenso de luz sobre os detalhes da cena em primeiro plano (rostos, corpos, etc.)
chiaroscuro: tenebrismo
representante da dessacralização.
A Ceia em Emmaus
Morte da Virgem
Madona e a Serpente
S. Mateus e o Anjo
S. Mateus de aparência rude, com pés grandes e sujos. Segura a caneta com dificuldade, sugerindo ser analfabeto. Anjo lhe toma da mão como que ensinando-o a escrever.
Seguido pela obra "A Inspiração de S. Mateus", onde S. Mateus aparece agora com porte mais sábio, com roupas que lembram os sábios gregos, já em pleno ato de escrita, surpreendido pela aparição do anjo que vem lhe trazer a mensagem que deve transmitir.
Deposição de Cristo
Cristo atlético
Kepler (1571–1630)
Kepler
matemático, astrônomo e astrólogo alemão luterano
O Grande Cometa de 1577
aos seis anos observou o Grande Cometa de 1577
Elipse
Horóscopo
fazia horóscopos não separava da Astronomia
Tycho Brahe
forneceu dados astronômicos
Sistema planetário
tentou solução platônica
Óptica
estudou Óptica e o olho humano
Supernova
o céu muda!
Marte retrógrado
tentou ajustar a órbita de Marte a círculo mas não conseguiu:
órbitas elípticas
Conjetura de Kepler
estudou teoria atômica e ‘empacotamento’
Cratera Kepler
em sua homenagem
O Desabrochar da Mecânica
Galileu (1564-1642)
Galileu
"Nossa nova cultura deve seu desenvolvimento ao fato de Newton ter nascido no ano da morte de Galileu" (Whitehead)
Momento histórico
Renascimento e Inquisição conflitando.
fim do Feudalismo e ascensão da burguesia, surgimento das relação entre realeza e burguesia e como os burgueses eram gente do povo e sem educação, para as festas e encontros o nobres os convidavam e junto com o convite mandavam uma etiqueta sugerindo uma maneira "adequada" dos burgueses comportarem-se. Vem desta época a palavra que usamos até hoje para designar o comportamento adequado: Etiqueta.
comércio desenvolvido mas ...
velocidade de transporte terrestre: 9km/h
navegação de cabotagem grandes navegações (bússola e relógio de longitudes)
Industrialização
Artilharia (sec. XV): Tartaglia
queda do poder da Igreja e reforma protestante
valorização do trabalho e da razão
Mundo físico: de ‘local de tentações’ a ‘objeto de exploração científica e comercial’
Empirismo (Hobbes & Locke): Estado convencional, dessacralizado
Racionalismo (Descartes): virada antropocêntrica
Descendência filosófica
rejeitou o Aristotelismo
contrapõe o empirismo à escolástica
Neoplatônico: formas ideais
Neoarquimediano: física matemática, dedutiva e abstrata
evita o ‘porquê’ do movimento e concentra-se no ‘como’: como a pedra cai (qual é a Lei?)
microscópio
Galileu
"só o livro da natureza é o objeto próprio da ciência e este livro é interpretado e lido apenas pela experiência."
"só o raciocínio pode estabelecer as relações matemáticas entre os fatos da experiência e construir uma teoria científica dos próprios fatos."
"só a experiência pode oferecer o incentivo para a formulação de uma hipótese."
"as deduções que derivam matematicamente destas hipóteses devem ser confrontadas com a experiência e confirmadas com experimentos repetidos antes de poderem ser declaradas válidas."
Ruptura
passagem da Filosofia à Ciência
começa a cisão:
- filosofia moral (ciências humanas)
- filosofia natural (ciências naturais)
separação sujeito Universo
experimentação Escolástica
Galileu, o pseudoexperimentalista
propõe a indução a partir das observações.
experiências mentais
a da Torre de Pisa não aconteceu
geometrização (matematização) da ciência
objetos ideais: sem atrito, deformação, etc.
Mudanças
passagem da geometria (espaço) à cinemática (tempo)
introdução da variável ‘tempo’ (conscientização)
abstração: física dos objetos ideais
‘repouso’ adquire status ontológico de ‘estado’, como o ‘movimento’
Plano inclinado
aumentou o tempo de queda
Dificuldades
Escola de Merton (Oresme, Ockham): não concebia ‘velocidade’ como quociente de grandezas ontologicamente distintas: ‘espaço’ e ‘tempo’
resquício geométrico: quocientes como proporções: a:b::c:d
Discurso sobre Duas Novas Ciências
ofendeu o Papa
Julgamento
Túmulo de Galileu
Snell (1580-1626)
Snell
astrônomo e matemático holandês
1617: melhoria do valor do raio da Terra, medindo a distância entre duas cidades separadas por 1° de longitude
A Lei da Refração
mencionada em um manuscrito de Ibn Sahl (c. 984)
1621: descobriu a Lei da Refração mas não a publicou
Descartes a derivou novamente em 1637 por conservação de momento mas é acusado de se ter baseado no trabalho de Snell
Referências
- ↑ 1,0 1,1 1,2 REIS, J. C.; GUERRA, A.; BRAGA, M.: Ciência e arte: relações improváveis?. Saúde – Manguinhos, out./2006.Disponível em http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v13s0/04.pdf
- ↑ WOORTMANN, 1996
Ver também
- GOTTSCHALL, Carlos Antonio Mascia. Do mito ao pensamento científico: A busca da realidade, de Tales a Einstein. São Paulo : Atheneu, 2004.
- WOORTMANN, Klaas. Religião e Ciência no Renascimento. Brasília: UNB, 1996
- REIS, J. C.; GUERRA, A.; BRAGA, M.: Ciência e arte: relações improváveis? História, Ciências, Saúde – Manguinhos, out./2006.Disponível em http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v13s0/04.pdf
- Buridan
- Copérnico
- Leonardo da Vinci
- Barroco
- Caravaggio
- Kepler
- Galileu
- Perspectiva (visão)
- Perspectiva (gráfica)
Este módulo tem a seguinte tarefa pendente: Incuir linha de tempo |