Civilizações da Antiguidade/Os micênicos: diferenças entre revisões

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Muito do que se sabe sobre a cultura micênica sobreviveu na ''Ilíada'' e na ''Odisséia'' e foi graças a Homero, Esquilo e Pausânias, que Micenas foi encontrada, assim como Tróia, com quem os micênicos mantinham intenso comércio.
Muito do que se sabe sobre a cultura micênica sobreviveu na ''Ilíada'' e na ''Odisséia'' e foi graças a Homero, Esquilo e Pausânias, que Micenas foi encontrada, assim como Tróia, com quem os micênicos mantinham intenso comércio.
[[Imagem:Sites mycéniens.png|thumb|250px|left|Civilização micênica.]]
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==Micenas==
==Micenos==
Micenas, a cidade de '''Agamenon''' que, de acordo com Homero, foi o mais importante dos reis gregos que lutaram contra Tróia, foi encontrada por ''Heinrich Schliemann'' em 1876.
Micenas, a cidade de '''Agamenon''' que, de acordo com Homero, foi o mais importante dos reis gregos que lutaram contra Tróia, foi encontrada por ''Heinrich Schliemann'' em 1876.



Revisão das 12h56min de 7 de maio de 2017

Os Micênicos
Afresco, mulher micênica

Os micênicos vieram do centro da Europa para a península grega. Foi um longo caminho, atravessando montanhas, para chegar a uma terra que nem era tão extensa e era pouco propícia a ser cultivada.

Como uma grande área era ocupada por campos, quase não havia pasto para criação do gado, o que havia eram as oliveiras e as vinhas.

De certo, para assegurar sua sobrevivência e seu futuro, o povo micênico se voltou para o mar. Afinal a Grécia é uma terra que entra pelo mar e isso fez com que o mar fosse o caminho natural a seguir.

Assim, os micênicos conquistaram Creta e aos poucos se tornaram poderosos e grandes comerciantes, sendo que a cidade de Micenas, que dá nome à civilização se tornou a mais poderosa cidade grega.

Muito do que se sabe sobre a cultura micênica sobreviveu na Ilíada e na Odisséia e foi graças a Homero, Esquilo e Pausânias, que Micenas foi encontrada, assim como Tróia, com quem os micênicos mantinham intenso comércio.

Civilização micênica.

Micenos

Micenas, a cidade de Agamenon que, de acordo com Homero, foi o mais importante dos reis gregos que lutaram contra Tróia, foi encontrada por Heinrich Schliemann em 1876.

A fé desse fabuloso explorador alemão, nas tradições de Esquilo e de Pausânias, que havia deixado uma descrição do lugar, fizeram com que escavasse num local onde ninguém esperava encontrar nada.

Máscara de Agamenon.

No entanto, ele encontrou esqueletos, jóias, armas, taças e vasos, um enorme tesouro que na verdade, pertencia de fato a Micenas, mas era muito anterior a Agamenon. Mesmo assim, ele acreditou que a máscara de ouro de algum príncipe micênico fosse a cópia do rosto de Agamenon, e assim até hoje ela é conhecida.

O fato é que estava descoberta Micenas e os estudiosos puderam trazer à luz toda a história de uma civilização.

O povo micênico está documentado em Creta entre 1450 e 1400 a.C.

Esse povo é originário da Grécia continental e já se relacionava comercialmente com os minóicos que viviam em Creta.

Em aproximadamente 2000 a.C. na ilha de Creta havia aldeias de camponeses, em cada aldeia havia um chefe, que era respeitado por todos e que cobrava impostos.

Um povo indo-europeu, os Aqueus, vindo à Grécia continental ajudou no declínio do poder dos reis, além da catástrofe ocorrida em 1750 a.C que impediu o crescimento de vários palácios.

Aqueus e Cretenses entraram em contato e os aqueus aprenderam além da escrita agricultura e navegação. Esse período foi chamado de Creto-Micênico por causa da criação das civilizações de Creta e Micênica.

Linear B

Foi nesta língua que os micênicos deixaram seus arquivos de tabuinhas. Encontrados em Pilos, esses arquivos foram decifrados pelo perito Michael Ventris, que durante a Segunda Guerra Mundial havia trabalhado com decodificação.

Linear B.

Em 1952 ele decifrou o Linear B, a língua dos micênicos e ficou provado que se tratava de uma forma inicial do grego.

É possível que o povo micênico tenha adaptado a língua dos minóicos (Linear A) para escrever o grego, sua língua original.

Temos então, que essas tabuinhas descobertas em Pilos e em Cnossos demonstraram ser registros de produtos distribuídos, listas de subordinados, inventário da matéria prima que saia do palácio para voltar como bens manufaturados. Também há registro de armas e até carros de guerra.

Sociedade

Havia um rei ou senhor e um militar no comando.

Aparentemente, havia logo abaixo do rei uma aristocracia militar, que era dona de vastas extensões de terras.

Tesouro da tumba real de Micenas.

A base da sociedade micênica eram os trabalhadores livres e os escravos. Nas tabuinhas não há menção aos comerciantes, portanto ainda não se sabe onde eles se encaixavam na pirâmide social.

O que se sabe é que a sociedade micênica era essencialmente guerreira e seus palácios e cidades rodeados de altos muros.

Economia

Suas riquezas principais eram o trigo, o azeite e o vinho. Havia indústria têxtil (lã e linho), a metalurgia do bronze (armas)e também a cerâmica. Sem dúvida a agricultura era básica. A economia era centralizada na figura do rei.

Comerciantes e guerreiros

Espadas de bronze.

Através dos achados arqueológicos, sabemos que havia um comércio desenvolvido uma vez que vasilhas micênicas foram encontradas na Ásia Menor, Síria, Egito e Chipre, na Itália e na Península Ibérica.

Os micênicos se destacaram na navegação, aprendida primeiro em Creta com os minóicos, inclusive suas embarcações eram no início, muito parecidas.

Com o tempo, o povo guerreiro adaptou os barcos de carga de modo que, com cascos mais longos e mais finos, serviam perfeitamente como embarcações de combate. Construíram até mesmo quinquerremes, navios de guerra com cinquenta remos.

Na metalurgia, o ferro começava a substituir o bronze em armas e ferramentas.

Arquitetura

O traço principal da arquitetura micênica são as cidadelas cercadas por muralhas imensas (chamadas ciclópicas). Argos, Micenas, Tirinto e Pilos eram cidades que tinham palácios fortificados e edifícios funerários.

Porta dos Leões.

Como forma de defesa, só havia um caminho a seguir para chegar aos portões das cidades. Um belo exemplo é a Porta dos Leões, o mais famoso acesso a Micenas.

As tumbas também são típicos exemplos da arquitetura desse povo, chamadas tholoi, são edifícios escavados na rocha, em planta circular e teto em forma de cúpula.

O mais famoso túmulo do gênero é o Tesouro de Atreu, nome dado por Schliemann em 1876-1877, e lá, foram encontrados copos, colares e máscaras mortuárias em ouro.

Em outras tumbas também foram encontradas adagas, espadas, escudos e capacetes.

Artes

A civilização micênica sofreu grande influência da minóica em Creta, nos motivos naturalistas e no estilo dos palácios. Acredita-se que havia artistas cretenses entre os micênicos pelo estilo de arte nas cerâmicas e na pintura.

Tipicamente micênicas, foram as cenas de guerra, as cenas heróicas ou as caçadas do rei e as máscaras mortuárias em âmbar e ouro.

Religião

Ao que parece, foram os micênicos que aboliram a figura da deusa-mãe como principal divindade de culto.

Para os micênicos o deus maior era Poseidon, que, curiosamente, eles adoravam como deus da terra.

As divindades femininas eram respeitadas cada qual dentro da sua atribuição, como vamos ver mais tarde na Grécia, Atenas, Hera, etc.

No final da época micênica, o deus principal passou a ser Zeus que era o protetor da dinastia real de Micenas.

Ruínas em Micenas.

Declínio

É possível que a expansão da civilização micênica tenha sido causada pela aridez da península grega, a dificuldade de lidar com a agricultura deve ter impulsionado esse povo a procurar novas paragens. Assim, chegando a Creta, eles tiveram oportunidade de crescer e difundir sua cultura.

A decadência micênica pode ter sido causada por povos invasores, talvez por causas naturais ou crises internas, na realidade, não se sabe ao certo.

A tradição atribui o desaparecimento dos micênicos à chegada dos dórios.

O que ocorre é que com a decadência da civilização micênica, acaba o poder marítimo de Creta, a ilha se divide em cidades-estado e se torna uma parte sem importância do mundo grego.

Ligações externas