Charuto/História: diferenças entre revisões

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File:La Flor De Cuesta Rey.png|Logotipo de 1915 de uma marca estadunidense de charutos
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File:CigarMakersPR.jpg|Fabricação de charutos em Porto Rico, em 1942
File:CigarMakersPR.jpg|Fabricação de charutos em Porto Rico, em 1942
File:Camilo y fidel.jpg|Camilo Cienfuegos e Fidel Castro, dois líderes da Revolução Cubana
File:Luis Korda 02.jpg|Camilo Cienfuegos e Fidel Castro, dois líderes da Revolução Cubana
File:Hyannisport Weekend. President Kennedy with cigar and New York Times. Hyannisport, MA, aboard the "Honey Fitz". - NARA - 194268.jpg|John Fitzgerald Kennedy fumando um charuto
File:Hyannisport Weekend. President Kennedy with cigar and New York Times. Hyannisport, MA, aboard the "Honey Fitz". - NARA - 194268.jpg|John Fitzgerald Kennedy fumando um charuto
File:Red no smoking sign on transparent plastic.JPG|Placa proibindo o fumo numa enfermaria na cidade de Daly, na Califórnia, nos Estados Unidos
File:Red no smoking sign on transparent plastic.JPG|Placa proibindo o fumo numa enfermaria na cidade de Daly, na Califórnia, nos Estados Unidos

Edição atual desde as 10h19min de 16 de novembro de 2014

Templo das Máscaras, em Uaxactún, na Guatemala
Pintura retratando a chegada de Colombo às Américas
Fábrica dos charutos Partagas em Havana, em Cuba
Propaganda de charuto cubano de 1868

Segundo os estudiosos, o uso do tabaco pelo homem principiou na América Central por volta do ano 1000 a.C.[1]. A planta era consumida através de infusões, comida, mascada, moída e aspirada, ou aspirando-se a fumaça por ela produzida.

Já a origem do charuto é incerta. Concretamente, o mais antigo registro do charuto que existe é um vaso maia do século X, encontrado nas ruínas de Uaxactún, na Guatemala, que mostra um indivíduo fumando folhas de tabaco enroladas com um barbante.

Com a chegada dos europeus ao continente americano, o charuto ganhou o mundo. Os primeiros europeus a terem contato com ele foram Rodrigo de Jerez e Luiz de Torres, dois marinheiros da esquadra de Colombo que foram por este enviados para explorar a região ao redor da Baía de Bariay, ao norte da atual província cubana de Holguín. Quando retornaram de sua excursão, estes relataram terem encontrado "mulheres e homens, com um tição entre as mãos e ervas para tomar a defumação à qual estavam acostumados". Quando regressou a Ayamnte, na Espanha, Jerez levava consigo algumas folhas de tabaco e mostrou a familiares e amigos como usá-las para fumar. O que lhe custou caro, pois foi acusado de estar possuído pelo demônio e condenado a anos de prisão. Os índios que habitavam em Cuba nessa época eram os tainos, que chamavam o tabaco de cohiba. Atualmente, Cohiba é o nome de uma famosa marca de charutos[2]. O tabaco continuou a sofrer muitas perseguições por parte dos governos de países como Pérsia, Rússia, Japão e Turquia. Porém, com a publicação de um estudo científico do alemão Johan Neander sobre os efeitos terapêuticos do tabaco, a situação se reverteu e o tabaco passou a ser encarado como um remédio para diversos males. A rainha francesa Catarina de Médici, por exemplo, passou a usar o tabaco aspirado sob a forma de pó para curar sua enxaqueca, sob orientação médica. Vale lembrar que o tabaco foi apresentado a ela por Jean Nicot, o embaixador francês em Portugal. Do sobrenome Nicot surgiu denominação científica da planta, Nicotiana.

O charuto, no formato padrão que conhecemos hoje, foi criado em 1726. Antes disso, consumia-se o tabaco principalmente utilizando-se o cachimbo. Nesse mesmo ano de 1726, Israel Putman levou os primeiros charutos cubanos para os Estados Unidos, juntamente com sementes de tabaco cubano. Inicialmente, o charuto era confeccionado em Sevilha, na Espanha, a partir de tabaco cultivado em Cuba, porém, a partir de 1821, um decreto do rei espanhol Ferdinando VII permitiu a fabricação de charutos em Cuba. Em 1840, Cuba já era o maior produtor de charutos do mundo. Surgiram as tradicionais marcas Partagas, H. Upmann e Romeo y Julieta. Também foram criadas fábricas de charuto nos Estados Unidos, no México, na República Dominicana e na Jamaica.

Em 1873, o alemão Gerhard Dannemann fundou a mais antiga fábrica de charutos do Brasil: a Dannemann.[3]

Em 1881, foi fundada em Niterói, no Brasil, a Imperial e Antiga Fábrica de Cigarros de São Domingos, que mais tarde se transferiria para a cidade de Cachoeira e se tornaria a Fábrica de Charutos Leite e Alves.[4]

Reza a lenda que a ordem para o levante que resultou na independência de Cuba da Espanha, em 1898, foi levada dentro de um charuto[5].

Em 1959, com a Revolução Cubana, as fábricas de charuto cubanas foram estatizadas e a Cubatabaco (atual Habanos S.A.) foi criada. Muitos mestres na produção de charutos cubanos emigraram para outros países.

Em 1962, os Estados Unidos, em represália à orientação comunista do governo cubano, decretou o embargo econômico aos produtos cubanos, prejudicando a exportação dos charutos cubanos. Reza a lenda, porém que o presidente estadunidense John Fitzgerald Kennedy comprou uma boa quantidade de charutos cubanos para seu estoque pessoal, pouco antes de decretar o embargo.[6]

A partir da década de 1960, no entanto, diversos estudos científicos começaram a apontar uma relação entre tabaco e doenças como câncer de pulmão, de esôfago, da boca e doenças cardiovasculares como infarto. Como resultado, diversos países aprovaram leis restringindo o fumo em locais públicos.

Em 1982, durante a copa do mundo de futebol, o presidente cubano Fidel Castro resolveu lançar comercialmente os charutos Cohiba, até então reservados à elite do governo cubano. Os charutos Cohiba são fabricados com as melhores plantações de Cuba e passam por três fermentações, uma a mais que a usual, de modo a adquirir um sabor mais suave.

Hoje em dia, existem grandes países produtores de fumo para charuto fora do continente americano, como Camarões e Indonésia. Porém os melhores charutos ainda são produzidos a partir de plantas cultivadas na América Central, em países como República Dominicana, Nicarágua e especialmente Cuba, na região de Vuelta Abajo, na província de Pinar del Río.

Referências