Anestesia em quelónios/Manutenção da anestesia: diferenças entre revisões

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A '''manutenção da anestesia''' é a regulação de fatores essenciais, que permitem controlar e aumentar a eficácia desta prática clínica.


O grande objetivo é manter a anestesia no animal até o procedimento cirúrgico terminar, de modo que a sua recuperação seja o mais rápida possível. Para isso a anestesia deve ser dada e mantida sobre condições ótimas para o paciente.
A '''manutenção da anestesia''' é a regulação de factores essenciais, que permitem controlar e aumentar a eficácia desta prática clínica.


Obviamente importante é manter o animal sobre o efeito anestésico. Repetidas doses de anestésicos injetáveis trazem muitas desvantagens na recuperação do animal, para além de se tornar complicado controlar a anestesia. A inalação de gases inalatórios permite um controlo sobre a anestesia, sobre a dose inalada em cada instante sendo muito fácil interromper a anestesia, com um curto período de recuperação. Assim, os gases inalatórios são a melhor opção para manter o paciente sob efeito anestésico, por certos períodos de tempo sem prejudicar a sua recuperação, pois estes fármacos atuam rapidamente difundindo-se dos pulmões para o sangue percorrendo todo o corpo, e do mesmo modo a sua remoção é também muito rápida. Os anestésicos inalatórios mais usados são o halotano, isoflurano e sevoflurano.
O grande objectivo é manter a anestesia no animal até o procedimento cirúrgico terminar, de modo que a sua recuperação seja o mais rápida possível. Para isso a anestesia deve ser dada e mantida sobre condições óptimas para o paciente.


Para além de manter o paciente sobre o efeito anestésico, o clínico é responsável por monitorar os sinais vitais durante a prática cirúrgica. Um dos grandes desafios é a manutenção do sistema cardio-respiratório, pois este é influenciado durante a anestesia, podendo causar efeitos como apneia ou bradicardia. A frequência cardíaca é um fator difícil de interpretar e controlar. A diminuição do ritmo cardíaco pode ser simplesmente um processo normal ou resultar de uma diminuição da temperatura, manipulação cirúrgica ou um estado extremo de anestesia profunda. Um modo de evitar duvidas é associar a frequência cardíaca com o ritmo respiratório. Se a tartaruga se encontrar no intervalo de temperatura ótima é possível calcular a frequência cardíaca segundo uma escala alométrica pela equação: frequência cardíaca = 33.4 (peso corporal kg) -0,25. Há valores padrão que podem facilitar a determinação de irregularidades, por exemplo em tartarugas pintadas à temperatura de 25 °C registra-se o valor de 22-25 batimentos/minuto, para as "red-eared" 25 a 29 batimentos/minuto a 20 °C, 34 a 61 batimentos/minuto a 30°C e 70 batimentos/minuto a 35 °C.
Obviamente importante é manter o animal sobre o efeito anestésico. Repetidas doses de anestésicos injectáveis trazem muitas desvantagens na recuperação do animal, para além de se tornar complicado controlar a anestesia. A inalação de gases inalatórios permite um controlo sobre a anestesia, sobre a dose inalada em cada instante sendo muito fácil interromper a anestesia, com um curto período de recuperação. Assim, os gases inalatórios são a melhor opção para manter o paciente sob efeito anestésico, por certos períodos de tempo sem prejudicar a sua recuperação, pois estes fármacos actuam rapidamente difundindo-se dos pulmões para o sangue percorrendo todo o corpo, e do mesmo modo a sua remoção é também muito rápida. Os anestésicos inalatórios mais usados são o halotano, isoflurano e sevoflurano.


Existem vários métodos de monitorizar a frequência cardíaca. O melhor é um aparelho ultrassônico com um cristal colocado sob o triângulo femoral ou inlet torácica. Outros sítios como a artéria carótida, diretamente sobre o seio cervical dorsal ou sobre a córnea são outras alternativas.
Para além de manter o paciente sobre o efeito anestésico, o clínico é responsável por monitorar os sinais vitais durante a prática cirúrgica. Um dos grandes desafios é a manutenção do sistema cardio-respiratório, pois este é influenciado durante a anestesia, podendo causar efeitos como apneia ou bradicardia. A frequência cardíaca é um factor difícil de interpretar e controlar. A diminuição do ritmo cardíaco pode ser simplesmente um processo normal ou resultar de uma diminuição da temperatura, manipulação cirúrgica ou um estado extremo de anestesia profunda. Um modo de evitar duvidas é associar a frequência cardíaca com o ritmo respiratório. Se a tartaruga se encontrar no intervalo de temperatura óptima é possível calcular a frequência cardíaca segundo uma escala alométrica pela equação: frequência cardíaca = 33.4 (peso corporal kg) -0,25. Há valores padrão que podem facilitar a determinação de irregularidades, por exemplo em tartarugas pintadas à temperatura de 25 °C regista-se o valor de 22-25 batimentos/minuto, para as "red-eared" 25 a 29 batimentos/minuto a 20 °C, 34 a 61 batimentos/minuto a 30°C e 70 batimentos/minuto a 35 °C.

Existem vários métodos de monitorizar a frequência cardíaca. O melhor é um aparelho ultrasónico com um cristal colocado sob o triângulo femoral ou inlet torácica. Outros sítios como a artéria carótida, directamente sobre o seio cervical dorsal ou sobre a córnea são outras alternativas.


O controlo da temperatura, já referido anteriormente como fundamental para a indução da anestesia, é também muito importante na manutenção. A circulação de água morna no animal pode ser um auxílio no seu controlo.
O controlo da temperatura, já referido anteriormente como fundamental para a indução da anestesia, é também muito importante na manutenção. A circulação de água morna no animal pode ser um auxílio no seu controlo.


Muito importante também é a administração de fluidos, em especial a animais que se encontrem doentes, debilitados, traumatizados ou que estão sob extensiva cirurgia. Fluidos mornos podem ser administrados via subcutânea, intracelómica ou intravenosa em doses de 5 a 10 mg/kg/h.
Muito importante também é a administração de fluidos, em especial a animais que se encontrem doentes, debilitados, traumatizados ou que estão sob extensiva cirurgia. Fluidos mornos podem ser administrados via subcutânea, intracelômica ou intravenosa em doses de 5 a 10 mg/kg/h.


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Edição atual desde as 18h38min de 8 de janeiro de 2014

A manutenção da anestesia é a regulação de fatores essenciais, que permitem controlar e aumentar a eficácia desta prática clínica.

O grande objetivo é manter a anestesia no animal até o procedimento cirúrgico terminar, de modo que a sua recuperação seja o mais rápida possível. Para isso a anestesia deve ser dada e mantida sobre condições ótimas para o paciente.

Obviamente importante é manter o animal sobre o efeito anestésico. Repetidas doses de anestésicos injetáveis trazem muitas desvantagens na recuperação do animal, para além de se tornar complicado controlar a anestesia. A inalação de gases inalatórios permite um controlo sobre a anestesia, sobre a dose inalada em cada instante sendo muito fácil interromper a anestesia, com um curto período de recuperação. Assim, os gases inalatórios são a melhor opção para manter o paciente sob efeito anestésico, por certos períodos de tempo sem prejudicar a sua recuperação, pois estes fármacos atuam rapidamente difundindo-se dos pulmões para o sangue percorrendo todo o corpo, e do mesmo modo a sua remoção é também muito rápida. Os anestésicos inalatórios mais usados são o halotano, isoflurano e sevoflurano.

Para além de manter o paciente sobre o efeito anestésico, o clínico é responsável por monitorar os sinais vitais durante a prática cirúrgica. Um dos grandes desafios é a manutenção do sistema cardio-respiratório, pois este é influenciado durante a anestesia, podendo causar efeitos como apneia ou bradicardia. A frequência cardíaca é um fator difícil de interpretar e controlar. A diminuição do ritmo cardíaco pode ser simplesmente um processo normal ou resultar de uma diminuição da temperatura, manipulação cirúrgica ou um estado extremo de anestesia profunda. Um modo de evitar duvidas é associar a frequência cardíaca com o ritmo respiratório. Se a tartaruga se encontrar no intervalo de temperatura ótima é possível calcular a frequência cardíaca segundo uma escala alométrica pela equação: frequência cardíaca = 33.4 (peso corporal kg) -0,25. Há valores padrão que podem facilitar a determinação de irregularidades, por exemplo em tartarugas pintadas à temperatura de 25 °C registra-se o valor de 22-25 batimentos/minuto, para as "red-eared" 25 a 29 batimentos/minuto a 20 °C, 34 a 61 batimentos/minuto a 30°C e 70 batimentos/minuto a 35 °C.

Existem vários métodos de monitorizar a frequência cardíaca. O melhor é um aparelho ultrassônico com um cristal colocado sob o triângulo femoral ou inlet torácica. Outros sítios como a artéria carótida, diretamente sobre o seio cervical dorsal ou sobre a córnea são outras alternativas.

O controlo da temperatura, já referido anteriormente como fundamental para a indução da anestesia, é também muito importante na manutenção. A circulação de água morna no animal pode ser um auxílio no seu controlo.

Muito importante também é a administração de fluidos, em especial a animais que se encontrem doentes, debilitados, traumatizados ou que estão sob extensiva cirurgia. Fluidos mornos podem ser administrados via subcutânea, intracelômica ou intravenosa em doses de 5 a 10 mg/kg/h.