Civilização romana/A agricultura romana no séc. I a.e.c.: diferenças entre revisões

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== Referências ==
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* [http://www.roma.templodeapolo.net Roma. Templo de Apolo.] Acesso em 5 fev 2012.
* [http://www.roma.templodeapolo.net Roma. Templo de Apolo.] Acesso em 5 fev 2012.
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Revisão das 03h30min de 6 de março de 2012

A agricultura romana no séc. I a.C.

Os proprietários italianos não se resignaram facilmente perante a diminuição do rendimento das suas terras e, a partir do século I a.e.c., assistimos aos seus esforços para adaptar a exploração do solo às necessidades do mercado. O tratado Sobre a Agricultura escrito por M. Terêncio Varrão, quando tinha cerca de 9O anos (em 37 a.e.c., aproximadamente), informa-nos de modo muito preciso sobre o estado da terra italiana no inicio do Império e sobre os problemas que se colocavam aos exploradores. Oficialmente, corre tudo pelo melhor e Virgílio, mais ou menos pela mesma altura, concorda com Varrão: qual é a terra mais fecunda, melhor cultivada que a Itália, onde as vinhas dão mais de 210 hectolitros por hectare, em que a qualidade do trigo é das melhores? A fruta vende-se bem: na Sacra Via, os compradores estão prontos para a pagar <>. Mas estes são alguns exemplos privilegiados, destinados sobretudo a mostrar o que pode ser a agricultura em mãos hábeis, em domínios geridos por conta de proprietários que não residem no local e dispõem de uma mão-de-obra inesgotável. Não se trata das aldeias perdidas nos Apeninos, mas das planícies férteis da costa adriática ou da Campânia - terras senatoriais, em qualquer dos casos. A Itália tal como a concebe Varrão (porta-voz dos grandes proprietários romanos) reduz-se a distritos abençoados; o resto, tudo o que não se presta a elevados rendimentos, são terrenos de pastagens, abandonados aos pastores e aos rebanhos. As exigências da cultura intensiva, calculada tendo em vista o máximo lucro possível, determinam que se desprezem as terras com exposição deficiente. Varrão observa com satisfação que "os antepassados, na mesma extensão de terreno, produziam menos vinho e trigo, e de qualidade inferior". É certo, mas a extensão total das terras cultivadas era mais considerável e a Itália conseguia então alimentar os seus habitantes, sem recorrer à importações onerosas.

A preocupação quase exclusiva do rendimento comercial conduziu Varrão a recomendar a criação de animais de luxo: não só patos e galinhas, mas também pavões, grous, marmotas, javalis e toda a espécie de animais de caça, que eram consumidos em grande quantidade em Roma e pela aristocracia dos municípios. Uma quinta da Sabina, citada como exemplo, rendia, unicamente com a venda de tordos criados em viveiro, cerca de 60 000 sestércios (ou seja, 15 000 francos-ouro) por ano. A multiplicação dos banquetes oficiais, dos festins privados, o luxo da mesa sempre crescente, ofereciam saídas inesgotáveis para a criação destes animais, desconhecidos no tempo de Catão. As residências à beira-mar dispunham de outros recursos, como o dos viveiros de peixes, abundantemente consumidos, talvez preferidos à carne de açougue, pouco apreciada. Mas, como é evidente, estes recursos estão dependentes da riqueza da capital e da prosperidade do Império; dizem respeito apenas a um punhado de privilegiados e o seu desenvolvimento, tornando-se excessivo, ameaçava seriamente o equilíbrio agrícola da Itália.

Referências