Português/Termos essenciais/Sujeito: diferenças entre revisões

Origem: Wikilivros, livros abertos por um mundo aberto.
[edição não verificada][edição não verificada]
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Sem resumo de edição
Linha 12: Linha 12:


=== Constituição ===
=== Constituição ===
O sujeito é representado por um [[Português/classificação das palavras/Substantivos|substantivo]] ([[Português/Função das palavras|nome]]), ou ainda por uma palavra ou expressão substantivada. Abaixo alguns exemplos.
O sujeito é representado por um [[Português/Classificação das palavras/Substantivos|substantivo]] ([[Português/Função das palavras|nome]]), ou ainda por uma palavra ou expressão substantivada. Abaixo alguns exemplos.
* '''''Tu''' és divina e graciosa.''
* '''''Tu''' és divina e graciosa.''
* '''''Ana e Lúcia''' são crianças.''
* '''''Ana e Lúcia''' são crianças.''

Revisão das 15h32min de 4 de junho de 2011

O wikilivro Introdução à língua portuguesa possui uma versão simplificada deste assunto: Sujeito

O sujeito, numa oração, é o ser que pratica a ação ou corresponte a determinado estado. É um dos dois termos essenciais da oração. Veja a análise sintática das frases:

O menino usa boné.
  • Ação (verbo): usa
  • Causa da ação (sujeito): o menino
O menino é genial.
  • Estado (predicativo): é genial
  • Correspondente de estado (sujeito): o menino

Fazendo as perguntas quem?/o quê? faz a ação ou corresponde ao estado, descobre-se o sujeito: quem usa boné? - o menino; quem é genial? - o menino.

Constituição

O sujeito é representado por um substantivo (nome), ou ainda por uma palavra ou expressão substantivada. Abaixo alguns exemplos.

  • Tu és divina e graciosa.
  • Ana e Lúcia são crianças.
  • (Tu) Foste a sonoridade que acabou. (sujeito oculto)
  • Morrer pela pátria é glorioso.
  • Vossa Santidade é um exemplo de bondade.
  • Eles acalmaram-se.
  • A bandeira é o símbolo da pátria

Núcleo

Núcleo é a palavra mais significativa e importante do sujeito; é o centro do termo, ao redor do qual podem existir outras palavras. Essas palavras são os termos acessórios, que podem ser adjuntos adnominais ou apostos.

O núcleo do sujeito pode ser representado por:

  • Substantivo
    O ventilador de Ricardo foi ao conserto. (núcleo do sujeito: ventilador)
  • Pronome substantivo
    Ele foi passear no parque. (núcleo do sujeito: ele)
  • Numeral substantivo
    Um é pouco. (núcleo do sujeito: um)
  • Palavra substantivada
    O amar é belo. (núcleo do sujeito: amar)

O sujeito ainda pode ser representado por uma oração subordinada substantiva subjetiva:

É necessário que você me ajude. (sujeito: que você me ajude)

Classificação

Em língua portuguesa, o sujeito pode ser classificado como:

  • Expresso ou Determinado: aquele que está óbvio, claro, identificável presente na oração
O macaco faz poses para as fotos.
  • Simples: quando o sujeito da oração possui somente um núcleo
O ventilador pifou.
  • Composto: quando o sujeito possui mais de um núcleo
Pink Floyd e Super-tramp são ótimos conjuntos musicais.
Maria e João riam.
Assim, quando é possível identificar que existe um sujeito e é possível identificar quem é esse sujeito, este se classifica como sujeito determinado.
Observações: É comum que confunda-se um sujeito simples no plural com um sujeito composto. O fato de o núcleo estar no plural não o faz ser "mais que um". Exemplos:
  • Carros poluem a atmosfera.
No exemplo acima, carro não deve ser interpretado como mais de um núcleo (mais de um carro, carro e carro), ele é apenas uma palavra principal (ou expressão), portanto um só núcleo.
  • Oculto (ou elíptico): quando o sujeito não foi deixado explícito (está implícito), mas pode ser deduzido a partir do contexto (observa-se o verbo), por isso, também chamado de sujeito determinado implícito na desinência verbal.
Viajaste anteontem. → o verbo viajaste está conjugado na 2ª pessoa do singular (tu), este é o sujeito oculto.
Eu sou inteligente / e sou sensato. (a barra está a dividir as duas orações) → o sujeito da primeira oração está explícito, e o segundo pode ser deduzido a partir do verbo sou (o sujeito é eu).
  • Indeterminado: quando o agente da ação verbal não é indicado
Roubaram um ladrão. [Não sabe-se quem o roubou]
Almoça-se bem no porão.
Observações: Sujeito indeterminado e oculto são classificações distintas; não devem ser confundidas, pois.
Portanto, quando através do contexto da oração é possível identificar que existe um sujeito, porém não se pode identificar quem é esse sujeito, nem quantos são, o sujeito chama-se indeterminado.

Indeterminação

Existem três formas de indicar-se a indeterminação do sujeito.

  1. Quando o verbo é utilizado na 3ª pessoa do plural (eles), não havendo indicação a nenhum agente que tenha sido citado em orações anteriores
Em casa olhavam-no [ele] com rancor.
  1. Com verbo ativo na 3ª pessoa do singular, junto à partícula indeterminativa se
Em Roraima vive-se com saúde.
  1. com o verbo no infinitivo impessoal
É bom ler um livro sobre a cultura do povo amazónio/amazônio.
Observações: Nem sempre a construção de verbo na 3ª pessoa mais se resulta em sujeito indeterminado. O pronome "se" é partícula indeterminativa se for colocado após verbos intransitivo, verbos de ligação, verbos transitivos indiretos. Caso haja a construção de verbo transitivo direto mais "se", neste caso o se é partícula apassivadora e a oração passa a ter um sujeito paciente e a voz verbal passiva sintética. Ex.: Vende-se esta casa.

Classificação quanto à voz verbal

O sujeito ainda pode ser classificado de acordo a voz verbal:

  • Sujeito agente: aquele que pratica a ação verbal (voz ativa).
O carpinteiro serra a madeira.
  • Sujeito paciente: aquele que sofre a ação verbal (voz passiva).
A madeira é serrada pelo carpinteiro.
  • Sujeito agente e paciente: aquele que pratica e ao mesmo tempo sofre a ação verbal (voz reflexiva).
O menino se machucou com a faca.
Observações:
  • Quando o predicado é nominal, não existe voz verbal já que o predicado nominal não indica uma ação; assim, o sujeito de um predicado nominal não pode ser classificado como agente ou paciente.
  • Embora seja mais comum que o sujeito venha antes do predicado, em algumas orações ele acaba por vir após o verbo.

Orações sem sujeito

Existem palavras com uma estrutura que contam somente com o predicado, sem sujeito. Possuem verbos impessoais, na 3ª pessoa do singular e o verbo não é atribuído a nenhum ser.

A estas palavras é atribuída a classificação de orações sem sujeito (O.S.S.).

Nelas, o verbo impessoal substitui o sujeito, fazendo com que a frase tenha sentido completo apenas com o predicado. São verbos impessoais:

  • fazer, passar, estar e ser, numa referência ao tempo
Era a hora do jantar.
Fazia calor de matar.
  • fenômenos meteorológicos: chover, gear, amanhecer, ventar etc
Nevou forte.
Amanheceu tarde.
Observações: Quando usados de forma figurada, passam a ter sujeito:
  • (Ele) Trovejava de raiva.
  • Amanheci. Enchi-me de luz.
  • haver quando empregado nos sentidos de existir, realizar-se, acontecer, decorrer
Houve algo de anormal?
Onde houvesse festas e danças, ali se achava ele.