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A CAMINHADA DA DIOCESE DE RIO BRANCO
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CAMINHADA DA DIOCESE DE RIO BRANCO
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A CAMINHADA DA IGREJA DO ACRE E PURUS(1977-2007)
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01. “A história é mestra de vida” diz o ditado popular.
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Olhando a caminhada da nossa Igreja, desde quando há notícias da primeira presença da Igreja Católica nessa parte da Região Amazônica (1877), é possível ter um quadro de como se deu esta caminhada, com seus avanços e recuos.
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02. Para chegar ao período no qual a Igreja se lançou à Pastoral Libertador, a reboque do Concílio Vaticano II (1962-1965) e da Assembléia Latino-Americana de Medellín(1968), houve uma caminhada anterior, que não podemos condenação ou menosprezar, mas que, a juízo dos missionários da época, era uma tentativa de respostas aos desafios da época (1920-1970).
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03. Após o período “glorioso” das Comunidades de Base( 1970-1989), tivemos que passar por um período de busca de novos caminhos, durante anos de incertezas e de mudanças (1989-1994), para chegar ao Projeto da Nova Evangelização (1995). Hoje, a Igreja de Rio Branco, guiada pelo Espírito e atenta à realidade, vê seu rosto modificando-se, tentando adquirir uma feição mais evangélica e popular.
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1º PERÍODO: Catolicismo Poupar tradicional e familiar (1877-1920).
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04. A Igreja Católica chegou no Acre com os primeiros nordestinos, 1977 e, durante muitos anos, aqui foi praticado um catolicismo de devoção aos santos, com terços, novenas, promessas, rezadores e oratórios domésticos.
[[zh:Category:歷史]]
05. Cristo Morte, Nossa Senhora, São Francisco das Chagas e São Sebastião foram os companheiros de uma vida de sofrimento, ao longo dos rios e no centro dos seringais.
06. A fé, porém, era vivida de maneira familiar, leiga, com muita reza e pouca missa, com muito santo e pouco padre. Poucas vezes o povo se reunia para os festejos de um santo ou para a visita de um padre vindo de Manaus o Lábrea. Mesmo sem a presença do padre, o povo guardava sua fé e devoção.

2º PERÍODO: A Sacramentalização (1920-1950)
07. Em 1920, a Igreja se organiza como Prelazia do Acre e Purus, conforme as orientações do Papa, que manda para o Acre os primeiros padres Servos de Maria e as Irmãs Servas de Maria Reparadoras.
08. Todas as cidades recebera, mais estavelmente, a presença dos padres que organizaram as paróquias e construíram igrejas. Neste período, o trabalho que se achava mais importante era o da Sacramentaalização, isto é, batizar, casar todo mundo e aumentar o número de confissões e comunhões. O trabalho se estendeu logo ao longo de todos os rios, através de desobrigas longas e cansativas. Os padres e as irmãs se dedicaram à pastoral com muito entusiasmo ao ponto de muitos adoecerem gravemente e até morreram diante das dificuldades da missão.
09. A Igreja não tinha condições financeiras e os padres foram obrigados a aceitar as embarcações e a hospedagem dos seringalistas para viajar ao longo dos rios. Este apoio foi um dos limites da época, pois a Igreja não chegou a tomar conhecimento das verdadeiras causas da pobreza do povo.
10. Nas cidades, foram organizadas associações para viver a fé mais participadamente, como: Apostolado da Oração, Vicentivos, Confraria de N. Sra. Das Dores, Congregação Maria, Filhas de Maria, etc... Muita gente participava, lançando, assim, a primeira semente de um Catolicismo mais participativo e com maior prática dos Sacramentos, missa e comunhão.

3º PERÍODO: As Obras Sociais (1950-1970
11. A Igreja sentiu a urgência de iniciar alguma obra de assistência social para aliviar as grandes necessidades da população, cuja média de vida, em alguns rios, era de 20 anos, apenas. De cada mil habitantes, 16 eram hansenianos e, de cada 1000 crianças, 830 morriam no primeiro ano de vida.
12. Deu-se continuidade, também, ao trabalho de educação, chegando-se a construir e dirigir 08 estabelecimentos de ensino, atingindo cerca de 3.465 estudantes.
13. Foi um esforço grande por parte da Igreja que dava, assim o maior exemplo de como respeitar e promover a pessoa humana, principalmente as mais humildes. Muitos acreanos, ainda hoje, agradecem à Igreja aquelas iniciativas sociais.
14. Mas, apesar do enorme trabalho, o número dos doentes, dos desempregados e dos analfabetos ia aumentando e a Igreja foi descobrindo que, além das obras sociais, precisava-se começar outro trabalho que visasse alertar o povo a buscar solução para as causas da miséria.

4º PERÍDODO: A Pastoral Libertadora ( 1970- 1988)

15. A partir de 1970, o governo incentivou a transformação dos seringais em fazendas para gado. Isso foi a causa da expulsão violenta dos seringueiros, da destruição da floresta por gigantescos desmatamentos e, por conseguinte, a causa do inchamento das cidade
16. A Igreja, neste contexto social, começo a se questionar sobre o valor das obras sociais, antes vistas como solução.
17. À luz da Conferência Episcopal Latino-Americana de Medellin, em 1968 e do Plano de Pastoral de Conjunto dos Bispos do Brasil ( 1966-1970), procurou-se dar mais destaque à Evangelização que à Sacramentalização, como também investir menos em obras assistenciais e mais na formação de leigos, como agentes de pastoral, que fossem sementes de transformação, através do trabalho nas Comunidades Eclesiais de Base(CEBs).
18. Assim, já em 1971, foi convocada,em Rio Branco a 1ª Assembléia Geral de todos os agentes de pastoral, isto é: padres e irmãs, sendo ainda insignificante a presença de leigos.
19. Naqueles debates sobre a Pastoral, surgiram as primeiras CEBs na Estação Experimenta, na Vila Quinari e nas paróquias de Boca do Acre e Brasiléia. Nasceu, também, o Boletim “Nós Irmãos” para comunicar as primeiras experiências entre os grupos de evangelização. Os monitores, no fim de 1972, já eram 195.
20. No mesmo ano de 1972 se deu, em Santarém, o primeiro encontro dos bispos da Amazônia, onde a nossa prática pastoral foi confirmada e incentivada. Nasceu, assim, o primeiro Plano de Pastoral da Prelazia que, com alguns acréscimos e modificações sucessivas, orientou o nosso trabalho até 1977. As prioridades fundamentais do Plano, foram as de Santarém:
1 – Formação de agentes de Pastoral;
2 – Comunidades Eclesiais de Base;
3 – Pastoral das estradas e rios;
4 – Pastoral indiginista;
5 – Promoção Humana
6 – Instituição do Dízimo
7 – Pastoral da Juventude.
21. Além dos planos de Pastoral, circulavam na Prelazia os chamados Catecismo: Catecismo da Terra, Catecismo de Orientação Social e Promoção Humana, Catecismo da Ação Política dos Cristãos, Catecismo da Saúde. Este material de formação procurava uma Evangelização realmente libertadora, através das CEBs, pois se verificava, no Acre, as conseqüências do pecado chamavam-se prostituição, falta de casa e de higiene, falta de condições para uma vida saudável, dinheiro e terras concentrados em poucas mãos, famílias desajustadas, marginalização de seringueiros e de colonos.
22. Foi,certamente, um marco importante, pois tentava ligar o Evangelho à vida, combater o individualismo e criar hábitos comunitários formar lideranças nos sindicatos e nos movimentos populares.
23. Num período de ditadura e diante da investida maciça de empresas agropecuárias, a Igreja foi a única instituição que atuou decisivamente na defesa dos trabalhadores rurais, denunciou injustiças e atendeu casos individuais e coletivos.
24. Os frutos daqueles primeiros anos foram relevantes, pois o rosto da nossa Igreja já era bem mais acreano, com 23 comum idades e 1000 lideranças leigas empenhadas na evangelização nas cidades, colônias e seringais.
25. As CEBs nasceram abertas aos problemas do povo sofrido e exerceram uma função conscientizadora, de onde surgiram lideranças, ainda hoje atuantes nos movimentos populares e político-pardidários do Estado. Construiram, também o berço onde desabrocharam diversas formas de organização no campo e na cidade; nos sindicatos e em movimentos específicos como os de índios, estudantes, lavadeiras, estivadores e professores, entre outros.
26. Nas CEBs surgiram, também, as primeiras experiências de cooperativas como no Icuriã, em Xapuri, em Boca do Acre e em Rio Branco.
27. Em 1976, surgiu na então Prelazia do Acre e Purus, a CPT (Comissão Pastoral da Terra) e o CDDHD (Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Diocese). Na década de 80, este último se dividiu em CDDHD e CDDHP. A CPT e o CDDHD deram grande assessoria a esta organização popular, através de visitas às áreas, de apoio aos sindicatos, de divulgação e denúncias de violações, além de formação de lideranças. Os desafios se tornaram cada vez mais urgentes e a Diocese abriu-se à cooperação de missionário, pares, congregações religiosas e voluntários leigos, que, aceitando as linhas pastorais da nossa Igreja local, após o estágio necessário, se colocassem a serviço das Comum idades, das Pastorais e da organização popular.
28. Por causa daquele intenso trabalho, se chegou ao Conselho de Pastoral de 1977 que, pela primeira vez, foi formado por leigos, das camadas mais populares, na sua grande maioria. Elaborou-se um Plano de Pastoral nascido de uma ampla consulta às bases.
29. Este plano e o sucessivo de 1979 se enriqueceram pela valorização dos Ministérios diversificados que se articularam através dos Setores de Pastoral:Ministérios, Religiosos, Terra, Jovens, Periferia, Catequese, Educação, Índios, CDDHD, Saúde e Educação.
30. A Igreja tinha passado, naqueles anos, por duras perseguições no Brasil e no Acre. Em particular, os líderes cristãos foram afastados de empregos do governo; programas de rádio e televisão foram controlados e até proibidos; espionagens foram feitas nas reuniões da Igreja; pressões, intimidações e ameaças foram dirigidas a leigos e padres.
31. Materiais elaborados como, “Entender para agir” e a cartilha “Fé em Deus e Pé na Terra”, conscientizavam sobre a realidade, abrindo a possibilidade de um diálogo com o poder político e a perspectiva de formar e capacitar agentes políticos, vindos do meio popular, como seringueiros, agricultores e moradores de periferia.
32. A década de 80 se abiu com novos desafios. Os bairros de periferia das cidades, sobretudo em Rio Branco, se multiplicaram com a chegada, em massa, de seringueiros de todos os municípios e agricultores das antigas colônias que iniciaram o fenômeno das primeiras ocupações, em áreas sem a mínima infra-estrutura.
33. Foram abertos, na área rural, Projetos de Assentamento Dirigido (PAD), em Sena Madureira, Rio Branco, Plácido de Castro e Brasiléia, chamando levas de migrantes do Sul do país e ex-seringueiros, que só encontraram doenças e abandono.
34. Naquele contexto social, as práticas sociais e religiosas das CEBs, até então, mais voltadas para uma promoção humana indefinida, adquirem a tendência de querer colaborar na libertação da pessoa humana, em vista de uma nova sociedade. Para muitos líderes, além do compromisso sindical, abria-se a perspectiva de um compromisso partidário, incentivado pelo decálogo da Pastoral Partidária.(1979)
35. Pelos Conselhos de Pastoral e através de treinamentos, se debatiam, com angústia, os problemas antigos e novos: desemprego, migrações do campo para a cidade, famílias desajustadas, violência, drogas, alcoolismo, seitas, atendimento pastoral aos novos bairros e ao PAD. Começou-se a incentivar mais as vocações sacerdotais e religiosas, a Liturgia, a Juventude, a Catequese para todas as idades, a formação de lideranças, a Fé e Política, os cursos de batizados, o Curso de Teologia, a Pastoral Familiar, a Pastoral Urbana, o mundo do Trabalho.
36. A Igreja, através do Plano de Pastoral de 1982, que em sucessivas edições norteou o seu trabalho até hoje, apresentava as seguintes respostas:
1 – Queremos ser um sinal do Reino de Deus;
2 – Queremos viver em Comunidades Eclesiais de Base;
3 – Queremos ser uma Igreja que estuda e reflete;
4 – Queremos ser uma Igreja que luta pela libertação total do homem;
5 – Queremos ser uma Igreja que trabalha em conjunto.
37. Essas respostas encontraram obstáculos e dificuldades:
1 – O povo tem dificuldade para entender a ligação entre fé e vida e para participar da política, a partir e por causa de sua opção de fé;
2 – Parece haver pouco aproveitamento dos subsídios e orientações preparados pela Diocese;
3 – Muitas lideranças preparadas pela Diocese, devido à luta pela sobrevivência ou por outros motivos, são obrigadas a deixar o trabalho pastoral;
4 – Faltam os recursos materiais necessários para a ação pastoral da Igreja. A colaboração dos fiéis, através do dízimo, é insuficiente. Alguns julgam que a Igreja é rica;
5 – A parte da população atingida pela ação pastoral da Igreja é pequena;
6 – A Bíblia não chega, ainda às mãos de todo o povo. Há dificuldades para entender o Antigo Testamento. Existe, porém, grande ânsia por se conhecer a Bíblia;
7 – Há momentos em que parece que as lideranças da Igreja seguem um rumo e o povo outro;
8 – A questão do batismo continua sendo fonte de conflitos e incompreensões nas comunidades e nos grupos de evangelização.
38. Em que pesem estas dificuldades, vem crescendo a consciência de que o povo de Deus deve estar inteiramente a serviço da comunhão dos homens com Deus e dos homens entre si. A Igreja é, portanto, um povo de servidores e o seu modo de servir é evangelizar. Dentro do povo de Deus, todos, hierarquia (bispos, padres, diáconos), leigos e religiosos, são servidores do Evangelho, cada qual segundo seu papel e carisma próprio.
39. O espírito de Cristo convoca e reúne seu povo para viver em comunidade e nesta, conforme o dom de Deus, cada um desenvolve e desempenha sua missão a serviço de Cristo e da Igreja. Essa discussão comunitária, de um lado manifesta a presença do Espírito que distribui os dons para o bem de todos; de outro lado, manifesta a vivência de uma crescente comunhão que se organiza em estruturas sempre mais participativas.
40. Os organismos de nossa Igreja devem, portanto:
- Levar todos os cristãos à participação ativa na vida da Igreja e na transformação do mundo;
_ Fazer com que os diversos ministérios (serviços) atendam às necessidades da comunidade e da missão;
- Contribuir para que os ministérios hierárquicos (diaconato-presbiterato e episcopado) realizem sua função de animação e dinamização da vida eclesial na comunhão de todos os dons e carismas, que os torne sinal de unidade e autenticidade.


5° PERÍODO: Novos Fermentos (1989-1993)

41. É um período curto,durante o qual houve acontecimentos que mudaram, em parte, os rumos do Acre, e novos fermentos foram lançados na vida eclesial.
42. Este período, de apenas 05 anos, se situa entre o assassinato de Chico Mendes (28 de dezembro de 1988) e o assassinato do Governador Edmundo Pinto (17 de maio de 1992). São desfechos trágicos de situações de extrema violência, corrupção pública, e favorecimento político-partidário.
43. A Igreja do Acre entra num período de fermentação, à procura de novos caminhos. As Comunidades de Base (CEBs) continuam buscando sua identidade. O 7º Encontro Intereclesial de Duque de Caxias – RJ, com o tema “O Povo de Deus e da América Latina, a caminho da Libertação”, abre espaços de esperanças para a Igreja do Brasil.
44. A 7ª Assembléia Geral Diocesana, de julho de 1989, confirma a vontade expressiva ainda em 1982: “ Queremos ser uma Igreja que trabalha em conjunto, enfatizando a necessidade de incentivar o dízimo nas paróquias. Uma Igreja disposta a enfrentar alguns desafios: a comunicação, o problema da discriminação da mulher, a Pastoral Urbana e os projetos de colonização”. Foram também fixados critérios para a vinda de colaboradores de fora.
45. Há sinais concretos de retomada na Diocese. O Conselho Pastoral Diocesano institui o Conselho de Monitores, visando o fortalecimento dos grupos de evangelização, espinha dorsal das CEBs.
46. Em 1989 começa, em Rio Branco, a reestruturação das paróquias, aumentando-=se o seu número de cinco para nove, algumas assumidas por Irmãs vigárias. Também é aprovada a divisão do território da Diocese em 5 regiões pastorais, para descentralizar o trabalho pastoral. Esta é uma tentativa de recuperar a presença a nova situação social, que lotou as cidades e despovoou a área rural. Novos Centros Comunitários são construídos na periferia da cidade, para dar espaço físico necessário às CEBs.
47. Em 1990 surgiu, na Diocese, o ECC (Encontro de Casais com Cristo) que, aos poucos, foi considerado, por todas as paróquias um instrumento importantíssimo para a evangelização e um válido serviço às pastorais, especialmente à Pastoral Familiar.
48. Outro sinal de vida é a fundação do Mosteiro Santa Maria da Esperança, das Monjas Beneditinas, presença silenciosa e orante na vida da comunidade eclesial (outubro de 1993). Está aberto, assim, o caminho para a VIIIª Assembléia Geral de 1993, que assumirá a evangelização como objetivo geral, em consonância com toda a Igreja do Brasil.
6º PERÍODO: A Igreja busca novos caminhos. (1994-1996)
49. Nas últimas décadas, a Igreja, no mundo inteiro, vem enfrentando uma grande crise: como evangelizar o mundo moderno? Muitas das questões relacionadas a esta crise apareceram já durante o Concílio Vaticano II, e foram aprofundadas durante as Conferências Episcopais Latino-Americanas:
• Pastoral Urbana;
• Meios de Comunicação
• Leigos, especialmente, mulheres e jovens;
• Opção preferencial pelos pobres;
• Comunidades Eclesiais de Base;
• Ética e cidadania, entre outras.
50. Para estas questões, cada Igreja procurou dar respostas adaptadas ao seu contexto. Na Diocese de Rio Branco, a partir da década de 70, o caminho encontrado foi o da organização das CEBs. Contudo, passados mais de 25 anos, o que preocupava a Diocese, então era o enfraquecimento dos Grupos de Evangelização, base das CEBs. Diante das mudanças sociais, econômicas e culturais, novamente veio à tona a pergunta: como evangelizar?
51. Na situação da Igreja local, desde o Plano Pastoral de 1986 até então, o perfil das Comunidades de Base mudou radicalmente, de modo especial nas cidades. O que antes era a base da Igreja, naquele momento tinha pouca expressividade, em geral. E esta talvez tenha sido a maior causa da cr5ise: não havia bases, ou pelo menos, elas foram deixadas de lado, não se renovaram a fim de enfrentar os novos desafios. As CEBs, pela sua identidade, sempre trabalharam a dimensão e o engajamento sócio-político, lutando contra as causas dos males e das injustiças. Mas, neste período, também a nossa Igreja abriu-se às iniciativas que lutassem contra as suas consequências, favorecendo instituições de prevenção e recuperação, como o projeto Caminho Aberto.
52. Nos últimos anos, os movimentos eclesiais (Renovação Carismática, Legião de Maria, Apostolado da Oração, Movimento dos Focolares) foram as alternativa que surgiram. Cresceram consideravelmente tornando-se importantes suscitadores de novas lideranças na Igreja. O perigo de constituírem uma pastoral paralela foi solucionado, favoravelmente, por terem encontrado, na nossa Diocese diálogo, acompanhamento e integração nas coordenações e conselhos paroquiais e diocesanos.
53. Pastoral de Conjunto, tão essencial para a eficácia do trabalho pastoral, mencionada já no Plano de Pastoral de 1982 a 1984, da Prelazia do Acre e Purus, ainda não conseguiu se consolidar. As experiências pastorais conjuntas são poucas e, normalmente, são desarticuladas.
54. Em 1997, a Diocese recebeu mais uma força para responder aos desafios dos menores de rua, que, há muito tempo, exigiam uma presença da Igreja. Assim, voluntários italianos de Verona, implantaram o Projeto Beija-Flor e, posteriormente, o deixaram na responsabilidade de educadores locais.
55. Este período se caracteriza, também, por acontecimentos significativos da nossa história, destacando-se o dia das Bodas de Prata da Ordenação Episcopal de Dom Moacyr, em 18 de outubro de 1998 e sua designação posterior para a Arquidiocese de Porto Velho; A Consagração Episcopal de Dom Joaquín, de 30 de maio de 1999 como novo bispo de nossa Diocese de Rio Branco; As ordenações presbiterais do padre Chagas e do Frei Charliê e a ordenação de Diácono Permanente de João Maffi, de Epitaciolância. Além disso, um grande impulso foi dado ao Seminário Diocesano, aberto há vinte anos, e a abertura da Escola São Lourenço para preparar os futuros Diáconos Permanentes da nossa Diocese.
1996 O ano da sensibilização para conhecer a proposta da CNBB sobre o Projeto
1997 Jesus Cristo Batismo Fé Marcos Direitos civis
1998 Es.Santo Crisma Esperança Lucas Direitos sociais
1999 Pai Reconciliação Caridade Mateus Direitos Econ.
2000 Trindade Eucaristia João Perdão da Dív.
59. No decorrer deste período, completam-se três décadas da Caminhada das CEBs e as comemorações nunca pararam por parte dos grupos que aqui vieram para somar forças na evangelização da nossa Igreja. 25 anos de Ordenação Episcopal de Dom Moacyr, 25 anos da CPT e CDDHD, 30 anos do CIMI, 30 anos da Congregação das Servas de Maria de Galeazza, 25 anos do Instituto Josefino, 31 anos da Congregação das Irmãs de Jesus Crucificado, 25 anos dos padres de Lucca e dos padres da Sociedade de São Tiago, 75 anos do serviço à Igreja acreana da Ordem dos Servos de Maria e da Congregação das Servas de Maria Reparadoras, 10 anos do serviço ECC e, já no novo Milênio os 50 anos de ordenação dos padres José Mingam e Frei André Ficarell
60. Na realidade, o marco de início deste novo período é devido à IX Assembléia da Diocese de Rio Branco, que foi uma ampla reflexão sobre a ação evangelizadora, planejamento e organização das atividades pastorais na Diocese. Na Assembléia ficaram evidenciadas as quatro prioridades a serem trabalhadas até 2001:
1 – Comunidades Missionárias;
2 – Formação;
3 - Pastoral Familiar
4 – Pastoral Social
61. Iluminadas pelos Documentos da CNBB, especialmente o doc. 56 – PRNM, as Diretrizes da Ação Evangelizadora da Diocese de Rio Branco( 1997-2001), apresentam a distribuição das Pastorais, Serviços e Movimentos em “áreas pastorais”, considerando as quatro exigências da Evangelização inculturada: SERVIÇO, DIÁLOGO, ANÚNCIO E TESTEMUNHO.
62. As paróquias que acompanharam a caminhada adquiriram esta atitude que se expressa no SERVIÇO e participação na transformação da sociedade em favor dos pobres; no DIÁLOGO com as culturas, indígena, afro-brasileira e moderna e ainda no diálogo entre as igrejas cristãs (ecumenismo). Esta atitude se expressa, também, no ANÚNCIO aos não praticantes, com especial atenção à Pastoral Urbana e aos jovens; no TESTEMUNHO, vivenciando comunidades eclesiais acolhedoras que valorizem as pessoas, incentivem à participação, favoreçam o encontro com a Palavra e a celebração dos Sacramentos, dinamizando a paróquia como rede de CEBs e favorecendo, ainda, a participação e o diálogo das CEBs e Movimentos Eclesiais, na busca da comunhão fraterna.
63. Estes questionamentos sobre a “Evangelização inculturada” e as várias Campanhas da Fraternidade, favoreceram muito o avanço da nossa caminhada: surgiram ou se fortaleceram pastorais e serviços sociais, como: Pastoral da Criança, Serviço de Recuperação de dependentes químicos, pelo projeto “Caminho Aberto”, Cáritas, Escolinhas paroquiais de reforço escolar, cursos para geração de renda, de produção de alimentos e de remédios alternativos e caseiros.
64. Neste período, as comunidades reclamaram, como nunca, da escassez de padres: bairros, vilas, estradas, rios, paróquias novas e, algumas, até de antiga fundação, acusaram a ausência, até mesmo a falta de visitas de sacerdotes. Na área rural, devido às migrações, para as cidades, de muitos agricultores, à diminuição de assistência pastoral das respectivas paróquias e, ainda, ao aumento do proselitismo de inúmeras denominações ações protestantes, as comunidades se reduziram. O encontro de Evangelização que o monitor dirigia, se transformou em culto dominical; as lutas e o engajamento sócio-político que a comunidade enfrentava foram delegados as novas organizações e associações e sindicatos, correndo todos o risco de se esquecerem de uma evangelização comprometida com a realidade, chegando a faltar a oportunidade de relacionar o Evangelho com a vida, em sita de uma transformação social.
66. Irmãs de Congregações religiosas se prontificaram para assumir o papel de vigária em pelo menos 7 paróquias.
67. De outro lado, as últimas pesquisas do IBGE apresentavam uma diminuição de cerca de 10% de católicos, com aumento do percentual de seguidores de várias denominações evangélicas e com um índice preocupante para a nossa realidade, de pessoas “sem religião”.
68. No entanto, o ardor missionário se manifestava pelo crescimento de dezesseis formas diferentes de encontros, através de pequenos grupos de rua, infelizmente ainda não articuladas. A maioria delas se apresentou como devocional, outras, de mútua ajuda; outras, de estudo e outras, de evangelização dos mais afastados. Houve consenso geral em promover experiências novas, como a das Células de Evangelização, para que as paróquias marquem mais presença nos ambientes e áreas mais distantes e reavivem a CEBs que corriam o risco de se tornarem mini-paróquias.
69. Os leigos foram articulando através da Conferência Nacional dos Leigos, realizando estudo de Documentos; os jovens realizaram as experiências da Missão Jovem, tanto dentro da própria Diocese quanto a nível de regional, com os jovens do recém criado Regional Noroeste. Em algumas paróquias, as crianças vivenciam a experiência da “Infância Missionária” e, os adultos, a experiência das Missões populares.
70. No que se refere à Pastoral Familiar, prioridade, que, até o ano de 1997, não existia na maioria das Paróquias, acentuou-se, neste período, a formação de equipes e a realização de ações pastorais voltadas para adolescentes, jovens, namorados, noivos e famílias das paróquias de Rio Branco e algumas do interior.
71. O Serviço ECC foi levado à maioria das paróquias da Diocese, enquanto se investia na evangelização através do Canal 27 – TV Vida.
72. Ao longo de sua história, a Igreja de Rio Branco tem testemunhado, com coragem, suja solidariedade ao povo sofrido desta região. Esta postura, após a Conferência de Medellin, foi chamada de opção pelos pobres, que se manifesta através de pronunciamentos ou ações no campo social, na defesa dos excluídos, inclusive através da marcante atuação do CDDHD, como testemunho de uma “pregação pública” da Igreja, que chega a questionar, até mesmo, as pessoas “sem religião”.
73. O Projeto “Ser Igreja no Novo Milênio” sugeriu às comunidades a reflexão sobre o Livro dos Atos dos Apóstolos, para pôr em prática e aperfeiçoar o planejamento pastoral, na comum idade e na paróquia, dando sugestões de organização das estruturas paroquiais, especialmente sobre o Conselho Paroquial e o Conselho de Assuntos Econômicos.
75. Nesta linha, a Coordenação Diocesana repetiu apelos para valorizar as Regiões Pastorais, favoreceu encontros mensais das coordenações paroquiais da cidade e acompanhou todas as paróquias em suas assembléias e conselhos em preparação à grande Assembléia Diocesana de 2002, no sentido de realizar uma pastoral de conjunto, há mais de vinte anos na pauta da diocese.
76. N conclusão desta retrospectiva histórica, nos damos conta de que a nossa Igreja é o resultado da Graça de Deus e das experiências pastorais de mais de cem anos de evangelização e, ainda, de que nos encontramos, no início do Terceiro Milênio, com uma Igreja complexa e rica em todas as dimensões, pelas quais uma multidão de evangelizadores, ao longo dos na os, consagrou, com sinceridade, suas vidas. Cada período foi caracterizado por linhas pastorais e valores diferentes, que deixaram profundos marcos e que, ainda hoje, continuam presentes e entrelaçados, como, por exemplo:
- a dimensão individual e familiar da fé, herança dos seringueiros isolados na mata;
- a dimensão sacramentalista e legalista, herança dos primeiros missionários, pioneiros e desbravadores
- a dimensão assistencialista, brotada do coração compassivo e paterno de uma Igreja que sabe partilhar o sofrimento dos pequenos;
- a dimensão bíblico-catequética de uma Igreja que sabe trabalhar a inteligência, e a dimensão carismática que sabe trabalhar também o coração;
- a dimensão sócio-transformadora e libertadora de uma Igreja sempre disposta a caminhar, lado a lado, com os excluídos e que quer plantar esperança, através do trabalho pé-no-chão, contra toda perseguição e ameaça.
77. Acolher e amar esta Igreja e querer que ela seja ainda mais pura e fiel, a Deus e ao povo , é o nosso grande compromisso no início deste Novo Milênio.










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Revisão das 02h55min de 15 de setembro de 2010

                               CAMINHADA DA DIOCESE DE RIO BRANCO
                     A CAMINHADA DA IGREJA DO ACRE E PURUS(1977-2007)

01. “A história é mestra de vida” diz o ditado popular. Olhando a caminhada da nossa Igreja, desde quando há notícias da primeira presença da Igreja Católica nessa parte da Região Amazônica (1877), é possível ter um quadro de como se deu esta caminhada, com seus avanços e recuos.

02. Para chegar ao período no qual a Igreja se lançou à Pastoral Libertador, a reboque do Concílio Vaticano II (1962-1965) e da Assembléia Latino-Americana de Medellín(1968), houve uma caminhada anterior, que não podemos condenação ou menosprezar, mas que, a juízo dos missionários da época, era uma tentativa de respostas aos desafios da época (1920-1970).

03. Após o período “glorioso” das Comunidades de Base( 1970-1989), tivemos que passar por um período de busca de novos caminhos, durante anos de incertezas e de mudanças (1989-1994), para chegar ao Projeto da Nova Evangelização (1995). Hoje, a Igreja de Rio Branco, guiada pelo Espírito e atenta à realidade, vê seu rosto modificando-se, tentando adquirir uma feição mais evangélica e popular.

1º PERÍODO: Catolicismo Poupar tradicional e familiar (1877-1920).

04. A Igreja Católica chegou no Acre com os primeiros nordestinos, 1977 e, durante muitos anos, aqui foi praticado um catolicismo de devoção aos santos, com terços, novenas, promessas, rezadores e oratórios domésticos. 05. Cristo Morte, Nossa Senhora, São Francisco das Chagas e São Sebastião foram os companheiros de uma vida de sofrimento, ao longo dos rios e no centro dos seringais. 06. A fé, porém, era vivida de maneira familiar, leiga, com muita reza e pouca missa, com muito santo e pouco padre. Poucas vezes o povo se reunia para os festejos de um santo ou para a visita de um padre vindo de Manaus o Lábrea. Mesmo sem a presença do padre, o povo guardava sua fé e devoção.

2º PERÍODO: A Sacramentalização (1920-1950) 07. Em 1920, a Igreja se organiza como Prelazia do Acre e Purus, conforme as orientações do Papa, que manda para o Acre os primeiros padres Servos de Maria e as Irmãs Servas de Maria Reparadoras. 08. Todas as cidades recebera, mais estavelmente, a presença dos padres que organizaram as paróquias e construíram igrejas. Neste período, o trabalho que se achava mais importante era o da Sacramentaalização, isto é, batizar, casar todo mundo e aumentar o número de confissões e comunhões. O trabalho se estendeu logo ao longo de todos os rios, através de desobrigas longas e cansativas. Os padres e as irmãs se dedicaram à pastoral com muito entusiasmo ao ponto de muitos adoecerem gravemente e até morreram diante das dificuldades da missão. 09. A Igreja não tinha condições financeiras e os padres foram obrigados a aceitar as embarcações e a hospedagem dos seringalistas para viajar ao longo dos rios. Este apoio foi um dos limites da época, pois a Igreja não chegou a tomar conhecimento das verdadeiras causas da pobreza do povo. 10. Nas cidades, foram organizadas associações para viver a fé mais participadamente, como: Apostolado da Oração, Vicentivos, Confraria de N. Sra. Das Dores, Congregação Maria, Filhas de Maria, etc... Muita gente participava, lançando, assim, a primeira semente de um Catolicismo mais participativo e com maior prática dos Sacramentos, missa e comunhão.

3º PERÍODO: As Obras Sociais (1950-1970

11. A Igreja sentiu a urgência de iniciar alguma obra de assistência social para aliviar as grandes necessidades da população, cuja média de vida, em alguns rios, era de 20 anos, apenas. De cada mil habitantes, 16 eram hansenianos e, de cada 1000 crianças, 830 morriam no primeiro ano de vida. 12. Deu-se continuidade, também, ao trabalho de educação, chegando-se a construir e dirigir 08 estabelecimentos de ensino, atingindo cerca de 3.465 estudantes. 13. Foi um esforço grande por parte da Igreja que dava, assim o maior exemplo de como respeitar e promover a pessoa humana, principalmente as mais humildes. Muitos acreanos, ainda hoje, agradecem à Igreja aquelas iniciativas sociais. 14. Mas, apesar do enorme trabalho, o número dos doentes, dos desempregados e dos analfabetos ia aumentando e a Igreja foi descobrindo que, além das obras sociais, precisava-se começar outro trabalho que visasse alertar o povo a buscar solução para as causas da miséria.

4º PERÍDODO: A Pastoral Libertadora ( 1970- 1988)

15. A partir de 1970, o governo incentivou a transformação dos seringais em fazendas para gado. Isso foi a causa da expulsão violenta dos seringueiros, da destruição da floresta por gigantescos desmatamentos e, por conseguinte, a causa do inchamento das cidade 16. A Igreja, neste contexto social, começo a se questionar sobre o valor das obras sociais, antes vistas como solução. 17. À luz da Conferência Episcopal Latino-Americana de Medellin, em 1968 e do Plano de Pastoral de Conjunto dos Bispos do Brasil ( 1966-1970), procurou-se dar mais destaque à Evangelização que à Sacramentalização, como também investir menos em obras assistenciais e mais na formação de leigos, como agentes de pastoral, que fossem sementes de transformação, através do trabalho nas Comunidades Eclesiais de Base(CEBs). 18. Assim, já em 1971, foi convocada,em Rio Branco a 1ª Assembléia Geral de todos os agentes de pastoral, isto é: padres e irmãs, sendo ainda insignificante a presença de leigos. 19. Naqueles debates sobre a Pastoral, surgiram as primeiras CEBs na Estação Experimenta, na Vila Quinari e nas paróquias de Boca do Acre e Brasiléia. Nasceu, também, o Boletim “Nós Irmãos” para comunicar as primeiras experiências entre os grupos de evangelização. Os monitores, no fim de 1972, já eram 195. 20. No mesmo ano de 1972 se deu, em Santarém, o primeiro encontro dos bispos da Amazônia, onde a nossa prática pastoral foi confirmada e incentivada. Nasceu, assim, o primeiro Plano de Pastoral da Prelazia que, com alguns acréscimos e modificações sucessivas, orientou o nosso trabalho até 1977. As prioridades fundamentais do Plano, foram as de Santarém: 1 – Formação de agentes de Pastoral; 2 – Comunidades Eclesiais de Base; 3 – Pastoral das estradas e rios; 4 – Pastoral indiginista; 5 – Promoção Humana 6 – Instituição do Dízimo 7 – Pastoral da Juventude. 21. Além dos planos de Pastoral, circulavam na Prelazia os chamados Catecismo: Catecismo da Terra, Catecismo de Orientação Social e Promoção Humana, Catecismo da Ação Política dos Cristãos, Catecismo da Saúde. Este material de formação procurava uma Evangelização realmente libertadora, através das CEBs, pois se verificava, no Acre, as conseqüências do pecado chamavam-se prostituição, falta de casa e de higiene, falta de condições para uma vida saudável, dinheiro e terras concentrados em poucas mãos, famílias desajustadas, marginalização de seringueiros e de colonos. 22. Foi,certamente, um marco importante, pois tentava ligar o Evangelho à vida, combater o individualismo e criar hábitos comunitários formar lideranças nos sindicatos e nos movimentos populares. 23. Num período de ditadura e diante da investida maciça de empresas agropecuárias, a Igreja foi a única instituição que atuou decisivamente na defesa dos trabalhadores rurais, denunciou injustiças e atendeu casos individuais e coletivos. 24. Os frutos daqueles primeiros anos foram relevantes, pois o rosto da nossa Igreja já era bem mais acreano, com 23 comum idades e 1000 lideranças leigas empenhadas na evangelização nas cidades, colônias e seringais. 25. As CEBs nasceram abertas aos problemas do povo sofrido e exerceram uma função conscientizadora, de onde surgiram lideranças, ainda hoje atuantes nos movimentos populares e político-pardidários do Estado. Construiram, também o berço onde desabrocharam diversas formas de organização no campo e na cidade; nos sindicatos e em movimentos específicos como os de índios, estudantes, lavadeiras, estivadores e professores, entre outros. 26. Nas CEBs surgiram, também, as primeiras experiências de cooperativas como no Icuriã, em Xapuri, em Boca do Acre e em Rio Branco. 27. Em 1976, surgiu na então Prelazia do Acre e Purus, a CPT (Comissão Pastoral da Terra) e o CDDHD (Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Diocese). Na década de 80, este último se dividiu em CDDHD e CDDHP. A CPT e o CDDHD deram grande assessoria a esta organização popular, através de visitas às áreas, de apoio aos sindicatos, de divulgação e denúncias de violações, além de formação de lideranças. Os desafios se tornaram cada vez mais urgentes e a Diocese abriu-se à cooperação de missionário, pares, congregações religiosas e voluntários leigos, que, aceitando as linhas pastorais da nossa Igreja local, após o estágio necessário, se colocassem a serviço das Comum idades, das Pastorais e da organização popular. 28. Por causa daquele intenso trabalho, se chegou ao Conselho de Pastoral de 1977 que, pela primeira vez, foi formado por leigos, das camadas mais populares, na sua grande maioria. Elaborou-se um Plano de Pastoral nascido de uma ampla consulta às bases. 29. Este plano e o sucessivo de 1979 se enriqueceram pela valorização dos Ministérios diversificados que se articularam através dos Setores de Pastoral:Ministérios, Religiosos, Terra, Jovens, Periferia, Catequese, Educação, Índios, CDDHD, Saúde e Educação. 30. A Igreja tinha passado, naqueles anos, por duras perseguições no Brasil e no Acre. Em particular, os líderes cristãos foram afastados de empregos do governo; programas de rádio e televisão foram controlados e até proibidos; espionagens foram feitas nas reuniões da Igreja; pressões, intimidações e ameaças foram dirigidas a leigos e padres. 31. Materiais elaborados como, “Entender para agir” e a cartilha “Fé em Deus e Pé na Terra”, conscientizavam sobre a realidade, abrindo a possibilidade de um diálogo com o poder político e a perspectiva de formar e capacitar agentes políticos, vindos do meio popular, como seringueiros, agricultores e moradores de periferia. 32. A década de 80 se abiu com novos desafios. Os bairros de periferia das cidades, sobretudo em Rio Branco, se multiplicaram com a chegada, em massa, de seringueiros de todos os municípios e agricultores das antigas colônias que iniciaram o fenômeno das primeiras ocupações, em áreas sem a mínima infra-estrutura. 33. Foram abertos, na área rural, Projetos de Assentamento Dirigido (PAD), em Sena Madureira, Rio Branco, Plácido de Castro e Brasiléia, chamando levas de migrantes do Sul do país e ex-seringueiros, que só encontraram doenças e abandono. 34. Naquele contexto social, as práticas sociais e religiosas das CEBs, até então, mais voltadas para uma promoção humana indefinida, adquirem a tendência de querer colaborar na libertação da pessoa humana, em vista de uma nova sociedade. Para muitos líderes, além do compromisso sindical, abria-se a perspectiva de um compromisso partidário, incentivado pelo decálogo da Pastoral Partidária.(1979) 35. Pelos Conselhos de Pastoral e através de treinamentos, se debatiam, com angústia, os problemas antigos e novos: desemprego, migrações do campo para a cidade, famílias desajustadas, violência, drogas, alcoolismo, seitas, atendimento pastoral aos novos bairros e ao PAD. Começou-se a incentivar mais as vocações sacerdotais e religiosas, a Liturgia, a Juventude, a Catequese para todas as idades, a formação de lideranças, a Fé e Política, os cursos de batizados, o Curso de Teologia, a Pastoral Familiar, a Pastoral Urbana, o mundo do Trabalho. 36. A Igreja, através do Plano de Pastoral de 1982, que em sucessivas edições norteou o seu trabalho até hoje, apresentava as seguintes respostas: 1 – Queremos ser um sinal do Reino de Deus; 2 – Queremos viver em Comunidades Eclesiais de Base; 3 – Queremos ser uma Igreja que estuda e reflete; 4 – Queremos ser uma Igreja que luta pela libertação total do homem; 5 – Queremos ser uma Igreja que trabalha em conjunto. 37. Essas respostas encontraram obstáculos e dificuldades: 1 – O povo tem dificuldade para entender a ligação entre fé e vida e para participar da política, a partir e por causa de sua opção de fé; 2 – Parece haver pouco aproveitamento dos subsídios e orientações preparados pela Diocese; 3 – Muitas lideranças preparadas pela Diocese, devido à luta pela sobrevivência ou por outros motivos, são obrigadas a deixar o trabalho pastoral; 4 – Faltam os recursos materiais necessários para a ação pastoral da Igreja. A colaboração dos fiéis, através do dízimo, é insuficiente. Alguns julgam que a Igreja é rica; 5 – A parte da população atingida pela ação pastoral da Igreja é pequena; 6 – A Bíblia não chega, ainda às mãos de todo o povo. Há dificuldades para entender o Antigo Testamento. Existe, porém, grande ânsia por se conhecer a Bíblia; 7 – Há momentos em que parece que as lideranças da Igreja seguem um rumo e o povo outro; 8 – A questão do batismo continua sendo fonte de conflitos e incompreensões nas comunidades e nos grupos de evangelização. 38. Em que pesem estas dificuldades, vem crescendo a consciência de que o povo de Deus deve estar inteiramente a serviço da comunhão dos homens com Deus e dos homens entre si. A Igreja é, portanto, um povo de servidores e o seu modo de servir é evangelizar. Dentro do povo de Deus, todos, hierarquia (bispos, padres, diáconos), leigos e religiosos, são servidores do Evangelho, cada qual segundo seu papel e carisma próprio. 39. O espírito de Cristo convoca e reúne seu povo para viver em comunidade e nesta, conforme o dom de Deus, cada um desenvolve e desempenha sua missão a serviço de Cristo e da Igreja. Essa discussão comunitária, de um lado manifesta a presença do Espírito que distribui os dons para o bem de todos; de outro lado, manifesta a vivência de uma crescente comunhão que se organiza em estruturas sempre mais participativas. 40. Os organismos de nossa Igreja devem, portanto: - Levar todos os cristãos à participação ativa na vida da Igreja e na transformação do mundo; _ Fazer com que os diversos ministérios (serviços) atendam às necessidades da comunidade e da missão; - Contribuir para que os ministérios hierárquicos (diaconato-presbiterato e episcopado) realizem sua função de animação e dinamização da vida eclesial na comunhão de todos os dons e carismas, que os torne sinal de unidade e autenticidade.


5° PERÍODO: Novos Fermentos (1989-1993)

41. É um período curto,durante o qual houve acontecimentos que mudaram, em parte, os rumos do Acre, e novos fermentos foram lançados na vida eclesial. 42. Este período, de apenas 05 anos, se situa entre o assassinato de Chico Mendes (28 de dezembro de 1988) e o assassinato do Governador Edmundo Pinto (17 de maio de 1992). São desfechos trágicos de situações de extrema violência, corrupção pública, e favorecimento político-partidário. 43. A Igreja do Acre entra num período de fermentação, à procura de novos caminhos. As Comunidades de Base (CEBs) continuam buscando sua identidade. O 7º Encontro Intereclesial de Duque de Caxias – RJ, com o tema “O Povo de Deus e da América Latina, a caminho da Libertação”, abre espaços de esperanças para a Igreja do Brasil. 44. A 7ª Assembléia Geral Diocesana, de julho de 1989, confirma a vontade expressiva ainda em 1982: “ Queremos ser uma Igreja que trabalha em conjunto, enfatizando a necessidade de incentivar o dízimo nas paróquias. Uma Igreja disposta a enfrentar alguns desafios: a comunicação, o problema da discriminação da mulher, a Pastoral Urbana e os projetos de colonização”. Foram também fixados critérios para a vinda de colaboradores de fora. 45. Há sinais concretos de retomada na Diocese. O Conselho Pastoral Diocesano institui o Conselho de Monitores, visando o fortalecimento dos grupos de evangelização, espinha dorsal das CEBs. 46. Em 1989 começa, em Rio Branco, a reestruturação das paróquias, aumentando-=se o seu número de cinco para nove, algumas assumidas por Irmãs vigárias. Também é aprovada a divisão do território da Diocese em 5 regiões pastorais, para descentralizar o trabalho pastoral. Esta é uma tentativa de recuperar a presença a nova situação social, que lotou as cidades e despovoou a área rural. Novos Centros Comunitários são construídos na periferia da cidade, para dar espaço físico necessário às CEBs. 47. Em 1990 surgiu, na Diocese, o ECC (Encontro de Casais com Cristo) que, aos poucos, foi considerado, por todas as paróquias um instrumento importantíssimo para a evangelização e um válido serviço às pastorais, especialmente à Pastoral Familiar. 48. Outro sinal de vida é a fundação do Mosteiro Santa Maria da Esperança, das Monjas Beneditinas, presença silenciosa e orante na vida da comunidade eclesial (outubro de 1993). Está aberto, assim, o caminho para a VIIIª Assembléia Geral de 1993, que assumirá a evangelização como objetivo geral, em consonância com toda a Igreja do Brasil. 6º PERÍODO: A Igreja busca novos caminhos. (1994-1996) 49. Nas últimas décadas, a Igreja, no mundo inteiro, vem enfrentando uma grande crise: como evangelizar o mundo moderno? Muitas das questões relacionadas a esta crise apareceram já durante o Concílio Vaticano II, e foram aprofundadas durante as Conferências Episcopais Latino-Americanas: • Pastoral Urbana; • Meios de Comunicação • Leigos, especialmente, mulheres e jovens; • Opção preferencial pelos pobres; • Comunidades Eclesiais de Base; • Ética e cidadania, entre outras. 50. Para estas questões, cada Igreja procurou dar respostas adaptadas ao seu contexto. Na Diocese de Rio Branco, a partir da década de 70, o caminho encontrado foi o da organização das CEBs. Contudo, passados mais de 25 anos, o que preocupava a Diocese, então era o enfraquecimento dos Grupos de Evangelização, base das CEBs. Diante das mudanças sociais, econômicas e culturais, novamente veio à tona a pergunta: como evangelizar? 51. Na situação da Igreja local, desde o Plano Pastoral de 1986 até então, o perfil das Comunidades de Base mudou radicalmente, de modo especial nas cidades. O que antes era a base da Igreja, naquele momento tinha pouca expressividade, em geral. E esta talvez tenha sido a maior causa da cr5ise: não havia bases, ou pelo menos, elas foram deixadas de lado, não se renovaram a fim de enfrentar os novos desafios. As CEBs, pela sua identidade, sempre trabalharam a dimensão e o engajamento sócio-político, lutando contra as causas dos males e das injustiças. Mas, neste período, também a nossa Igreja abriu-se às iniciativas que lutassem contra as suas consequências, favorecendo instituições de prevenção e recuperação, como o projeto Caminho Aberto. 52. Nos últimos anos, os movimentos eclesiais (Renovação Carismática, Legião de Maria, Apostolado da Oração, Movimento dos Focolares) foram as alternativa que surgiram. Cresceram consideravelmente tornando-se importantes suscitadores de novas lideranças na Igreja. O perigo de constituírem uma pastoral paralela foi solucionado, favoravelmente, por terem encontrado, na nossa Diocese diálogo, acompanhamento e integração nas coordenações e conselhos paroquiais e diocesanos. 53. Pastoral de Conjunto, tão essencial para a eficácia do trabalho pastoral, mencionada já no Plano de Pastoral de 1982 a 1984, da Prelazia do Acre e Purus, ainda não conseguiu se consolidar. As experiências pastorais conjuntas são poucas e, normalmente, são desarticuladas. 54. Em 1997, a Diocese recebeu mais uma força para responder aos desafios dos menores de rua, que, há muito tempo, exigiam uma presença da Igreja. Assim, voluntários italianos de Verona, implantaram o Projeto Beija-Flor e, posteriormente, o deixaram na responsabilidade de educadores locais. 55. Este período se caracteriza, também, por acontecimentos significativos da nossa história, destacando-se o dia das Bodas de Prata da Ordenação Episcopal de Dom Moacyr, em 18 de outubro de 1998 e sua designação posterior para a Arquidiocese de Porto Velho; A Consagração Episcopal de Dom Joaquín, de 30 de maio de 1999 como novo bispo de nossa Diocese de Rio Branco; As ordenações presbiterais do padre Chagas e do Frei Charliê e a ordenação de Diácono Permanente de João Maffi, de Epitaciolância. Além disso, um grande impulso foi dado ao Seminário Diocesano, aberto há vinte anos, e a abertura da Escola São Lourenço para preparar os futuros Diáconos Permanentes da nossa Diocese. 1996 O ano da sensibilização para conhecer a proposta da CNBB sobre o Projeto 1997 Jesus Cristo Batismo Fé Marcos Direitos civis 1998 Es.Santo Crisma Esperança Lucas Direitos sociais 1999 Pai Reconciliação Caridade Mateus Direitos Econ. 2000 Trindade Eucaristia João Perdão da Dív.

     59.   No decorrer deste período, completam-se três décadas da Caminhada das CEBs e as comemorações nunca pararam por parte dos grupos que aqui vieram para somar forças na evangelização da nossa Igreja. 25 anos de Ordenação Episcopal de Dom Moacyr, 25 anos da CPT e CDDHD, 30 anos do CIMI, 30 anos da Congregação das Servas de Maria de Galeazza, 25 anos do Instituto Josefino, 31 anos da Congregação das Irmãs de Jesus Crucificado, 25 anos dos padres de Lucca e dos padres da Sociedade de São Tiago, 75 anos do serviço à Igreja acreana da Ordem dos Servos de Maria e da Congregação das Servas de Maria Reparadoras, 10 anos do serviço ECC e, já no novo Milênio os 50 anos de ordenação dos padres José Mingam e Frei André Ficarell

60. Na realidade, o marco de início deste novo período é devido à IX Assembléia da Diocese de Rio Branco, que foi uma ampla reflexão sobre a ação evangelizadora, planejamento e organização das atividades pastorais na Diocese. Na Assembléia ficaram evidenciadas as quatro prioridades a serem trabalhadas até 2001: 1 – Comunidades Missionárias; 2 – Formação; 3 - Pastoral Familiar 4 – Pastoral Social 61. Iluminadas pelos Documentos da CNBB, especialmente o doc. 56 – PRNM, as Diretrizes da Ação Evangelizadora da Diocese de Rio Branco( 1997-2001), apresentam a distribuição das Pastorais, Serviços e Movimentos em “áreas pastorais”, considerando as quatro exigências da Evangelização inculturada: SERVIÇO, DIÁLOGO, ANÚNCIO E TESTEMUNHO. 62. As paróquias que acompanharam a caminhada adquiriram esta atitude que se expressa no SERVIÇO e participação na transformação da sociedade em favor dos pobres; no DIÁLOGO com as culturas, indígena, afro-brasileira e moderna e ainda no diálogo entre as igrejas cristãs (ecumenismo). Esta atitude se expressa, também, no ANÚNCIO aos não praticantes, com especial atenção à Pastoral Urbana e aos jovens; no TESTEMUNHO, vivenciando comunidades eclesiais acolhedoras que valorizem as pessoas, incentivem à participação, favoreçam o encontro com a Palavra e a celebração dos Sacramentos, dinamizando a paróquia como rede de CEBs e favorecendo, ainda, a participação e o diálogo das CEBs e Movimentos Eclesiais, na busca da comunhão fraterna. 63. Estes questionamentos sobre a “Evangelização inculturada” e as várias Campanhas da Fraternidade, favoreceram muito o avanço da nossa caminhada: surgiram ou se fortaleceram pastorais e serviços sociais, como: Pastoral da Criança, Serviço de Recuperação de dependentes químicos, pelo projeto “Caminho Aberto”, Cáritas, Escolinhas paroquiais de reforço escolar, cursos para geração de renda, de produção de alimentos e de remédios alternativos e caseiros. 64. Neste período, as comunidades reclamaram, como nunca, da escassez de padres: bairros, vilas, estradas, rios, paróquias novas e, algumas, até de antiga fundação, acusaram a ausência, até mesmo a falta de visitas de sacerdotes. Na área rural, devido às migrações, para as cidades, de muitos agricultores, à diminuição de assistência pastoral das respectivas paróquias e, ainda, ao aumento do proselitismo de inúmeras denominações ações protestantes, as comunidades se reduziram. O encontro de Evangelização que o monitor dirigia, se transformou em culto dominical; as lutas e o engajamento sócio-político que a comunidade enfrentava foram delegados as novas organizações e associações e sindicatos, correndo todos o risco de se esquecerem de uma evangelização comprometida com a realidade, chegando a faltar a oportunidade de relacionar o Evangelho com a vida, em sita de uma transformação social. 66. Irmãs de Congregações religiosas se prontificaram para assumir o papel de vigária em pelo menos 7 paróquias. 67. De outro lado, as últimas pesquisas do IBGE apresentavam uma diminuição de cerca de 10% de católicos, com aumento do percentual de seguidores de várias denominações evangélicas e com um índice preocupante para a nossa realidade, de pessoas “sem religião”. 68. No entanto, o ardor missionário se manifestava pelo crescimento de dezesseis formas diferentes de encontros, através de pequenos grupos de rua, infelizmente ainda não articuladas. A maioria delas se apresentou como devocional, outras, de mútua ajuda; outras, de estudo e outras, de evangelização dos mais afastados. Houve consenso geral em promover experiências novas, como a das Células de Evangelização, para que as paróquias marquem mais presença nos ambientes e áreas mais distantes e reavivem a CEBs que corriam o risco de se tornarem mini-paróquias. 69. Os leigos foram articulando através da Conferência Nacional dos Leigos, realizando estudo de Documentos; os jovens realizaram as experiências da Missão Jovem, tanto dentro da própria Diocese quanto a nível de regional, com os jovens do recém criado Regional Noroeste. Em algumas paróquias, as crianças vivenciam a experiência da “Infância Missionária” e, os adultos, a experiência das Missões populares. 70. No que se refere à Pastoral Familiar, prioridade, que, até o ano de 1997, não existia na maioria das Paróquias, acentuou-se, neste período, a formação de equipes e a realização de ações pastorais voltadas para adolescentes, jovens, namorados, noivos e famílias das paróquias de Rio Branco e algumas do interior. 71. O Serviço ECC foi levado à maioria das paróquias da Diocese, enquanto se investia na evangelização através do Canal 27 – TV Vida. 72. Ao longo de sua história, a Igreja de Rio Branco tem testemunhado, com coragem, suja solidariedade ao povo sofrido desta região. Esta postura, após a Conferência de Medellin, foi chamada de opção pelos pobres, que se manifesta através de pronunciamentos ou ações no campo social, na defesa dos excluídos, inclusive através da marcante atuação do CDDHD, como testemunho de uma “pregação pública” da Igreja, que chega a questionar, até mesmo, as pessoas “sem religião”. 73. O Projeto “Ser Igreja no Novo Milênio” sugeriu às comunidades a reflexão sobre o Livro dos Atos dos Apóstolos, para pôr em prática e aperfeiçoar o planejamento pastoral, na comum idade e na paróquia, dando sugestões de organização das estruturas paroquiais, especialmente sobre o Conselho Paroquial e o Conselho de Assuntos Econômicos. 75. Nesta linha, a Coordenação Diocesana repetiu apelos para valorizar as Regiões Pastorais, favoreceu encontros mensais das coordenações paroquiais da cidade e acompanhou todas as paróquias em suas assembléias e conselhos em preparação à grande Assembléia Diocesana de 2002, no sentido de realizar uma pastoral de conjunto, há mais de vinte anos na pauta da diocese. 76. N conclusão desta retrospectiva histórica, nos damos conta de que a nossa Igreja é o resultado da Graça de Deus e das experiências pastorais de mais de cem anos de evangelização e, ainda, de que nos encontramos, no início do Terceiro Milênio, com uma Igreja complexa e rica em todas as dimensões, pelas quais uma multidão de evangelizadores, ao longo dos na os, consagrou, com sinceridade, suas vidas. Cada período foi caracterizado por linhas pastorais e valores diferentes, que deixaram profundos marcos e que, ainda hoje, continuam presentes e entrelaçados, como, por exemplo:

  - a dimensão individual e familiar da fé, herança dos seringueiros isolados na mata;
  - a dimensão sacramentalista e legalista, herança dos primeiros missionários, pioneiros e desbravadores 
  - a dimensão assistencialista, brotada do coração compassivo e paterno de uma Igreja que sabe partilhar o sofrimento dos pequenos;
  - a dimensão bíblico-catequética de uma Igreja que sabe trabalhar a inteligência, e a dimensão carismática que sabe trabalhar também o coração;
   - a dimensão sócio-transformadora e libertadora de uma Igreja sempre disposta a caminhar, lado a lado, com os excluídos e que quer plantar esperança, através do trabalho pé-no-chão, contra toda perseguição e ameaça.

77. Acolher e amar esta Igreja e querer que ela seja ainda mais pura e fiel, a Deus e ao povo , é o nosso grande compromisso no início deste Novo Milênio.






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