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[[Categoria:Português|Termos essenciais/Sujeito]]

sujeito paciente

Revisão das 17h29min de 23 de agosto de 2010

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O sujeito, numa oração, é o ser de que se fala. É um dos dois termos essenciais da oração.

Exemplo: O menino usa boné. Sujeito: "o menino".

Constituição

O sujeito é representado por um substantivo ou nome, ou ainda por uma palavra expressão substantivada. Abaixo alguns exemplos.

  • Tu és divina e graciosa.
  • Ana e Lúcia são crianças.
  • (Tu) Foste a sonoridade que acabou. (sujeito oculto)
  • Morrer pela pátria é glorioso.
  • Vossa Santidade é um exemplo de bondade.
  • Via-se o quebrar dos galhos.
  • A bandeira é o símbolo da pátria

Núcleo

Núcleo é a palavra mais significativa e importante do sujeito; é o centro do termo, ao redor do qual podem existir outras palavras. Essas palavras são os termos acessórios, que podem ser adjuntos adnominais ou apostos.

O núcleo do sujeito pode ser representado por:

  • Substantivo
    O ventilador do Ricardo foi para o conserto (núcleo do sujeito: ventilador)
  • Pronome Substantivo
    Ele foi passear no parque (núcleo do sujeito: ele)
  • Numeral substantivo
    Um é pouco (núcleo do sujeito: um)
  • Palavra substantivada
    O amar é belo (núcleo do sujeito: amar)

O sujeito ainda pode ser representado por uma oração subordinada substantiva subjetiva:

É necessário que você me ajude. (sujeito: que você me ajude)

Classificação

Em língua portuguesa, o sujeito pode ser classificado como:

  • Expresso ou Determinado: aquele que está óbvio, claro, identificável presente na oração
O macaco faz poses para as fotos.
  • Simples: quando o sujeito da oração possui somente um núcleo
O ventilador pifou.
  • Composto: quando o sujeito possui mais de um núcleo
Pink Floyd e Super-tramp são ótimos conjuntos musicais.
Maria e João riam.
Assim, quando é possível identificar que existe um sujeito e é possível identificar quem é esse sujeito, este se classifica como sujeito determinado.
Observações: É comum que confunda-se um sujeito simples no plural com um sujeito composto. O fato de o núcleo estar no plural não o faz ser "mais que um". Exemplos:
  • Carros poluem a atmosfera.
No exemplo acima, carro não deve ser interpretado como mais de um núcleo (mais de um carro, carro e carro), ele é apenas uma palavra principal (ou expressão), portanto um só núcleo.
  • Oculto (ou elíptico): quando o sujeito não foi deixado explícito (está implícito), mas pode ser deduzido a partir do contexto (observa-se o verbo), por isso, também chamado de sujeito determinado implícito na desinência verbal.
Viajaste anteontem. → o verbo viajaste está conjugado na 2ª pessoa do singular (tu), este é o sujeito oculto.
Eu sou inteligente / e sou sensato. (a barra está a dividir as duas orações) → o sujeito da primeira oração está explícito, e o segundo pode ser deduzido a partir do verbo sou (o sujeito é eu).
  • Indeterminado: quando o agente da ação verbal não é indicado
Roubaram um ladrão. [Não sabe-se quem o roubou]
Almoça-se bem no porão.
Observações: Sujeito indeterminado e oculto são classificações distintas; não devem ser confundidas, pois.
Portanto, quando através do contexto da oração é possível identificar que existe um sujeito, porém não se pode identificar quem é esse sujeito, nem quantos são, o sujeito chama-se indeterminado.

Indeterminação

Existem três formas de indicar-se a indeterminação do sujeito.

  1. Quando o verbo é utilizado na 3ª pessoa do plural (eles), não havendo indicação a nenhum agente que tenha sido citado em orações anteriores
Em casa olhavam-no [ele] com rancor.
  1. Com verbo ativo na 3ª pessoa do singular, junto à partícula indeterminativa se
Em Roraima vive-se com saúde.
  1. com o verbo no infinitivo impessoal
É bom ler um livro sobre a cultura do povo amazónio/amazônio.
Observações: Nem sempre a construção de verbo na 3ª pessoa mais se resulta em sujeito indeterminado. O pronome "se" é partícula indeterminativa se for colocado após verbos intransitivo, verbos de ligação, verbos transitivos indiretos. Caso haja a construção de verbo transitivo direto mais "se", neste caso o se é partícula apassivadora e a oração passa a ter um sujeito paciente e a voz verbal passiva sintética. Ex.: Vende-se esta casa.

Classificação quanto a voz verbal

O sujeito ainda pode ser classificado de acordo a voz verbal:

  • Sujeito Agente: aquele que pratica a ação verbal (voz ativa).
O carpinteiro serra a madeira.
  • Sujeito Paciente: aquele que sofre a ação verbal (voz passiva).
A madeira é serrada pelo carpinteiro.
  • Sujeito Agente e Paciente: aquele que pratica e ao mesmo tempo sofre a ação verbal (voz reflexiva).
O menino se machucou com a faca.
Observações:
  • Quando o predicado é nominal, não existe voz verbal já que o predicado nominal não indica uma ação; assim, o sujeito de um predicado nominal não pode ser classificado como agente ou paciente.
  • Embora seja mais comum que o sujeito venha antes do predicado, em algumas orações ele acaba por vir após o verbo.

Orações sem sujeito

Existem palavras com uma estrutura que contam somente com o predicado, sem sujeito. Possuem verbos impessoais, na 3ª pessoa do singular e o verbo não é atribuído a nenhum ser.

A estas palavras é atribuída a classificação de orações sem sujeito (O.S.S.).

Nelas, o verbo impessoal substitui o sujeito, fazendo com que a frase tenha sentido completo apenas com o predicado. São verbos impessoais:

  • fazer, passar, estar e ser, numa referência ao tempo
Era a hora do jantar.
Fazia calor de matar.
  • fenômenos meteorológicos: chover, gear, amanhecer, ventar etc
Nevou forte.
Amanheceu tarde.
Observações: Quando usados de forma figurada, passam a ter sujeito:
  • (Ele) Trovejava de raiva.
  • Amanheci. Enchi-me de luz.
  • haver quando empregado nos sentidos de existir, realizar-se, acontecer, decorrer
Houve algo de anormal?
Onde houvesse festas e danças, ali se achava ele.

Sujeito no complemento verbal

Há frases que podem ter mais de um sujeito. Acontece quando há mais de um verbo, e um desses faz parte do complemento verbal (sublinhado o complemento):

Nós fizemos o preço da mercadoria encarecer. - Quem fez? Nós. Quem encareceu? o preço da mercadoria.
Eu deixei você ficar em paz. - Quem deixou? Eu. Quem ficou? você.