Logística/Gestão de desperdícios e rejeitados/Sistemas de tratamento e destino final/Aterros sanitários: diferenças entre revisões

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Segundo Lobato Faria et al. (Cit. por [[Logística/Referências#refbMartinho|Martinho et al., 2000, p. 189]]) define aterro sanitário (AS) como um tipo de confinamento no solo que, onde os resíduos são colocados ordenadamente e resguardado com terra, ou outro material semelhante; onde há controlo de gases produzidos e de águas lixiviantes; e onde existe monitorização, durante as operações e após o encerramento, do impacte ambiental.
Segundo Lobato Faria et al. (Cit. por [[Logística/Referências#refbMartinho|Martinho et al., 2000, p. 189]]) define aterro sanitário (AS) como um tipo de confinamento no solo que, onde os resíduos são colocados ordenadamente e resguardado com terra, ou outro material semelhante; onde há controlo de gases produzidos e de águas lixiviantes; e onde existe monitorização, durante as operações e após o encerramento, do impacte ambiental.
Para classificar um lugar como AS, é necessário ter condições técnicas , tais como: vedação total; impermeabilização dos taludes e fundo; drenagem, recolha, tratamento e posterior rejeição de águas lixiviantes; drenagem de biogás; cobertura diária de resíduos; plano de monitorização durante as fases de operação e pós-encerramento; plano de recuperação pós-encerramento. Assim, de acordo com Lobato Faria et al., não existia no Continente em 1994, nenhum sistema de deposição no solo classificado como AS ([[Logística/Referências#refbMartinho|Martinho et al., 2000, p. 189-190]]).
Para classificar um lugar como AS, é necessário ter condições técnicas , tais como: vedação total; impermeabilização dos taludes e fundo; drenagem, recolha, tratamento e posterior rejeição de águas lixiviantes; drenagem de biogás; cobertura diária de resíduos; plano de monitorização durante as fases de operação e pós-encerramento; plano de recuperação pós-encerramento. Assim, de acordo com Lobato Faria et al., não existia no Continente em 1994, nenhum sistema de deposição no solo classificado como AS ([[Logística/Referências#refbMartinho|Martinho et al., 2000, p. 189-190]]).
Segundo a Comissão Europeia (Cit. por [[Logística/Referências#refbWilliams|Williams, 2005, p. 170]]) em alguns países europeus, os aterros sanitários são a via dominante para a eliminação de resíduos. Países como Portugal, segundo a Eunomia (Cit. por [[Logística/Referências#refbWilliams|Williams, 2005, p. 171]]) tendem a diminuir o número de AS de grandes dimensões, devido ao aumento dos custos de deposição, impostos pela Directiva da CE de Aterros Sanitários ou ''EC Waste Landfill Directive''. Contudo, segundo a Comissão Europeia, Agência Europeia do Ambiente e DEFRA (Cit. por [[Logística/Referências#refbWilliams|Williams, 2005, p. 172]]) para resíduos como perigosos ou industriais, os AS são importantes, se não uma via dominante de eliminação.
Segundo a Comissão Europeia (Cit. por [[Logística/Referências#refbWilliams|Williams, 2005, p. 171]]) em alguns países europeus, os aterros sanitários são a via dominante para a eliminação de resíduos. Países como Portugal, segundo a Eunomia (Cit. por [[Logística/Referências#refbWilliams|Williams, 2005, p. 171]]) tendem a diminuir o número de AS de grandes dimensões, devido ao aumento dos custos de deposição, impostos pela Directiva da CE de Aterros Sanitários ou ''EC Waste Landfill Directive''. Contudo, segundo a Comissão Europeia, Agência Europeia do Ambiente e DEFRA (Cit. por [[Logística/Referências#refbWilliams|Williams, 2005, p. 172]]) para resíduos como perigosos ou industriais, os AS são importantes, se não uma via dominante de eliminação.





Revisão das 16h01min de 12 de maio de 2010

<< Análise do ciclo de vida de materiais recicláveis Sistemas de tratamento e destino final Incineração >>


Segundo Lobato Faria et al. (Cit. por Martinho et al., 2000, p. 189) define aterro sanitário (AS) como um tipo de confinamento no solo que, onde os resíduos são colocados ordenadamente e resguardado com terra, ou outro material semelhante; onde há controlo de gases produzidos e de águas lixiviantes; e onde existe monitorização, durante as operações e após o encerramento, do impacte ambiental. Para classificar um lugar como AS, é necessário ter condições técnicas , tais como: vedação total; impermeabilização dos taludes e fundo; drenagem, recolha, tratamento e posterior rejeição de águas lixiviantes; drenagem de biogás; cobertura diária de resíduos; plano de monitorização durante as fases de operação e pós-encerramento; plano de recuperação pós-encerramento. Assim, de acordo com Lobato Faria et al., não existia no Continente em 1994, nenhum sistema de deposição no solo classificado como AS (Martinho et al., 2000, p. 189-190). Segundo a Comissão Europeia (Cit. por Williams, 2005, p. 171) em alguns países europeus, os aterros sanitários são a via dominante para a eliminação de resíduos. Países como Portugal, segundo a Eunomia (Cit. por Williams, 2005, p. 171) tendem a diminuir o número de AS de grandes dimensões, devido ao aumento dos custos de deposição, impostos pela Directiva da CE de Aterros Sanitários ou EC Waste Landfill Directive. Contudo, segundo a Comissão Europeia, Agência Europeia do Ambiente e DEFRA (Cit. por Williams, 2005, p. 172) para resíduos como perigosos ou industriais, os AS são importantes, se não uma via dominante de eliminação.


Tipos e classificações de aterros sanitários

Os aterros sanitários são classificados tendo em conta a dimensão, topografia, tipos de resíduos que são depositados e tecnologia de exploração (Martinho et al., 2000, p. 194)


  • Dimensão

Segundo Lobato Faria et al. (Cit. por Martinho et al., 2000, p. 195) é considerado um grande aterro, aquele em que pode ser depositado, durante a sua vida útil, 25000 toneladas.


  • Características dos resíduos a depositar

De acordo com a 4ª Directiva 99/31/CE do Conselho (Cit. por Martinho et al., 2000, p. 195) relacionada à deposição de resíduos em aterros, existem duas classificações possíveis para os aterros. A primeira consiste em aterros para resíduos inertes, aterros para resíduos não perigosos e aterros para resíduos perigosos. A segunda consiste em mono-aterros (aterros que admitem apenas um tipo de resíduo aproximadamente homogéneo, como a titulo de exemplo, as cinzas das incineradoras) e em aterros de co-deposição (aterros que admitem dois ou mais tipos de resíduos, a titulo de exemplo, resíduos urbanos e resíduos industriais não perigosos)


  • Topografia

De acordo com este critério, são considerados três tipos de aterros, os aterros em trincheiras, aterro em depressão e o aterro em extensão. Esta distinção é feita devido à topografia do confinamento, à planimetria e à altimetria. Os aterros em depressão podem localizar-se em depressões artificiais, isto é, feitas pelo Homem (como por exemplo, antigas pedreiras), ou em depressões naturais (como por exemplo, vales). Devido a ser feito em depressões, leva à redução dos custos em escavações e movimentação de terras e ao reaproveitamento de antigos locais. No entanto, normalmente, há um aumento de custos em transporte pois não existe disponibilidade de material de cobertura no local. Os aterros em extensão (ou em superfície), são recomendados na existência de lençóis freáticos muito à superfície, ou outros factores geológicos que impossibilitam a escavação. Contudo, este tipo de aterro é desvantajoso no transporte de material de cobertura e na dispersão de resíduos leves devido ao vento. Os aterros em trincheira, são localizados em áreas planas ou de declive pouco acentuado, onde os lençóis freáticos são suficientemente profundos para possibilitar as escavações. Este tipo de aterros leva a uma menor dispersão de resíduos de menor dimensão pelo vento e de não ser necessário alterar o nível do terreno. Contudo, é desvantajoso devido à limitação de terreno destinado ao trabalho e à diminuição da área de deposição disponível devido à colocação de paredes de suporte entre as trincheiras (Martinho et al., 2000, p. 195-197).


  • Tecnologia física da exploração

Neste campo, são considerados os aterros convencionais e os aterros com triagem a montante e os aterros com compactação prévia dos resíduos. Com métodos de operações análogos, excepto no processamento prévio dos resíduos antes da sua deposição. Nos AS com compactação prévia dos resíduos, há a introdução de um sistema denominado sistema de enfardamento de resíduos a montante da descarga, que compacta o granel em fardos. Este sistema permite, segundo Cabeças (Cit. por Martinho et al., 2000, p. 198), diminuição do volume ocupado no aterro (cerca de 48% do que num aterro normal), diminuição do volume da cobertura feito pela terra previamente retirada do local (cerca de 25%), diminui a mão-de-obra e o consumo de combustível, reduz os lixiviados do aterro, reduz o odor na área envolvente e a dispersão dos resíduos leves pelo vento e ainda dispensa equipamento como o compactador (Martinho et al., 2000, p. 197-198).


Localização e Concepção

  • Componente omnipresente no tratamento de resíduos


O dimensionamento de um aterro sanitário é algo bastante importante, pois temos de ter em conta factores de ordem estrutural, económica, social, sanitária, técnica e ambiental. Dentro das várias opções de valorização e tratamento dos resíduos, os aterros sanitários vão ser sempre uma alternativa e também uma componente ubiquista para a deposição e para os processos de tratamento de resíduos sólidos urbanos. Assim, tornasse evidente que os aterros vão sempre ter um lugar consistente numa cadeia de gestão de um sistema integrado de resíduos, quer como método de tratamento, eliminação, de destino final ou de confinamento. Assim, segundo a Portaria 15/96 Levy et al., 2006, p. 169 define-se tratamento por processos físicos, químicos, biológicos, manuais ou mecânicos, que modificam as características dos resíduos, com a finalidade de reduzir o seu volume ou perigosidade, bem como a facilitar a sua movimentação, valorização ou eliminação. E define-se eliminação pelo conjunto de operações que procuram dar um destino final adequado aos resíduos. Assim conclui-se que um AS satisfaz tais condições pois garante a degradação dos resíduos através de reacções físico-químicas e como solução de destino final, permite a junção de massas residuais definitivamente, compactadas e estabilizadas, de forma a modelar o terreno que lhe serve de base, com um enquadramento paisagístico e ao uso seguro da área após o seu encerramento (Levy et al., 2006, p. 168-169).


  • Selecção de Locais


Os AS são estruturas ambientais que precisam de intervenção de um conjunto alargado de diferentes especialidades , quer na fase de selecção, quer na fase de concepção, construção, operação e monitorização. Pretende-se garantir o funcionamento desta infra-estrutura sanitária, sem alterar as condições do quadro ambiental de referência. Para encontrar a melhor localização para um aterro sanitário, procurasse conjugar a dimensão da região e a população a servir, capacidade dos terrenos passíveis de serem utilizados, os dados de base e a perspectiva de evolução e, ainda as medidas atenuantes a implementar. É importante definir o que é o geocentro, pois este é encontrado através de modelos matemáticos para se iniciar a procura dos lugares para a implementação de um aterro sanitário, utiliz ando dados relativos ao ano de arranque. Geocentro é o ponto que define o local de centro de gravidade que faz tirar maior partido entre as distâncias percorridas e os pontos de recolha e deposição final. Tendo em conta dados como a população, os aglomerados com mais de 500 habitantes e a localização da sede de cada concelho, as coordenadas do geocentro são dadas pelas seguintes expressões:



Onde: Pi, corresponde à população ou produção de resíduos em cada aglomerado populacional considerado; Xg e Yg, representam as coordenadas do geocentro de produção do universo em causa (concelhos); Xi e Yi, representam as coordenadas dos centros de produção considerados de cada um dos concelhos.

Seguidamente, toma-se este ponto como o centro de sucessivos anéis concêntricos com raios de 10,0 Km traçados sequencialmente, em macro escalas. Posteriormente elimina-se os locais que possuem restrições de implantação e marca-se nos espaços abertos as quadriculas representativas da área calculada para o aterro. As restrições a ter em conta são: restrições legais e institucionais, factores de aptidão do terreno, factores de impacto ambiental (local e extra-local) e factores de ordem sociológica. Com esta análise pormenorizada sobre os locais seleccionados, avalia-se de seguida, as medidas atenuantes a desenvolver, os factores de ordem estratégica de nível Regional local e os objectivos da Política Nacional e Comunitária (Levy et al., 2006, p. 169-172).


  • Concepção

A figura 1 representa o conjunto de factores determinantes e etapas sequenciais importantes, ligadas à concepção de um AS, pois marca as opções e decisões a tomar no projecto a nível global.

(Figura1)

Para o dimensionamento de um AS, devem ser considerados os seguintes dados de base: produção de resíduos, volume de resíduos, universo populacional a servir (estudo demográfico), plano de aproveitamento do terreno, horizonte do projecto, área necessária para a deposição dos resíduos sólidos urbanos (Levy et al., 2006, p. 173-178).