Santos católicos/Biografias: diferenças entre revisões

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SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA: foi um frade franciscano espanhol que viveu no século XVI. Nasceu em Alcântara, na Extremadura espanhola. Estudou Direito na Universidade de Salamanca, mas abandonou os estudos para ingressar na vida religiosa. Fundou muitos mosteiros em Portugal. Era o santo padroeiro do Brasil na época imperial, mas a semelhança de seu nome com o nome dos imperadores brasileiros fez com que fosse esquecido, após a proclamação da república brasileira, em 1889.<ref>http://leopoldina-flores.blogspot.com/2009/09/o-santo-padroeiro-do-brasil-imperio.html</ref>
SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA: foi um frade franciscano espanhol que viveu no século XVI. Nasceu em Alcântara, na Extremadura espanhola. Estudou Direito na Universidade de Salamanca, mas abandonou os estudos para ingressar na vida religiosa. Fundou muitos mosteiros em Portugal. Era o santo padroeiro do Brasil na época imperial, mas a semelhança de seu nome com o nome dos imperadores brasileiros fez com que fosse esquecido, após a proclamação da república brasileira, em 1889.<ref>http://leopoldina-flores.blogspot.com/2009/09/o-santo-padroeiro-do-brasil-imperio.html</ref>
[[File:Catedral petropolis.jpg|center|200px|thumb|Catedral de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis, no Brasil]]
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[[File:StPeterAlcantara-b.jpg|center|200px|thumb|Estátua de São Pedro de Alcântara no Vaticano]]
SÃO SEBASTIÃO: nascido em Milão, era um capitão do exército romano na época do imperador Diocleciano. Denunciado por ser cristão, foi amarrado a um tronco de árvore e teve seu corpo flechado, mas sobreviveu. Foi então açoitado até a morte e jogado no esgoto, no ano de 284.<ref>ALVES, J. B. ''Os Santos de Cada Dia''. 7ª edição. São Paulo: Edições Paulinas, 1990. pp.44-45</ref>
SÃO SEBASTIÃO: nascido em Milão, era um capitão do exército romano na época do imperador Diocleciano. Denunciado por ser cristão, foi amarrado a um tronco de árvore e teve seu corpo flechado, mas sobreviveu. Foi então açoitado até a morte e jogado no esgoto, no ano de 284.<ref>ALVES, J. B. ''Os Santos de Cada Dia''. 7ª edição. São Paulo: Edições Paulinas, 1990. pp.44-45</ref>



Revisão das 02h16min de 30 de janeiro de 2010

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FREI GALVÃO: oficialmente é conhecido como Santo Antônio de Sant'Ana Galvão. Nasceu em Guaratinguetá, São Paulo, Brasil, em 1739. Pertencia a uma família rica, e era parente do célebre bandeirante paulista Fernão Dias Paes, o Caçador de Esmeraldas. Para se aperfeiçoar nos estudos, foi mandado por seu pai para o colégio jesuíta em Cachoeira, na Capitania da Bahia, chamado Colégio de Belém. Seu desejo era tornar-se padre jesuíta, mas, com a expulsão dos jesuítas efetuada pelo Marquês de Pombal, Frei Galvão acabou por abandonar o Colégio de Belém e transferir-se para o Convento Franciscano de São Boaventura de Macacu, em Itaboraí, Capitania do Rio de Janeiro. Foi aí que ele trocou o nome natal Antônio Galvão de França pelo de Antônio de Sant'Ana Galvão, para homenagear a santa de devoção da família. Em 1761 ingressou na Ordem Franciscana, e no ano seguinte ordenou-se sacerdote na Igreja de Santo Antônio do Largo da Carioca, na cidade do Rio de Janeiro. Finalizou os estudos no Convento de São Francisco, na cidade de São Paulo. Lá, travou contato com Irmã Helena Maria do Espírito Santo, que pertencia ao Recolhimento de Santa Teresa. Ela contou-lhe ter tido visões em que Jesus ordenava a construção de um novo recolhimento. Acreditando na veracidade das visões, Frei Galvão tomou a iniciativa da construção do recolhimento, do qual foi arquiteto, mestre de obras e pedreiro. O recolhimento foi inaugurado em 1774, com o nome de Recolhimento da Luz.

Em sua vida, foram relatados muitos fenômenos místicos, como êxtases, levitação e bilocação (estar em mais de um lugar ao mesmo tempo). Para curar algumas pessoas doentes, Frei Galvão escrevia num papel a frase em latim Post partum Virgo Inviolata permansisti: Dei Genitrix intercede pro nobis (que em português significa Após o parto, permaneceste Virgem Inviolável: intercedei por nós, Mãe de Deus), enrolava o papel no formato de uma pílula e pedia para a pessoa engoli-lo. Ensinou as irmãs do Recolhimento da Luz a confeccionar esta pílula, e estas a seguem fazendo até hoje. Faleceu em 1822 e foi sepultado no Recolhimento da Luz. Seu túmulo desde então é ponto de peregrinação.

Após sua canonização em 2007 tornou-se o primeiro santo católico nascido no Brasil. É venerado no dia 25 de outubro. [1]

Frei Galvão

NOSSA SENHORA APARECIDA: a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada no Rio Paraíba do Sul por pescadores, em 1717. Primeiro os pescadores colheram na rede o corpo sem cabeça de uma imagem negra de Nossa Senhora da Conceição. Em seguida, foi colhida das águas a cabeça da imagem. E, após os achados, a pesca que antes estava difícil passou a ser generosa. A imagem foi guardada na casa de um dos pescadores, Filipe Pedroso, e as pessoas passaram a utilizá-la em suas orações. Começaram a acontecer os primeiros milagres, como velas que se acendiam e se apagavam sozinhas, e o número de pessoas que vinham ver a imagem cresceu. Para abrigar o crescente número de visitantes, foi construído primeiro um oratório, depois uma capela em 1745, a basílica velha em 1834, e finalmente a atual basílica em 1980, que foi consagrada pelo papa João Paulo II.

Desde 1929, é oficialmente a padroeira do Brasil. Seu dia é o 12 de outubro, quando a cidade de Aparecida do Norte, no estado brasileiro de São Paulo, se enche de romeiros vindos do país inteiro. [2]

Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida do Norte, São Paulo, Brasil
Imagem de Nossa Senhora Aparecida

NOSSA SENHORA DA GLÓRIA: este título de Maria corresponde ao momento em que ela é recebida gloriosamente no Céu, após sua morte, e passa a reinar sobre o Céu e a Terra. Sua festa é no dia 15 de agosto.[3]

Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, no Rio de Janeiro, Brasil
Catedral de Nossa Senhora da Glória, em Maringá, Paraná, Brasil

NOSSA SENHORA DAS DORES: também chamada Nossa Senhora da Piedade, da Soledade, das Angústias, das Lágrimas, das Sete Dores, do Calvário ou do Pranto. O nome refere-se às sete dores sofridas por Maria e descritas nos Evangelhos. Algumas estátuas de N. S. das Dores apresentam uma ou mais espadas perfurando seu peito, o que é uma referência à primeira de suas dores, quando Simeão prediz que uma espada traspassará sua alma (Lc 2,35). Outras estátuas apresentam Maria chorando aos pés de Jesus na cruz, ou segurando o corpo de Jesus nos braços após a crucificação.

Seu dia é o 15 de setembro. É a padroeira da Eslováquia, do Mississipi, de Juazeiro do Norte, de Limeira e de outras cidades. [4]

Nossa Senhora das Dores, em estátua do escultor brasileiro Aleijadinho, do séc. XVIII

NOSSA SENHORA DE GUADALUPE: corresponde a uma estampa de Nossa Senhora que é venerada nas proximidades da Cidade do México e que acredita-se ter tido uma origem milagrosa. Segundo a lenda, em 1531 um índio asteca recém-convertido ao catolicismo, chamado Juan Diego, testemunhou uma aparição de Nossa Senhora em um local chamado Tepeyac, a noroeste da Cidade do México. Nossa Senhora teria lhe dito para comunicar ao bispo que desejava que uma igreja fosse construída naquele local em sua homenagem. O bispo não acreditou em Juan Diego e exigiu uma prova da aparição. Juan Diego então se encontrou novamente com Nossa Senhora, no mesmo local anterior, e esta lhe pediu que colhesse flores num terreno próximo. Mesmo não sendo a época das flores, Juan Diego conseguiu encontrar muitas flores no local indicado por Nossa Senhora e as levou ao bispo enroladas em seu manto. Ao abrir o manto diante do bispo, as flores se derramaram no chão, revelando que uma imagem de Nossa Senhora havia surgido miraculosamente estampada no manto. O bispo finalmente acreditou no relato de Juan Diego e mandou erigir uma igreja no local indicado para guardar o manto estampado. Por problemas estruturais na igreja, o manto passou a ser guardado em uma basílica nova construída entre 1974 e 1976. A basílica de Nossa Senhora de Guadalupe é atualmente o segundo santuário católico mais visitado, somente perdendo para a Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Altar e imagem de Nossa Senhora na Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, na Cidade do México

Nossa Senhora de Guadalupe é a padroeira da Cidade do México, do México e da América Latina. Seu dia é o 12 de dezembro.

O seu nome, porém, deriva de uma imagem de Nossa Senhora que se localiza na cidade de Guadalupe, na Extremadura, na Espanha. Tal imagem de madeira foi doada, em 580, pelo papa São Gregório Magno ao bispo de Sevilha. Em 711, na invasão muçulmana, a imagem foi escondida pelos cristãos. Ela somente veio a ser reencontrada pelo pastor Gil Cordero, que, guiado por uma aparição de Nossa Senhora, reencontrou a imagem em 1326.[5]

Mosteiro de Guadalupe, na Espanha, que abriga a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe

NOSSA SENHORA DE MONTSERRAT: Montserrat (Monte Serrado, em português) é o nome de uma cadeia de montanhas sagrada na região espanhola da Catalunha. Segundo a lenda, em 880 um grupo de pastores viu uma luz que irradiava de Montserrat. Se aproximando da fonte da luz, eles perceberam que a luz vinha de uma caverna, e dentro dessa caverna descobriram a imagem de Nossa Senhora de Montserrat. O bispo assim que soube da estátua ordenou que a trouxessem, porém ela era incrivelmente pesada, o que o bispo interpretou como um sinal de que a imagem devia permanecer no local, construindo então uma ermida para abrigá-la. Porém a imagem atual, que é guardada no mosteiro de mesmo nome nas encostas de Montserrat, foi confeccionada no século XII em madeira, e mostra Maria segurando um globo terrestre, e Jesus segurando uma pinha e saudando as pessoas com uma mão aberta. A imagem apresenta mãos e rostos negros devido à fumaça das velas dos fiéis ao longo dos séculos, motivo pela qual é apelidada de La Moreneta, ou seja, A Morena.

A Mãe de Deus de Montserrat, como é chamada, foi declarada padroeira da Catalunha pelo Papa Leão XIII em 1881. Ela também é a padroeira oficial da cidade brasileira de Santos. Seu dia é o 27 de abril.

Nossa Senhora de Montserrat

NOSSA SENHORA DO PILAR: segundo a lenda, São Tiago Maior, enquanto pregava o Evangelho em Saragoça, na Hispania romana, presenciou uma aparição de Maria, mãe de Jesus, que na época ainda vivia na Terra Santa. Maria teria aparecido a São Tiago Maior e seus companheiros em cima de um pilar, pedindo que aí se construisse uma igreja. Tal igreja corresponde à atual Basílica de Nossa Senhora do Pilar, em Saragoça, na Espanha.

Basílica de Nossa Senhora do Pilar, em Saragoça, Espanha

SANTA EULÁLIA DE BARCELONA: Eulália foi uma jovem cristã que viveu na cidade espanhola de Barcelona, durante a dominação romana. Forçada pelas autoridades romanas a renegar sua fé e a oferecer sacrifícios aos deuses romanos, Eulália se negou. Como punição, as autoridas romanas determinaram que ela fosse exposta nua em praça pública. Mas, miraculosamente, uma súbita nevasca fora de época (pois já era primavera) fez com que seu corpo nu fosse coberto pela neve. As autoridades romanas decidiram então colocá-la dentro de um barril com vidro quebrado e cravos e jogar o barril encosta abaixo. É a padroeira da cidade espanhola de Barcelona.

Baixada de Santa Eulália, rua de Barcelona onde teria ocorrido o martírio da santa
Catedral de Barcelona, dedicada a Santa Eulália

SANTA TERESA D´ÁVILA: foi uma religiosa espanhola que viveu no século XVI. Desde a infância era atraída pela vida religiosa, e tentou fugir para a África para sofrer o martírio nas mãos dos muçulmanos e alcançar o Céu, mas foi pega por parentes nas vizinhanças de sua casa. Já adulta, ingressou na vida religiosa como freira, mas achou o regime no convento muito leve e fundou um novo convento, com disciplina mais rigorosa. Prosseguiu fundando conventos e escrevendo livros sobre suas experiências até a morte, em 1582, na cidade de Alba de Tormes.

Seu dia é o 15 de outubro.[6]

O Êxtase de Santa Teresa, estátua de Bernini do séc. XVII

SANTO ESTANISLAU: nasceu em Cracóvia, Polônia, em 1030. De origem humilde, foi educado pelos monges beneditinos, primeiro em Cracóvia, depois em Liège, na Bélgica. Ascendeu na hierarquia eclesiástica até o posto de bispo de Cracóvia. Por condenar a corrupção de costumes em sua sociedade, e em especial o sequestro de uma mulher casada por parte de seu amigo rei Boleslau, acabou assassinado por este em plena missa, em 1097.

Seu dia é o 11 de abril.[7]

Santo Estanislau

SANTO INÁCIO DE LOYOLA: era um militar espanhol de conduta desregrada, até que um grave ferimento em uma batalha o deixou preso a uma cama durante meses. Durante esse período, Inácio começou a se interessar pela religião cristã e decidiu se tornar um pregador religioso. Fundou a Companhia de Jesus, organização que foi utilizada pela Igreja Católica na propagação do Cristianismo nos novos territórios abertos para os europeus pelas Grandes Navegações a partir do século XV (América, Ásia e África).

Imagem de Santo Inácio de Loyola na igreja da anunciação, em Sevilha, Espanha

SÃO BARNABÉ: era um levita natural da ilha de Chipre. Foi um dos primeiros pregadores cristãos, junto com São Paulo, e percorreu todo o Mediterrâneo oriental em pregação. Seu dia consagrado é o 11 de junho.[8]

Estátua de São Barnabé na fachada do Templo da Sagrada Família, em Barcelona

SÃO BENTO DE NÚRSIA: nascido em Núrsia, Itália, por volta do ano 480. Era filho de um nobre romano, e foi estudar em Roma. Porém o clima libertino da cidade não o agradou e o fez fugir para o Monte Subíaco, onde se dedicou à oração e à penitência. Com o tempo, ficou famoso entre a população do lugar como santo, e foi convidado a dirigir uma comunidade monástica em Vicovaro. Porém seu regime de vida severo desagradou aos monges, que tramaram envenená-lo. Ao abençoar o pão envenenado, no entanto, a vasilha que o continha se partiu misteriosamente. Acrescenta a tradição que São Bento em seguida ordenou a um corvo que levasse o pão envenenado a um lugar onde ninguém o pudesse comer. São Bento retornou então a Subíaco. Mais tarde, fundou o famoso mosteiro de Montecassino, e escreveu a famosa Regra de São Bento, que se tornou o regulamento básico de diversos mosteiros. Morreu em 547. Seus restos mortais estão na cripta da Abadia de Saint-Benoît-Sur-Loire, próximo a Orleans, no centro da França.

São Bento é o patrono da Europa e da Alemanha, e seu dia de festa é o 11 de julho.[9]

Abadia de Montecassino, na Itália

SÃO JOÃO BATISTA: o filho de Isabel, prima de Maria, mãe de Jesus. Chamou os judeus ao arrependimento através do batismo no Rio Jordão, preparando espiritualmente o terreno para a pregação de Jesus. Vivia no Deserto da Judeia, vestido com pele de camelo e alimentando-se de gafanhotos e mel silvestre. Foi morto por decapitação na prisão do Rei Herodes, por denunciar publicamente o adultério do rei.

O dia em que se comemora seu nascimento, 24 de junho, é motivo de festa em vários países. Na Catalunha espanhola, por exemplo, se celebra a Revetlla de San Joan na sua véspera, com fogos de artifício, fogueiras, muita cava (vinho espumante espanhol) e coca (bolo típico catalão) com pinhões e frutas cristalizadas. No Brasil, sua festa se integra nas chamadas Festas Juninas, junto com as de São Pedro e Santo Antônio, e é celebrada com fogueiras, música, comida (vinho quente, quentão, canjica) e roupas típicas.[10]

É o santo padroeiro de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, no Brasil.

São João Batista, em pintura de Ticiano

SÃO JOAQUIM E SANTA ANA: segundo uma tradição cristã do século II, os pais de Maria, mãe de Jesus, se chamavam Joaquim e Ana. Segundo uma lenda medieval, Joaquim e Ana eram estéreis, e só conseguiram conceber Maria após Joaquim passar 40 dias orando em jejum no deserto, após os quais um anjo lhe apareceu e lhe revelou que o casal iria ter um filho. O dia de comemoração de ambos é 26 de julho.

Estátua de Santa Ana em Makó, Hungria

SÃO JORGE: nascido em Lida, na Palestina, ou então nascido na Capadócia, atual Turquia. Existem dúvidas a respeito, porém é certo que ele foi um oficial do exército romano, e ousou criticar o imperador Diocleciano pela perseguição que este movia contra os cristãos. Ao se proclamar ele próprio cristão, Jorge foi submetido a diversas torturas, tendo afinal morrido por degolação na cidade de Nicomédia, em atual território turco, em 303. Posteriormente, com a adoção do Cristianismo como religião oficial do Império Romano, o imperador Constantino recuperou a memória de Jorge, e transladou seus restos mortais para a cidade de Lida, na Palestina, onde o santo havia passado a juventude. Sua tumba permanece lá até hoje.

Na Idade Média europeia, surgiu a lenda de São Jorge como um cavaleiro que luta contra um dragão e o mata, libertando assim uma cidade e desposando a princesa como recompensa. Simbolicamente, o dragão significa neste caso o pecado, que é vencido por São Jorge.

No Brasil, surgiu o mito de que as manchas na superfície lunar têm o formato de São Jorge lutando contra o dragão, o que motivou a música do cantor Caetano Veloso intitulada Lua de São Jorge.

Dizem que o telhado da célebre Casa Batlló, em Barcelona, tem o formato de São Jorge lutando com a lança contra o dragão.

Casa Batlló: as telhas teriam o formato das escamas do dragão, e a torre seria a lança de São Jorge

É o padroeiro da Inglaterra, Geórgia, Lituânia, Catalunha, Moscou e do time brasileiro de futebol do Corinthians. Seu dia de festa é o 23 de abril, que é comemorado de uma forma diferente na Catalunha espanhola: os homens dão de presente às mães, esposas e namoradas uma rosa vermelha, em lembrança ao sangue derramado no martírio de São Jorge.

SÃO JOSÉ: casou-se com Maria, mesmo sabendo que ela esperava um filho que não era seu. José, Maria e Jesus formaram a chamada Sagrada Família. O dia de São José é o 19 de março.[11]

Templo Expiatório da Sagrada Família, em Barcelona, Espanha

SÃO LOURENÇO: morreu em 258, na perseguição aos cristãos promovida pelo imperador romano Valeriano. Morreu queimado sobre uma grelha. A tradição católica diz que o santo conservou seu bom humor mesmo enquanto era executado, dizendo aos que o queimavam: "podem me virar agora, pois este lado já está bem assado".[12]

O monastério espanhol de El Escorial foi projetado inspirado no martírio de São Lourenço: em todo seu desenho se repete o formato quadriculado da grelha de São Lourenço.

Ficheiro:Escorial aerea.jpg
Monastério El Escorial, na Espanha

SÃO PATRÍCIO: conhecido como "o apóstolo da Irlanda". Nasceu provavelmente na Escócia, em 385. Aos 16 anos, foi levado para a Irlanda e vendido como escravo. Seis anos depois, conseguiu fugir para a França, onde se ordenou sacerdote. Retornou para a Irlanda como pregador, em 432. Em 30 anos de trabalho missionário, São Patrício conseguiu a proeza de converter toda a Irlanda pagã ao Cristianismo. Morreu em 461.

Seu dia é o 17 de março.[13]

Interior da Catedral de São Patrício, em Nova Iorque

SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA: foi um frade franciscano espanhol que viveu no século XVI. Nasceu em Alcântara, na Extremadura espanhola. Estudou Direito na Universidade de Salamanca, mas abandonou os estudos para ingressar na vida religiosa. Fundou muitos mosteiros em Portugal. Era o santo padroeiro do Brasil na época imperial, mas a semelhança de seu nome com o nome dos imperadores brasileiros fez com que fosse esquecido, após a proclamação da república brasileira, em 1889.[14]

Catedral de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis, no Brasil
Estátua de São Pedro de Alcântara no Vaticano

SÃO SEBASTIÃO: nascido em Milão, era um capitão do exército romano na época do imperador Diocleciano. Denunciado por ser cristão, foi amarrado a um tronco de árvore e teve seu corpo flechado, mas sobreviveu. Foi então açoitado até a morte e jogado no esgoto, no ano de 284.[15]

Seu dia de comemoração é o 20 de janeiro. É o padroeiro da cidade do Rio de Janeiro. Na batalha decisiva entre portugueses e franceses pela posse da Baía de Guanabara, em 1566, os soldados portugueses julgaram ter visto São Sebastião encorajando-os a lutar contra os inimigos, garantindo assim a vitória portuguesa e o domínio sobre o Rio de Janeiro recém-fundado.

Afresco do séc. XIV retratando São Sebastião, em uma igreja de Magliano, Toscana, Itália
Catedral de São Sebastião, no Rio de Janeiro, Brasil

SÃO TIAGO MAIOR: foi um dos doze apóstolos de Cristo. Era irmão de São João Evangelista, e também era pescador na Galiléia antes de ser chamado para seguir Jesus. Segundo a tradição, após o episódio de Pentecostes os apóstolos se dispersaram pelo mundo para pregar o Evangelho, e São Tiago foi pregar entre os pagãos da Península Ibérica. Não obtendo muito sucesso em sua pregação, São Tiago teria voltado para a Judeia, e sofrido por fim o martírio. Ainda de acordo com a lenda, o corpo de São Tiago teria sido transportado para a região ibérica da Galícia. No século IX, um eremita teria recebido em sonho a revelação sobre a localização do túmulo de São Tiago, o que teria levado à sua descoberta e à construção de uma igreja sobre ele. Tal igreja corresponderia à atual Catedral de Santiago de Compostela, na Galícia, Espanha.

Verdade ou não, o fato é que a peregrinação à Catedral de Santiago de Compostela tornou-se uma das principais do mundo cristão medieval, e continua famosa até hoje. São Tiago Maior é patrono da Espanha, da Nicarágua, da Guatemala, do México, da Colômbia, do Peru e de Cuba. Seu dia é o 25 de julho.

Catedral de Santiago de Compostela, na Espanha

Referências

  1. http://www.casadefreigalvao.com.br/08/
  2. ALVES, J. B. Os Santos de Cada Dia. 7ª edição. São Paulo: Edições Paulinas, 1990.p.576
  3. http://minhaprece.com/n-sra-gloria/histria-da-nossa-senhora-da-glria/
  4. ALVES, J. B. Os Santos de Cada Dia. 7ª edição. São Paulo: Edições Paulinas, 1990.pp.522-523
  5. http://www.sancta.org/moreninha.html
  6. ALVES, J. B. Os Santos de Cada Dia. 7ª edição. São Paulo: Edições Paulinas, 1990.p.582
  7. ALVES, J. B. Os Santos de Cada Dia. 7ª edição. São Paulo: Edições Paulinas, 1990.p.460
  8. ALVES, J. B. Os Santos de Cada Dia. 7ª edição. São Paulo: Edições Paulinas, 1990.p.330
  9. ALVES, J. B. Os Santos de Cada Dia. 7ª edição. São Paulo: Edições Paulinas, 1990.p.390
  10. ALVES, J. B. Os Santos de Cada Dia. 7ª edição. São Paulo: Edições Paulinas, 1990.p.356
  11. ALVES, J. B. Os Santos de Cada Dia. 7ª edição. São Paulo: Edições Paulinas, 1990.p.162
  12. ALVES, J. B. Os Santos de Cada Dia. 7ª edição. São Paulo: Edições Paulinas, 1990. pp.450-451
  13. ALVES, J. B. Os Santos de Cada Dia. 7ª edição. São Paulo: Edições Paulinas, 1990. p.158
  14. http://leopoldina-flores.blogspot.com/2009/09/o-santo-padroeiro-do-brasil-imperio.html
  15. ALVES, J. B. Os Santos de Cada Dia. 7ª edição. São Paulo: Edições Paulinas, 1990. pp.44-45