Charuto/História: diferenças entre revisões

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O charuto no formato que conhecemos hoje foi confeccionado em 1726. Antes disso, consumia-se o tabaco principalmente utilizando-se o cachimbo. Nesse mesmo ano de 1726, Israel Putman levou os primeiros charutos cubanos para os EUA, juntamente com sementes de tabaco cubano. Inicialmente, o charuto era confeccionado em Sevilha, Espanha, a partir de tabaco cultivado em Cuba, porém, a partir de 1821, um decreto do rei espanhol Ferdinando VII permitiu a fabricação de charutos em Cuba. Em 1840, Cuba já era o maior produtor de charutos do mundo. Surgiram as tradicionais marcas Partagas, H. Upmann e Romeo y Julieta. Também foram criadas fábricas de charuto nos EUA, no México, na República Dominicana e na Jamaica.
O charuto no formato que conhecemos hoje foi confeccionado em 1726. Antes disso, consumia-se o tabaco principalmente utilizando-se o cachimbo. Nesse mesmo ano de 1726, Israel Putman levou os primeiros charutos cubanos para os EUA, juntamente com sementes de tabaco cubano. Inicialmente, o charuto era confeccionado em Sevilha, Espanha, a partir de tabaco cultivado em Cuba, porém, a partir de 1821, um decreto do rei espanhol Ferdinando VII permitiu a fabricação de charutos em Cuba. Em 1840, Cuba já era o maior produtor de charutos do mundo. Surgiram as tradicionais marcas Partagas, H. Upmann e Romeo y Julieta. Também foram criadas fábricas de charuto nos EUA, no México, na República Dominicana e na Jamaica.
[[File:Havana cigar factory.jpg|center|150px|thumb|Fábrica dos Charutos Partagas em Havana, Cuba]]
[[Image:Cigar balcony loc 3b25437r.jpg|center|150px|thumb|Propaganda de charuto cubano de 1868]]
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[[File:Jupiter Cigars.jpg|center|150px|thumb|Cartaz americano de charuto em 1868]]
[[File:Jupiter Cigars.jpg|center|150px|thumb|Cartaz americano de charuto em 1868]]

Revisão das 18h04min de 2 de janeiro de 2010

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A origem do charuto é incerta. Concretamente, o mais antigo registro do charuto que existe é um vaso maia do século X, encontrado nas ruínas de Uaxactún, Guatemala, que mostra um indivíduo fumando folhas de tabaco enroladas com um barbante.

Templo das Máscaras, Uaxactún, Guatemala

Com a chegada dos europeus ao continente americano, o charuto ganhou o mundo. Os primeiros europeus a terem contato com ele foram Rodrigo de Jerez e Luiz de Torres, dois marinheiros da esquadra de Colombo que foram por este enviados para explorar a região ao redor da baía de Bariay, ao norte da atual província cubana de Holguín. Quando retornaram de sua excursão, estes relataram terem encontrado "mulheres e homens, com um tição entre as mãos e ervas para tomar a defumação à qual estavam acostumados". Quando regressou a Ayamnte, na Espanha, Jerez levava consigo algumas folhas de tabaco, e mostrou a familiares e amigos como usá-las para fumar. O que lhe custou caro, pois foi acusado de estar possuído pelo demônio, e condenado a anos de prisão. Os índios que habitavam em Cuba nessa época eram os tainos, que chamavam o tabaco de cohiba. Atualmente Cohiba é o nome de uma famosa marca de charutos[1].

Chegada de Colombo às Américas

O tabaco continuou a sofrer muitas perseguições por parte dos governos de países como Pérsia, Rússia, Japão e Turquia. Porém, com a publicação de um estudo científico do alemão Johan Neander sobre os efeitos terapêuticos do tabaco, a situação se reverteu, e o tabaco passou a ser encarado como um remédio para diversos males. A rainha francesa Catarina de Médici, por exemplo, passou a usar o tabaco aspirado sob a forma de pó para curar sua enxaqueca, sob orientação médica. Vale lembrar que o tabaco foi apresentado a ela por Jean Nicot, o embaixador francês em Portugal. Do sobrenome Nicot surgiu denominação científica da planta, Nicotiana.

O charuto no formato que conhecemos hoje foi confeccionado em 1726. Antes disso, consumia-se o tabaco principalmente utilizando-se o cachimbo. Nesse mesmo ano de 1726, Israel Putman levou os primeiros charutos cubanos para os EUA, juntamente com sementes de tabaco cubano. Inicialmente, o charuto era confeccionado em Sevilha, Espanha, a partir de tabaco cultivado em Cuba, porém, a partir de 1821, um decreto do rei espanhol Ferdinando VII permitiu a fabricação de charutos em Cuba. Em 1840, Cuba já era o maior produtor de charutos do mundo. Surgiram as tradicionais marcas Partagas, H. Upmann e Romeo y Julieta. Também foram criadas fábricas de charuto nos EUA, no México, na República Dominicana e na Jamaica.

Fábrica dos Charutos Partagas em Havana, Cuba
Propaganda de charuto cubano de 1868
Cartaz americano de charuto em 1868
Chineses fabricando charutos em San Francisco, EUA, em 1869

Em 1873, o alemão Gerhard Dannemenn funda a mais antiga fábrica de charutos do Brasil.[2]

Reza a lenda que a ordem para o levante que resultou na independência de Cuba da Espanha, em 1898, foi levada dentro de um charuto[3].

Afresco no Palácio Presidencial em Havana, Cuba, retratando a guerra da independência cubana
Loja de charutos em Seattle, EUA, em 1900
Propaganda de charutos em Ilmenau, Alemanha, em 1901
Fábrica de charutos de 1914 em Tampa, Flórida, EUA
Logotipo de 1915 de uma marca americana de charutos
Fabricação de charutos em Porto Rico, em 1942

Em 1959, com a Revolução Cubana, as fábricas de charuto cubanas foram estatizadas e a Cubatabaco (atual Habanos S.A.) foi criada. Muitos mestres na produção de charutos cubanos emigraram para outros países.

Camilo Cienfuegos e Fidel Castro, dois líderes da Revolução Cubana

Em 1962, os EUA, em represália à orientação comunista do governo cubano, decretou o embargo econômico aos produtos cubanos, prejudicando a exportação dos charutos cubanos. Reza a lenda, porém que o presidente norte-americano John F. Kennedy comprou uma boa quantidade de charutos cubanos para seu estoque pessoal, pouco antes de decretar o embargo.[4]

John F. Kennedy fumando um charuto

Mais recentemente, no entanto, diversos estudos científicos começaram a apontar uma relação entre tabaco e doenças como câncer de pulmão, de esôfago, da boca e doenças cardiovasculares como infarto. Como resultado, diversos países aprovaram leis restringindo o fumo em locais públicos.

Placa proibindo o fumo numa enfermaria em Daly City, Califórnia, EUA

Hoje em dia, existem grandes países produtores de fumo para charuto fora do continente americano, como Camarões e Indonésia. Porém os melhores charutos ainda são produzidos a partir de plantas cultivadas na América Central, em países como República Dominicana, Nicarágua e especialmente Cuba, na região de Vuelta Abajo, na província de Pinar del Río.

Plantação de tabaco em Pinar del Río, Cuba
Localização da província cubana de Pinar del Río
Fabricação de charutos em Mianmar
Loja de charutos em Colônia, Alemanha

Referências