Charuto/História: diferenças entre revisões
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A origem do charuto é incerta. |
A origem do charuto é incerta. Concretamente, o mais antigo registro do charuto que existe é um vaso maia do século X, encontrado nas ruínas de Uaxactún, Guatemala, que mostra um indivíduo fumando folhas de tabaco enroladas com um barbante. |
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[[File:TempleOfMasks Uaxactun.JPG|270px|center|thumb|Templo das Máscaras, Uaxactún, Guatemala]] |
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⚫ | Com a chegada dos europeus ao continente americano, o charuto ganhou o mundo. Os primeiros europeus a terem contato com ele foram Rodrigo de Jerez e Luiz de Torres, dois marinheiros da esquadra de Colombo que foram por este enviados para explorar a região ao redor da baía de Bariay, ao norte da atual província cubana de Holguín. Quando retornaram de sua excursão, estes relataram terem encontrado "mulheres e homens, com um tição entre as mãos e ervas para tomar a defumação à qual estavam acostumados". Quando regressou a Ayamnte, na Espanha, Jerez levava consigo algumas folhas de tabaco, e mostrou a familiares e amigos como usá-las para fumar. O que lhe custou caro, pois foi acusado de estar possuído pelo demônio, e condenado a anos de prisão. Os índios que habitavam em Cuba nessa época eram os tainos, que chamavam o tabaco de ''cohiba''. Atualmente Cohiba é o nome de uma famosa marca de charutos<ref>http://www.charutos.com.br/artigos/art_charutos15.htm</ref>. |
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Concretamente, o mais antigo registro do charuto que existe é um vaso maia do século X, encontrado nas ruínas de Uaxactún, Guatemala, que mostra um indivíduo fumando folhas de tabaco enroladas com um barbante. |
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[[Imagem:CopanNSouthCatherwood.jpg|150px|center|thumb|Estela maia]] |
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⚫ | Com a chegada dos europeus ao continente americano, |
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[[Image:Christopher Columbus6.jpg|250px|center|thumb|Chegada de Colombo às Américas]] |
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O tabaco continuou a sofrer muitas perseguições por parte dos governos de países como Pérsia, Rússia, Japão e Turquia. Porém, com a publicação de um estudo científico do alemão Johan Neander sobre os efeitos terapêuticos do tabaco, a situação se reverteu, e o tabaco passou a ser encarado como um remédio para diversos males. A rainha francesa Catarina de Médici, por exemplo, passou a usar o tabaco aspirado sob a forma de pó para curar sua enxaqueca, sob orientação médica. Vale lembrar que o tabaco foi apresentado a ela por Jean Nicot, o embaixador francês em Portugal. Do sobrenome Nicot surgiu denominação científica da planta, ''Nicotiana''. |
O tabaco continuou a sofrer muitas perseguições por parte dos governos de países como Pérsia, Rússia, Japão e Turquia. Porém, com a publicação de um estudo científico do alemão Johan Neander sobre os efeitos terapêuticos do tabaco, a situação se reverteu, e o tabaco passou a ser encarado como um remédio para diversos males. A rainha francesa Catarina de Médici, por exemplo, passou a usar o tabaco aspirado sob a forma de pó para curar sua enxaqueca, sob orientação médica. Vale lembrar que o tabaco foi apresentado a ela por Jean Nicot, o embaixador francês em Portugal. Do sobrenome Nicot surgiu denominação científica da planta, ''Nicotiana''. |
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O charuto no formato que conhecemos hoje foi confeccionado em 1726. Antes disso, consumia-se o tabaco principalmente utilizando-se o cachimbo. Nesse mesmo ano de 1726, Israel Putman levou os primeiros charutos cubanos para os EUA, juntamente com sementes de tabaco cubano. Inicialmente, o charuto era confeccionado em Sevilha, Espanha, a partir de tabaco cultivado em Cuba, porém, a partir de 1821, um decreto do rei espanhol Ferdinando VII permitiu a fabricação de charutos em Cuba. Em 1840, Cuba já era o maior produtor de charutos do mundo. Surgiram as tradicionais marcas Partagas, H. Upmann e Romeo y Julieta. Também foram criadas fábricas de charuto nos EUA, no México, na República Dominicana e na Jamaica. |
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[[Image:Cigar balcony loc 3b25437r.jpg|center|150px|thumb|Propaganda de charuto cubano de 1868]] |
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[[File:Jupiter Cigars.jpg|center|150px|thumb|Cartaz americano de charuto em 1868]] |
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[[File:Chinese Cigar Manufactory in San Francisco b.jpg|center|300px|thumb|Chineses fabricando charutos em San Francisco, EUA, em 1869]] |
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[[File:Seattle Rainier Cigar Co - 1900.jpg|center|200px|thumb|Loja de charutos em Seattle, EUA, em 1900]] |
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[[File:Zigarrenwerbung 1901.jpg|center|150px|thumb|Propaganda de charutos em Ilmenau, Alemanha, em 1901]] |
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[[File:La Flor De Cuesta Rey.png|center|150px|thumb|Logotipo de 1915 de uma marca americana de charutos]] |
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[[File:CigarMakersPR.jpg|center|150px|thumb|Fabricação de charutos em Porto Rico, em 1942]] |
[[File:CigarMakersPR.jpg|center|150px|thumb|Fabricação de charutos em Porto Rico, em 1942]] |
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Em 1959, com a Revolução Cubana, as fábricas de charuto cubanas foram estatizadas e a Cubatabaco (atual Habanos S.A.) foi criada. Muitos mestres na produção de charutos cubanos emigraram para outros países. Em 1962, os EUA, em represália à orientação comunista do governo cubano, decretou o embargo econômico aos produtos cubanos, prejudicando a exportação dos charutos cubanos. Reza a lenda, porém que o presidente norte-americano John Kennedy comprou uma boa quantidade de charutos cubanos para seu estoque pessoal, pouco antes de decretar o embargo econômico a Cuba.<ref>http://www.guantanamera.org.br/charutos.htm</ref> |
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⚫ | Hoje em dia, existem grandes países produtores de fumo para charuto fora do continente americano, como Camarões e Indonésia. Porém os melhores charutos ainda são produzidos a partir de plantas cultivadas na América Central, em países como República Dominicana, Nicarágua e especialmente Cuba, na região de Vuelta Abajo, Pinar del Río. |
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⚫ | Hoje em dia, existem grandes países produtores de fumo para charuto fora do continente americano, como Camarões e Indonésia. Porém os melhores charutos ainda são produzidos a partir de plantas cultivadas na América Central, em países como República Dominicana, Nicarágua e especialmente Cuba, na região de Vuelta Abajo, na província de Pinar del Río. |
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[[Image:Tobacco field cuba1.jpg|200px|center|thumb|Plantação de tabaco em Pinar del Río, Cuba]] |
[[Image:Tobacco field cuba1.jpg|200px|center|thumb|Plantação de tabaco em Pinar del Río, Cuba]] |
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[[File:Pinar del Río Province Location.png|center|200px|thumb|Localização da província cubana de Pinar del Río]] |
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[[File:InleCheroot.jpg|center|150px|thumb|Fabricação de charutos em Mianmar]] |
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[[File:Cigar Shopping.JPG|center|230px|thumb|Loja de charutos em Colônia, Alemanha]] |
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Revisão das 14h11min de 2 de janeiro de 2010
A origem do charuto é incerta. Concretamente, o mais antigo registro do charuto que existe é um vaso maia do século X, encontrado nas ruínas de Uaxactún, Guatemala, que mostra um indivíduo fumando folhas de tabaco enroladas com um barbante.
Com a chegada dos europeus ao continente americano, o charuto ganhou o mundo. Os primeiros europeus a terem contato com ele foram Rodrigo de Jerez e Luiz de Torres, dois marinheiros da esquadra de Colombo que foram por este enviados para explorar a região ao redor da baía de Bariay, ao norte da atual província cubana de Holguín. Quando retornaram de sua excursão, estes relataram terem encontrado "mulheres e homens, com um tição entre as mãos e ervas para tomar a defumação à qual estavam acostumados". Quando regressou a Ayamnte, na Espanha, Jerez levava consigo algumas folhas de tabaco, e mostrou a familiares e amigos como usá-las para fumar. O que lhe custou caro, pois foi acusado de estar possuído pelo demônio, e condenado a anos de prisão. Os índios que habitavam em Cuba nessa época eram os tainos, que chamavam o tabaco de cohiba. Atualmente Cohiba é o nome de uma famosa marca de charutos[1].
O tabaco continuou a sofrer muitas perseguições por parte dos governos de países como Pérsia, Rússia, Japão e Turquia. Porém, com a publicação de um estudo científico do alemão Johan Neander sobre os efeitos terapêuticos do tabaco, a situação se reverteu, e o tabaco passou a ser encarado como um remédio para diversos males. A rainha francesa Catarina de Médici, por exemplo, passou a usar o tabaco aspirado sob a forma de pó para curar sua enxaqueca, sob orientação médica. Vale lembrar que o tabaco foi apresentado a ela por Jean Nicot, o embaixador francês em Portugal. Do sobrenome Nicot surgiu denominação científica da planta, Nicotiana.
O charuto no formato que conhecemos hoje foi confeccionado em 1726. Antes disso, consumia-se o tabaco principalmente utilizando-se o cachimbo. Nesse mesmo ano de 1726, Israel Putman levou os primeiros charutos cubanos para os EUA, juntamente com sementes de tabaco cubano. Inicialmente, o charuto era confeccionado em Sevilha, Espanha, a partir de tabaco cultivado em Cuba, porém, a partir de 1821, um decreto do rei espanhol Ferdinando VII permitiu a fabricação de charutos em Cuba. Em 1840, Cuba já era o maior produtor de charutos do mundo. Surgiram as tradicionais marcas Partagas, H. Upmann e Romeo y Julieta. Também foram criadas fábricas de charuto nos EUA, no México, na República Dominicana e na Jamaica.
Reza a lenda que a ordem para o levante que resultou na independência de Cuba da Espanha, em 1898, foi levada dentro de um charuto[2].
Em 1959, com a Revolução Cubana, as fábricas de charuto cubanas foram estatizadas e a Cubatabaco (atual Habanos S.A.) foi criada. Muitos mestres na produção de charutos cubanos emigraram para outros países. Em 1962, os EUA, em represália à orientação comunista do governo cubano, decretou o embargo econômico aos produtos cubanos, prejudicando a exportação dos charutos cubanos. Reza a lenda, porém que o presidente norte-americano John Kennedy comprou uma boa quantidade de charutos cubanos para seu estoque pessoal, pouco antes de decretar o embargo econômico a Cuba.[3]
Mais recentemente, no entanto, diversos estudos científicos começaram a apontar uma relação positiva entre tabaco e doenças como câncer de pulmão, de esôfago, da boca e doenças cardiovasculares como infarto. Como resultado, diversos países aprovaram leis restringindo o fumo em locais públicos.
Hoje em dia, existem grandes países produtores de fumo para charuto fora do continente americano, como Camarões e Indonésia. Porém os melhores charutos ainda são produzidos a partir de plantas cultivadas na América Central, em países como República Dominicana, Nicarágua e especialmente Cuba, na região de Vuelta Abajo, na província de Pinar del Río.