História da Contabilidade/A Contabilidade na Idade Média: diferenças entre revisões
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Revisão das 15h11min de 1 de julho de 2009
Na Idade Média, a ciência contábil européia sofreu um retrocesso. O colapso do império romano do ocidente e a invasão dos bárbaros germânicos ocasionaram a diminuição drástica do comércio no continente, devido à insegurança generalizada e à desorganização das atividades produtivas. Houve uma decadência cultural, devido ao pouco valor dado pelos invasores à cultura livresca. A alfabetização ficou restrita aos mosteiros.
Como a população tornou-se analfabeta em sua maioria, e praticamente não havia mais comércio, não havia mais meio nem razão de se efetuar a contabilidade, ocasionando uma interrupção na evolução da ciência contábil.
No continente americano, no entanto, a civilização inca desenvolveu nesse período um original sistema de contabilidade, os quipus. Estes eram cordões de lã ou outro material qualquer que, através de nós, registravam quantidades úteis para a administração do Império Inca. O sistema numérico usado era o decimal, sendo que o nó, pela sua localização, podia estar na casa das unidades, dos decimais, das centenas ou dos milhares. A cor dos cordões significava um item padronizado: se o cordão fosse amarelo, por exemplo, representava milho, desde que de acordo com o contexto. Pois, dado o número de cores ser menor que o número de itens patrimoniais, cada cor podia representar mais de um tipo de item. Daí, o amarelo poder representar milho ou ouro, dependendo da situação.
Dadas as complexidades na leitura dos quipus, existia um tipo de funcionário especializado na sua leitura, o quipucamayuc, ou "guardião do quipu". Vale notar que, para cada tipo de uso do quipu (militar, econômico, estatístico, religioso etc.), existia um tipo de quipucamayuc. Pode-se dizer que cada tipo de quipucamayuc se especializava num determinado ramo da contabilidade. Assim, existiam quipucamayucs militares, religiosos, econômicos, estatísticos etc.
No final da Idade Média, ocorre o renascimento comercial e urbano da Europa, devido ao fim das invasões bárbaras. Isto gera a necessidade de um desenvolvimento da ciência contábil, como forma de controlar o fluxo comercial em expansão. Esta necessidade é particularmente sentida nas cidades do norte da Itália (Gênova, Veneza e Florença), que desenvolvem de maneira independente umas das outras sistemas contábeis utilizando partidas dobradas (registros das operações mercantis mostrando a origem e a aplicação dos recursos).