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Antes da chegada dos europeus à América, os índios guarani já usavam as folhas da erva-mate para preparar uma bebida estimulante chamada ''caá-y'', que significa "folha líquida", em tupi-guarani. As folhas eram colocadas em uma cuia com água e o líquido era então chupado através de um caniço ou osso. Segundo o mito guarani, a bebida foi descoberta quando um velho índio não conseguiu mais acompanhar as andanças da tribo devido à sua idade avançada e teve que ficar para trás. Sua filha decidiu ficar com ele, mas ele queria que ela seguisse com a tribo, então o deus Tupã (ou então São Tomé) lhe ensinou a preparar uma bebida com as folhas do mate, bebida esta que lhe daria forças e lhe permitiria acompanhar a tribo ou então sobreviver sem a ajuda da filha.
Antes da chegada dos europeus à América, os índios guarani já usavam as folhas da erva-mate para preparar uma bebida estimulante. As folhas eram colocadas em uma cuia com água e o líquido era então chupado através de um caniço ou osso. Segundo o mito guarani, a bebida foi descoberta quando um velho índio não conseguiu mais acompanhar as andanças da tribo devido à sua idade avançada e teve que ficar para trás. Sua filha decidiu ficar com ele, mas ele queria que ela seguisse com a tribo, então o deus Tupã (ou então São Tomé) lhe ensinou a preparar uma bebida com as folhas do mate, bebida esta que lhe daria forças e lhe permitiria acompanhar a tribo, ou então sobreviver sozinho sem a ajuda da filha.


[[File:Xamã guarani.jpg|center|150px|thumb|Xamã guarani]]
[[File:Xamã guarani.jpg|center|150px|thumb|Xamã guarani]]


Provavelmente os antigos incas também conheciam a bebida, pois o termo "mate" tem origem no termo quíchua (a língua dos antigos incas) ''maty'', que significa "cuia, recipiente".
A bebida provavelmente também era conhecida dos incas, pois o termo "mate" tem origem no idioma dos incas, o quíchua, significando "cuia, recipiente".


[[File:Peru Machu Picchu Sunrise.jpg|center|200px|thumb|Ruínas da cidade inca de Machu Picchu, no Peru]]
[[File:Machu Picchu mosaic picture - december 2006.JPG|center|300px|thumb|Ruínas da cidade inca de Machu Picchu, no Peru]]


Os colonos espanhóis no Paraguai aprovaram a bebida e passaram a utilizá-la como ingrediente básico da sua dieta alimentar. Os jesuítas espanhóis, que organizaram grandes aldeamentos de índios catequizados (as chamadas missões ou reduções), organizaram o cultivo e a produção da erva-mate e passaram a abastecer os colonos espanhóis em toda a bacia platina (Argentina, Paraguai, Uruguai e Rio Grande do Sul), conseguindo grandes lucros com o comércio da planta.
Os colonos espanhóis no Paraguai aprovaram a bebida e passaram a utilizá-la como ingrediente básico da sua dieta alimentar. Os jesuítas espanhóis, que organizaram grandes aldeamentos de índios catequizados (as chamadas missões ou reduções), organizaram o cultivo e a produção da erva-mate e passaram a abastecer os colonos espanhóis em toda a bacia platina (Argentina, Paraguai, Uruguai e Rio Grande do Sul), conseguindo grandes lucros com o comércio da planta.
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[[File:Slaved.guarani.debret.jpg|center|300px|thumb|Tela de Debret retratando família guarani escravizada sendo conduzida por bandeirantes]]
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[[File:Monumento às Bandeiras 01.jpg|center|300px|thumb|Monumento às bandeiras, de Victor Brecheret, em São Paulo, SP, Brasil]]
Em 1822, o botânico francês Auguste de Saint-Hilaire recolhe amostras de erva-mate durante a viagem que faz pelo Brasil e a classifica na nomenclatura científica oficial como ''Ilex paraguariensis''.


No século XIX, o Paraguai se isola dos outros países, o que faz com que a Argentina e o Uruguai passem a importar erva-mate do Brasil, desenvolvendo o seu cultivo no Paraná e em Santa Catarina, regiões outrora despovoadas. O isolamento paraguaio culmina na eclosão da Guerra do Paraguai, em 1864.
No século XIX, o Paraguai se isola dos outros países, o que faz com que a Argentina e o Uruguai passem a importar erva-mate do Brasil, desenvolvendo o seu cultivo no Paraná e em Santa Catarina, regiões outrora despovoadas. O isolamento paraguaio culmina na eclosão da Guerra do Paraguai, em 1864.
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Atualmente, a Argentina é o maior produtor mundial de erva-mate, graças principalmente à produção da Província de Misiones, que foi anexada pela Argentina ao Paraguai ao término da Guerra do Paraguai. O Uruguai é o país com o maior consumo mundial de mate per capita. A maior parte do mate exportado pela Argentina vai para a Síria e a maior parte do mate exportado pelo Brasil vai para o Uruguai.
Atualmente, a Argentina é o maior produtor mundial de erva-mate, graças principalmente à produção da Província de Misiones, que foi anexada pela Argentina ao Paraguai ao término da Guerra do Paraguai. O Uruguai é o país com o maior consumo mundial de mate per capita. A maior parte do mate exportado pela Argentina vai para a Síria e a maior parte do mate exportado pelo Brasil vai para o Uruguai.


[[File:Montevideo Décembre 2007 - Plaza de Armas 2.jpg|center|850px|thumb|Vista panorâmica ao redor da Plaza Independencia, em Montevidéu, Uruguai]]



[[File:Mate drinking Montevideo.JPG|center|350px|thumb|Consumo de mate na Plaza Cagancha, em Montevidéu]]
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[[File:Mate-teclado.JPG|center|350px|thumb|Mate em frente a teclado de computador]]
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Revisão das 21h20min de 11 de junho de 2009

acima: Mate

Antes da chegada dos europeus à América, os índios guarani já usavam as folhas da erva-mate para preparar uma bebida estimulante. As folhas eram colocadas em uma cuia com água e o líquido era então chupado através de um caniço ou osso. Segundo o mito guarani, a bebida foi descoberta quando um velho índio não conseguiu mais acompanhar as andanças da tribo devido à sua idade avançada e teve que ficar para trás. Sua filha decidiu ficar com ele, mas ele queria que ela seguisse com a tribo, então o deus Tupã (ou então São Tomé) lhe ensinou a preparar uma bebida com as folhas do mate, bebida esta que lhe daria forças e lhe permitiria acompanhar a tribo, ou então sobreviver sozinho sem a ajuda da filha.


Xamã guarani

A bebida provavelmente também era conhecida dos incas, pois o termo "mate" tem origem no idioma dos incas, o quíchua, significando "cuia, recipiente".

Ruínas da cidade inca de Machu Picchu, no Peru

Os colonos espanhóis no Paraguai aprovaram a bebida e passaram a utilizá-la como ingrediente básico da sua dieta alimentar. Os jesuítas espanhóis, que organizaram grandes aldeamentos de índios catequizados (as chamadas missões ou reduções), organizaram o cultivo e a produção da erva-mate e passaram a abastecer os colonos espanhóis em toda a bacia platina (Argentina, Paraguai, Uruguai e Rio Grande do Sul), conseguindo grandes lucros com o comércio da planta.

Ruínas das missões jesuíticas em São Miguel das Missões, RS, Brasil

Os bandeirantes paulistas atacaram as missões jesuíticas durante os séculos XVII e XVIII, levando para São Paulo os índios escravizados e provavelmente também o costume de beber mate.

Tela de Debret retratando família guarani escravizada sendo conduzida por bandeirantes
Monumento às bandeiras, de Victor Brecheret, em São Paulo, SP, Brasil

No século XIX, o Paraguai se isola dos outros países, o que faz com que a Argentina e o Uruguai passem a importar erva-mate do Brasil, desenvolvendo o seu cultivo no Paraná e em Santa Catarina, regiões outrora despovoadas. O isolamento paraguaio culmina na eclosão da Guerra do Paraguai, em 1864.

Quadro do pintor Pedro Américo retratando a Batalha de Avaí, na Guerra do Paraguai

Atualmente, a Argentina é o maior produtor mundial de erva-mate, graças principalmente à produção da Província de Misiones, que foi anexada pela Argentina ao Paraguai ao término da Guerra do Paraguai. O Uruguai é o país com o maior consumo mundial de mate per capita. A maior parte do mate exportado pela Argentina vai para a Síria e a maior parte do mate exportado pelo Brasil vai para o Uruguai.


Vista panorâmica ao redor da Plaza Independencia, em Montevidéu, Uruguai


Consumo de mate na Plaza Cagancha, em Montevidéu
Escultura representando uma pessoa preparando mate em Posadas, Misiones, Argentina
Escultura representando chaleira, cuia e bombilha em Oberá, Misiones, Argentina
Mate em frente a teclado de computador