Civilização Egípcia/O clima e o rio: diferenças entre revisões

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[[Image:Nile.jpg|thumb|300px|right|rio Nilo entre Luxor e Assuã]]
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Sendo o Egito cortado pelo rio Nilo no sentido sul-norte, se observa a formação de duas regiões, ''o Vale'' estreita faixa de terra cultivável, apertada entre desertos denominada ''Alto Egito'' e ''o Delta'', em forma de leque, com maior extensão de terras aráveis, pastos e pântanos, denominado ''Baixo Egito''.
Sendo o Egito cortado pelo rio Nilo no sentido sul-norte, observa-se a formação de duas regiões: ''o Vale'', estreita faixa de terra cultivável, apertada entre desertos denominada ''Alto Egito''; e ''o Delta'', em forma de leque, com maior extensão de terras aráveis, pastos e pântanos, denominado ''Baixo Egito''.

A queda de chuvas no vale do Nilo é quase nula, portanto, se dependesse das chuvas, ali não poderia haver agricultura.
A queda de chuvas no vale do Nilo é quase nula, portanto, se dependesse das chuvas, ali não poderia haver agricultura.


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O rio que nutre o solo egípcio e permite as plantações e a vida foi determinante para seu desenvolvimento.
O rio que nutre o solo egípcio e permite as plantações e a vida foi determinante para seu desenvolvimento.


O rio Nilo é formado por três rios, o ''Nilo Branco'', o ''Nilo Azul'' e o rio ''Atbara''. Considera-se que o rio Nilo tem origem no Lago Vitória no Grande Vale do Rift (África Oriental). De lá ele sai com o nome de Nilo Branco.
O rio Nilo é formado por três rios: o ''Nilo Branco'', o ''Nilo Azul'' e o rio ''Atbara''. Considera-se que o rio Nilo tem origem no Lago Vitória no Grande Vale do Rift (África Oriental). De lá ele sai com o nome de Nilo Branco.


O Nilo Azul nasce na Etiópia e se encontra com o Nilo Branco em Cartum (capital do Sudão). Ao norte de Cartum ele recebe seu último grande afluente o rio Atbara.
O Nilo Azul nasce na Etiópia e se encontra com o Nilo Branco em Cartum (capital do Sudão). Ao norte de Cartum ele recebe seu último grande afluente: o rio Atbara.


Assim ele segue atravessando a Núbia e o Egito. Nos tempos antigos havia sete bocas do rio no delta, desaguando no mar Mediterrâneo.
Assim ele segue atravessando a Núbia e o Egito. Nos tempos antigos havia sete bocas do rio no delta, desaguando no mar Mediterrâneo.
[[File:Egypt sat.png|thumb|200px|left|o Nilo e seu delta terras férteis em meio ao deserto]]
[[File:Egypt sat.png|thumb|200px|left|O Nilo e seu delta terras férteis em meio ao deserto]]
Esse era o portentoso rio, que, para os povos que viviam às suas margens, era um verdadeiro deus, por eles chamado Hapi.
Esse era o portentoso rio, que, para os povos que viviam às suas margens, era um verdadeiro deus, por eles chamado Hapi.


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O rio enche e inunda as terras com as águas carregadas de aluviões e o sol se encarrega de secar o excesso para que a vegetação possa renascer luxuriante.
O rio enche e inunda as terras com as águas carregadas de aluviões e o sol se encarrega de secar o excesso para que a vegetação possa renascer luxuriante.


Por esse motivo o vale do Nilo era chamado de ''terra negra'' ou ''kemet'', o oposto era o deserto, a ''terra vermelha'' ou ''deshret''.
Por esse motivo, o vale do Nilo era chamado de ''terra negra'' ou ''kemet''. O oposto era o deserto, a ''terra vermelha'' ou ''deshret''.
[[File:Nilometro de Kom Ombo.jpg|thumb|180px|right|nilômetro de Kom Ombo]]
[[File:Nilometro de Kom Ombo.jpg|thumb|180px|right|Nilômetro de Kom Ombo]]


Afinal os egípcios não precisavam pedir aos deuses pela chuva, o rio-deus proporcionava a água e o adubo necessários para as plantações e a terra negra era a alegria dos deuses e dos homens. Já, a terra vermelha deveria ser evitada, era o deserto com um vento abrasador que secava os campos e era consagrada ao deus Set. .
Afinal os egípcios não precisavam pedir aos deuses pela chuva, o rio-deus proporcionava a água e o adubo necessários para as plantações e a terra negra era a alegria dos deuses e dos homens. Já a terra vermelha deveria ser evitada, era o deserto com um vento abrasador que secava os campos e era consagrada ao deus Set.


As terras fertilizadas pelas cheias do Nilo eram usadas para plantar, principalmente linho, cevada e trigo.
As terras fertilizadas pelas cheias do Nilo eram usadas para plantar, principalmente linho, cevada e trigo.
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<center> '''O Egito é uma dádiva do Nilo'''.</center>
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Se a cheia anual fosse muito grande, causava destruição. Se fosse muito baixa, alagaria pouca extensão de terras, pouca terra para semear é sinônimo de pouco alimento. Se por vários anos a cheia fosse baixa havia fome.
Se a cheia anual fosse muito grande, causava destruição. Se fosse muito baixa, alagaria pouca extensão de terras, pouca terra para semear é sinônimo de pouco alimento. Se por vários anos a cheia fosse baixa, havia fome.


Então, embora sendo de fato uma ''dádiva'', o Nilo não prescinde da mão do homem.
Então, embora sendo de fato uma ''dádiva'', o Nilo não prescinde da mão do homem.


No momento em que os homens começam a dominar o rio, controlando a cheia anual, construindo diques, os ''nilômetros'' que serviam para medir o nível das cheias e reservatórios, pondo em prática o trabalho comum para o bem de todos, com a cooperação e a organização são lançadas as bases da grande civilização egípcia.
No momento em que os homens começam a dominar o rio, controlando a cheia anual, construindo diques, os ''nilômetros'' que serviam para medir o nível das cheias e reservatórios, pondo em prática o trabalho comum para o bem de todos, com a cooperação e a organização são lançadas as bases da grande civilização egípcia, o povo que construiu um império que dominou sua época e que até hoje desperta curiosidade e paixão.

O povo que construiu um império que dominou sua época e que até hoje desperta curiosidade e paixão.


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Revisão das 05h52min de 3 de abril de 2009

Civilização Egípcia


O clima e o rio


rio Nilo entre Luxor e Assuã

Sendo o Egito cortado pelo rio Nilo no sentido sul-norte, observa-se a formação de duas regiões: o Vale, estreita faixa de terra cultivável, apertada entre desertos denominada Alto Egito; e o Delta, em forma de leque, com maior extensão de terras aráveis, pastos e pântanos, denominado Baixo Egito.

A queda de chuvas no vale do Nilo é quase nula, portanto, se dependesse das chuvas, ali não poderia haver agricultura.

Talvez o Egito não tenha sido sempre uma terra tão quente, mas, mesmo assim, o calor seria predominante, o clima é quente e seco. É possível que no período de formação do Egito, ainda houvesse facilidade de contato com as regiões vizinhas porque a desertificação do Saara ainda não estava completa. No terceiro e quarto milênios, o deserto se expandiu e de alguma forma protegeu o povo que vivia no vale do Nilo.

O rio que nutre o solo egípcio e permite as plantações e a vida foi determinante para seu desenvolvimento.

O rio Nilo é formado por três rios: o Nilo Branco, o Nilo Azul e o rio Atbara. Considera-se que o rio Nilo tem origem no Lago Vitória no Grande Vale do Rift (África Oriental). De lá ele sai com o nome de Nilo Branco.

O Nilo Azul nasce na Etiópia e se encontra com o Nilo Branco em Cartum (capital do Sudão). Ao norte de Cartum ele recebe seu último grande afluente: o rio Atbara.

Assim ele segue atravessando a Núbia e o Egito. Nos tempos antigos havia sete bocas do rio no delta, desaguando no mar Mediterrâneo.

O Nilo e seu delta terras férteis em meio ao deserto

Esse era o portentoso rio, que, para os povos que viviam às suas margens, era um verdadeiro deus, por eles chamado Hapi.

Na realidade, da junção entre o sol e o rio Nilo é que nasce a prosperidade e por isso ambos eram vistos como deuses.

O rio enche e inunda as terras com as águas carregadas de aluviões e o sol se encarrega de secar o excesso para que a vegetação possa renascer luxuriante.

Por esse motivo, o vale do Nilo era chamado de terra negra ou kemet. O oposto era o deserto, a terra vermelha ou deshret.

Nilômetro de Kom Ombo

Afinal os egípcios não precisavam pedir aos deuses pela chuva, o rio-deus proporcionava a água e o adubo necessários para as plantações e a terra negra era a alegria dos deuses e dos homens. Já a terra vermelha deveria ser evitada, era o deserto com um vento abrasador que secava os campos e era consagrada ao deus Set.

As terras fertilizadas pelas cheias do Nilo eram usadas para plantar, principalmente linho, cevada e trigo.

E aqui entram as tão famosas palavras de Heródoto, o grande historiador grego:

O Egito é uma dádiva do Nilo.

Se a cheia anual fosse muito grande, causava destruição. Se fosse muito baixa, alagaria pouca extensão de terras, pouca terra para semear é sinônimo de pouco alimento. Se por vários anos a cheia fosse baixa, havia fome.

Então, embora sendo de fato uma dádiva, o Nilo não prescinde da mão do homem.

No momento em que os homens começam a dominar o rio, controlando a cheia anual, construindo diques, os nilômetros que serviam para medir o nível das cheias e reservatórios, pondo em prática o trabalho comum para o bem de todos, com a cooperação e a organização são lançadas as bases da grande civilização egípcia, o povo que construiu um império que dominou sua época e que até hoje desperta curiosidade e paixão.