Civilização Egípcia/Antigo império/Dinastias do Antigo Império 3 e 4: diferenças entre revisões

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<center><font size="+2"> Dinastias 3 e 4 </font></center><br/>
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[[File:Khaba-DolomiteBowlBearingHisName.png|thumb|120px|right|vasilha com serekh de Khaba]]


==Faraós da Terceira Dinastia==
==Faraós da Terceira Dinastia==
[[File:ReliefFragmentOfPharaohSanakht-BritishMuseum-August21-08.jpg|thumb|180px|right|faraó Nebka, fragmento originario de Serabit, Sinai]]
*Nebka (Sanakhte) <br>
*Nebka (Sanakhte) <br>
*Netjerykhet (Djoser) <br>
*Netjerykhet (Djoser) <br>
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'''*Khaba (Hórus, surge o Ba)'''
'''*Khaba (Hórus, surge o Ba)'''
[[File:Khaba-DolomiteBowlBearingHisName.png|thumb|120px|left|vasilha com serekh de Khaba]]
*Mâneton o chama Mesochris
*Mâneton o chama Mesochris
*Lista de reis - Hudjefa, Neferkare Bela é a alma de Ra, Nebkare Senhor das Almas, Ra
*Lista de reis - Hudjefa, Neferkare Bela é a alma de Ra, Nebkare Senhor das Almas, Ra
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==Faraós da Quarta Dinastia==
==Faraós da Quarta Dinastia==
[[File:All Gizah Pyramids-3.jpg|thumb|200px|right|pirâmides de Gizé]]
[[Image:Serekht Snofru.png|thumb|100px|right|Snefru]]
*Sneferu <br>
*Snefru <br>
*Khufu (Queóps) <br>
*Khufu (Queóps) <br>
*Djedefre <br>
*Djedefre <br>
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*Menkaure (Miquerinos) <br>
*Menkaure (Miquerinos) <br>
*Shepseskaf <br>
*Shepseskaf <br>
'''*Sneferu (Hórus, Senhor da ordem cosmológica)'''


'''Snefru''' – era o nome de nascimento do rei, seu nome Hórus
*Mâneton o chama Soris
era Nebmaat. Ele foi o primeiro a ter seu nome de nascimento, Snefru, colocado dentro de um cartucho, num oval no alto a esquerda. Depois dele, foi sempre pelo nome de cartucho que os faraós ficaram conhecidos. Snefru deve ter sido filho de Huni, seu antecessor embora haja controvérsias, sua mãe deve ter sido Meresankh I, uma esposa menor ou concubina.<br>
*Lista de reis - Snofru
Ele quase certamente casou-se com ''Hetepheres I'' que foi a mãe de seu filho e sucessor ''Khufu'' (Queóps). <br>
Ele foi o primeiro rei a ter seu nome de nascimento, Sneferu, colocado dentro de um cartucho, num oval no alto a esquerda. Depois dele, foi sempre pelo nome de cartucho que os faraós ficaram conhecidos. <br>
Snefru foi um dos mais renomados construtores de pirâmides não só pela quantidade de obras, mas pela escala de construções e as formas revolucionárias.<br>
Sneferu deve ter sido filho de Huni, seu antecessor embora haja controvérsias, sua mãe deve ter sido Meresankh I, uma esposa menor ou concubina.<br>
Ele fez um governo forte e todo poder estava centralizado em suas mãos. Aparentemente alguns de seus filhos se tornaram vizires e Snefru reorganizou a terra entre os nobres, de modo a impedir que se tornassem muito poderosos. Não há certeza de onde ele foi enterrado, alguns acreditam que foi na Pirâmide Vermelha em Dashur.
[[File:01 meidum distance.jpg|thumb|180px|right|pirâmide de Meidum ]]
Ele quase certamente casou-se com Hetepheres I para legitimar o poder, já que sua mãe não era de sangue real, e Hetepheres I foi a mãe de seu filho e sucessor ''Khufu'' (Queóps). <br>
Sneferu foi um dos mais renomados construtores de pirâmides não só pela quantidade de obras, mas pela escala de construções e as formas revolucionárias. Ele foi o primeiro a construir uma pirâmide verdadeira, a evolução é a seguinte: a pirâmide de Maidum é uma pirâmide de degraus modificada, a pirâmide torta é a primeira tentativa e a pirâmide vermelha é a versão final.<br>
Sneferu fez um governo forte e todo poder estava centralizado em suas mãos. Suas campanhas militares contra os núbios e os líbios estão registradas na ''Pedra de Palermo''. <br>
Aparentemente alguns de seus filhos se tornaram vizires e Sneferu dividiu as terras entre os nobres, de modo a impedir que se tornassem muito poderosos. Em seu governo houve comércio com os países do Mediterrâneo e também com o Líbano. <br>
Não há certeza de onde ele foi enterrado, alguns acreditam que foi na Pirâmide Vermelha em Dashur, porque lá foi encontrada uma múmia de um homem de meia idade que poderia ser o faraó. <br>


'''Khufu''' – ou ''Queóps'' como o conhecemos, também era chamado pelos gregos Cheops. Foi o faraó que mandou construir a Grande Pirâmide de Gizé. <br>
[[Image:Khufu.JPG|thumb|200px|left|Queóps]]
Embora seu avô Djoser Netjeriket e seu pai Snefru, sejam lembrados como governantes benevolentes e misericordiosos, Heródoto registra Queóps como um governante cruel. O nome Hórus de Queóps era Medjedu e seu nome completo de nascimento era Khnum-Khufu, que significa '''o deus Khnum me protege.''' Khnum era considerado o deus local de Elefantina, perto da primeira catarata do Nilo e foi ele quem criou a humanidade em sua roda de oleiro, além de ser o responsável pelas inundações do Nilo. <br>
O seu vizir Hemiunu foi o arquiteto da grande pirâmide. <br>
A esposa principal de Queóps foi ''Merityotes''. Ela e duas outras esposas foram sepultadas em uma das três pirâmides subsidiárias, que ficam ao sul do templo mortuário da grande pirâmide. Queóps teve muitos filhos, de acordo com o papiro Westcar, e embora tenha construído o maior e mais duradouro dos monumentos, não temos quase nada sobre o seu reinado. <br>
Heródoto, que escreveu histórias e comentários sobre o Egito, por volta de 450 a.C. séculos após o reinado de Queóps, diz que o faraó, arrastou o país a todo tipo de sofrimento, fechou os templos, obrigou a todos a trabalharem para si. Diz que os egípcios nem gostavam de mencionar o nome do faraó, tão grande era seu ódio por ele. No papiro Westcar ele também é mencionado como cruel.<br>
É curioso observar que, apesar da magnífica pirâmide que construiu e das maravilhosas mobílias fúnebres descobertas, pertencentes à mãe do faraó, rainha Hetepheres, a única figura que temos de Queóps é uma pequenina estatueta esculpida em marfim. <br>
Sua múmia nunca foi encontrada e não se sabe se algum dia o sarcófago localizado na câmara do rei da grande pirâmide foi usado.


'''Djedefre''' – ele foi o terceiro faraó da quarta dinastia e é considerado filho de Queóps com uma esposa menor, vinda da Líbia. Sabe-se que ele foi o primeiro rei a adotar junto do nome '''Filho de Ra'''. <br>
'''*Khufu (Hórus que fere)'''
Os fatos sobre Djedefre ainda estão sendo avaliados, não se discute que ele era filho de Queóps mas sua mãe ainda é tema de discussão para alguns estudiosos.
Sabemos sobre duas das esposas de Djedefre, que aparentemente se chamavam Hetepheres II e a irmã do rei, Khentetenka. <br>
Permanece um mistério, o fato do faraó ter escolhido ''Abu Rawash'' para construir sua pirâmide. Existem evidências de que Djedefre não seguia a religião de acordo com sua família. Sua pirâmide possui muitos elementos que remetem aos tempos antigos e sua adoção do nome Filho de Ra, pode sugerir que novidades religiosas estavam por vir. <br>
Muitas estátuas do faraó foram descobertas e recuperadas de sua pirâmide, inclusive cabeças, sendo que uma delas possivelmente pertenceria à primeira criação de uma esfinge.


'''Khafre''' – conhecido como ''Quefrén'', seu nome de nascimento era Khafre, que significa '''Aparece como Ra.''' <br>
*Mâneton o chama Suphis II
[[Image:Khafra - Quefrén.jpg|thumb|100px|right|Quefrén feito em alabastro]]
*Lista de reis - Khufu, Khufuf
Provavelmente ele era o filho mais novo de Khufu com sua esposa Henutsen, de modo que foi preciso esperar o reinado de seu irmão mais velho Djedefre terminar, antes de poder subir ao trono. Como sempre, há dúvidas sobre isso.<br>
*Ele se tornou conhecido entre nós como Queóps seu nome grego
O fato é que Quefrén prosseguiu a promoção do culto de Ra, usando o título '''O filho do Sol''', e incorporando o nome do deus ao seu nome. <br>
Pelas mastabas deixadas pelos nobres em seu reinado, se observa que o Egito deveria ser bastante próspero enquanto ele governou. <br>
Foram encontrados objetos do reinado de Quefrén em Biblos, ao norte de Beirute, como também em ''Tell Mardikh'' na Síria, portanto se presume movimentos de comércio ou diplomáticos. <br>
Quefrén deixou poucas inscrições e um dos maiores tesouros do antigo Egito, que é o complexo de pirâmides que construiu em Gizé. Alguns estudiosos acreditam que ele também foi o responsável pela construção da Grande Esfinge, que teria o rosto do faraó. <br>
Seu reinado foi como o de seu pai, com grande prosperidade e quase nenhum distúrbio externo. O poder central foi mantido e o progresso prosseguiu em todos os setores.


'''Menkaure''' – conhecido como ''Miquerinos'' e chamado '''Miquerinos é Divino'''. Provavelmente o nome de nascimento deste faraó significa '''Eterno como as Almas de Ra'''. <br>
Embora seu avô Djoser Netjeriket e seu pai Sneferu, sejam lembrados como governantes benevolentes e misericordiosos, Heródoto registra Queóps como um governante cruel e tirânico. <br>
Ele sucedeu a seu pai Quefrén e possivelmente sua mãe foi Khameremebty I. <br> Casou-se com quatro esposas, incluindo sua irmã mais velha Khameremebty II. Teve dois filhos ao que sabemos, ''Khuenre'', o mais velho que morreu antes do pai e foi sepultado numa tumba de pedras ao sul da pirâmide de Miquerinos, e ''Shepsekaft'', que foi seu sucessor. Também teve uma filha chamada ''Khentkawes''. <br>
Heródoto, que escreveu histórias e comentários sobre o Egito, por volta de 450 a.C. séculos após o reinado de Queóps, diz que o faraó, arrastou o país a todo tipo de sofrimento, fechou os templos, obrigou a todos a trabalharem para si. Diz que os egípcios nem gostavam de mencionar o nome do faraó, tão grande era seu ódio por ele. No papiro Westcar ele também é mencionado como cruel. . <br>
[[Image:Khufu.JPG|thumb|160px|left|Queóps]]
[[Image:Menkaura.jpg|thumb|200px|left|Miquerinos]]
Objetos foram encontrados em Biblos ao norte de Beirute com data do reinado de Miquerinos, o que indica atividades diplomáticas ou comerciais. <br>
Escritos contemporãneos rotulam Queóps como um rei mau. Escritos mais tardios citam-no como alguém que ignorava os deuses, o que é uma acusação muito séria de acordo com os padrões egípcios, afinal o faraó era a divina presença do deus na terra. . <br>
Heródoto confirma a lenda que diz que o reinado de Miquerinos foi benevolente e próspero. Ele diz que, de todos os reis do Egito foi Miquerinos quem teve a reputação de ser mais justo, e que os egípcios erguiam mais preces a ele do que a qualquer outro rei. <br>
Pode ter sido por isso que todas as representações do rei foram destruídas, ele foi deliberadamente apagado para a posteridade após a sua morte. . <br>
Foram encontradas muitas estátuas do faraó em que ele está acompanhado da deusa Hathor, que recebeu as feições da rainha Khamerernebty II e de uma das deidades das províncias ou nomos.
É curioso observar, que apesar da magnífica pirâmide que construiu e das maravilhosas mobílias fúnebres descobertas, pertencentes à mãe do faraó, rainha Hetepheres, a única figura que temos de Queóps é uma pequenina estatueta esculpida em marfim. . <br>
Essa pequena estátua foi encontrada por ''Flinders Petrie'' em 1903 em Abidos e pertenceu a Queóps porque possui o nome Hórus do faraó inscrito ao lado de sua mão direita. Apesar de seu tamanho, os detalhes tão nítidos tornam fácil reconhecer a expressão do rei. Ele usa a Coroa Vermelha (do baixo Egito) e segura o mangual na sua mão direita. . <br>
Também foi encontrada uma grande cabeça de granito que alguns acham pode ter pertencido a uma estátua de Queóps. As datas conferem (final da 3ª dinastia e inicio da dinastia 4), os olhos apertados, o nariz protuberante e a boca realmente se parecem com os da pequena estátua de marfim. Porém não há nada que a identifique com segurança, ela pode ter pertencido a Huni, o último rei da 3ª dinastia. . <br>
O vizir de Queóps Hemiunu foi o arquiteto da grande pirâmide.
A esposa principal de Queóps foi Merityotes. Ela e duas outras esposas foram sepultadas em uma das três pirâmides subsidiárias, que ficam ao sul do templo mortuário da grande pirâmide. Queóps teve muitos filhos, de acordo com o papiro Westcar, e embora, como se acredita que ele tenha construído o maior e mais duradouro dos monumentos, não temos quase nada sobre o seu reinado. . <br>
Parece que houve poucas ameaças durante na fase em que reinou, embora a presença egípcia no Sinai e na Núbia fosse mantida. Queóps prosseguiu com a política expansionista iniciada por seu pai e estendeu as fronteiras do Egito de modo a incluir o Sinai e o alto Egito, além de manter o comércio com a Síria ao norte e a Núbia ao sul. . <br>
Sua múmia nunca foi encontrada e não se sabe se algum dia o sarcófago localizado na câmara do rei da grande pirâmide foi usado. . <br>


'''Shepseskaf''' – era seu nome de nascimento que significa '''Sua alma é nobre'''. Isso é estranho porque a maior parte dos faraós deste e de outros períodos fazem referência a um deus em seus nomes e ele não. <br>
'''*Djedefre (Hórus se transformou)'''
Acredita-se que seu pai era Miquerinos e que ele foi o responsável por terminar a pirâmide do pai. Sua mãe não conhecemos, mas é provável que tenha sido uma das esposas menores. Também é quase certo que ele tenha tido pelo menos uma esposa e seu nome era Bunefer. <br>
Ao que parece, ele enfrentou sacerdotes poderosos no culto do deus (observe que ele não coloca Ra em seu nome) e talvez rebeliões populares. <br>
Ao contrário de seus antepassados imediatos bem como de seus sucessores, Shepseskaf escolheu para túmulo uma mastaba, que foi construída ao sul de Saqara. Chamada de ''Mastaba Fara´un'' é uma das tumbas mais curiosas do Antigo Império, tem a forma de um sarcófago e é única, portanto uma das mais pesquisadas. Não se sabe porque ele construiu uma mastaba nem porque em Saqara. Uma das possibilidades é que o Egito estivesse atravessando dificuldades financeiras e ele precisou acabar a pirâmide do pai, portanto preferiu construir para si uma tumba menos dispendiosa.


Com este faraó termina a quarta dinastia, que nunca mais seria repetida e nunca mais os faraós teriam meios de construir monumentos como aqueles no futuro. <br>
*Mâneton o chama Ratoises
O tempo dos governantes divinos e projetos grandiosos feitos para homenagear os deuses e os deuses vivos na figura do faraó termina aqui.
*Lista de reis – Djedefre
[[File:Louvre 032007 19.jpg|thumb|180px|right|cabeça de Djedefre, Abu Rawash]]
Ele foi o terceiro faraó da quarta dinastia e é considerado filho de Queóps com uma esposa menor, vinda da Líbia. <br>
Quem o sucedeu foi seu meio-irmão mais novo Khafre (Quefrén) e ninguém sabe porque não foi um de seus próprios filhos (temos a indicação de Setka). É possível que nenhum deles estivesse vivo quando o faraó morreu.<br>
Sabe-se que ele foi o primeiro rei a adotar junto ao seu nome o complemento, ''Filho de Ra'', o que talvez seja indicação de que o culto ao deus solar Ra estava crescendo. Antes dele, o único faraó que fez referência a Ra foi Raneb (Nebra) da 2ª dinastia.<br>
Os fatos sobre Djedefre ainda estão sendo avaliados, não se discute que ele era filho de Queóps mas sua mãe ainda é tema de discussão para alguns estudiosos. <br>
Sabemos os nomes de duas das esposas de Djedefre; Hetepheres II e a irmã do rei, Khentetenka.<br>
Permanece um mistério, o fato do faraó ter escolhido ''Abu Rawash'' para construir sua pirâmide. Existem evidências de que Djedefre não seguia a religião de acordo com sua família. Sua pirâmide possui muitos elementos que remetem aos tempos antigos e sua adoção do nome Filho de Ra, pode sugerir que novidades religiosas estavam por vir.<br>
Muitas estátuas do faraó foram descobertas e recuperadas de sua pirâmide, inclusive cabeças, sendo que uma delas possivelmente pertenceria à primeira criação de uma esfinge. Se essas estátuas seguem o modelo, Djedefre se parecia bastante com seu meio-irmão mais novo, Khafre (Quefrén).


[[Image:GizaPyramids@CairoEgypt Kheops 2007jan20-42 byDanielCsorfoly.JPG|thumb|300px|center|Pirâmide de Queóps]]
'''*Khafre (Hórus cujo coração é forte)'''


==Faraós da Quinta Dinastia==
*Mâneton o chama Suphis II , Sophis II
*Lista de reis - khafre
*Ele se tornou conhecido entre nós como Quefrén, seu nome grego


*Userkaf <br>
[[Image:Khafra - Quefrén.jpg|thumb|100px|left|estátua de alabastro de Quefrén]]
*Sahure <br>
Não se sabe porque Quefrén subiu ao trono ao invés de algum dos filhos do faraó anterior, Djedefre. Talvez eles não tivessem sobrevivido ao pai, que também reinou por pouco tempo e era meio irmão de Quefrén. Há suspeitas de assassinatos e tomada de poder mas, isso tudo não passa de especulação, não há provas. <br>
*Neferirkare Kakai <br>
Este faraó é mais conhecido como o construtor da segunda maior pirâmide em Gizé e da grande esfinge. Na verdade, sua pirâmide parece maior do que a de Queóps mas é apenas porque ela foi construída no terreno mais alto. Todo o complexo mortuário está relativamente bem preservado dando uma boa idéia de como era belo e majestoso.<br>
*Shepseskare Ini <br>
A esfinge é uma história diferente, porque há diversas teses a respeito e nenhuma confirmação. Alguns dizem que a cabeça é a cópia da cabeça do faraó Quefrén, mas acham que pode ter sido esculpida mais tarde pois é menor do que o corpo. Outros acreditam que a esfinge já estava naquele local há muitos milênios, mesmo antes da civilização egípcia surgir. Tudo isso é mera especulação porque nada se pode provar. <br>
*Neferefre<br>
O faraó Quefrén provavelmente era o filho mais novo de Queóps (Khufu) com sua esposa Henutsen,
*Niuserre Izi <br>
Quefrén casou com Hetepheres III, neta de Queóps, certamente para confirmar sua subida ao trono.
*Menkauhor <br>
Foi uma fase próspera para o Egito, poucas campanhas militares, a arte e a cultura florescendo, belos exemplos de arquitetura nas tumbas. Foram encontrados objetos do reinado de Quefrén em Biblos, ao norte de Beirute, como também em Tell Mardikh na Síria, portanto se presume movimentos de comércio ou diplomáticos.<br>
*Djedkare Izezi <br>
O culto a Ra se tornou cada vez mais forte, Quefrén manteve o nome Filho de Ra, que começou com seu pai e irá prosseguir por outro milênio. <br>
*Unas <br>
Ao contrário de Queóps, existem inúmeras estátuas de Quefrén sendo que uma das mais famosas e das mais belas estátuas já encontradas no Egito, é aquela que mostra Quefrén sentado, com o falcão Hórus abraçando a cabeça do faraó com as asas abertas e está no Museu do Cairo. <br>


'''Userkaf''' – não é absolutamente certo, mas é considerado como o primeiro faraó da quinta dinastia. Não há certeza de quem foi seu pai, pode ter sido um sacerdote. Sua mãe foi provavelmente Neferhetep, se assim foi, ele é neto de Djedefre que sucedeu Queóps. Sua esposa deve ter sido Khentkaues I, que foi sepultada em Gizé e este casamento é que deve ter legitimado o faraó. Sua esposa, seria filha de Miquerinos e talvez meia-irmã de Shepseskaf.<br> Estranhamente, na tumba de Khentkaues I não há menção a Userkaf. Alguns crêem que Neferhetep fosse sua esposa ao invés de sua mãe, enquanto outros dizem que Khentkaues I era a mãe do faraó. <br>
'''*Menkaure (Hórus cujo corpo é o de um touro)'''
Userkaf era o nome de nascimento do rei e significa '''Sua alma é poderosa'''. Seu nome Hórus era ''Iry-maat'', que significa '''Aquele que põe em prática o Maat.''' <br>
Seu governo foi tranqüilo, e não houve grandes mudanças. Ele tem o crédito de estabelecer o primeiro contato do povo egípcio com as populações do mar Egeu. Um vaso de pedra de seu templo mortuário foi encontrado em Kithera (Grécia).<br>
Ele construiu o primeiro templo solar da quinta dinastia em Abusir.<br>
Ele é mencionado nas tumbas de Sekhemkare e Nisutpunetjer, ambas em Gizé.<br>
[[Image:SahureAndNomeGod MetropolitanMuseum.png|thumb|150px|left|
Sahure e uma deusa provincial]]
'''Sahure''' – seu nome de nascimento, que significa '''Ele que está próximo de Ra'''. Seu nome Hórus era ''Nebkau''.<br>
Seu complexo de pirâmides foi o primeiro a ser construído em Abusir.<br>
É a partir de Sahure que começa o declínio na construção de pirâmides.<br>
O que se sabe sobre esse faraó é o que ele deixou inscrito em sua pirâmide. Sua mãe deveria ser Khentkaues I e seu pai Userkaf. De acordo com o papiro Westcar, Khentkaues I era Redjedet, que, como conta o mago Djedi, estava destinada a dar à luz aos filhos de Ra e primeiros reis da quinta dinastia. Se Khentkaues I era a mãe do faraó, então ela deve ter sido regente, pois na tumba onde foi sepultada, em Gizé, ela aparece usando o Uraeus Real e a barba cerimonial. <br>
Numa cena, em sua pirâmide, temos grandes navios com egípcios e asiáticos a bordo. Acredita-se que estão retornando do porto de Biblos no Líbano trazendo toras de cedro. A marinha egípcia parece ter sido criada por Sahure.
Menções a este faraó estão na estátua da foto ao lado, numa biografia encontrada nas tumbas de Peribsen em Saqara e na porta falsa de Niankhsakhment em Saqara. Ele também é mencionado nas tumbas de Sekhemkare e Nisutpunetjer em Gizé.


[[Image:Neferirkare.png|thumb|200px|left|Neferirkara]]
*Mâneton o chama Mencheris, Mykerinos
[[Image:Kakai.png|thumb|200px|right|Kakai]]
*Lista de reis - Mankaure
*Ele se tornou conhecido entre nós como Miquerinos
[[File:Menkaura.jpg|thumb|150px|right|tríade com Miquerinos]]
Miquerinos era filho de Quefrén com sua rainha Khamernebi I e casou-se com Khamernebi II, sua irmã para confirmar sua ascensão ao trono, com ela teve o filho Khunre, que morreu ainda jovem e foi sepultado numa tumba de pedras ao sul da pirâmide do pai. <br>
Miquerinos teve outras esposas, uma delas foi a mãe de seu sucessor Shepseskaf e outra lhe deu uma filha de nome Khentkawes, que casou-se com Userkaf, o primeiro rei da 5ª dinastia. <br>
A pirâmide de Miquerinos, embora seja a menor das três, é a mais sofisticada e era coberta com granito de Assuã. O interior e a câmara funerária foram mais elaborados e ainda existem partes do granito externo, de modo que se pode ter idéia de como foi colocado. <br>
Em 1910, o arqueólogo americano Reisner encontrou seis estátuas de Miquerinos, elas representam uma tríade cada. O faraó é acompanhado de deusas e de sua esposa, embora se acredite que ele era um homem de meia idade a essa altura, nas estátuas podemos ver um homem jovem e atlético. <br>
Outros objetos foram encontrados em Biblos ao norte de Beirute com data do reinado de Miquerinos, o que indica atividades diplomáticas ou comerciais. <br>
Heródoto confirma a lenda que diz que o reinado de Miquerinos foi benevolente e próspero. Ele diz que, de todos os reis do Egito foi Miquerinos quem teve a reputação de ser mais justo, e que os egípcios erguiam mais preces a ele do que a qualquer outro rei. <br>


'''Neferirkara Kakai''' – foi o primeiro faraó a usar nome e prenome separados (ele possuía dois nomes e dois cartuchos), um hábito que outros faraós seguiriam. <br>
'''*Shepseskaf (Hórus cujo corpo é nobre)'''
Sabe-se muito pouco sobre este faraó. Provavelmente era filho de Userkaf, e da rainha Khntkawes, cuja pirâmide fica próxima à de Neferirkara em Abusir. <br>
Seu nome de trono era ''Nefer-ir-ka-re'' que significa '''Bela é a alma de Ra''', enquanto que seu nome de nascimento era ''Kakai''. <br>
No seu túmulo foram encontrados papiros escritos com tinta e são os documentos mais antigos conhecidos, escritos em escrita hierática, uma forma cursiva dos hieróglifos. <br>
Os papiros foram descobertos em 1893 e consistem de trezentos fragmentos. São a maior contribuição para o estudo da egiptologia porque são arquivos bastante completos e detalhados de tudo o que diz respeito à administração. Além disso, mencionam um templo mortuário de um faraó pouco conhecido, Raneferef, cuja tumba ainda não foi encontrada. <br>
Quem melhor soube aproveitar estes arquivos foi uma missão Tcheca, que explorou esse sítio arqueológico em 1976. <br>


'''Shephseskare''' – do reinado deste faraó sabemos muito pouco, apenas que ele governou entre Neferirkare e Neferefre. <br>
*Mâneton o chama Sebercheres , Severkeris
De acordo com o Cânone de Turim ele reinou por sete anos. Foram encontrados selos datados do seu reinado em Abusir. <br>
*Lista de reis – Shepseskaf
Não sabemos se ele construiu uma pirâmide ou templo solar, alguns creditam a Shephseskare uma pirâmide inacabada, localizada entre a pirâmide de Sahure e o templo solar de Userkaf.
[[File:Kopf des Prinzen Schepseskaf.png|thumb|100px|left|cabeça de Shepseskaf]]
[[Image:Abousir Neferefre 01.jpg|thumb|200px|right|ruínas do primeiro nível da pirâmide de Neferefre]]
Conta a história que ele era o filho mais velho de Miquerinos (Menkaure) que sobreviveu. Sua esposa Bunefer foi a mãe de sua filha Khamaat que casou-se com o alto sacerdote menfita Ptah-shepses. <br>
'''Neferefre''' – o reinado deste faraó gera controvérsias. Alguns o colocam após Neferirkara, outros colocam o pouco conhecido Shepseskare entre eles. <br>
De acordo com a ''Lista de reis de Turim'', após o reinado de Shepseskaf houve outro governante durante dois anos, no Egito. Mâneton o registra como ''Thamphthis'' mas nada foi encontrado para dar crédito a esse possível governante. <br>
Um bloco encontrado próximo de Abusir mostra Neferirkare, sua esposa Khentkaus II e um filho pequeno que pode ser Neferefre. Mas de acordo com a maioria dos historiadores, que o colocam após Shepseskare, talvez este fosse um irmão mais velho (embora isso não explique a presença de uma só criança no bloco de Abusir). <br>
O faraó Shepseskaf teve muitos problemas durante seu reinado. Províncias declarando independência, sacerdotes e nobres em conflito. Embora não chegasse a enfrentar uma rebelião, o rei teve trabalho para restaurar a ordem. Isso demonstra que o tempo do poder centralizado que marcou os faraós anteriores havia terminado. <br>
Sabemos que Neferefre significa '''Ra é sua beleza'''. Sua esposa era provavelmente, Izi ou Isi. Também sabemos que ele construiu um templo solar ''Hetep-Re'', que ainda não foi descoberto e que ele morreu, aparentemente de maneira repentina antes de completar o primeiro nível de sua pirâmide em Abusir. <br>
[[File:Mastaba-faraoun-3.jpg|thumb|150px|right|Mastaba Faraoun, Gizé]]
O complexo mortuário conhecido como ''Pirâmide Inacabada'' foi reconhecido como pertencente a este faraó.
Shepseskaf não construiu uma pirâmide, e sim um enorme sarcófago em formato de mastaba, em Saqqara. É uma mastaba totalmente diferente de qualquer outra no Egito – é conhecida como ''Mastaba el-Faroun''. Alguns dos blocos de pedra usados para construí-la são até maiores do que os usados nas pirâmides, o primeiro piso (ou degrau) é de granito vermelho e o resto feito em pedra calcária branca. A mastaba foi restaurada na 20ª dinastia pelo príncipe Khamewere.<br>
[[Image:Niuserre BrooklynMuseum.png|thumb|100px|left| Provável estátua de Niuserre]]
É provável que ele não tenha construído uma pirâmide porque seus antepassados já haviam exaurido o tesouro com suas obras monumentais, também pode ser que a situação política do país não o permitisse. <br>
'''Niuserre''' – significa '''Possuído pelo poder de Ra'''. Seu nome de trono era ''Izi'' (ou Isi, Ini, Iny). Seu nome Hórus era, provavelmente ''Setibtawy''. <br>
Assim, termina a 4ª dinastia, a fase mais famosa do Egito por causa de suas pirâmides que se tornaram o símbolo de uma civilização. <br>
Há inúmeras controvérsias sobre seu tempo de reinado, até porque o Cânone de Turim está danificado no local onde está seu registro. <br>
Niuserre deve ter sucedido seu irmão Neferefre. Sua mãe e seu pai deveriam ser Neferirkare e a rainha Khentkaus II. Através do fragmento de uma estátua no seu templo, é possível que sua esposa fosse Reput-Nebu. <br>
O templo solar que ele construiu em Abusir é um dos maiores e mais completos do Egito, bem como o único totalmente construído em pedra. <br>
Foram encontrados objetos de seu reinado em Biblos e fragmentos de uma estela da quinta dinastia, ao norte de Abu Simbel, trazendo seu nome e cartucho. <br>
[[Image:Menkauhor.png|thumb|150px|right|Menkaukor]]
'''Menkauhor''' – era o nome de trono do faraó, que significa '''Eternas são as almas de Ra.''' Seu nome de nascimento era ''Kalu''. <br>
Não se sabe quais as ligações entre este faraó e os anteriores ou os seguintes. Provavelmente ele era irmão ou filho de Niuserre. No caso de ser filho de Niuserre, deveria ser com a esposa principal, a rainha Neput-Nebu. É possível que fosse o pai de Djedkare, que governou em seguida. <br>
Consta do Cânone de Turim e seu templo solar bem como sua pirâmide são mencionados em textos em alguns túmulos. <br>
Alguns estudiosos acreditam que sua pirâmide seja a ''Pirâmide sem cabeça'' (sem o topo), localizada no norte de Saqara, a leste do complexo de Teti. <br>
Há uma pequena estátua de Menkauhor, feita de alabastro no Museu Egípcio do Cairo e um relevo de Tjutju adorando o faraó e outras divindades. Também existe um selo com seu nome encontrado em Abusir. <br>
[[Image:DjedkareIsesi-GoldCylanderSeal MuseumOfFineArtsBoston.png|thumb|100px|right|nomes e títulos de Djedkare]]
'''Djedkare''' – ''Djed-ka-re'' era o nome de trono do faraó, que significa '''A alma de Ra é duradoura'''. Seu nome de nascimento era ''Isesi'' ou ''Asosi''. <br>
Era provavelmente filho de Menkauhor. Sua esposa principal seria Meresankh IV, mas a tumba dela está localizada na necrópole principal de Saqara. A pirâmide próxima a de Djedkare, ao sul de Saqara, que se acredita seria de sua esposa, não tem inscrições. De acordo com o papiro de Abusir, Djedkare deveria viver ao sul de Saqara perto de onde está sua pirâmide, chamada ''Pirâmide sentinela''. A múmia que foi encontrada nesta pirâmide, e que se acredita ser do faraó pertenceu a um homem de mais ou menos cinqüenta anos. <br>
Diferente de seus antecessores, ele não construiu um templo solar e não foi sepultado em Abusir mas sim em Saqara. <br>
O nome de Djedkare foi encontrado no Sinai, em Assuã, em Abydos e na Núbia. Ele também é mencionado em várias cartas, incluindo uma de Pepi II, ainda encontramos seu nome numa inscrição para Niuserre encontrada em Abusir. <br>
Seu governo passou por algumas mudanças, como a diminuição da importância do culto solar e mais importante, o poder do governo centralizado enfraquece enquanto os administradores das províncias ganham força.


'''Unas''' – é seu nome de nascimento embora também seja chamado de Unis, Ounas e Wenis. Seu nome Hórus era ''Wadj-tawy'' que significa '''Hórus, aquele que floresce nas duas terras.'''
[[Image:Unas stelae.jpg|thumb|100px|left|estela com o nome de Unas]]
Provavelmente teve duas esposas chamadas, Khenut e Nebit. Elas foram sepultadas em mastabas próximas ao complexo da pirâmide de Unas. Embora esse complexo em Saqara esteja bem preservado, muito pouco se sabe sobre esse faraó. <br>
Unas nos deixou cenas variadas em seus templos, mercadores asiáticos chegando ao Egito de barco, cenas em mercados, caçadas no deserto. Parece que o faraó tinha uma política com contatos diplomáticos em Biblos e na Núbia. <br>
Em Elefantina, uma inscrição mostra uma girafa e outros animais exóticos que podem ter sido levados ao Egito durante seu reinado. <br>
Embora sua pirâmide seja a menor das pirâmides reais construídas no Antigo Império, ela foi a primeira a trazer em suas paredes internas vários dos encantamentos (128) que compõem o ''Texto das Pirâmides''. Esses famosos textos, que ajudariam a alma do faraó em sua jornada para o próximo mundo, ainda iriam adornar muitas das futuras pirâmides e túmulos. <br>
Acredita-se que ''Maspero'' (Gaston Maspero 1846–1916, egiptólogo francês)
descobriu partes da múmia de Unas em 1880, que hoje estão no Museu do Cairo. <br>
Não se sabe se Unas deixou herdeiros, embora ele tenha tido pelo menos um filho chamado Ptahshepses. O fato é que pode ter havido um período de instabilidade política antes de Teti (sexta dinastia) subir ao trono. <br>
Possivelmente a esposa de Teti Iput, fosse filha de Unas. Um portal de granito rosa no templo mortuário de Unas traz as inscrições dos nomes e títulos de Teti, o que significa que parte do templo foi completado após a morte de Unas, o que sugere não ter havido interrupção entre a quinta e a sexta dinastias. <br>


==Faraós da Sexta Dinastia==
A sexta dinastia é um período de decadência que vai desaguar no primeiro período intermediário. De modo que, alguns dos faraós abaixo são de alguma forma obscuros, temos pouca informação.


*Teti <br>
[[Categoria:Civilização Egípcia]]
*Pepy I (Meryre) <br>
*Merenre Nemtyemzaf <br>
*Pepy II (Neferkare) <br>
*Nitocris <br>
[[Image:Teti-SistrumInscribedWithName MetropolitanMuseum.png|thumb|50px|left| Um sistro com o nome de Teti]]
'''Teti''' – após a morte de Unas, não se sabe bem o que aconteceu. Teti adaptou seu nome Hórus para Seheteptawy que significa '''Aquele que pacifica as duas terras.''' <br>
O Cânone de Turim dá a ele um reinado de menos de um ano mas, os estudiosos acreditam que ele reinou por mais tempo. Sua esposa Iput I, provavelmente era a filha do rei Unas. Essa esposa foi a mãe do herdeiro de Teti, o faraó Pepi I. Ela foi sepultada em sua própria pirâmide, próximo à de Teti em Saqara. <br>
Ele construiu sua pirâmide em Saqara, chamada de ''Pirâmide prisão''.<br> Egiptólogos descobriram uma estátua do faraó feita em granito rosa, que hoje está no Musseu Egípcio. <br>
[[Image:PepiI-KneelingStatuette BrooklynMuseum.png|thumb|100px|right|Estátua de Pepi I]]
'''Pepi I''' – esse era o nome de nascimento do faraó, seu nome de trono era Mery-re que significa '''Amado de Ra'''. No principio de seu reinado, ele usou o nome de trono de Nefersahor, só depois mudou para Mery-re. <br>
É possível que Pepi I não tenha assumido o trono logo após a morte de seu pai, Teti. Algumas listas incluem o nome de um faraó ''Userkara'', entre Teti e Pepi I.<br>
Pepi I era provavelmente filho de Teti com a rainha Iput I. <br>
Existem muitas teorias a respeito de uma possível conspiração, da morte por assassinato do faraó Teti, de um faraó usurpador Userkara, e de uma conspiração no harém de Pepi I. <br>
Aparentemente ele casou tardiamente com Ankhnesmerire I e Ankhnesmerire II. Da primeira teve Merenre e da segunda esposa teve Pepi II, que reinariam no Egito até o final da sexta dinastia. <br>
Pelo menos quatro estátuas deste faraó sobreviveram, inclusive uma feita em cobre (ver em Artes), junto com esta estátua foi encontrada também feita em cobre, uma estátua de seu filho e futuro faraó Merenre. <br>
Temos indicações de que no reinado de Pepi I, houve uma crescente influência e enriquecimento dos nobres. Pelas tumbas bem decoradas destes nobres e suas inscrições, sabemos que eles ostentavam privilégios advindos da sua amizade com o faraó. <br>
Pepi I deixou muitas inscrições embora se acredite que suas construções foram incorporadas em projetos posteriores. Ele construiu sua pirâmide ao sul de Saqara e o Texto da Pirâmide encontrado nas paredes, foi o primeiro a ser encontrado pelos egiptólogos, embora não o primeiro a ser gravado numa pirâmide.<br> Ele também está registrado por seus decretos encontrados em Dahshure e Coptos. Foi mencionado nas biografias de Weni em sua tumba em Abydos, por Djaw na tumba também em Abydos. Por Ibi em sua tumba em Deir el-Gabrawi, por Meryankhptahmeryre em sua tumba em Gizé, por Qar em sua tumba em Edfu e pela biografia numa tumba em Saqara de uma pessoa desconhecida.
[[Image:Egypte louvre 276 boite.jpg|thumb|200px|left|Caixa com o nome de Merenre I]]
'''Merenre''' – chamado por vezes de Merenre I. Ele era o filho mais velho, vivo, de Pepi I e sucedeu seu pai. Deve ter subido ao trono muito jovem e provavelmente morreu inesperadamente ainda jovem, talvez entre seu quinto e nono ano de reinado. <br>
Merenre era o seu nome de trono, que significa '''Amado de Ra'''. Seu nome de nascimento era Nemty-em-sa-f, que significa '''Nemty é sua proteção'''. Seu nome Hórus era Ankh-khau. Sua mãe era Ankhnesmerire I (Ankhesenpepi I). <br>
Embora ele tenha deixado poucos monumentos, os estudiosos sabem que ele viajou até Assuã e à Primeira Catarata, no quinto ano de seu reinado para receber tributos de chefes núbios. Merenre continuou a proteger as fronteiras e procurou consolidar o governo central, além de prosseguir no comércio e relações diplomáticas como seus antecessores. Na tumba do governador de Assua, há um registro de que ele foi responsável por quatro expedições à Núbia e ainda mais longe, ao sul, durante o reinado de Merenre e de seu irmão Pepi II. <br>
Há uma estátua de cobre de Merenre (já mencionada acima) com seu pai Pepi I e também uma pequenina esfinge do faraó no Museu Nacional da Escócia em Edimburgo. Merenre também tem seu nome numa caixa (de marfim de hipopótamo) que está no Museu do Louvre (foto) e inscrições em pedra perto de Assuã, decretos do faraó encontrados no templo de Menkawre e nas biografias de Uni (Weni) e Djaw em Abydos. Na tumba de Harkhuf em Elefantina, na tumba de Ibi em Deir-el-Gabrawi, na tumba de Qar em Edfu e na de um desconhecido em Saqara. Ele também é mencionado em inscrições na tumba de Maru em Gizé, numa parede de pedra em Deir-el-Bahari em Luxor (antiga Tebas). <br>
Merenre deve ter sido sepultado em sua pirâmide ao sul de Saqara, que talvez nem tenha sido completada, dado que ele morreu repentinamente e jovem. O sarcófago de granito negro foi encontrado em 1881 por ''Maspero'' (Gaston Maspero 1846–1916, egiptólogo francês) e a múmia em seu interior, se era mesmo a de Merenre, é a múmia real completa, mais velha já encontrada. Na verdade é a múmia de um jovem que ainda tinha a madeixa de cabelo lateral que representava a juventude. Pode ser que esta múmia, pelas características, seja da 18ª dinastia, mas ela ainda não foi examinada com as técnicas mais modernas, está no Museu Egípcio do Cairo.

[[Image:AnkhnesmeryreII-and-Son-PepiII BrooklynMuseum.png| thumb|150px|right|Pepi II e sua mãe]]
'''Pepi II''' – é possível que este faraó tenha subido ao trono com seis anos de idade e há registros de que reinou por noventa e quatro anos, embora alguns egiptólogos acreditem que foi por sessenta e quatro anos. <br>
Ele foi não o último, mas o último faraó importante do Antigo Império. <br>
O nome de nascimento de Pepi Ii era Pepi como o de seu pai. Seu nome de trono era Neferkare que significa '''Bela é a alma de Ra.''' Sua mãe era Ankhnesmerire II (Ankhesenpepi), que era irmã de seu irmão mais velho Merenre e provavelmente foi a regente durante a sua juventude. Há uma estátua dela segurando Pepi II quando criança (ele já usa o nemes e o uraeus, símbolos do poder). Pepi II teve muitas esposas e há uma certa confusão em nomeá-las, mas, provavelmente teve, pelo menos um filho, chamado Merenre como seu irmão. <br>
Prosseguiu na mesma linha política de seus antecessores, desenvolvendo ligações também com o sul da África. Manteve as relações comerciais com Biblos. <br>
Como seu reinado deve ter sido muito longo, talvez a idade tenha dificultado em muito seu governo. Pela tumbas descobertas, está evidente o poder e a riqueza dos nobres e altos oficiais. Enquanto que a tumba de Pepi II é bem inferior à de seus predecessores. <br>
A administração do pais estava comprometida, Pepi II escolheu um vizir para o alto Egito e outro para o baixo Egito, descentralizando o poder. À medida que o faraó envelhecia, O poder dos governantes das províncias aumentava. <br>
Pepi II deve ter sido seguido no trono, por seu filho Merenre II, mas talvez, por apenas um ano. <br>
Seu complexo mortuário e sua pirâmide estão ao sul de Saqara, bem como as pequenas pirâmides de suas esposas. <br>
O faraó está registrado na estátua com sua mãe, num decreto encontrado em Abydos e em três decretos em Coptos. Também é mencionado nas tumbas de Djau em Abydos e na de Ibi em Deir el-Gabrawi. Também há pequenos itens encontrados em Biblos.

'''Nitokris ''' - há apenas três mulheres na história do Egito que foram identificadas como faraós, ''Nitokris, Hatshepsut e Cleópatra''. <br>
A primeira delas é Nitokris, seu nome aparece em cartuchos reservados apenas aos faraós. Ela não deixou nenhuma obra onde se pudesse ler seu nome mas, é registrada na lista de reis de Turim, por Heródoto e por Mâneton. <br>
O Cânone de Turim a coloca após Pepi II e possivelmente após Merenre II e algum outro outro faraó desconhecido. Pode ser que, devido a confusão que havia no final do Antigo Império e nas listagens, que ela possa ter reinado ao mesmo tempo que outro rei. <br>
Acredita-se que ela chegou ao trono quando seu irmão e possivelmente marido, Merenre II, foi assassinado. Conta a lenda, através dos séculos que ela convidou os assassinos de seu marido para um banquete e encheu a sala lacrada do banquete com a água do Nilo. Depois ela cometeu suicídio se jogando nas chamas em outra sala.


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Revisão das 19h52min de 6 de março de 2009

Civilização Egípcia/Índice

Dinastias 3 e 4


vasilha com serekh de Khaba

Faraós da Terceira Dinastia

  • Nebka (Sanakhte)
  • Netjerykhet (Djoser)
  • Sekhemkhet (Djoser Teti)
  • Khaba
  • Huni

*Nebkha (Hórus o vitorioso protetor)

  • Mâneton o chama Necherophes, Necherochis, Mesochris
  • Lista de reis – Nebka O senhor do Ka.

Algumas listas se referem a ele como Nebka, outras como Sanakhte então é possível que os dois nomes sejam da mesma pessoa ou pode ser que Sanakhte tenha sido outro governante. Sua posição entre os governantes é complicada porque o nome Sanakhte não pertence a nenhum dos reis das listas.
De acordo com a tradição, ele é considerado o fundador da 3ª dinastia e irmão mais velho de Djoser, mas, isso não é afirmado pois não há comprovação, afinal não se sabe quase nada do período de seu reinado. Sua tumba não foi identificada, os restos mortais encontrados numa mastaba em Beit Kallahf, perto de Abidos, conferem com a descrição de Mâneton de um homem alto e forte, portanto há possibilidades de que ali tenha sido o local de sepultamento deste faraó. Não foi encontrado nenhum monumento funerário, pirâmide ou templo com seu nome.
Já o nome de Sanakhte foi encontrado nos restos de uma pequena pirâmide em Elefantina. Ele também é representado golpeando um inimigo, na pose tradicional dos faraós, num fragmento de relevo encontrado no Sinai.

*Netjerikhet Djoser (Hórus,divino corpo)

estátua de Djoser em Saqqara
  • Mâneton o chama Tosorthros, Sesorthos, Sosorthus. Soyphus
  • Lista de reis - Djoser Sa, Djoser, Djoser-it, Djeser Nebu, Netjerikhet Djoser

Na Lista de Reis de Turim o nome de Djoser está inscrito em vermelho.

Ele é mais conhecido por sua Pirâmide de Degraus em Saqqara. O complexo mortuário (pirâmide, templos, câmaras de sepultamento e as tumbas) é um dos grandes passos para a evolução da pirâmide verdadeira que vai surgir logo depois.
Esse faraó foi conhecido pelo nome Netjerikhet e somente no Novo Império ele é mencionado como Djoser. As referências à Pirâmide de Degraus é que confirmam que Netjerikhet e Djoser são a mesma pessoa.
É possível que ele tenha sido filho de Nimataap e Khasekhemwy.
Durante o seu reinado enfrentou sete anos de fome que maltratou o povo do Egito. O sacerdote Imhotep o aconselhou a ir até Elefantina e lá erigir um templo para Khnum, o deus que controlava o Nilo. Assim o faraó fez e logo em seguida voltaram as cheias e a fome acabou. As inscrições que contam essa história são da dinastia dos Ptolomeus, o que prova que Djoser era lembrado e venerado mais de dois mil anos depois de sua morte.
No reinado de Djoser a capital passou a ser Mênfis e a necrópole passou para Saqqara.
Foi um tempo de grande progresso, nas artes, literatura, organização do governo, na religião e principalmente tempo de grandes obras.
Imhotep, que era o vizir, sacerdote, arquiteto, poeta, médico e cuja origem não se conhece, muitos argumentam que ele seria filho do faraó, foi o responsável pelo legado de Djoser. Ele foi venerado como um deus e até 2500 anos após sua morte, na fase romana ainda era visto dessa forma, coisa inédita no antigo Egito.
A Pirâmide de Degraus e o complexo de Saqqara, foram construções erigidas numa escala nunca vista antes, de onde se deduz que o governo era firme e próspero. Foi a engenhosidade de Imhotep que abriu caminho para as obras magníficas que veremos posteriormente.

Ficheiro:Sekhemkhet.jpg
o faraó Sekhemkhet golpeando um inimigo

*Sekhemkhet, (Hórus, poderoso corpo)

  • Mâneton o chama Tyreis, Tyris, Tosortasis
  • Lista de reis - Teti, Djoser-Teti, Djoser-ti, Djeser-Teti, Iteti

Sekhemkhet era um faraó totalmente desconhecido até que, em 1951 foi descoberta em Saqqara uma pirâmide interminada e enterrada. Fotografias aéreas da área próxima da Pirâmide de Degraus de Djoser, mostravam que havia um muro sob a areia, e de fato, os restos de uma pirâmide inacabada que seria maior do que a de Djoser lá estavam.Talvez ela fosse duas vezes mais alta antes que abandonassem o trabalho e esse local fosse usado como canteiro de obras para outras construções.
É possível que esse faraó tenha reinado durante pouco tempo e quando morreu, o trabalho em seu túmulo tenha parado. Dentro de uma câmara na pirâmide, foi encontrado um sarcófago de alabastro selado, mas, para tristeza dos arqueólogos, estava vazio, não havia múmia. O misterioso Sekhemkhet não foi encontrado.
Houve um meticuloso planejamento para a construção dessa pirâmide, havia 132 depósitos conectados entre si e local do sepultamento estava colocado exatamente sob o centro da pirâmide. Lá dentro foram encontradas centenas de potes quebrados, trabalhos em ouro e joalheria. Nos potes havia a inscrição com o nome de Sekhemkhet e outras inscrições de Djoser-ti.
O sarcófago de alabastro não possuía tampa, era fechado por uma cobertura que corria a partir dos pés e que estava fechada e completamente selada. Muitos acharam que era uma tumba inviolada mas ao ser aberto, o sarcófago estava vazio.
Acredita-se que, na antiguidade a sepultura foi violada e bem mais tarde tanto o caixão quanto a tumba foram consertados.
Ao sul da pirâmide inacabada, foi encontrada uma pequena mastaba que continha um caixão de madeira com o corpo de uma criança de 2 ou 3 anos, não se sabe se seria filho do faraó.
Como registro deste rei há um relevo em Wadi Maghara que mostra a tradicional figura do faraó golpeando seu inimigo com a maça.

*Khaba (Hórus, surge o Ba)

  • Mâneton o chama Mesochris
  • Lista de reis - Hudjefa, Neferkare Bela é a alma de Ra, Nebkare Senhor das Almas, Ra

É possível que Khaba e Nebka (o primeiro da dinastia) sejam a mesma pessoa, porque praticamente nada se sabe sobre esse rei.
Seu nome está apagado na Lista de Turim, talvez por problemas dinásticos ou porque o escriba não conseguiu ler o nome em escritos antigos.
Ele está registrado na tumba de Sahure com uma inscrição e poucos vasos de pedra, a sua própria tumba não foi encontrada. Acredita-se que o monumento funerário, uma pirâmide de degraus inacabada em Zawyet el-Aryan, próximo a Saqqara seja de Khaba.

*Huni (?)

  • Mâneton o chama Kerpheris, Aches
  • Lista de reis – Huni

Não se conhece seu nome de Hórus ou outros, mas ele está registrado na lista de reis de Saqqara e de Turim, mas não na de Abidos.
Foi encontrada uma inscrição com seu nome em Assuã e na Pedra de Palermo há uma outra forma de seu nome. Além disso nada foi encontrado, nem uma estátua, um relevo, inscrição ou algum desenho que seja comprovadamente deste rei.
Acredita-se que ele seja o responsável por várias pequenas pirâmides espalhadas através do Egito, em áreas remotas. Nem sequer se sabe para que foram construídas, se como marcos de fronteira, de estados ou qualquer outra coisa, elas são pequenas e não contêm câmaras internas, não são tumbas.
É possível que a pirâmide de Abu Rawash, ao norte de Gizé seja deste faraó porque os tijolos usados para sua construção são típicos da 3ª dinastia.

Faraós da Quarta Dinastia

Snefru
  • Snefru
  • Khufu (Queóps)
  • Djedefre
  • Khafre (Quefren)
  • Menkaure (Miquerinos)
  • Shepseskaf

Snefru – era o nome de nascimento do rei, seu nome Hórus era Nebmaat. Ele foi o primeiro a ter seu nome de nascimento, Snefru, colocado dentro de um cartucho, num oval no alto a esquerda. Depois dele, foi sempre pelo nome de cartucho que os faraós ficaram conhecidos. Snefru deve ter sido filho de Huni, seu antecessor embora haja controvérsias, sua mãe deve ter sido Meresankh I, uma esposa menor ou concubina.
Ele quase certamente casou-se com Hetepheres I que foi a mãe de seu filho e sucessor Khufu (Queóps).
Snefru foi um dos mais renomados construtores de pirâmides não só pela quantidade de obras, mas pela escala de construções e as formas revolucionárias.
Ele fez um governo forte e todo poder estava centralizado em suas mãos. Aparentemente alguns de seus filhos se tornaram vizires e Snefru reorganizou a terra entre os nobres, de modo a impedir que se tornassem muito poderosos. Não há certeza de onde ele foi enterrado, alguns acreditam que foi na Pirâmide Vermelha em Dashur.

Khufu – ou Queóps como o conhecemos, também era chamado pelos gregos Cheops. Foi o faraó que mandou construir a Grande Pirâmide de Gizé.

Queóps

Embora seu avô Djoser Netjeriket e seu pai Snefru, sejam lembrados como governantes benevolentes e misericordiosos, Heródoto registra Queóps como um governante cruel. O nome Hórus de Queóps era Medjedu e seu nome completo de nascimento era Khnum-Khufu, que significa o deus Khnum me protege. Khnum era considerado o deus local de Elefantina, perto da primeira catarata do Nilo e foi ele quem criou a humanidade em sua roda de oleiro, além de ser o responsável pelas inundações do Nilo.
O seu vizir Hemiunu foi o arquiteto da grande pirâmide.
A esposa principal de Queóps foi Merityotes. Ela e duas outras esposas foram sepultadas em uma das três pirâmides subsidiárias, que ficam ao sul do templo mortuário da grande pirâmide. Queóps teve muitos filhos, de acordo com o papiro Westcar, e embora tenha construído o maior e mais duradouro dos monumentos, não temos quase nada sobre o seu reinado.
Heródoto, que escreveu histórias e comentários sobre o Egito, por volta de 450 a.C. séculos após o reinado de Queóps, diz que o faraó, arrastou o país a todo tipo de sofrimento, fechou os templos, obrigou a todos a trabalharem para si. Diz que os egípcios nem gostavam de mencionar o nome do faraó, tão grande era seu ódio por ele. No papiro Westcar ele também é mencionado como cruel.
É curioso observar que, apesar da magnífica pirâmide que construiu e das maravilhosas mobílias fúnebres descobertas, pertencentes à mãe do faraó, rainha Hetepheres, a única figura que temos de Queóps é uma pequenina estatueta esculpida em marfim.
Sua múmia nunca foi encontrada e não se sabe se algum dia o sarcófago localizado na câmara do rei da grande pirâmide foi usado.

Djedefre – ele foi o terceiro faraó da quarta dinastia e é considerado filho de Queóps com uma esposa menor, vinda da Líbia. Sabe-se que ele foi o primeiro rei a adotar junto do nome Filho de Ra.
Os fatos sobre Djedefre ainda estão sendo avaliados, não se discute que ele era filho de Queóps mas sua mãe ainda é tema de discussão para alguns estudiosos. Sabemos sobre duas das esposas de Djedefre, que aparentemente se chamavam Hetepheres II e a irmã do rei, Khentetenka.
Permanece um mistério, o fato do faraó ter escolhido Abu Rawash para construir sua pirâmide. Existem evidências de que Djedefre não seguia a religião de acordo com sua família. Sua pirâmide possui muitos elementos que remetem aos tempos antigos e sua adoção do nome Filho de Ra, pode sugerir que novidades religiosas estavam por vir.
Muitas estátuas do faraó foram descobertas e recuperadas de sua pirâmide, inclusive cabeças, sendo que uma delas possivelmente pertenceria à primeira criação de uma esfinge.

Khafre – conhecido como Quefrén, seu nome de nascimento era Khafre, que significa Aparece como Ra.

Quefrén feito em alabastro

Provavelmente ele era o filho mais novo de Khufu com sua esposa Henutsen, de modo que foi preciso esperar o reinado de seu irmão mais velho Djedefre terminar, antes de poder subir ao trono. Como sempre, há dúvidas sobre isso.
O fato é que Quefrén prosseguiu a promoção do culto de Ra, usando o título O filho do Sol, e incorporando o nome do deus ao seu nome.
Pelas mastabas deixadas pelos nobres em seu reinado, se observa que o Egito deveria ser bastante próspero enquanto ele governou.
Foram encontrados objetos do reinado de Quefrén em Biblos, ao norte de Beirute, como também em Tell Mardikh na Síria, portanto se presume movimentos de comércio ou diplomáticos.
Quefrén deixou poucas inscrições e um dos maiores tesouros do antigo Egito, que é o complexo de pirâmides que construiu em Gizé. Alguns estudiosos acreditam que ele também foi o responsável pela construção da Grande Esfinge, que teria o rosto do faraó.
Seu reinado foi como o de seu pai, com grande prosperidade e quase nenhum distúrbio externo. O poder central foi mantido e o progresso prosseguiu em todos os setores.

Menkaure – conhecido como Miquerinos e chamado Miquerinos é Divino. Provavelmente o nome de nascimento deste faraó significa Eterno como as Almas de Ra.
Ele sucedeu a seu pai Quefrén e possivelmente sua mãe foi Khameremebty I.
Casou-se com quatro esposas, incluindo sua irmã mais velha Khameremebty II. Teve dois filhos ao que sabemos, Khuenre, o mais velho que morreu antes do pai e foi sepultado numa tumba de pedras ao sul da pirâmide de Miquerinos, e Shepsekaft, que foi seu sucessor. Também teve uma filha chamada Khentkawes.

Miquerinos

Objetos foram encontrados em Biblos ao norte de Beirute com data do reinado de Miquerinos, o que indica atividades diplomáticas ou comerciais.
Heródoto confirma a lenda que diz que o reinado de Miquerinos foi benevolente e próspero. Ele diz que, de todos os reis do Egito foi Miquerinos quem teve a reputação de ser mais justo, e que os egípcios erguiam mais preces a ele do que a qualquer outro rei.
Foram encontradas muitas estátuas do faraó em que ele está acompanhado da deusa Hathor, que recebeu as feições da rainha Khamerernebty II e de uma das deidades das províncias ou nomos.

Shepseskaf – era seu nome de nascimento que significa Sua alma é nobre. Isso é estranho porque a maior parte dos faraós deste e de outros períodos fazem referência a um deus em seus nomes e ele não.
Acredita-se que seu pai era Miquerinos e que ele foi o responsável por terminar a pirâmide do pai. Sua mãe não conhecemos, mas é provável que tenha sido uma das esposas menores. Também é quase certo que ele tenha tido pelo menos uma esposa e seu nome era Bunefer.
Ao que parece, ele enfrentou sacerdotes poderosos no culto do deus (observe que ele não coloca Ra em seu nome) e talvez rebeliões populares.
Ao contrário de seus antepassados imediatos bem como de seus sucessores, Shepseskaf escolheu para túmulo uma mastaba, que foi construída ao sul de Saqara. Chamada de Mastaba Fara´un é uma das tumbas mais curiosas do Antigo Império, tem a forma de um sarcófago e é única, portanto uma das mais pesquisadas. Não se sabe porque ele construiu uma mastaba nem porque em Saqara. Uma das possibilidades é que o Egito estivesse atravessando dificuldades financeiras e ele precisou acabar a pirâmide do pai, portanto preferiu construir para si uma tumba menos dispendiosa.

Com este faraó termina a quarta dinastia, que nunca mais seria repetida e nunca mais os faraós teriam meios de construir monumentos como aqueles no futuro.
O tempo dos governantes divinos e projetos grandiosos feitos para homenagear os deuses e os deuses vivos na figura do faraó termina aqui.

Pirâmide de Queóps

Faraós da Quinta Dinastia

  • Userkaf
  • Sahure
  • Neferirkare Kakai
  • Shepseskare Ini
  • Neferefre
  • Niuserre Izi
  • Menkauhor
  • Djedkare Izezi
  • Unas

Userkaf – não é absolutamente certo, mas é considerado como o primeiro faraó da quinta dinastia. Não há certeza de quem foi seu pai, pode ter sido um sacerdote. Sua mãe foi provavelmente Neferhetep, se assim foi, ele é neto de Djedefre que sucedeu Queóps. Sua esposa deve ter sido Khentkaues I, que foi sepultada em Gizé e este casamento é que deve ter legitimado o faraó. Sua esposa, seria filha de Miquerinos e talvez meia-irmã de Shepseskaf.
Estranhamente, na tumba de Khentkaues I não há menção a Userkaf. Alguns crêem que Neferhetep fosse sua esposa ao invés de sua mãe, enquanto outros dizem que Khentkaues I era a mãe do faraó.
Userkaf era o nome de nascimento do rei e significa Sua alma é poderosa. Seu nome Hórus era Iry-maat, que significa Aquele que põe em prática o Maat.
Seu governo foi tranqüilo, e não houve grandes mudanças. Ele tem o crédito de estabelecer o primeiro contato do povo egípcio com as populações do mar Egeu. Um vaso de pedra de seu templo mortuário foi encontrado em Kithera (Grécia).
Ele construiu o primeiro templo solar da quinta dinastia em Abusir.
Ele é mencionado nas tumbas de Sekhemkare e Nisutpunetjer, ambas em Gizé.

Sahure e uma deusa provincial

Sahure – seu nome de nascimento, que significa Ele que está próximo de Ra. Seu nome Hórus era Nebkau.
Seu complexo de pirâmides foi o primeiro a ser construído em Abusir.
É a partir de Sahure que começa o declínio na construção de pirâmides.
O que se sabe sobre esse faraó é o que ele deixou inscrito em sua pirâmide. Sua mãe deveria ser Khentkaues I e seu pai Userkaf. De acordo com o papiro Westcar, Khentkaues I era Redjedet, que, como conta o mago Djedi, estava destinada a dar à luz aos filhos de Ra e primeiros reis da quinta dinastia. Se Khentkaues I era a mãe do faraó, então ela deve ter sido regente, pois na tumba onde foi sepultada, em Gizé, ela aparece usando o Uraeus Real e a barba cerimonial.
Numa cena, em sua pirâmide, temos grandes navios com egípcios e asiáticos a bordo. Acredita-se que estão retornando do porto de Biblos no Líbano trazendo toras de cedro. A marinha egípcia parece ter sido criada por Sahure. Menções a este faraó estão na estátua da foto ao lado, numa biografia encontrada nas tumbas de Peribsen em Saqara e na porta falsa de Niankhsakhment em Saqara. Ele também é mencionado nas tumbas de Sekhemkare e Nisutpunetjer em Gizé.

Neferirkara
Kakai

Neferirkara Kakai – foi o primeiro faraó a usar nome e prenome separados (ele possuía dois nomes e dois cartuchos), um hábito que outros faraós seguiriam.
Sabe-se muito pouco sobre este faraó. Provavelmente era filho de Userkaf, e da rainha Khntkawes, cuja pirâmide fica próxima à de Neferirkara em Abusir.
Seu nome de trono era Nefer-ir-ka-re que significa Bela é a alma de Ra, enquanto que seu nome de nascimento era Kakai.
No seu túmulo foram encontrados papiros escritos com tinta e são os documentos mais antigos conhecidos, escritos em escrita hierática, uma forma cursiva dos hieróglifos.
Os papiros foram descobertos em 1893 e consistem de trezentos fragmentos. São a maior contribuição para o estudo da egiptologia porque são arquivos bastante completos e detalhados de tudo o que diz respeito à administração. Além disso, mencionam um templo mortuário de um faraó pouco conhecido, Raneferef, cuja tumba ainda não foi encontrada.
Quem melhor soube aproveitar estes arquivos foi uma missão Tcheca, que explorou esse sítio arqueológico em 1976.

Shephseskare – do reinado deste faraó sabemos muito pouco, apenas que ele governou entre Neferirkare e Neferefre.
De acordo com o Cânone de Turim ele reinou por sete anos. Foram encontrados selos datados do seu reinado em Abusir.
Não sabemos se ele construiu uma pirâmide ou templo solar, alguns creditam a Shephseskare uma pirâmide inacabada, localizada entre a pirâmide de Sahure e o templo solar de Userkaf.

ruínas do primeiro nível da pirâmide de Neferefre

Neferefre – o reinado deste faraó gera controvérsias. Alguns o colocam após Neferirkara, outros colocam o pouco conhecido Shepseskare entre eles.
Um bloco encontrado próximo de Abusir mostra Neferirkare, sua esposa Khentkaus II e um filho pequeno que pode ser Neferefre. Mas de acordo com a maioria dos historiadores, que o colocam após Shepseskare, talvez este fosse um irmão mais velho (embora isso não explique a presença de uma só criança no bloco de Abusir).
Sabemos que Neferefre significa Ra é sua beleza. Sua esposa era provavelmente, Izi ou Isi. Também sabemos que ele construiu um templo solar Hetep-Re, que ainda não foi descoberto e que ele morreu, aparentemente de maneira repentina antes de completar o primeiro nível de sua pirâmide em Abusir.
O complexo mortuário conhecido como Pirâmide Inacabada foi reconhecido como pertencente a este faraó.

Provável estátua de Niuserre

Niuserre – significa Possuído pelo poder de Ra. Seu nome de trono era Izi (ou Isi, Ini, Iny). Seu nome Hórus era, provavelmente Setibtawy.
Há inúmeras controvérsias sobre seu tempo de reinado, até porque o Cânone de Turim está danificado no local onde está seu registro.
Niuserre deve ter sucedido seu irmão Neferefre. Sua mãe e seu pai deveriam ser Neferirkare e a rainha Khentkaus II. Através do fragmento de uma estátua no seu templo, é possível que sua esposa fosse Reput-Nebu.
O templo solar que ele construiu em Abusir é um dos maiores e mais completos do Egito, bem como o único totalmente construído em pedra.
Foram encontrados objetos de seu reinado em Biblos e fragmentos de uma estela da quinta dinastia, ao norte de Abu Simbel, trazendo seu nome e cartucho.

Ficheiro:Menkauhor.png
Menkaukor

Menkauhor – era o nome de trono do faraó, que significa Eternas são as almas de Ra. Seu nome de nascimento era Kalu.
Não se sabe quais as ligações entre este faraó e os anteriores ou os seguintes. Provavelmente ele era irmão ou filho de Niuserre. No caso de ser filho de Niuserre, deveria ser com a esposa principal, a rainha Neput-Nebu. É possível que fosse o pai de Djedkare, que governou em seguida.
Consta do Cânone de Turim e seu templo solar bem como sua pirâmide são mencionados em textos em alguns túmulos.
Alguns estudiosos acreditam que sua pirâmide seja a Pirâmide sem cabeça (sem o topo), localizada no norte de Saqara, a leste do complexo de Teti.
Há uma pequena estátua de Menkauhor, feita de alabastro no Museu Egípcio do Cairo e um relevo de Tjutju adorando o faraó e outras divindades. Também existe um selo com seu nome encontrado em Abusir.

nomes e títulos de Djedkare

DjedkareDjed-ka-re era o nome de trono do faraó, que significa A alma de Ra é duradoura. Seu nome de nascimento era Isesi ou Asosi.
Era provavelmente filho de Menkauhor. Sua esposa principal seria Meresankh IV, mas a tumba dela está localizada na necrópole principal de Saqara. A pirâmide próxima a de Djedkare, ao sul de Saqara, que se acredita seria de sua esposa, não tem inscrições. De acordo com o papiro de Abusir, Djedkare deveria viver ao sul de Saqara perto de onde está sua pirâmide, chamada Pirâmide sentinela. A múmia que foi encontrada nesta pirâmide, e que se acredita ser do faraó pertenceu a um homem de mais ou menos cinqüenta anos.
Diferente de seus antecessores, ele não construiu um templo solar e não foi sepultado em Abusir mas sim em Saqara.
O nome de Djedkare foi encontrado no Sinai, em Assuã, em Abydos e na Núbia. Ele também é mencionado em várias cartas, incluindo uma de Pepi II, ainda encontramos seu nome numa inscrição para Niuserre encontrada em Abusir.
Seu governo passou por algumas mudanças, como a diminuição da importância do culto solar e mais importante, o poder do governo centralizado enfraquece enquanto os administradores das províncias ganham força.

Unas – é seu nome de nascimento embora também seja chamado de Unis, Ounas e Wenis. Seu nome Hórus era Wadj-tawy que significa Hórus, aquele que floresce nas duas terras.

estela com o nome de Unas

Provavelmente teve duas esposas chamadas, Khenut e Nebit. Elas foram sepultadas em mastabas próximas ao complexo da pirâmide de Unas. Embora esse complexo em Saqara esteja bem preservado, muito pouco se sabe sobre esse faraó.
Unas nos deixou cenas variadas em seus templos, mercadores asiáticos chegando ao Egito de barco, cenas em mercados, caçadas no deserto. Parece que o faraó tinha uma política com contatos diplomáticos em Biblos e na Núbia.
Em Elefantina, uma inscrição mostra uma girafa e outros animais exóticos que podem ter sido levados ao Egito durante seu reinado.
Embora sua pirâmide seja a menor das pirâmides reais construídas no Antigo Império, ela foi a primeira a trazer em suas paredes internas vários dos encantamentos (128) que compõem o Texto das Pirâmides. Esses famosos textos, que ajudariam a alma do faraó em sua jornada para o próximo mundo, ainda iriam adornar muitas das futuras pirâmides e túmulos.
Acredita-se que Maspero (Gaston Maspero 1846–1916, egiptólogo francês) descobriu partes da múmia de Unas em 1880, que hoje estão no Museu do Cairo.
Não se sabe se Unas deixou herdeiros, embora ele tenha tido pelo menos um filho chamado Ptahshepses. O fato é que pode ter havido um período de instabilidade política antes de Teti (sexta dinastia) subir ao trono.
Possivelmente a esposa de Teti Iput, fosse filha de Unas. Um portal de granito rosa no templo mortuário de Unas traz as inscrições dos nomes e títulos de Teti, o que significa que parte do templo foi completado após a morte de Unas, o que sugere não ter havido interrupção entre a quinta e a sexta dinastias.

Faraós da Sexta Dinastia

A sexta dinastia é um período de decadência que vai desaguar no primeiro período intermediário. De modo que, alguns dos faraós abaixo são de alguma forma obscuros, temos pouca informação.

  • Teti
  • Pepy I (Meryre)
  • Merenre Nemtyemzaf
  • Pepy II (Neferkare)
  • Nitocris
Um sistro com o nome de Teti

Teti – após a morte de Unas, não se sabe bem o que aconteceu. Teti adaptou seu nome Hórus para Seheteptawy que significa Aquele que pacifica as duas terras.
O Cânone de Turim dá a ele um reinado de menos de um ano mas, os estudiosos acreditam que ele reinou por mais tempo. Sua esposa Iput I, provavelmente era a filha do rei Unas. Essa esposa foi a mãe do herdeiro de Teti, o faraó Pepi I. Ela foi sepultada em sua própria pirâmide, próximo à de Teti em Saqara.
Ele construiu sua pirâmide em Saqara, chamada de Pirâmide prisão.
Egiptólogos descobriram uma estátua do faraó feita em granito rosa, que hoje está no Musseu Egípcio.

Estátua de Pepi I

Pepi I – esse era o nome de nascimento do faraó, seu nome de trono era Mery-re que significa Amado de Ra. No principio de seu reinado, ele usou o nome de trono de Nefersahor, só depois mudou para Mery-re.
É possível que Pepi I não tenha assumido o trono logo após a morte de seu pai, Teti. Algumas listas incluem o nome de um faraó Userkara, entre Teti e Pepi I.
Pepi I era provavelmente filho de Teti com a rainha Iput I.
Existem muitas teorias a respeito de uma possível conspiração, da morte por assassinato do faraó Teti, de um faraó usurpador Userkara, e de uma conspiração no harém de Pepi I.
Aparentemente ele casou tardiamente com Ankhnesmerire I e Ankhnesmerire II. Da primeira teve Merenre e da segunda esposa teve Pepi II, que reinariam no Egito até o final da sexta dinastia.
Pelo menos quatro estátuas deste faraó sobreviveram, inclusive uma feita em cobre (ver em Artes), junto com esta estátua foi encontrada também feita em cobre, uma estátua de seu filho e futuro faraó Merenre.
Temos indicações de que no reinado de Pepi I, houve uma crescente influência e enriquecimento dos nobres. Pelas tumbas bem decoradas destes nobres e suas inscrições, sabemos que eles ostentavam privilégios advindos da sua amizade com o faraó.
Pepi I deixou muitas inscrições embora se acredite que suas construções foram incorporadas em projetos posteriores. Ele construiu sua pirâmide ao sul de Saqara e o Texto da Pirâmide encontrado nas paredes, foi o primeiro a ser encontrado pelos egiptólogos, embora não o primeiro a ser gravado numa pirâmide.
Ele também está registrado por seus decretos encontrados em Dahshure e Coptos. Foi mencionado nas biografias de Weni em sua tumba em Abydos, por Djaw na tumba também em Abydos. Por Ibi em sua tumba em Deir el-Gabrawi, por Meryankhptahmeryre em sua tumba em Gizé, por Qar em sua tumba em Edfu e pela biografia numa tumba em Saqara de uma pessoa desconhecida.

Caixa com o nome de Merenre I

Merenre – chamado por vezes de Merenre I. Ele era o filho mais velho, vivo, de Pepi I e sucedeu seu pai. Deve ter subido ao trono muito jovem e provavelmente morreu inesperadamente ainda jovem, talvez entre seu quinto e nono ano de reinado.
Merenre era o seu nome de trono, que significa Amado de Ra. Seu nome de nascimento era Nemty-em-sa-f, que significa Nemty é sua proteção. Seu nome Hórus era Ankh-khau. Sua mãe era Ankhnesmerire I (Ankhesenpepi I).
Embora ele tenha deixado poucos monumentos, os estudiosos sabem que ele viajou até Assuã e à Primeira Catarata, no quinto ano de seu reinado para receber tributos de chefes núbios. Merenre continuou a proteger as fronteiras e procurou consolidar o governo central, além de prosseguir no comércio e relações diplomáticas como seus antecessores. Na tumba do governador de Assua, há um registro de que ele foi responsável por quatro expedições à Núbia e ainda mais longe, ao sul, durante o reinado de Merenre e de seu irmão Pepi II.
Há uma estátua de cobre de Merenre (já mencionada acima) com seu pai Pepi I e também uma pequenina esfinge do faraó no Museu Nacional da Escócia em Edimburgo. Merenre também tem seu nome numa caixa (de marfim de hipopótamo) que está no Museu do Louvre (foto) e inscrições em pedra perto de Assuã, decretos do faraó encontrados no templo de Menkawre e nas biografias de Uni (Weni) e Djaw em Abydos. Na tumba de Harkhuf em Elefantina, na tumba de Ibi em Deir-el-Gabrawi, na tumba de Qar em Edfu e na de um desconhecido em Saqara. Ele também é mencionado em inscrições na tumba de Maru em Gizé, numa parede de pedra em Deir-el-Bahari em Luxor (antiga Tebas).
Merenre deve ter sido sepultado em sua pirâmide ao sul de Saqara, que talvez nem tenha sido completada, dado que ele morreu repentinamente e jovem. O sarcófago de granito negro foi encontrado em 1881 por Maspero (Gaston Maspero 1846–1916, egiptólogo francês) e a múmia em seu interior, se era mesmo a de Merenre, é a múmia real completa, mais velha já encontrada. Na verdade é a múmia de um jovem que ainda tinha a madeixa de cabelo lateral que representava a juventude. Pode ser que esta múmia, pelas características, seja da 18ª dinastia, mas ela ainda não foi examinada com as técnicas mais modernas, está no Museu Egípcio do Cairo.

Pepi II e sua mãe

Pepi II – é possível que este faraó tenha subido ao trono com seis anos de idade e há registros de que reinou por noventa e quatro anos, embora alguns egiptólogos acreditem que foi por sessenta e quatro anos.
Ele foi não o último, mas o último faraó importante do Antigo Império.
O nome de nascimento de Pepi Ii era Pepi como o de seu pai. Seu nome de trono era Neferkare que significa Bela é a alma de Ra. Sua mãe era Ankhnesmerire II (Ankhesenpepi), que era irmã de seu irmão mais velho Merenre e provavelmente foi a regente durante a sua juventude. Há uma estátua dela segurando Pepi II quando criança (ele já usa o nemes e o uraeus, símbolos do poder). Pepi II teve muitas esposas e há uma certa confusão em nomeá-las, mas, provavelmente teve, pelo menos um filho, chamado Merenre como seu irmão.
Prosseguiu na mesma linha política de seus antecessores, desenvolvendo ligações também com o sul da África. Manteve as relações comerciais com Biblos.
Como seu reinado deve ter sido muito longo, talvez a idade tenha dificultado em muito seu governo. Pela tumbas descobertas, está evidente o poder e a riqueza dos nobres e altos oficiais. Enquanto que a tumba de Pepi II é bem inferior à de seus predecessores.
A administração do pais estava comprometida, Pepi II escolheu um vizir para o alto Egito e outro para o baixo Egito, descentralizando o poder. À medida que o faraó envelhecia, O poder dos governantes das províncias aumentava.
Pepi II deve ter sido seguido no trono, por seu filho Merenre II, mas talvez, por apenas um ano.
Seu complexo mortuário e sua pirâmide estão ao sul de Saqara, bem como as pequenas pirâmides de suas esposas.
O faraó está registrado na estátua com sua mãe, num decreto encontrado em Abydos e em três decretos em Coptos. Também é mencionado nas tumbas de Djau em Abydos e na de Ibi em Deir el-Gabrawi. Também há pequenos itens encontrados em Biblos.

Nitokris - há apenas três mulheres na história do Egito que foram identificadas como faraós, Nitokris, Hatshepsut e Cleópatra.
A primeira delas é Nitokris, seu nome aparece em cartuchos reservados apenas aos faraós. Ela não deixou nenhuma obra onde se pudesse ler seu nome mas, é registrada na lista de reis de Turim, por Heródoto e por Mâneton.
O Cânone de Turim a coloca após Pepi II e possivelmente após Merenre II e algum outro outro faraó desconhecido. Pode ser que, devido a confusão que havia no final do Antigo Império e nas listagens, que ela possa ter reinado ao mesmo tempo que outro rei.
Acredita-se que ela chegou ao trono quando seu irmão e possivelmente marido, Merenre II, foi assassinado. Conta a lenda, através dos séculos que ela convidou os assassinos de seu marido para um banquete e encheu a sala lacrada do banquete com a água do Nilo. Depois ela cometeu suicídio se jogando nas chamas em outra sala.