Logística/Planeamento e projecto de instalações/Automated Layout Design Program (ALDEP)/Funcionamento/Regras de posicionamento

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Regras de posicionamento[editar | editar código-fonte]

Se todas as actividades tivessem a mesma área e forma quadrangular, o posicionamento seria trivial, independentemente da dificuldade do problema. Por exemplo, se houvesse 10 actividades, existiriam 10 lugares possiveis para a primeira actividade, para a k-ésima actividade, 10-k+1 lugares possíveis, ou seja existiriam 10! layouts possíveis, sendo grande parte destes variantes uns dos outros. Mesmo com um número enorme de possíveis layouts é possível imaginar um algoritmo simples para os construir. Começando por enumerar todos os lugares possíveis para a primeira actividade, o que deve originar 10 layouts parciais. Depois, para cada um, enumeramos todos os locais possíveis para a segunda actividade, o que iria resultar em 10x9=90 layouts parciais. Continuando este método chegaríamos ao resultado final de 3 628 800 layouts completos.

A razão por ser tão fácil construir layouts a partir de actividades com dimensões iguais está no facto de podermos delimitar o layout final antes de começarmos a construção. É por esta razão que podemos considerar um layout parcial como o da Figura 1. Mesmo com as duas primeiras peças separadas, sabemos que as outras vão encaixar.


Figura 1.
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No entanto, este cenário muda completamente quando as actividades são representadas por vários quadrados de área unitária. Neste caso não podemos saber de antemão a forma do layout. Para manter coerência é necessário seguir as seguintes regras (Francis et al., 1992, p. 158-159):

Regra da Continuidade[editar | editar código-fonte]

Se uma actividade é representada por mais de um quadrado, cada quadrado deve estar ligado pelo menos por uma aresta. A peça da Figura 2 é um exemplo de uma forma errada de representar uma actividade.

Esta regra contudo permite a forma ilustrada na Figura 3, sendo assim necessária a regra seguinte (Francis et al., 1992, p. 159):

Regra da Conectividade[editar | editar código-fonte]

As actividades têm que ter um [[w:Perímetro|perímetro] fechado em que uma aresta tem que estar em contacto com outro quadrado da actividade (Francis et al., 1992, p. 159).

Regra dos Espaços Vazios[editar | editar código-fonte]

Nenhuma actividade deve ter uma forma a circundar um espaço vazio (Francis et al., 1992, p. 160).

Regra da Razão dos Tamanhos[editar | editar código-fonte]

Há limites específicos para a razão entre o comprimento e largura de uma actividade(Francis et al., 1992, p. 160).

Regra dos Cantos[editar | editar código-fonte]

O numero de cantos de uma actividade não deve exceder um máximo estipulado (Francis et al., 1992, p. 160).


Obviamente, quando uma actividade é maior que um quadrado, o número de locais possíveis é maior. Temos assim uma nova complicação no processo de colocação das actividades. Vejamos o layout parcial da Figura 5, se colocarmos a próxima actividade como ilustrado na Figura 6, vamos criar dois espaços vazios separados. Se a regra da continuidade for satisfeita, tem que ser possivel dividir as actividades restantes em duas partes, com áreas correspondentes aos espaços deixados em branco. É contudo pouco provável esta possibilidade.

O problema principal ao colocar actividades com dimensão superior a um quadrado está nas restrições que este vai impor às próximas actividades, podendo dar origem a formas incorrectas e número impossível de cantos.

Este problema foi ultrapassado desenvolvendo duas classes de regras de colocação. As regras de posicionamento delimitado, aceitam uma configuração especifica para as instalações e usa regras robustas, porém simples, para colocar as actividades. No entanto esta regra não abrange as regras de formação das actividades. Por outro lado, as regras de posicionamento livre criam um layout sem olhar às configurações das instalações resultantes. Consequentemente, é muito provável que os layouts produzidos necessitem de rectificação manual para ficarem de acordo com as configurações do edifício. Esta regra é usada em programas como o CORELAP.

O ALDEP usa uma regra de posicionamento delimitado baseado numa «largura de varrimento» estipulada pelo projectista. Esta vai dividir o layout em várias «faixas» como ilustrado na Figura 7. A regra de posicionamento começa num canto do layout e vai serpenteando pelas faixas, ilustrado pela seta na Figura 7. As actividades são colocadas à medida que a regra atravessa as faixas, preenchendo-as. Este método também é, como já foi dito, falível, podendo gerar formas indesejadas (Francis et al., 1992, p. 161-162).