Biologia celular/Bactérias

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Escherichia coli vistas ao microscópio óptico (ampliação 1000×) após coloração Gram.

As bactérias são organismos unicelulares procariotas. As bactérias têm um tamanho muito reduzido: mil milhões conseguem caber num centímetro quadrado de uma gengiva humana, e uma grama de comida digerida contém 10 mil milhões de bactérias. As bactérias são os mais simples organismos vivos. Anteriormente eram classificadas no reino Monera, mas atualmente são colocados em dois grupos distintos: Archaebacteria e Eubacteria. Existem algumas diferenças entre estes dois grupos.

As arqueobactérias não possuem peptidoglicanos na sua parede celular. Possuem também lípidos peculiares nessa estrutura. Muitas são capazes de sobreviver em ambientes e locais extremos (semelhantes aos primórdios do planeta Terra).

Existem três tipos de arqueobactérias:

  • Metanogénicas - usam dióxido de carbono e hidrogênio para produzir metano; podem, por exemplo, ser encontradas em esgotos, pântanos e no sistema digestivo de ruminantes.
  • Halófilas extremas - vivem em ambientes de extrema salinidade (ex: Mar Morto).
  • Termoacidófilas - preferem locais extremamente quentes e com acidez elevada (ex: vulcões e fontes termais).

As eubactérias possuem peptidoglicanos na sua parede celular. Não possuem lípidos pouco usuais nessa estrutura. Podem ter três formas:

  • bacilos - em forma de bastonete;
  • cocos - forma esférica;
  • espirilos - em forma de espiral ou mola.

As eubactérias podem também ter prefixos no seu nome, em função do modo como se organizam em conjunto no espaço:

  • estrepto - organizam-se em cadeias;
  • estafilo - organizam-se em grupos.

As eubactérias são testadas em laboratório, através da técnica de coloração Gram, com vista a determinar alguma das suas propriedades. Esta técnica permite verificar se antibióticos fazem algum efeito (gram-positivas) ou se não fazem efeito algum (gram-negativas). Existem quatro tipos principais de eubactérias:

  • Cianobactérias (bactérias de coloração esverdeada que colonizam charcos e lagos eutrofizados).
  • Espiroquetas (bactérias gram positivas: nestas, os antibióticos não fazem efeito).
  • Gram-positivas.
  • Proteobactérias (por exemplo: Escherichia coli).
Esquema do material genético encontrado numa bactéria. 1: cromossoma bacteriano; 2: plasmídeos.

As bactérias possuem também mais algumas estruturas especiais: plasmídeos (um pequeno laço de ADN separado da região nuclear, usada para criar variabilidade genética, para inserção em outros organismos e para engenharia genética) e endósporos (uma capa resistente formada por certas bactérias em condições ambientais extremas).

A reprodução é feita por fissão binária (divisão simples de uma célula sem que resulte variabilidade genética) ou através de outros mecanismos que produzem variabilidade genética:

  • Transformação - por aporte direto de ADN do ambiente envolvente.
  • Conjugação - cílios de bactérias adjacentes juntam-se, efetuando a troca de genes através de plasmídeos.
  • Transdução - após uma infecção viral, a bactéria incorpora plasmídeos no vírus: desta forma, o vírus poderá funcionar como vector de troca de genes entre a população bacteriana.

As bactérias produzem substâncias venenosas que podem causar doenças. Estas substâncias podem ser de dois tipos:

  • Exotoxinas - produzidas por bactérias Gram-positivas.
  • Endotoxinas - produzidas por bactérias Gram-negativas quando estas morrem.

Recursos[editar | editar código-fonte]

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